As coisas enfim tem dado certo, alguns dias sem se ver não tem sido motivo de discussões, aguentar Janine tem se tornado cada vez mais algo rotineiro, nada mais que uma etapa no dia a dia de Molly, encontros casuais com Mary e John continua valendo, noites na Baker Street, noites no apartamento de Molly, aos poucos Molly consegue arrastar Sherlock para algum entretenimento o qual ela tenta transformar em um encontro, na medida no possível.

QUARTA-FEIRA 09:43

O tempo passou rápido, quatro meses, pois é o namoro tem dado certo, pelo menos é no que Molly e todos os outros acreditam, menos Lestrade.

Sala dos funcionários do St. Bart’s

–Quando vai aceitar que nos amamos? – Molly pergunta já cansada da mesma conversa.

–Quando ele falar que te ama. – Lestrade responde naturalmente.

–O amor não se expressa em palavras Lestrade, mas em atitudes.

–Quantas vezes ele já te disse que te ama? – ele insiste.

–Não importa. – ela responde segura de si.

–Importa sim. E você sabe que importa.

–Arg! – ela se irrita – Me deixa em paz droga.

–... – ele apenas suspira observando a reação dela.

–Você tem me infernizado desde que começamos esse relacionamento, fica me rondando, me procurando... – ela grita, mas logo se acalma – Você está me sufocando.

–Não vou desistir de você Molly.

–Vai perder seu tempo.

–Eu posso perder muita coisa, mas não vou perder você pra ele.

–Ah – ela não acredita no que está ouvindo – Me perder? Me perder pra ele? Pelo amor de Deus Greg! Primeiro que você nunca me teve.

–Porque você não aceitava uma aproximação.

–Claro que não, eu gostava do Sherlock e ainda gosto dele, você sabe.

–Mas isso não muda o que eu sinto por você.

–Nem o que eu sinto por ele. Lestrade... – ela pensa bem no que vai dizer – Não quero te magoar, não quero te dar ilusão entenda, eu não vejo mais que um amigo em você, um amigo que eu tô perdendo, e isso me deixa muito triste.

Molly resolve sair e deixa-lo sozinho, mas ele a puxa subitamente pelo braço e a beija. Molly se surpreende com a atitude dele, foi tão de repente que ela não teve tempo nem de raciocinar direto a única certeza que tem é que isso não deveria estar acontecendo.

–Para! – ela consegue separar os lábios e segurar os braços dele, mas ele a beija novamente. Logo ela se separa de novo – Não Lestrade, sai – ela tenta empurra-lo, mas ele não permite.

–Sei que você quer Molly. – ele fala ainda sem se afastar.

–Que?! – ela fica confusa.

–Quer não quer?

–Lestr – ela tenta falar, mas ele a beija de novo.

–Sai!! - ela o empurra com toda a força e se afasta de vez – Não devia ter feio isso – ela volta a gritar.

–Eu fiz o que senti – ele responde.

–Não, você fez uma estupidez, uma estupidez.

Ela se direciona a porta e ele a segura pelo braço.

–Não vou desistir Molly, e você sabe.

–Me solta – ela puxa o braço irritada – O que sei é que não quero que se aproxime de mim.

–Mas você conseguiu... – ele fala numa tentativa de chamar atenção.

A porta já estava quase fechada, mas ela abriu e ficou parada na porta.

–Do que tá falando? – ela pergunta inocentemente e mais calma.

–Conseguiu ficar ele.

–E o que tem isso a ver com o resto?

–Ele nunca nem te viu como amiga Molly, já eu vejo mais que isso em você, e mesmo assim você conseguiu conquistar aquele coração de ferro, por que eu não conseguiria conquistar o seu? – ele a olha nos olhos.

–Porque o meu já encontrou o que estava procurando.

Ela sai e fecha a porta.

~pensamentos~

M.H.

–Que droga, droga, droga – Molly pensa enquanto volta para a sala de trabalho – Não acredito que esse beijo aconteceu, não devia, não podia ter acontecido...

