I will save the world for us escrita por Himeka chan


Capítulo 13
Será que sou assim?




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Lucy POV.

Meus olhos encaram firmemente as águas calmas a minha frente. Se esse duende estiver dizendo a verdade,estamos em uma verdadeira enrascada. Durante minhas pesquisas sobre a localização da árvore claritas,vi que por perto dela passa um rio famoso,que já apareceu em muitos mitos,mas sumiu com o tempo. O Rio do Espelho,ou Rio da Inversão,é um rio mágico com propriedades que nunca foram estudadas mas exitem várias teorias:alguns dizem que suas águas são venenosas,outros dizem que sob sua superfície escondem-se monstros,e tem várias outras igualmente escabrosas a respeito do rio,no entanto vi uma única história que falava que se alguém conseguisse chegar ao outro lado receberia um poder único nunca visto antes,algo capaz de mudar a pessoa para sempre. Talvez seja por isso que tem um guardião.

–Oras,animem-se! Vocês só estão correndo um risco de vida! Não precisam ficar com essa caras apreensivas. Agora vejamos...qual é mesmo o desafio?-ele coçou e cabeça,o deixando em uma pose engraçada,talvez me desse vontade de rir se eu não soubesse que posso morrer.- Ahá! Lembrei- ele estralou os dedos- se minha memória não está errada,vocês terão que passar pela ponte correta,caso contrário cairão na água!

–Espere! É só isso?! A gente não morre se cair na água ou algo do tipo?- Alexia ficou estupefata com o nosso desafio,e o guardião deu um sorriso complacente mas em seus olhos eu vi um brilho feroz e frio.

–Sim é basicamente isso...-ele sussurrou algo inaudível,o que me deixou receosa.

–Bem,então nos mostre logo as pontes para que possamos escolher a nossa.- Erza soou impaciente e confiante,mas tinha alguma coisa indecifrável no olhar do duende que me deixou com vontade de siar dali o mais rápido possível.

–Mas é claro,sigam-me!-ele saiu correndo para os arbustos de onde surgiu e fomos forçadas a segui-lo,e assim que atravessamos pudi ver uma coisa que parecia impossível:havia em torno de 60 pontes de todos os materiais,formas,e tamanhos que ligavam as duas margens.

–Vamos por aquela ali!- claro que só a tonta da Alexia poderia escolher um caminho de modo tão rápido e imprudente.

–Alexia! Isso não é um passeio!-repreendi ela severamente.

Vaguei os olhos pelas pontes mais uma vez. Se tivesse que escolher iria pela maior e que é feita de metal,que,em tese,deve ser mais resistente. Pensando melhor não,afinal seria muito óbvio que as pessoas escolhessem aquela ponte e mais óbvio ainda é que tenha uma armadilha nela. Mais uma vez observei as pontes pensando em quais seriam as mais indicadas para que possamos atravessar sem cair no rio,mas quanto mais olho mais penso que talvez nenhuma delas seja a correta para chegarmos até o outro lado,assim começo a procurar outros caminhos. Vejo um bote na água e me aproximo dele apenas para então constatar que ele está furado,inútil. Ao longe pudi ouvir Erza e Alexia discutindo sobre o caminho que devemos tomar,mas não estou me importando muito,afinal se eu provar que há outro caminho ao invés das pontes essa discussão será irrelevante,e poderei pegar o poder do outro lado...oras! Quando comecei a pensar nesse poder?! Balancei a cabeça e voltei a me concentrar na minha procura. Procurei pontos em que o rio é mais baixo,um caminho de pedras na água,alguma escritura que pudesse criar algum tipo de magia,e nada.

Estava pensando em falar com as meninas quando cabei olhando para um buraco perto de um arbusto. O buraco deveria ser do tamanho de uma bola de handebol,e seria impossível um pessoas cair ali,mas me senti impelida a me aproximar mais da abertura. Será que tudo nesta floresta tende a lhe chamar mais para perto?! Mesmo com receio cheguei mais perto da borda e acabei provocando uma espécie de deslizamento na terra,o que alargou o buraco. Aproveitei essa oportunidade para dar uma espiada no seu interior e fiquei confusa: por fora era apenas um buraco mal feito,talvez construído por algo animal,mas internamente suas paredes eram bem talhadas e bem iluminadas por tochas acesas regularmente durante o corredor tirei a cabeça do buraco com minhas esperanças renovadas,e eu primeiro pensamento foi chamar as meninas. Pensando bem elas estão muito quietas... Voltei para o lugar onde elas deviam estar e nada.

–Erza!! Alexia!!- gritei mas não obtive resposta. Tentei procurar a magia delas,e de novo nada. Comecei a pensar nas mais diversas possibilidades.

–A você chegou tarde- o duende apareceu de um arbusto seu semblante agora sério e longínquo,não mostrava mais tanta felicidade quanto antes,ele me encarou e vi em seus olhos,dois recipientes que canalizaram vários séculos de história.- Elas escolheram caminhos diferentes,mas ambos errados. Mas você- ele apontou para mim- você descobriu o caminho correto não foi?

