Como roubar teu beijo escrita por maguilasan


Capítulo 4
Curandeiro


Notas iniciais do capítulo

Nossa esse ficou em um tamanho bom! espero que gostem e comentem, chega de leitores fantasmas! u.u



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A jovem herdeira dos Hellsing, neste momento, amaldiçoava-se por ter sido tão infantil e irresponsável há duas noites atrás. Engraçado como na hora pareceu muito sensato andar pela fria Londres em uma noite de chuva torrencial. Mas o que ela poderia fazer? Aceitar as insolências de um nobre qualquer? Claro que não! Preferia tomar chuva e voltar a pé para a mansão do que agüentar aquele maldito ruivo por mais uma piadinha infame. Maldita Rainha que se acha casamenteira. Insultou a Rainha mentalmente de tão fora de si que estava. Realmente, estava tão irritada que seria capaz de jogar o moleque da janela do próprio carro, aquele maldito carro esporte amarelo gema de ovo. Suspirou com dificuldade. Sua andança pela cidade chuvosa lhe rendeu uma forte pneumonia.

O médico da família veio visitá-la, só para concluir que a moça deveria ir ao hospital para fazer exames clínicos, auscultação dos pulmões e radiografias de tórax. Resumindo e traduzindo para a língua da Hellsing: um dia de trabalho perdido. Teria de ficar de molho por uns dias, sem forçar seu físico, tomar alguns medicamentos e em três ou quatro dias estaria melhor. Fingiu escutar as recomendações do médico mentalizando o quanto a chatice dele a fazia perder mais tempo, mas fez careta ao escutar algo como “Não fume e não beba exageradamente”, boa sorte ao pobre infeliz que tentar tirar-lhe os cubanos e suas doses diárias de whisky. Iludida Hellsing, seu enfermeiro, antes conhecido como Shinigami, é muito empenhado no trabalho, consegue tudo, para sua sorte ou desespero.

Integra não queria respeitar seu primeiro dia de tratamento, andava para cima e para baixo com uma regata branca, calça moletom fina de mais para sua situação atual e para completar o horror de Walter, descalça. Como uma criança deveras mimada ela ignorou todas as repreensões do mordomo e como toda criança mimada aprendeu, da pior maneira possível, a escutar os mais velhos. No fim do segundo dia e tratamento mal feito rendeu-se a uma febre terrível, acabando presa à cama.

O mordomo bateu na porta de quarto entrando em seguida com uma bandeja de prata sob um jogo de chá com um bule que emanava uma cheirosa e dançante fumaça branca.

“Li que chá verde reduz o risco de pneumonia em mulheres” o senhor colocou delicadamente a bandeja sobre uma mesa de cabeceira.

Integra ignorou o comentário, será que todos que vivem nessa mansão têm o dom do sarcasmo e do cinismo?

“Sei que a doença lhe tira o apetite, mas precisa comer para que o antibiótico faça efeito.” Walter disse desapontado ao ver o almoço intocado em outra mesa.

A mulher ignorou novamente, desta vez se encolhendo sob as cobertas pesadas, escondendo parcialmente o rosto corado pela febre. Walter suspirou e sorriu com a cena infantil.

“No fim não passa de uma criança” Ele comentou gentil ao sentar-se na cama de frente para a mulher que o recebeu com uma carranca pelo comentário.

Walter tirou a luva direita para medir-lhe a febre. Suspirou preocupado.

“Tome os remédios e tente dormir, a febre está passando”

“Lord Damon respondeu às solicitações que pedi?” a moça tentou mudar de assunto.

“Não se preocupe com isso, senhorita, sou capaz de resolver os assuntos da organização em sua temporária ausência” ele adotou uma postura fria ao se levantar.

“Eu que sou responsável pela organização, eu que deveria...”

“A senhora é responsável por estar indisposta por maior tempo, se seguisse as orientações do médico estaria saudável novamente em menos tempo” Ele a interrompeu saindo do aposento deixando uma Integra furiosa para trás.

