Guerra Elemental escrita por Ed Henrique


Capítulo 31
O Guardião criado pela natureza: Curupira


Notas iniciais do capítulo

Sei que ficou grande, mas não queria dividir esse capítulo para não prolongar a fanfic demais. Surpresas lá embaixo.



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Regra de ouro de ambos 1: Não entrar na floresta a noite.



Último capítulo

–Ah, pensei que estava morto. – Hugo falou.

–O que todos fazem aqui? – Matheus perguntou sem entender.

–Estamos reunidos para a missão: Resurrection of a hybrid (ressurreição de um Híbrido). – Thiago falou.

Agora

–Como assim? Vocês podem trazer minha magia de volta? E eu não sabia que você falava inglês.

–O diretos do Norte fala inglês, então...

–O irmão dele também fala e, consequentemente, o filho também.

–Uhum. Eu nasci no Brasil, por isso, meu idioma original é o português, mas aprendi inglês com meu pai. Como sabe, a roupa traduz nosso idioma original, não um secundário ou terciário.

–E respondendo sua primeira pergunta, não, não podemos trazer sua magia de volta. – Hugo falou. – Mas, por causa de um certo alguém – os presentes olharam para o Edgar – vamos ajudá-lo.

–Isso me leva a outra pergunta. Por que vocês me ajudariam? Nós mal nos conhecemos.

–O Edgar pediu.

–Você me ajudou quando eu precisei.

–Você é parente dele afinal.

–Ele me encheu o saco. – A ordem das respostas foi: Lili, Thiago, Hugo e Francyelle.

–E fala sério, acha mesmo que nos conheceu, assim, por acaso? – Hugo perguntou.

–Como assim?

–Esperto, traiçoeiro, manipulador e um bom amigo. – Thiago disse. – Resumidamente esse é o Edgar.

–A única coisa que ele não pôde manipular foi o resfriado do Thiago e a volta da Lili. Fora isso, ele fez com que nos conhecêssemos. Só não digo que ele manipulou tudo, pois seria demais até para ele. – Explicou Hugo.

–Coisa feia, Edgar. Quer dizer que você me manipulou também? – Perguntou a Edgar.

–Claro. Eles, como meus amigos, sabem quase tudo sobre mim! – Sorriu. – Agora vamos, antes que amanheça. – Empurrou-o até os outros. Sentaram-se em perna de chinês no centro, enquanto seus amigos fizeram o mesmo envolta. – O que faremos é o método que os usuários de terra fazem para se conectar a seu outro lado. Como eu disse naquele dia, você vai precisar falar com eles para poderem se unir novamente.

–Vai doer?

–Acho que não, porque você não é um usuário de terra. No máximo, se você perder vai ficar sem usar magia.

–Ah, só perder a magia que já não tenho. – Disse sarcástico.

–Isso. – Esticou as mãos para ele, que as pegou. Os outros também se deram as mãos e se prepararam. – Relembrando: as usuárias de vento colocarão uma barreira para impedir que a magia dele saía; Bruno usará uma planta para colocar uma barreira para proteger a outra; e por fim, mas não menos importante, Hugo dará um selo para cada um, aumentando assim o poder deles. Todos preparados?

–Sim. – responderam.

–E o que você vai fazer? – Perguntou Matheus.

–Eu serei uma espécie de guia para você poder achar seus outros lados. Fora que irei curar a todos para que a magia se desgaste menos, pois cada um tem uma semente minha.

–Ainda acho que é demais para você. – Lili falou.

–Infelizmente, não temos uma sexta pessoa no grupo que saiba curar tão bem, então terá que ser eu mesmo.

–Deixa ele quebrar a cara. – Disse Francyelle.

–Prontos?

–Prontos.

Matheus fechou os olhos e Edgar fez o mesmo. Os presentes liberaram suas auras e em pouco tempo os primos estavam dentro de Matheus.

–Esse espaço preto está ficando chato.

–Na verdade é o que queiramos que seja. – Edgar explicou.

–O seu é o quê?

–Não vou dizer. – Olhou em volta. – Precisamos achar suas outras duas partes. Alguma ideia?

–Que tal perguntar para aquele onde está o outro? – Matheus apontou na direção de um outro “eu” dele. A única diferença era que o outro possuía uma cor azul por cima da pele.

–Onde será que está o de fogo? – Uma planta subiu atrás de Edgar, o protegendo. – Por que perguntei? – Revirou os olhos e se virou para trás. – O que foi isso?