–O túnel...-sussurrei.

–Sim,ele mesmo. Mas você ainda pode salvá-las.- olhei aturdida para ele.

–Como?-meu coração martelava no peito.

–Simples:chegue do outro lado primeiro que elas e desfaça a magia.

–Isso é possível?!

–Se eu estou falando!- ele me olhou carrancudo e depois suas feições suavizaram.- Eu se fosse você já estaria correndo,se não vai perdê-las.

–A sim! Er...obrigado e adeus- fiquei um pouco constrangida e confusa com a sobrecarga de informação mas não tenho tempo para isso. Voltei como um furacão até o buraco e tirei o meu chicote,Fleuve d' étoiles,e com um golpe alarguei o buraco para em seguida me jogar dentro dele. Cai em pé no túnel e me sai em disparada para frente ouvi o duende gritar algo como sempre siga o caminho azul,e olhei para o chão em tempo de confirmar que o caminho por onde estou seguindo tem o chão incrustado de pedras azuis. Que coisa engraçada!

Sabe até que esse túnel é bem bonito. Tem entalhes em alguns pontos de suas paredes e minha curiosidade estava falando mai alto. Assim comecei a correr mais devagar apreciando a escrituras e desenhos. Oras! Eu não posso me dar esse luxo preciso salvar minhas amigas,voltei a correr o mais rápido que podia apenas me concentrando em seguir a trilha azul,e acabei não ligando para a mudança de ambiente ao meu redor: as paredes começaram a ficar mais lustrosas e brilhantes. Aos poucos todos os corredores ficaram espelhados e se não houvesse a trilha azul com toda certeza teria me perdido,e foi quando eu vi uma sombra passar pelo vidro e parei. Fiquei olhando meu reflexo na parede do túnel e esperei para ver se algo mais iria acontecer. Nada. Continuei minha correria e novamente percebi o vulto,com um reflexo puxei o chicote do meu cinto e o ativei.

–Quem está ai? Apareça agora!- gritei confiante.

–Você não está me reconhecendo?- a voz tinha um tom irônico e...é igual a minha!

–Como...quem é você?- de confiante eu passei para incrédula.

O reflexo a minha esquerda sumiu e o da minha direita passou a tremeluzir e eu o encarei. Aos poucos ele foi ficando preto e depois voltou a ser meu reflexo,com uma pequena GRANDE exceção: eu não estava sorrindo sadicamente muito menos tinha mexas pretas no cabelo.

–Bu!-dei um gritinho histérico quando meu reflexo disse isso,mas logo me recompus,mas ela começou a rir da minha cara.- sério você é muito ridícula! Olha só para você! Tem a oportunidade de andar por uma linda galeria dessas e fica se preocupando com as 'amiguinhas'.-senti a raiva incendiar meu interior.

–Olhe como você fala delas! Elas são muito especiais!-esbravejei.

–Não brigue comigo afinal,sou apenas uma parte de você.

–Mas não é mesmo,eu nunca seria assim.

–A vamos não se finja de santa,Lucy Heartifilia. Você e eu sabemos que não é bem assim. Na verdade,sabe por que o rio se chama rio do espelho? -neguei relutante com a cabeça- o nome do rio na verdade veio dessa galeria subterrânea. As águas desse rio contem uma magia a muito liberada e que acaba por destruir quase tudo que toque em suas águas.

–Mas as pontes elas- fui interrompida.

–Algumas tocavam a água? É porque elas são ilusões e quando suas amigas chegarem no fim das pontes vão despencar para as águas e morrer,simples assim.- meus músculos se retesaram,e senti no âmago de mim que tinha que correr,no entanto algo estava corroendo minhas entranhas enquanto me prendia no lugar.- Quer saber por que suas amigas saíram sem você?-eu disse que sim. Na verdade até o momento não pensei no motivo que levou aquelas duas a terem me deixado- elas deixaram você pelo poder escondido no fim desse labirinto,mas elas estão crendo que ele fica no fim das pontes.

–Isso é uma mentira- falei fria.

–A é? Então olhe isso- a área de espelho ao redor dela brilhou revelando duas pessoas correndo:uma era a Alexia em uma ponte de metal,e a outra era a Erza em um sólida ponte de madeira. Amas tinham um sorriso de quem estava para ganhar um prêmio e até posso imaginar o que é.

–Então e verdade- elas me traíram mas...por que?

–É sério isso? Você vai ficar mesmo se lamentando? Pois eu tenho uma uma ideia melhor: você me segue,eu te levo até o poder,você deixa suas amigas para lá,afinal foi escolha delas ir por aquele caminho e não sua,você com esse novo poder destrói a força do mal,a Yukkino não vai receber o prestígio e sim você,e todos vão lhe amar. Não parece perfeito?!-ela soava muito animada mas o plano é simplesmente horrível!