M.H.

~pensamentos~

–Ai! – os pensamentos dela são interrompidos quando ela esbarra em algo no caminho – Droga! – ela sussurra.

–Devia prestar mais a atenção Molly querida – Janine me atormenta.

–E você devia ir para o raio que a parta – ela segue no corredor para a sua sala – Como? – ela começa a se perguntar já na sala - Como pude permitir isso?! Arg! Eu sou uma burra, uma idiota, eu devia ter notado as intenções dele! Arg!! – ela não se perdoa – Idiota, idiota, idiota!

–Quem é idiota?

–Ah! – ela solta um gritinho baixo e se vira para olhar quem é – Ai Sherlock, quase me matou de susto.

–Desculpe, não pensei que se assustaria.

–Ah não é que... Nada, esquece, eu só to meio...

–Nervosa?!

–... – ela apenas o olha, o comentário dele deixou-a desnorteada.

~pensamentos~

M.H.

–Não Molly, não está agindo naturalmente, vamos, não deve ser tão difícil atuar – ela diz a si mesma – Ele não deve e não pode saber disso. Não pode.

M.H.

~pensamentos~

–Não é nada é que... Janine, Janine me irrita, não a suporto, é isso. – ela fala tentando ser o mais natural possível.

Ele sorri rapidamente.

–Nunca vai se adaptar não é?!

–Não me adapto a coisas ruins Sherlock - ele sorri novamente - E o que faz por aqui? Algum caso?

–Não – Sherlock responde enquanto a observa – Só vim te ver mesmo.

–Ah! Tá ok! – ela responde, mas ainda meio fora de si com o que aconteceu, tanto que demorou a raciocinar a resposta dele – Espera, disse que veio me ver? – ela pergunta sem acreditar.

–Sim.

–Sério?! – ela abre um sorriso – Que bom – ela se aproxima e o beija levemente – Mais ainda é cedo, porque não quis vir apenas na hora do almoço?

–Tenho que ir a lugar, por isso estou aqui agora.

–Hm... E onde tem que ir?

–A um lugar perto da cidade.

–Perto?! Como assim perto da cidade? Não é em Londres.

–Apenas a alguns quilômetros.

–Com quem?

–John.

–John?!!

–Sim. Nos falamos ontem e ele disse que poderia ir.

–Ah! Tá bom.

–Voltamos amanha pela manhã.

–Que?

–... – ele a olha como se dissesse “Já falamos sobre isso”.

–Tá, tá legal! Veio de mar tchau?

–Pois é. Achei que devia. Ou estou errado?

–Claro que não seu bobo – ela se aproxima e o beija com vontade – A que horas vai?

–Em 20 minutos, vou esperar John no meu flat.

–Mais já?!

–É! – ele responde sorrindo se divertindo com minha expressão de tristeza.

–Dá próxima vez mocinho me avise bem antes ok?

–Ok!

Ela o beija de novo.

–Tchau!

–Tchau.

–Se não for pedir muito me ligue ok.

–Tchau Molly! – ele fala enquanto fecha a porta.

–É! Ele não vai ligar! – ela fala para si mesma convencida e conformada.

Molly volta ao trabalho, mas não consegue tirar o que aconteceu da cabeça, o beijo de Lestrade.

~pensamentos~

M.H.

Ah meu Deus, me ajude, tire isso da minha cabeça, me faça esquecer esse beijo, esse beijo, ai esse beijo, não posso gostar, não posso, a única boca que desejo é a de Sherlock e é ele o dono dos beijos que me fazem vibrar. Sherlock sim Lestrade não!! Não, não e não... Ah Deus tire-o da minha cabeça, por favor, tire-o da minha cabeça. Dois dias, tenho dois dias para esquecer tudo isso, e quando Sherlock voltar eu serei a mesma Molly de antes, aquela que beija e deseja apenas ele.

M.H.

~pensamentos~