–A planta? – Matheus fez um som em concordância. – Por ser filho de Terim as plantas me protegem. É como se fosse uma magia programada pela minha mãe.

–Como vai ser? Cada um, pega um?

–Infelizmente, não posso pará-los para você, imobilizá-los, no máximo! – Passou aura para Matheus. – Sabe porquê perdeu os poderes, né?

–Já ajuda. E tenho uma leve ideia do motivo.

–Qual magia você possuía mais afinidade?

–Gelo.

–Então vai atrás dele que eu cuido do seu de fogo.

–Acha que dá conta? Ele é eu.

–Tá de brincadeira? A ordem dos Filhos não significa quem é o mais forte! Exceto pelo Marcos, porque ele com certeza é mais forte que nós. Porém, fora ele, eu deveria ser o 2°.

–Se você diz. – Foi na direção do seu lado de gelo.

–Lembre-se, você precisa fazê-lo se unir a você, não matá-lo. Acho que no máximo, derrotá-lo.

–Tudo bem.

–Engraçado o que você disse. – Edgar se virou para frente e o lado de fogo de Matheus estava próximo a ele. O 4° Filho pulou para trás para tomar distância e pegou três sementes brancas na mão. – Sementes brancas: usadas para facilitar a criação de árvores. Como alguém que não controlou seu outro lado pode me segurar? – Sentiu uma pontada no peito.

–Como ele sabe? Como sabe sobre as sementes? Eu não contei para o Matheus que existem outros tipos de sementes!

–Somos a magia dele. Sabemos mais do que ele saberá daqui a anos. E, olha que ele não sabe nem a metade do que sabemos! – Abriu um sorriso maligno.

–Então eu estava certo. – Sussurrou. – Você é o mais forte aqui!

–Admito que por ele treinar o lado de gelo dele mais do que a mim, eu não sou o mais forte. Mas ele é um fraco assim como o mestre dele!

–Bom, eu vou te prender e veremos quem é o fraco quando ele acabar com você! – Jogou uma semente na direção dele e as outras duas no chão, porém, ambas queimaram antes de chegar aos seus destinos.

–Você não deveria estar aqui!

–Eu... – Antes de poder terminar a frase, Edgar foi tirado de dentro de Matheus e abriu os olhos no mundo real.

–Já terminaram? – Thiago estranhou. O procedimento variava de mago para mago, mas o tempo mínimo era de vinte minutos.

–Não. – Hugo disse e o amigo o olhou. – O que houve?

–O lado de fogo dele me expulsou!

–Fraco. – Falou Francyelle.

–Ei.

–Ei, não está ficando quente demais aqui? – Thiago perguntou. Por causa da desvantagem elemental, eram os que mais sofriam com o fogo, e Thiago sofria em dobro por causa de sua ligação com as flores. Matheus liberava uma aura vermelha e dela saí fogo para os lados. – Você está bem?

–Só está quente, por incrível que pareça, não está queimando. Tudo bem, não teve muita lógica. – Marcas verdes apareceram no seu rosto, subindo pelas bochechas, passando próximas aos olhos, perto do nariz e finalmente parando na testa, onde um apareceu um traço com curvatura para cima e uma pequena bola no centro dela (capa). Passou os traços pelo corpo até chegar nos outros.

–Então é assim que a cura de um Espírito é? – Pensou Hugo.

Que cura calma e relaxante. Só podia ser de um Filho de Espírito, do Edgar. – Thiago pensou.

–Estou voltando. – Anunciou.

–Vê se não exagera. – Lili pediu.

–Vai ser difícil. – Fechou os olhos e voltou lá para dentro. – Matheus? Nossa que quente. – Cobriu-se com a aura. Viu Matheus cair no chão e criou árvores na frente dele, o protegendo do seu outro lado.

–Já voltou?

–Para seu azar! – Foi até o primo. – Você está bem? – Começou a curá-lo através da semente nele e abriu uma pequena abertura para poder ver o que o outro lado do mesmo faria.

–Tô. A conversa com meu lado de gelo foi rápida, mas quando vi, você havia sumido, então tentei o enfrentar, mas não estou me dando muito bem.

–Estou vendo. – Fechou a pequena abertura que fez nas plantas e colocou aura envolta delas.

–Sua proteção não vai durar para sempre. – Falou.