Como ele se atrevia a dar-lhe ordens? Ela era a senhora daquela casa, a palavra dela é a última. Suspirou. Seu ponto fraco só pode ser o longo tempo de convivência, passou a maior parte de sua vida próxima a apenas dois: Alucard, seu cãozinho de guarda e a Walter, seu tutor e mordomo. Ambos desafiavam sua autoridade, o vampiro principalmente. Estremeceu sob as cobertas, pelo visto sua febre aumentara. Encolheu-se para tentar dormir.

Na noite seguinte estava muito pior. A tosse parecia não ter fim, beirava os 40ºC na maior parte do dia, as doses de medicamento foram dobradas sem muito resultado, o frio passou para um nível tão intenso que seu corpo parecia comprimido pelas cobertas em sua cama. Mexer-se se tornou um tarefa difícil. Não conseguia dormir, hora por culpa da tosse, hora pela dor, hora pelo frio, Walter se viu obrigado a dar-lhe uma dose cavalar da medicação, pelo menos teve bom efeito, a moça dormiu a tarde toda para só acordar de madrugada tremendo de frio.

“Quer que eu chame o Walter?”

Ela virou o rosto para encarar a figura vampírica na poltrona próxima a sua cama.

“Está aqui há quanto tempo?”

Ele levantou os ombros com duvida.

“Quer que chame o mordomo?” voltou a perguntar se levantando.

“Não, ela já está preocupado de mais”

“Todos nós estamos” ele se aproximou da cama.

A moça levantou o tronco para encará-lo e levantar uma sobrancelha.

“Nós?”

“Sim, minha senhora” Ele fez uma reverência for de hora.

“Pelo visto não duro até o final da semana” Ela fez careta.

“Ora, não faça drama” Ele caçoou.

“Não é drama” Ela levantou a voz claramente ofendida “Nenhum desses remédios parece fazer efeito”

“Os remédios dessa era são diferentes em demasia em relação aos da minha”

“Não existia medicina na sua época” Ela retrucou como uma ofensa.

“Mas é claro que havia!” Ele sorriu “Ouso falar que era até melhor do que as da sua”

Ela levantou a sobrancelha outra vez dando uma risada curta, mas sendo interrompida por um ataque de tosse que durou alguns segundos.

“Você ousa de mais, Alucard”

Foi a vez dele de rir.

“Sim” houve alguns segundos de silêncio “Mas é verdade, uma mulher que vivia em meu antigo castelo tinha uma receita infalível” Ele riu malicioso com a lembrança “E para a sorte de minha mestra, eu tenho conhecimento deste tratamento”

“Estou doente Alucard, não me alugue”

“Mas verdade” ele riu divertido e ela deu de ombros “Pode não acreditar em mim, mas o que tens a perder? Se funcionar sairá da cama mais cedo”

Ela parou um minuto para pensar, de fato, não tinha nada a perder.

“Não é nenhuma espécie de bruxaria de vampiro, é?” Cruzou os braços abafando a nova crise de tosse.

“Claro que não” Ele sorriu, vitorioso, em resposta.

“Como sabe que funcionava?”

“Bem, quando ela o fazia o saldado ficava...” Ele deu uma pausa para medir suas palavras “bem disposto, pouco tempo depois”

Ela mordeu o lábio superior.

“Então...” Ela esperou que ele dissesse algo.

Ele chegou mais perto.

“Só feche os olhos”

Integra o fez. Menos de um segundo depois ele já havia tomado-lhe os lábios mais quentes que o de costume. Um beijo que se mostrou doce e calmo, sem resistência da parte da mulher. Durou menos do que ambos desejavam. O vampiro afastou seu rosto devagar enquanto ela abria os olhos. Ele ia se afastar definitivamente, mas ela o impediu puxando-lhe para mais perto.

“Se eu não melhorar você vai descansar no fundo do Tâmisa” A mulher disse-lhe ao pé do ouvido.

O homem sorriu abertamente, mostrando as presas, como de costume.

“Como desejar”


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Notas finais do capítulo

e ai? bom? ruim? comentário?



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