Harry espiou o duelo acirrado que acontecia. Voldemort contra Dumbledore. Aquilo era algo realmente incrível de se ver.

Um feitiço quase acertou sua cabeça, e Hermione o puxou de volta para detrás da poltrona.

– Harry, faça o favor de ficar quieto! – a garota rosnou, se levantando e jogando um feitiço. Depois voltou ao esconderijo novamente. – Você está sem varinha.

– Oh, sério? Nem havia notado. – Harry murmurou, tentando olhar o que acontecia novamente, mas Rony o beliscou.

Quando Lord Voldemort chegara, Harry pensou que iria morrer. Estava sem varinha, e por mais que Hermione e Rony fossem bons lutadores, não eram páreos para o Lord das Trevas – na verdade eram, mas o medo os impedia. Foi quando Dumbledore apareceu com toda a Ordem da Fênix e a luta começou (Harry ficou se perguntando como diabos o velho diretor sempre aparecia com um exército na hora certa).

Agora estava lá, escondido porque a sua varinha ainda estava com Neville, que lutava ferozmente. Harry quase sentiu orgulho de ver o amigo lutando tão bem, mas logo se lembrou que aquele não era o Neville. Na verdade era o Neville, mas ao mesmo tempo não era...ah, aquilo estava o deixando com dor de cabeça.

– Qual o plano? – Rony gritou, se desviando de um feitiço.

– Não sei, temos que seguir as ordens de Dumbledore. – Hermione respondeu. – Mas, como pode ver, ele está muito ocupado no momento.

Os dois magos continuavam a luta, e ela não aparentava que acabaria tão cedo. Harry bufou, se ao menos pudesse lutar com Voldemort, suas varinhas eram gêmeas, logo o duelo seria mais fácil...

Olhou para Neville novamente, que agora estava mais perto da poltrona. O Comensal olhou para Harry, e seus olhos se encontraram.

Então Harry ouviu. Uma voz. A voz de uma cobra. Não conseguia entender o que ela dizia. Era exatamente o que ouvia quando chegava perto de uma horcrux.

– Neville é uma horcrux! – Harry sussurrou com urgência. Rony e Hermione olharam para ele de olhos arregalados.

– O que?! Você tem certeza? – Hermione perguntou. Estava estranhamente pálida.

– Absoluta! Vocês trouxeram algum dente de basilisco? – Harry estendeu a mão, olhando para trás.

Hermione pegou sua bolsinha, enfiou a mão lá dentro e tirou um dente de basilisco. Rony sufocou uma risada.

– O que você vai fazer? – a garota perguntou entregando o dente ao amigo.

– Bem, se eu conseguir perfurar o Neville com o dente, vocês sambem, ele não morrerá, e de quebra iremos nós livrar de uma horcrux. – Harry respirou fundo. – Eu pego minha varinha, e distraio Voldemort. Vocês lançam um feitiço de desilusão em mim, e corremos para fora. Então aparatamos.

– Sabe que esse plano tem tantos furos que provavelmente não vai dar certo? – Hermione suspirou chorosa.

– Ora, mas os nossos melhores planos são assim. – Rony deu de ombros. – Boa sorte. Tente não morrer no caminho, não viemos até aqui à toa.

Harry contou até três e saiu detrás da poltrona. Correu entre alguns duelos que aconteciam e desviou de alguns feitiços. Empurrou um Comensal em cima de outro que queria o atingir e conseguiu se esgueirar para perto de Neville sem ele perceber.

Avançou para cima de Neville, que estava de costas para ele. Puxou sua varinha do cinto do garoto e espetou o dente de basilisco no coração dele.

O grito de Neville só não foi mais arrepiante do que o de Voldemort, que olhava para Harry com fúria.

– Estupefaça! – Harry lançou o primeiro feitiço que lembrou em Voldemort e largou o corpo sem vida de Neville no chão.

Voldemort desviou o feitiço, mas Dumbledore lançou outro, ao mesmo tempo em que Harry também investiu contra o Lord, que por causa da recente morte de uma de suas horcruxes estava confuso. Acabou sendo atingido por um Expelliarmus.

Sentiu algo em sua cabeça, como se tivessem quebrado um ovo em cima dele. Olhou para o lado e não viu ninguém, mas sabia que era Hermione, também invisível, lançando o feitiço de desilusão nele.

Uma mão agarrou seu pulso e o puxou para correr, enquanto feitiços de diversas cores voavam ao redor dele. Logo conseguiram sair pelas portas da mansão. Sentiu um puxão no umbigo, e segundos depois seus pés bateram no chão do escritório de Dumbledore.