–Plantas resistentes ao calor e uma aura de terra para protegê-las. Acho que vai resistir por bastante tempo! – Ficou um pouco triste, pois abriu um sorriso vitorioso que não poderia ser visto pelo seu oponente.

–Vamos acabar logo com ele. – Matheus se levantou.

–Antes, por que sua parte de fogo é tão... tão chata, vamos por assim.

–Meus poderes de fogo vem de Ignos. Ele me lembra o Felipe.

–O primo mais velho do Thiago?

–Isso. Agora vamos. Tô cansado de olhar para um lugar preto por tanto tempo!

–Se não gostou do preto, que tal vermelho sangue? – A aura do Matheus vermelho começou a aumentar.

–Pula, Matheus. – Edgar pegou uma semente do saco.

–Hã?

–Pula logo. – Fechou a mão em forma de punho e deu um soco no chão, levantando as pedras e jogando-as em direções diferentes. Agarrou Matheus e pulou em cima da maior pedra, para logo em seguida verem raízes levantarem do chão e segurarem as pedras no ar. – Temos que pegá-lo logo, senão não irei aguentar muito tempo.

–Tem como colocar uma aura por cima da outra?

–É difícil. Você pode fundi-las, o que é mais fácil, mas, mesmo assim, é difícil.

–Vejamos se tenho talento. – Colocou a mão no ombro dele, passando a aura para o mesmo. Depois se protegeu com dele. – Não é que eu tenho!

Após muito lutarem, ambos abriram os olhos no mundo real.

Dia seguinte – Matheus on

Já era tarde e Edgar começaria hoje meu treinamento.

–Nunca paramos para conversar muito, mas quais são suas habilidades, Thiago? O Hugo disse que você não possuí um lado ruim de terra.

–É graças a uma flor que eu tenho dentro de mim. Ela me equilibra espiritualmente!

–Acho que já ouvi algo sobre você ter ligação com flores.

–Os usuários de terra conseguem falar com as plantas e árvores, mas só eu posso falar com as flores. – Explicou. – Cada uma tem um significado, posso usá-los a meu favor.

–Entendo. Você é meio diferente do Davi.

–Tinha esquecido que já havíamos nos falado antes. Somos bem unidos, diferente do irmão dele que não se dá muito bem com o mesmo.

–Eu percebi.

–Pode chegar para o lado? – Perguntou.

–Para o lado? – Estranhei mais obedeci. Por não chegar imediatamente, uma planta passou raspando por mim. – Ataque inimigo?

–O Edgar vive me testando assim. E onde o senhor estava?

–Levando bronca do diretor.

–Até agora? – Perguntei.

–É. Eu levei a culpa por ter feito um tratamento espiritual sem permissão ou supervisão.

Edgar poff's on

Depois de sairmos de dentro do Matheus, abrimos os olhos e pudemos ver os outros.

–Conseguiram? – Lili perguntou.

–Sim! – Matheus estava com um enorme sorriso no rosto. Liberou sua aura e acabou se transformando, ficando com uma pele azul com listras vermelhas. Ele se levantou e saiu correndo, nos largando para trás.

–Ei.

–Temos que ir atrás dele! – Levantamos e o seguimos. Ao seguir a energia que ele deixou por todo canto, pudemos vê-lo pular no rio.

–Ele sabe que existem animais carnívoros na água, certo? – Hugo perguntou.

–Os animais nem se atrevem a entrar na água. – Observou Thiago. – Eles sabem que o Matheus é filho do espírito da água, Ice.

–Ele está se conectando com a água. Também passei por isso!

–Passou pelo quê? – Ouvi a voz de um adulto e fiquei estático. Olhei para os lados e os outros não estavam. Provavelmente Thiago os tirara dali quando percebeu alguém chegando.

–Diretor, o que o senhor faz aqui? – Perguntei nervoso. Será que ele descobriu tão rápido sobre o Matheus?

–Resolvi tomar um ar noturno, e vejo que você também.

–Sabe como é, né? A floresta é tão linda a noite.

–A água também pelo visto. Quem está ali?

–Aonde?

–Nem um dos dois somos bobos, então é melhor... – Foi interrompido quando vimos algo sair da água como um míssil. Só podia ser o Matheus, pois estava todo coberto pela água. – Está indo na direção de algo. – O diretor abriu o guarda-chuva e subiu nele, estendendo a mão para eu subir também.

