Dias Difíceis escrita por Miss Miles


Capítulo 2
Você Não Tem Jeito


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui estou eu de novo
Com mais um capítulo
Prontos para saber o que houve?



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TERÇA 10:06 PM

..........

E em segundos um celular é arremessado em direção à poltrona, e lá ele fica, >Enviar?<.

–Não, porque me preocupar, nunca me importei, porque dar atenção agora?!

M.H.

–Ainda são 10 horas, ah Deus, me dê forças para não correr para o celular, por favor, não quero, não quero me humilhar mais uma vez dando atenção a ele.

Molly tenta, tenta, e tenta, mais a cada minuto parece mais difícil tira-lo de sua cabeça.

–Tantos anos... E... Como? Como ele nunca pôde se quer me tratar bem? Aquele.... Ah! – Molly grita extravasando sua raiva e a dor de um amor não correspondido, impossível, talvez. – Aquele desgraçado, infeliz.... – as lágrimas rolam descontroladas em seu rosto agora deprimido, deixando cada vez mais seus olhos inchados e vermelhos, Molly estava desabando aos poucos.

Baixinho se ouvia uma musica lenta, fazendo Hooper se desmanchar em lágrimas a cada refrão melancólico, sonhar com um Sherlock diferente, sensível, compatível antes era um consolo, mas agora, agora é só uma dor a mais.

Don't you worry, don't you worry, child / See, heaven's got a plan…

O celular toca.

–Alô? – Animada, ainda tem esperanças...

–Ah, é você... eu, eu tô bem.

–Não, é que... Eu pensei que fosse... Deixa pra lá.

–Ah claro, tubo bem, em meia hora eu chego aí, até.

M.H.

Era um amigo de trabalho pedindo que Molly trocasse os dias de plantão com ele sugerindo que ela fosse hoje e não amanha.

E assim as horas passaram, de um lado, no trabalho, uma figura branca, pequena e frágil se desfazendo em lágrimas disfarçadas e cuidadosas, do outro, jogado no sofá da sala, uma figura alta, magra e indecifrável, esperando a madrugada ir embora trancado em seu palácio mental.

A madrugada foi longa, demorada, triste para uns e indiferente para outros. O sol raia e traz a pureza do amanhecer em seu melhor momento, onde o silencio deixa tudo mais lindo e quieto.

QUARTA 6:15 AM

Sherlock acordou meio dolorido apesar do costume de passar noites no sofá, ainda não se acostumara com os efeitos de tal, tinha apenas cochilado, despertou pouco depois do primeiro raiar do sol, olhou a hora, eram 6:17 da manha, levantou e encontrou Ms. Hudson na cozinha ajeitando uma bandeja com chá e biscoitos para o seu café da manha.

–Bom dia Sherlock.

–Bom dia Ms.Hudson.

–Não sei como aguenta passar a noite nesse sofá, se fosse eu não aguentaria nem cinco minutos, mas você é jovem, tem força e...

–Chega Ms.Hudson, não quero ser obrigado a ser grosseiro com a senhora a essa hora da manha.

–Obrigada! Bem, vou deixa-lo com suas ocupações, com licença, e tome todo o seu café da manha rapazinho.

Sherlock se senta na cadeira e começa a comer, procura o jornal para ler, mesmo que seja do dia anterior, e ao olhar ao seu redor, avista seu celular na poltrona e se lembra de Molly, agora a agressiva Molly, rude e fria. Busca o celular, ainda do mesmo jeito >Enviar?<, mas percebe que há três mensagens não lidas, e sem se dar conta acaba salvando a mensagem automaticamente com o destinatário.

SMS1(22:07).: Boa noite caro cliente, aproveite já essa promoção... (mensagem da operadora)

SMS2(22:35).: Oii :) , espero não ter te acordado, só queria que soubesse que não esquecemos de você, espero que esteja bem, estou morrendo de saudades das suas loucuras rsrsrsrs , responda quando puder, bjs! (Mary)

SMS3(22:37).: Nem se atreva a responder a essas mensagens, é apenas uma semana e Molly deve ir te visitar, não seja dramático. (John)

Mais tarde em outro lugar...

Molly acorda ainda cansada, foi dormir as cinco da manha e as oito já estava despertando pra mais um dia, ainda com as marcas do dia anterior estampada em seus olhos, que estavam vermelhos e inchados, mas principalmente dentro de si mesma. Tinha a manha livre já que trocara de plantão, podia fazer o que quisesse como descansar, arrumar o flat, coisinhas pendentes, fazer compras, um passeio, quem sabe... Mas...

Toc-toc.

Sherlock ouve uma batida na porta e vai abrir, esperançoso que seja um caso novo, para sair do tédio, e ao abrir...

–Oi.

–Oi, entra. – Sherlock fala após alguns segundos encarando a face de Molly.