–Eu não posso

–Como não pode? É a única coisa ao seu alcance agora. E além disso,serão duas vidas perdidas para salvar o mundo...e claro o seu amado Natsu.- ela acertou em cheio. Eu não queria deixar minhas amigas morrerem,mas com o novo poder eu posso salvar a todos...

–Não eu...

–A vamos,deixe de ser cabeça dura,no fundo da sua mente você sabe que isso é o certo a ser feito- sua expressão estava mais suave- vamos acabe logo com isso.

–Mas eu não quero- minha visão embaçou com o choro que caia- não quero que elas morram.

–O não chore- sua voz estava macia- pegue a minha mão- a parede de vidro foi se estendendo virando então umão que agarrei com força- vamos.

Não consigo ver direito para onde ela está me levando mas ela me guia fielmente,passando pelas imensas galerias. Por fim paramos em um grande vão com o teto abobadado. Meu reflexo apontou para um caminho a direita.

–Por ali você sai,e ali- ela apontou para uma bola radiante de puro poder- está o seu poder.

–Meu poder -as palavras saíram tão doces e macias pela minha boca- só meu...-comecei a ficar cada vez mas tentada a ter o poder só para mim.

Dei um passo,e depois outro e outro,meus olhos estavam vidrados apenas no poder a minha frente. Senti a pressão dele em mim,mas isso só me fez o desejar mais. Que se danem minhas 'amigas',se elas me largaram também tenho esse direito,e EU vou ficar poderosa,eu que vou receber aplausos e elogios por derrotar as forças obscuras. Comecei a esticar minhas mãos para pegar o poder,e foi quando olhei o meu reflexo. Lá estava a minha imagem com um sorriso psicopata e mechas no cabelo,mas mais ao fundo dela havia o meu verdadeiro reflexo. Ele estava desfocado,e minha cabeça deu uma pontada,o que me fez voltar a ver Lucy com mechas. Demorei meu olhar nela,tentando absorver seus traços e repassei nosso curto diálogo,ela com certeza é alguém manipuladora,egoísta e que não liga se machucar ou deixar as pessoas morrerem,lembrei ainda do que ela disse: sou apenas uma parte de você. Será que sou assim? Minha mente entrou em parafuso,e a apenas dois palmos de distância de ficar com o poder eu parei. Eu não sou assim! Eu não posso deixar meus amigos morrerem eu não posso!

–É claro que você pode,melhor você deve! Você -a imagem dela tremeluziu- pare de pensar em seus amigos.

–Desculpe mas sem meus amigos não sou nada,e nem você nem ninguém poderá mudar isso.-ela continuou sorrindo mas sorriu triunfante.

–Eu sempre estive em você e sempre estarei. Todos tem uma pessoa assim dentre de si desde que ela...-e ela sumiu. Senti algo em minhas entranhas se remexerem como se algo ou alguém estivesse se acomodando.

Minha mente se aquietou,por míseros segundos e relembrei o que devia fazer: chegar a margem antes da Alexia e da Erza.

Sai em disparada pela saída daquele labirinto me certificando em seguir o caminho azul. Eu sai de buraco e me deparei com algo impossivelmente cronometrado. Ao olhar para as pontes vi Alexia e Erza me olhando suplicante e chorosas enquanto caiam das suas respectivas pontes,Erza chorava e Alexia esperneou até que ambas caíram na água emitindo um chiado,e um cheiro de carne queimada subiu. Senti o gosto da bílis e vomitei pesadamente. Quando não pudi mais vomitar cambaleei para trás tropeçando em meus próprios pés e no chão chorei a perda das minhas amigas.

–Você ganhou. - duende apareceu do nada ao meu lado.

–O que?! Elas morreram! Eu não ganhei nada! A não ser que a dor seja uma prêmio para você!-esbravejei empurrando a culpa para ele,mesmo que soubesse que não era verdade.

–Você ganhou controle- o fitei confusa- ganhou o controle sobre sua parte ruim. Você foi testada e passou no teste.

–Elas morreram...

–Elas morreriam de qualquer jeito nesse teste,mas o bom é que ele não é real.

–Então...

–Adeus,boa sorte e a propósito,me chamo Durfing.-ele sorriu verdadeiramente e tudo ficou preto.

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–AAHH!!-gritei. Olhei onde estava e me vi sendo carregada por Erza.

–Ainda bem que você acordou o bela adormecida!-Alexia estava na minha gente,viva e alegre.

–O que houve?

–Quando chegamos na margem do rio você desmaiou,então achamos um ponte e atravessamos,mas a última tábua dela quebrou assim que passamos o que foi estranho,não mais do que alguém não gostar de bolos de morango. -Erza falou também viva.

Ia falar o quanto estava feliz quando ouvi um grito que reconheci ser da Yukkino e saímos correndo para enfim chegarmos no nosso destino.

'Ela' POV.

–Bom trabalho meu amigo...-fechei os olhos e agradeci novamente a Durfing,não só por cumprir seu papel agora como no passado ter me ajudado no meu amor.


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