–Nana nina não. O senhor sabe muito bem que usuários de terra não voam! – Cruzei os braços. Olhei para ele de banda que me fuzilava com os olhos. – Argh. – Aceitei a mão estendida e fomos atrás de Matheus. – Eu quero descer. – “Chorei”.

–Você nem está tão longe da terra. Tem terra abaixo dos seus pés e nessa planta que você está trazendo até aqui! – Apontou para um galho que fiz se esticar até aqui.

–Se um pedaço tão pequeno de galho fosse o suficiente, eu não reclamaria! – Avistamos alguém usando o uniforme da escola, de longe. Ele estava sendo mantido no ar por um chafariz de água e estava parando em frente a um barco.

–Ei, Matheus. – O chamei.

–Edgar. Diretor.

–O que está fazendo? – Perguntei.

–Eles estavam pescando aqui. – Apontou para três homens que definitivamente estavam com medo e sem entender o que acontecia.

–Pesca não é crime. Eu mesmo gosto de peixeis, mas tenho que admitir que são gostosos.

–Não é isso. Quando entrei na água me conectei com ela e descobri sobre cada animal aquático que vivia na mesma. Foi então que alguns me pediram ajuda e vim até aqui!

–Legal, ele está falando com peixes. – Pensei. – Apesar que falamos com árvores, não posso reclamar.

–Eles estavam levando uma espécie em extinção. Não passam de pescadores ilegais!

–Eu te entendo. Odeio quando destroem a floresta por qualquer motivo, mas você pode largar esses jatos de água? Não por assustar eles, mas porque está quebrando a regra de não usar magia na frente de humanos.

–Tudo bem. – Pareceu se acalmar um pouco e largou os jatos de água afastando as mãos. Eram seis no total, três de cada lado do barco. – Mas eles saem primeiro. – Um jato não voltou para a água, pelo contrário, foi em direção dos peixes, cortando as cordas e os levando para o mar. Levei a mão até a boca com vontade de vomitar.

–Tudo bem? – O diretor me perguntou.

–Acho que fiquei fora da terra tempo demais. – Joguei uma semente que virou uma planta, logo após outra e fui colocando-as uma na frente da outra para poder voltar a superfície.

–Espera por mim. – Matheus me alcançou. – O que houve?

–Usuários de terra usam magia natural, por isso não podemos ficar muito tempo fora da terra.

–Entendo. – Matheus era levado pela água e eu pelas plantas. Quando já estávamos em terra firme, não demorou muito para chegarmos no colégio. – Por que parou?

–Não é nada. Pode ir indo na frente? Tenho que passar em um lugar primeiro. – Fingi subir as escadas e quando tive certeza que ele havia entrado no quarto, me escorei na parede fraco. – Agora não. – Pensei.

–Silêncio. – Pensei.

Quero ver tentar! – Abri um sorriso de lado.

Não respondei. Caçoou.

Por que insiste em me perturbar? – Escorreguei na parede.

O que está dizendo?

Me esquece.

Edgar poff's off

–Vamos treinar logo? – Edgar perguntou. Apenas assenti. – Como o Thiago está na sua frente, e você usa magia mais para ataque, vou lhe ensinar o que usei ontem.

–Você diz o negócio de socar o chão?

–É. Você passa aura para a mão e focaliza um ponto do chão, onde quando atingido, causa um grande ataque. Thiago. – Edgar pediu e Thiago se concentrou, dando um soco no chão e fazendo um buraco. – Não gostamos de chamar de destruição. A desculpa que criei foi que nossa aura entra em ressonância com a terra e um buraco é aberto, não criado. Tenta. – Me concentrei e dei um forte soco no chão, mas nada. Só a machuquei. – Você recuperou a magia ontem, vai com calma. – Tentei novamente, mas não consegui nenhum efeito demais. – Lembre-se que você é um mago. Pode sugar energia do seu elemento ao seu redor. Só mais uma vez. Mas tenta com a aura de gelo, porque com a de fogo pode acabar queimando tudo. Ei, Thiago. – Chegou mais perto do mesmo. – É melhor criar uma barreira.

Por quê?

Até agora eu reprimi a magia dele de propósito, mas vou parar de fazer isso. – Sussurrou. – Pronto, Matheus?

–Uhum. – Fechei os olhos.

