Harry Potter suspirou aliviado quando, finalmente, sua mala foi organizada e fechada. Com apenas dezenove anos ele já era chefe da sessão de Aurores e era convocado para missões em todo mundo quase diariamente. Voldemort poderia ter sido o maior bruxo das trevas de todos os tempos, mas não era o único. Outros países estavam sofrendo com homens e mulheres que resolveram tentar conseguir o mesmo sucesso que Voldemort teve.

Por isso Harry estava sempre viajando para todos os quatro cantos do mundo. Todos achavam que se ele conseguira derrotar um bruxo das trevas, conseguiria derrotar outro. E mais outro, e mais outro, e mais outro...

Porém logo isso terminaria. Em quatro meses ele se casaria com Gina Weasley, e Harry estava ansioso. Poderia, enfim, construir sua tão sonhada família.

- Harry? - A cabeça ruiva de Rony apareceu no batente da porta. Ele já estava com seu uniforme de auror. - Já está pronto?

- Vocês vão se atrasar! - Hermione disse entrarando no quarto e abrindo o armário de Harry, conferindo se tudo que era necessário realmente estava dentro da mala. - Harry, você pegou sua escova de dentes?

- Peguei Mione. - ele falou rindo baixo. Ela agia como se fosse sua mãe.

- E Ron, você pegou as cuecas novas, certo? - ela perguntou enquanto abria uma gaveta. - As suas estão muito velhas, e não sei porque você ainda insiste em esquecer das que eu comprei.

- Hermione! - Rony gritou olhando de canto para Harry envergonhado, suas orelhas vermelhas.

Ela foi até o namorado e depositou um leve beijo em seus lábios. Harry desviou o olhar constrangido, odiava quando eles trocavam carícias na sua frente.

- Vamos? - Rony perguntou.

Harry guardou a varinha no bolso e pegou sua mala. Mas quando estava prestes a sair, uma fumaça cinza começou a se formar dentro do quarto. Ele deu dois passos para trás, entrando novamente no local.

- RONY, HERMIONE! - ele gritou desesperado, enquanto a fumaça o cercava. O ar começava a ficar pesado.

- HARRY! - a voz de Hermione gritou, mas Harry não estava prestando atenção. Ele sentia uma dor imensa, e acabou caindo de joelhos. Ainda segurava a mala com força, era a única coisa que ele tinha certeza de que era sólida.

A fumaça cobriu sua visão. Ficou cada vez mais difícil de se respirar. Harry sentiu uma dor familiar na testa, mas isso era o que menos importava.

Depois de segundos que para Harry pareceram anos, ele sentiu que estava deitado no chão frio. Vozes eram ouvidas.

- Eu pensei que outro Dumbledore viesse...

- Uma criança? Francamente!

- Ele é vidente? Até trouxe uma mala...

- James, ele se parece tanto com você...

- Poderia ser seu irmão, Pontas...

- Quietos, ele ainda pode ouvir.

Dumbledore, James, Pontas... aqueles nomes eram conhecidos, muito conhecidos. Mas Harry estava muito cansado, queria dormir. Foi com imensa felicidade que ele se viu perdendo a consciência e caindo no sono.