–Já que tenho a manha livre achei melhor vir logo, pra não tomar tempo mais tarde.

–Não devia estar trabalhando?

–Fiz plantão ontem.

~pensamentos~

S.H.

Ah então foi para o trabalho que ela foi antes, mas, se ela tinha plantão como ela conseguiu vir aqui, será que ela estava preocupada, harrá, eu sabia, ela ainda gosta de mim. E esses olhos? Vermelhos e inchados, parece que alguém passou um bom tempo chorando.

S.H.

~pensamentos~

Plantão? Mas esteve aqui ontem...

Eu sei, é que eu estava em casa e um amigo ligou pra mim e pediu que eu trocasse com ele então, ah, porque eu to explicando isso pra você?! Conseguiu dormir?

Realmente te interessa?

Não!

Ok, mas, seus olhos estão..

Vermelhos e inchados?! É eu sei!

Por quê?

Músicas tristes me trazem lembranças ruins.

Sherlock ficou irritado com a “desfeita” algo no comportamento de Molly o desagrava, só não havia chegado a uma conclusão do que era esse algo.

Ah! Bom, já veio e já me viu, pode ir embora agora, não quero que me aguente mais que o necessário, bye.

Sem gracinha, por favor, John falou com você?

Considerando que ele pediu que eu não o incomodasse, sim, ele falou.

Molly se segura para não extravasar as diferentes sensações que esta sentindo agora, raiva, tristeza, solidão, carência, mágoa, amor...

Já era tempo!

Até que horas vai ficar aqui?

Molly sem se deixar demonstrar ficou um pouco mexida com a pergunta, até porque ela foi praticamente expulsa, em outras palavras.

–Te incomoda tanto assim a minha presença? – perguntou com a esperança de a resposta ser diferente.

–Só quero te poupar da minha presença e das minhas palavras que tanto incomodam as pessoas, não é mesmo?!

Molly por um lado ficou irritada com o tom de voz sínico usado por ele, mas por outro sentiu seu coração amolecer por pena da verdade existente naquelas palavras, ela conhece Sherlock, sabe como ele é, como é seu jeito de agir e de tratar as pessoas, apesar de por fora ele parecer um troglodita grosseiro e mal educado, o que ela não nega, ela conhece aquele homem por dentro e sabe que tudo é apenas uma autodefesa, defesa previa do que possam fazer ou dizer contra ele, ou pelo menos essa é a melhor justificativa que ela formulou para defendê-lo.

Depois de alguns segundos encarando o nada , como se estivesse sido tomada por um devaneio, volta a si, sem nenhuma resposta.

–Molly?

–Ah, o que? Desculpa o que disse??

–Quando vai embora?

–Ah! – Molly parece desaponta, é, ela deixa transparecer.

–Então?

–Bom, acho que...

Ms.Hudson entra com uma bandeja de biscoitos e suco. Sherlock demonstra sua irritação, não tão forte, mais ainda assim mostra seu incomodo, Molly fica curiosa ao ver a bandeja, nem um dos dois havia pedido e ambos já haviam tomado café da manha.

–Olá crianças!

Molly abre um sorriso um pouco sem entender bem o que estava acontecendo.

–Crianças?! Arhg... – Sherlock realmente se incomoda.

–Olá Ms.Hudson, como está?

–Bem querida, obrigada! Trouxe esses aperitivos pra vocês, pensei que...

–Pensou errado Ms.Hudson – Sherlock grita irritado.

–Sherlock!! – Molly chama sua atenção – Você não tem jeito não é, desculpe Ms.Hudson nós dá ênfase na palavra encarando Sherlock nesse momento – agradecemos a sua preocupação, mas já estou de saída, obrigada.

–Até que enfim.

–Oh Sherlock!! – novamente é chamado a atenção, dessa vez por Ms.Hudson – Até logo querida.

–Até, com licença.

Molly sai meio constrangida e vai para o trabalho, quer ocupar sua mente, precisa disso.

–Sherlock porque está tratando-a assim? Não seja grosseiro.

–Ela mesma não disse que sou sempre grosseiro com ela? Não estou agindo diferente então.

–Sherlock!! Eu não lhe vi trata-la dessa maneira antes, e sempre que da um passo errado se desculpa, o que houve com você?

Sherlock se senta e fica por alguns minutos com a cabeça erguida apoiada no sofá, olhando para o teto, depois olha novamente para Ms.Hudson.

–Acha que fui rude de mais?

–Pergunte isso a si mesmo, com licença.

Ms.Husdon sai e puxa a porta, que lentamente se fecha, assim como os olhos de Sherlock, que volta com a cabeça para a posição anterior.


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Notas finais do capítulo

Agora é esperar pela resposta de Sherlock,
Mais será que ela realmente o convenceu a fazer-se essa pergunta?
Até o próximo capitulo!
Obrigada a quem leu :)



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