Ah, e só as flores não vai adiantar. – Edgar disse meio tarde, pois já ia bater no chão e Thiago teve que se apressar para proteger ambos. Soquei o chão com toda a força e como resultado, uma parte da floresta foi congelada. – Conseguiu.

–Foi mal. Congelei metade da sua floresta.

–Nada. – O gelo começou a derreter. – Coloquei minha aura nas árvores, assim não correríamos esse risco. Bom, mesma coisa de sempre, Thiago. Você vai treinar sua aura, enquanto treino o Matheus.

–Tudo bem. – Foi para perto de uma árvore e sentou-se, fechando os olhos e fazendo sua aura aumentar.

–Vamos começar também.

À noite

Acordei na madrugada, para variar, e fui guiado pelo colégio. Não sabia aonde estava indo, só que uma música tocava e eu só pensava em segui-la.

Quando parei para me dar conta, estava em pé no meio da floresta.

–O quê... – Desviei por pouco de um dardo, que raspou no meu braço. – Quem está aí? – Perguntei. Uma pessoa, ou talvez um espírito, apareceu. Seu cabelo era vermelho, possuía uma pele escura, até porque estava tudo escuro, e seus pés eram virados para trás.

Ele atirou mais dardos na minha direção, mas me protegi com uma bola de gelo, pois não consegui atirar uma de fogo. Corri até ter a certeza que havia o despistado. Me escondi atrás de uma árvore e fechei os olhos, respirando aliviado. Senti algo próximo a mim, então, contra minha vontade, abri os olhos e pude vê-lo na minha frente. Ele mexeu a boca e levantei para fugir, desviando de outro dardo. Quado virei para trás um dardo vinha na minha direção e não ia conseguir fugir a tempo. Foi quando o dardo bateu em algo verde-claro. Uma aura.

A luz da lua produziu uma sombra por cima de mim. Olhei para trás e o vi parado com os olhos verdes olhando para nós.

–O que está fazendo aqui fora a essa hora, Matheus? – Tentei responder, mas caí no chão com dor onde o dardo raspou. – Acho que não precisa responder. – Desceu de onde estava e parou ao lado da pessoa estranha.

(Tirem a primeira letra, no caso o “L”, de cada frase a seguir).

–Lafaste-se, Edgar.

–Lsabe lque lnão lposso lfazer lisso. Lele lé lmeu lprimo.

–Lele lé luma lameaça! Lvocê lsabe lmuito lbem ldisso! – Conversavam algo que eu não entendia. – Lele lmexeu lcom lo lclima lda lescola.

–Lsó lpor lisso? – O olhar do cara de cabelo vermelho mudou. – Ltá, lsei lque lse lele lsair lde lcontrole lvai lser lperigoso, lmas leu ltambém lera lassim, le lmesmo lassim, lvocê lme lsalvou.

–Lse lele lficar lfora lde lcontrole, la lculpa lé lsua! – Virou-se e foi embora.

–Eu vou tirar o veneno. – Edgar ajoelhou ao meu lado.

–Veneno? – Arregalei os olhos.

–Não se preocupe. Você só vai ficar paralisado sentindo dor, não vai morrer! – Respirei mais aliviado. – Quem era aquele?

–O Curupira do Leste.

–Curo, quem?

–Curupira. Folclore brasileiro. – Continuei sem entender. – Ele é um guardião que a própria natureza criou, por causa do desmatamento.

–Então existem vários?

–Não. Só quatro! Eles foram criados pela floresta Amazônica. Meio que são meus irmãos, já que eu fui criado por Terim.

–Como os conheceu?

–Sabe, todos têm um passado do qual não se orgulham.

–E isso inclui você. – Acrescentei. Deu um pequeno sorriso, confirmando.

Edgar Flashback on

–Ah. – Levei um chute na barriga e levei à mão a mesma.

Era quinta-feira e eu estava lá fora pela floresta. Eu era, e continuo sendo, um aluno muito bonzinho. Então as pessoas se aproveitavam, muito, dessa minha bondade.

–Eu só queria ser amigo de vocês! – Disse.

–Que ridículo. – Um deles falou.

–Ridículo são cinco lutarem contra um! – Afirmei com raiva e nisso, fui empurrado e bati com a cabeça na parede.

–Somos como um.

–Será que ele morreu? – O mais magro perguntou.

–Acho difícil. Pau que nasce torto… – Ia me dá um chute, mas segurei sua perna.

