Guerra Elemental escrita por Ed Henrique


Capítulo 21
O sofrimento do espírito da terra




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Havia sido uma viagem longa. Felipe alugou uma pequena casa para eles. Só há dois quartos, mas tem colchões o suficiente para todos os seis. Dá para viver.

–Isso e o dinheiro que nos deu. – Marcos explicou, quando Davi perguntou sobre a casa. – Pode chamar nossa companheira lá atrás?

–Yuri? – Olhou para a mesma, porém ela estava na fileira ao lado.

–A outra. – Apontou para trás e Davi conseguiu enxergar uma menina no final da fila dele. Se levantou, desviou das pessoas que já desciam e, finalmente, chegou.

–Menina. – Chamou.

–Quê? – Estava dormindo, então sua voz saiu sonolenta, contudo, Davi conhecia a voz.

–Parris?

–Davi? – Se assustou por ter sido descoberta.

Levou um bocado de tempo para chegarem a casa. Era perto do Grand Canyon, então era isolada da população.

–Ainda não acredito que nos seguiu. – Yuri adentrou na casa logo após Marcos. Era difícil dizer se ela estava frustrada por não ser mais a única menina, ou se estava feliz pelo mesmo motivo acima, ou se apenas achava sua amiga louca mesmo.

–Como eu disse: Falei com o diretor, depois disso foi me disfarçar e vir. – Explicou como se não fosse nada.

–Um aquecedor. – Lucas correu até o mesmo e o ligou. – Calor para minha aura. – Sem o consentimento do dono, a aura dele começou a piscar.

–Ei, olha a aura. – Marcos a reprimiu. – Nada de poderes. Ninguém pode saber que somos magos!

–Desculpa.

–Parris e Yuri, vocês dividem o quarto da esquerda. Matheus ajude a Parris a pegar um colchão no quarto da direita, onde é o quarto dos meninos. – Apontou para um corredor. – Cozinha e banheiro. – Apontou para o oposto. – Infelizmente, dormirei no sofá. Nossa “clandestina” levou meu colchão.

–Sinto muito.

–Não precisa se desculpar. – Matheus colocou a mão no ombro de Parris. – Marcos já é um adulto com dezenove anos, está acostumado a se sacrificar pelos outros.

–Ele tem razão. Eu ia fazer ele ficar no sofá. Só que pensei melhor e achei que seria melhor se você dividisse um quarto com o Lucio, por uma longa semana! – Pronunciou o final lentamente, enquanto abria um sorriso. – Bom crianças, irei descobrir mais sobre nosso destino e aproveitar para fazer umas compras. Não façam nada que eu não faria se não estivesse aqui. – Olhou para Matheus e Yuri, depois para os outros, para despistar, e saiu.

–Que humor negro. – Disse Lucio.

–Não sou criança. – Davi foi até o quarto, reclamando. Odiava ser tratado como criança. Ao chegar no quarto viu que tudo estava arrumado e que o resto da casa também deveria estar, então só precisavam arrumar as coisas. – MATHEUS, VEM PEGAR O COLCHÃO LOGO.

–TÔ INDO! – Gritou de volta.

Uma hora se passou e ninguém arrumou suas coisas. Decidiram onde cada um dormiria e foram fazer outras coisas.

–Ei gente, vem cá. – Lucas chamou e todos se reuniram na cozinha.

–O que houve? – Lucio perguntou.

–A Yuri tá cozinhando?- Davi perguntou.

–Não sabia que você cozinhava. – O namorado falou.

–Pode falar Parris, está ajudando ela, né? – Lucio implicou.

–Háhá.

–Deixe minha namorada em paz. – Matheus ficou na frente de Yuri. – Está? – Recebeu uma cotovelada e riu.

–Vai ficar pronto daqui a meia-hora. – Yuri mexeu na panela. – E você, Parris?

–Também.

–Tá fazendo o quê? – Matheus abriu o forno e viu biscoitinhos assando.

–Eu sou melhor com doces. – Respondeu Parris.

–São de quê? – Lucas perguntou, indo até o forno.

–Chocolate e morango. Quando estiver pronto, poderão se deliciar com o cheiro.

–Viu como vocês podem se dar bem? – Marcos entrou na cozinha, e pôs duas garrafas de refri na mesa.

–Muito frio lá fora? – O irmão perguntou.

–Para mim, sim. Para os usuários de gelo, não. – Respondeu.

–Odeio essa época do ano. – Lucas disse.

–Tão fazendo o quê?

–Comida e biscoitos. – Disse Yuri.

–Macarrão. Chocolate e morango. – Dessa vez foi Parris.

–Vocês podiam trabalhar juntas. – Comentou.

–Quem sabe? – Disseram juntas e riram.

Mais tarde

–Híbrido, Híbrido. – Chamou.

–Eu?! – Estava deita em um lugar completamente escuro.

–Quem mais poderia ser? – Soltou um riso e Matheus se sentou, e coçou os olhos. – Você precisa acordar!

–Mas está de noite. E estou cansado!

–A casa está pegando fogo.

–O quê? – Se levantou desesperado no sonho e houve o mesmo na vida real.

