E, sem responder, Bella juntou seus lábios com os dele.

Beijando o homem que amava, junto ao filho, Bella percebeu que aquele era o seu lugar no mundo.

O beijou com toda a dor que sentiu e com toda a felicidade que sentia.

Jurando silenciosamente que faria James pagar.

Jurando que, não importasse o que, James iria sentir toda a dor que ela sentiu.

Não demorou muito para se separarem.

Os olhos de Edward faziam tantas perguntas que Bella corou.

–O que... foi isso? –ele perguntou, sorrindo.

–Por que não me contou a verdade, Edward? Eu teria te entendido. Juntos, teríamos encontrado outra forma.

Edward franziu o cenho.

–Como...?

–Sua mãe. Sua mãe me contou tudo. E, apesar de sentir que um peso foi tirado do meu coração por saber a verdade, me entristece não ter a ouvido de você.

Bella olhou para baixo.

Observou Edward se levantar com cuidado para não acordar Lucas e o levou para o quarto do bebê.

Minutos depois ele voltou, se sentou no sofá e encarou a mulher que amava.

–Eu não podia. Alias, nem Esme deveria ter dito. Não enquanto James ainda está por ai, Bella. Não quando ele pode ferir você ou nosso filho.

Bella assentiu, disposta a ouvi-lo.

–Quando ele me ameaçou, eu fiquei perdido. Não sabia o que fazer. Então pensei que estava sendo muito egoísta. Eu não poderia te deixar em perigo apenas porque eu não queria me separar de você. E então, me veio na cabeça, de que talvez, só talvez, você não me amasse tanto quanto eu te amava. Assim, você poderia seguir em frente. Eu não queria que você tivesse opção, se eu terminasse você iria atrás de mim, eu sabia. Porque apesar de tudo, você nunca me deixaria, não comigo estando doente. Sendo assim, minha única opção era... –

–Me fazer pensar que você tinha morrido. –ela concluiu.

Edward balançou a cabeça.

Pela primeira vez, Bella viu que Edward estava angustiado. Conforme ele ia falando, ela via que ele ia relaxando, se soltando.

–Você não deveria ter duvidado do meu amor, sabe. – ela disse – Foi injusto. Depois de tudo, duvidar seria como colocar em pauta tudo o que vivemos. O que dissemos.

Ele segurou as mãos de Bella e a olhou nos olhos.

–Bella, eu nunca duvidei do meu amor por você. Entretanto, encontrar um paraíso em meio ao inferno é um tanto quanto duvidoso. –ele comentou.

O coração dela se aqueceu.

Toda a mágoa que sentiu, todo o sofrimento e todas as lágrimas puderam ser sentidas por que Edward havia salvo a sua vida.

As mãos de Edward estavam levemente geladas e Bella percebeu que aquele homem que batera em sua porta, disposto a arrancar o filho dela e que possuía um coração duro feito pedra, não existia mais.

De fato, nunca existiu.

Toda a muralha que havia na frente de Edward o protegendo, havia desabado.

E ele estava ali, vulnerável, suscetível a qualquer decisão que ela tomasse.

Perceber isso fez com que Bella também abaixasse a guarda.

Seus olhos não se abandonavam, diziam tudo em silêncio.

Ficaram assim por alguns minutos, horas, não sabiam.

Até que algo veio na mente de Edward.

–Agora que já sabe, acredito que não precisamos mais nos casar. Podemos criar Edward Lucas amigavelmente.

Ele perguntou, temendo que Bella ainda se sentisse forçada a se casal com ele.

Porém, ela não havia entendido assim.

Como se tivesse levado um choque, Bella se levantou.

Vários pensamentos cruzaram a sua mente.

Edward não a amava mais? Então o casamento era mesmo apenas para ter Edward Lucas por perto?

Se afastando de Edward, ela sentiu seu coração ser invadido pela dor da rejeição. O olhou por alguns minutos antes de tomar coragem e falar.

–Está certo. Boa noite.

E antes que desabasse, subiu as escadas.

Deixando um Edward confuso e destruído para trás.

Ao chegar sem eu quarto, ela mal conseguiu chegar até a cama.

O soluço veio alto e as lagrimas jorraram de seus olhos.

Edward estava vivo.

Mas não a amava.

Depois de um tempo, Bella adormeceu.