–… Morre torto. – Sua perna meio que “explodiu”. Eu lancei minha aura dentro do corpo dele, o que, meio que, causou uma reação pela diferença de elemento.

Flashback off

–Pera, você explodiu a perna dele? – Perguntei horrorizado.

–Claro que não! – Respirei. – Só causei uma reação que o impediu de andar por um tempo.

Flashback on

–MINHA PERNA. – Gritou de dor, caindo no chão.

–Maldito. – Um garoto tentou me acertar um soco, porém, dei um soco no cotovelo dele, quebrando o mesmo.

–D-de olhos fechados? – Perguntou um gordinho. Uma pedra veio por trás e o acertou, desmaiando-o no mesmo instante.

–Faltam 2. – Anunciei. Uma rajada de vento tentou me acertar, entretanto, as plantas me protegeram, como sempre.

Criei um martelo usando a terra e bati nele pelo lado, que só não se feriu muito, pois usou a propriedade do vento para diminuir o impacto.

–Por que está correndo? – Perguntei quando finalmente abri os olhos. – Vocês não eram como um? – Ironizei a pergunta. Ele tentou correr mais, mas tropeçou em uma raiz e caiu.

–Castanhos claros? – Levou um chute e desmaiou. Ainda teve sorte em minha opinião.

Quando recobrei minha consciência, os levei imediatamente para a enfermaria. Os deixei lá e fugi, porque senão, teria que explicar o que houve, e seria ruim, para mim.

No dia seguinte, quatro pais super furiosos foram até a escola, porque os “queridos filhinhos” haviam chegado a casa machucados, vieram me repreender. E, contra quatro adultos formados, eu não possuía a menor chance.

Levei a pior surra da minha vida naquele dia e fiquei largado na floresta. Como era sexta e geralmente todos vão visitar a família, inclusive eu, ninguém procurou por mim.

Quando achei que ficaria ali e morreria por ter feito besteira, os Curupiras me acharam. Não consegui entender nada do que disseram, só algo a ver com me matar, pois eu era muito perigoso. Mas um deles foi contra. Não sei se é porque viu o espírito de Terim em mim, ou por pena, nunca perguntei. Mas eu devo tudo a ele. O Curupira do Leste me curou e foi com ele que aprendi sobre magia de cura e ganhei esses olhos verdes. Fiquei uma semana treinando com o mesmo, claro que avisei o diretor.

Edgar Flashback off

–É até engraçado. Se eles não tivessem feito aquilo, se tudo não tivesse ocorrido como ocorreu, talvez hoje eu não fosse um dos melhores magos de cura do Sul.

–Se pudesse voltar no tempo, mudaria algo? – Perguntei. Edgar levantou e começou a caminhar.

–Voltar no tempo é proibido, tanto que nem com contrato podemos fazer algo assim! É melhor tirar essa ideia da sua cabeça, pois se você não tivesse decidido vir para cá, muitas coisas estariam diferentes hoje.

–Efeito borboleta. – Corri e parei do lado dele.

–Exato. Você ouviu uma música, não foi?

–Como sabe?

–Cada Curupira tem uma característica. O do Leste fala pondo o “L” na frente e envenena as pessoas. Os outros seguem o mesmo padrão, pondo sua letra de local na frente da frase, porém, possuem poderes diferentes. – Explicou. – De qualquer jeito, fique longe da floresta a noite. A regra de ouro para ambos foi criada para isso. Os Curupiras são seres independentes que escutam apenas a natureza, e minha mãe por sua vez, mas mesmo eu sendo filho dela, tentaram me matar. O diretor não pode controlá-los, então criou uma regra e fez um acordo com eles, para que os Curupiras ouvissem, pelo menos, os usuários de terra. Para as minhas criaturas místicas, eles são bem teimosos.

–Criaturas místicas?

–Cada espírito tem uma criatura mística. Minha mãe tem quatro.

–Ei, como será a minha.

–Sei lá. Não conheço as outras! Quem sabe um dia o destino os junte.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, como eu disse, terá um especial para um personagem. O título do próximo capítulo vai dedurá-lo, então sejam pacientes :).
Boa notícia: Vou começar a postar a fanfic em um blog chamado Jovens Escritores.
Má notícia: Março vai ser um mês apertado para mim, pois vou começar a fazer um curso e só terei Terça-feira para escrever, então pessoa a compreensão de vocês, pois só irei postar de duas em duas semanas. Desculpa.



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