–Finalmente. – Disse Lucas. – Temos que sair daqui.

Saíram do quarto e foram até a porta, mas Matheus sentiu falta de algo, ou melhor, alguém.

–Cadê o Marcos?

–Disse para esperarmos no jipe. – Lucas tentou puxar Matheus, mas ele puxou o braço.

–Só saio com o meu irmão. – Correu de volta para dentro.

–Matheus! – O amigo tentou ir atrás, porém não conseguiu devido ao fogo.

–Marcos. – Gritou, enquanto andava pela casa. – Irmão? – Viu uma silhueta que começou a andar na direção dele.

–O que ainda está fazendo aqui? – Marcos o puxou para trás.

–Eu vim atrás de você. E se você está aqui, quem é aquele? – Marcos forçou a vista até enxergar a silhueta de alguém, que estava mais perto.

–Vamos. Rápido! – Puxou Matheus correndo até fora da casa. – Dirigi. – Ordenou a Lucio, quando já estavam na parte de trás do jipe.

O mesmo obedeceu e em pouco tempo já estavam na estrada.

–Pra onde? – Lucio perguntou.

–Gran Canyon. Só seguir as placas.

–Posso dirigir também? – Matheus perguntou.

–Quando fizer dezenove.

–Mas o Lucio não tem dezenove e de onde eu venho, a idade é dezesseis.

–Detalhes. – Deu de ombros.

–Chato... – Sussurrou, cruzando os braços.

Dia seguinte

Mesmo sendo inverno, os primeiros raios de sol iluminavam os rostos dos nossos heróis. Na verdade, está mais para aventureiros, porque a situação não estava nada boa. Primeiro: Uma aventureira inesperada; Segundo: A casa pegar fogo “misteriosamente”; e terceiro: Estão próximos do seu destino, porém sem água, comida ou roupas extras.

Só não digo que pode piorar, pois sabemos que irá.

–Gente acorda. – Yuri os chamou.

–Que horas são? – Perguntou Lucas, sonolento.

–Você que tem celular. – Disse Yuri.

–Nove horas.

–Então deu nossa hora. – Marcos pulou do jipe e se espreguiçou.

–Matheus.

–Não adianta. – Davi estalou o pescoço. – Eu durmo no mesmo quarto que ele desde o ano passado, e ele só acorda de uma maneira: – parou ao lado dele – MATHEUS.

–Já acordei. Já acordei. – Falou em um suspiro. Sua barriga roncou e levou à mão a mesma. – Não jantamos ontem. – Disse em defesa.

–Talvez o Lucas tenha algo a dizer. – Lucio Falou.

–Lucas? – Matheus perguntou, e o mesmo parou.

–Eu. – Falou com a boca cheia de biscoito.

–Você tá comendo e não dividiu comigo? – Perguntou o óbvio, e Lucas saiu correndo. – Ei. – Foi atrás.

–O que foi Parris? – Yuri perguntou, vendo que a amiga estava rindo.

–É que se ele tivesse pedido, eu teria dado para ele. – Tirou um pote cheio de biscoitos da bolsa.

–Deixa, é bom que ele faz um aquecimento. – Marcos pegou um e pôs-se a andar. – Vamos.

Não demorou muito para chegarem. O local de visitas já estava aberto, então puderam se misturar com os turistas.

–Que grande. – Parris falou.

–Alô. – Davi falou, mas só ouviu eco.

–Como vamos achá-la em um lugar tão grande? – Perguntou Yuri. Ver Davi brincando com o eco deu uma ideia a Matheus.

–Já sei. SÍLF... – Sua boca foi tampada pelo irmão.

–Tá maluco? Chamar o espírito da terra em um lugar cheio de gente.

–Gente, tem algo brilhando ali. – Lucas apontou para fora do local que estavam.

Matheus, afobado, pulou a grade e os outros desceram a rampa. Quando os seis estavam reunidos, a luz parou e se revelou sendo o espírito da terra....

–Sílfide. – Todos, exceto Matheus, se curvaram.

–Já faz um tempo, Marcos. Fico feliz que tenha vindo com seu irmão.

–Receio que não tenhamos tempo para matar a saudade. – Disse formal, mas possuía intimidade, e ninguém sabia ou deveria saber. Não ainda.

–Tem razão. Vocês precisam se apressar e achar meu escudo!

–Escudo? – Matheus quis confirmar.

–Sim. Ele pode refletir qualquer coisa jogada nele e amostrar a verdadeira face de alguém.

–E onde ele está?

–Ele... – Antes de poder dizer desapareceu.

–Espera. – Matheus tentou pegá-la, mas acabou caindo.

–Matheus.

Marcos pulou e segurou sua perna, e foi segurado por Davi e Yuri, que pegaram uma perna cada. Lucas e Lucio foram tentar ajudar, entretanto o chão quebrou e todos caíram.

–AHHHHH.

Eu disse que iria piorar.

–Sejam rápidos, jovens. Muita coisa depende de vocês! – Pensou Sílfide, de onde quer que ela esteja.

Continua... (Ou não)


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