QUARTA-FEIRA 05:54AM

–Ai!

Molly ouvi uma exclamação de dor bem ao seu lado após sentir algo encostar em sua mão.

–Ah! – ela se assusta e logo se lembra – ai meu Deus Sherlock – ela faz uma cara de “sinto muito, eu sou uma idiota” – eu, eu – ela tem vontade de rir em vê-lo segurar a cabeça com a mão bem onde ela tinha batido – eu esqueci que você estava aqui, é que eu sempre me espreguiço quando acordo e...

Ele continua com a mão na cabeça e olhando-a com os olhos quase fechados, afinal acaba de acordar e com um “tabefe”, e ele percebe que ela quer rir.

–Eu sou meio espaçosa sabe – ela solta um risinho enquanto se senta na cama puxando o lençol para se cobrir.

–Tudo bem – ele meio que sussurra e ela pode notar que ele está cansado e ainda morrendo de sono – que horas são?

–Provavelmente quase seis, costumo acordar poucos minutos antes, tanto que nem tenho um despertador.

–Que? – ele pergunta surpreso, mas ainda com voz de sono – Boa noite Molly – ele se ajeita nos lençóis e fecha os olhos deixando-a de boca aberta sem acreditar na situação.

–Sherlock! – ela tenta chama-lo – Já é de manha, levanta vai– ela fala com voz doce e chantagista – hm... - ela se aproxima e cheira o pescoço dele fazendo-o ter arrepios – não vai levantar? Em? – ela sussurra e beija o pescoço e o rosto dele.

–Não! – ele responde como uma criança sendo acordada pela mãe – Não quero.

–Tá bom – ela se deu por vencida – Eu fiz o que pude – ela completa e se senta de novo para observa-lo e ver qual será sua reação.

–Ah claro! E pensou que eu ia mesmo querer sair da cama com você se aproveitando de mim? – ele está deitado de lado virado para ela e está no lado direito da cama, ele abre o olho esquerdo para olha-la como se flertasse com ela inocentemente.

Ela cai na risada e ele se diverte e sorri ao vê-la feliz tão cedo.

–Seu bobo – ela fala – Não estou me aproveitando de você. Não posso! – ela fala com voz doce.

–Não?! – ele estranha

–Não!

–E porque não?! Eu não ligo – ele fala naturalmente.

Ela cai na risada de novo e logo o responde.

–Porque – ela começa a se deitar novamente - eu não me aproveito de homens sonolentos que acabaram de acordar – ela fala se aproximando dele por baixo dos lençóis – seria covardia não acha?! – ela fala com a voz mais inocente que consegue ter e começa a toca-lo, acaricia-lo devagar e suavemente fazendo estremecer.

–Molly Hooper – ele fala enquanto ela morde o pescoço dele prazerosamente – você é uma garota vingativa – ele fala quase lhe falhando a voz.

Ele ouve o riso dela abafado e também sorri rápido.

–Então seja um bom menino da próxima vez – ela fala baixinho no ouvido dele – e não se aproveite da minha fraqueza por você para me levar pra cama.

–Tá bom! – ele fala como se não se importasse em parar - Não farei mais isso.

–Promete? – ela pergunta como se levasse a conversa a sério.

–Não! – ele fala naturalmente.

Ela apenas sorri como uma boba apaixonada.

–Eu te amo – ela fala baixinho já sentada de novo e olhando nos olhos dele já totalmente abertos.

Ele continua olhando-a, mas não diz nada, não sabe o que dizer, só não quer engana-la dizendo que também a ama, não é algo justo com ela, então ele apenas a olha.

–Vai levantar agora? – ela pergunta ainda meio bobinha com o homem a sua frente percebendo que ainda não vai ouvir o que tanto quer e espera.

–Não!

–Não tem que trabalhar?

–Lembre-se de algo sempre:

–O que? – ela pergunta curiosa.

–Não saio de casa por nada menor que um sete. E agora vá tomar banho ou vai se atrasar.

–Oh! – ela fala como se ele fosse superior a ela, na brincadeira, claro – Sim senhor – ela forja uma voz só de zoeira – Estou indo senhor, continue descansando senhor, com licença senhor.

–Tem alguém querendo dormir aqui sabia?! – ele fala com voz sonolenta de novo e ela apenas ri e se levanta coberta por um lençol e vai para o banheiro.

Um tempo depois.

–Acorda belo adormecido – ela fala se aproximando dele que ainda está na cama

–Hm... Quem? – ele fala mais sonolento que antes e ela ri por ele não reconhecer a referencia ao conto de fadas.

–Não importa, acorde, já vai dar sete horas e eu vou para o trabalho.

–Já?!

–Já! – ele fala puxando um pouco o lençol e começa a balançar o corpo dele de leve – vamos – ela fala com voz doce e chantagista de novo – levanta vai!

–Daqui a pouco.

–Sheeerloock.

–É sério, daqui a pouco, prometo.

Ela suspira se dando por vencida.

De novo, só pra constar.

–Tá bom, mas eu vou pro trabalho, a chave tá em cima da mesinha na sala, e, por favor, não se esqueça de ir me entregar no hospital ok?

–....

–Sherlock?? – ela balança ele de novo.

–An?? Ah tá, tá, tudo bem, claro.

–Você me ouviu?

–Ãrrã!

–Então o que eu disse?

–Trabalho, acordar, chave, não esquecer... – ele não abre os olhos.

–É, não esqueça tá?! – ela o beija no rosto – tchau - e já na porta do quarto ela completa– E passe bem longe daquela coisinha que se diz recepcionista. Não te quero de conversinha com essazinha.

–Inha, inha, inha... – ele brinca

Ela pega uma almofada de uma poltrona ao lado da porta e joga nele revidando a brincadeira.

–Vingativa Molly, você é vingativa.

–Tchau Sherlock! – ela grita da sala.