Octachel - O Impossível Acontece escrita por Ahelin, Miss Jackson


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Certamente dessa vez seria a Larissa quem estaria postando, mas aqui estou novamente, a Lally, postando pela Larissa, porque ela não consegue postar pelo celular. Então... "Perdoem-me pelo suspense final, não, na verdade MUHAHAHAHA Estou brincando; Adoro vocês, pessoal". xx
—Lally



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482111/chapter/11

Quando a gente tem cinco anos, nunca pensa em sentir falta de tomar banho. Mas quando se tem dezenove, não se toma banho há sabe-se lá quantos dias e está fedendo a chulé, é um caso bem diferente. Talvez eu me encaixe melhor na segunda descrição.
Quando cheguei em casa e entrei no chuveiro, meu cérebro comemorava a cada gota de água quente.
Depois a cama. Macia como uma nuvem, principalmente quando eu estava acostumado a dormir com a cabeça em uma pedra. Era como se eu fosse afundar até o chão deitando nele.
De manhã, vesti um jeans de meu padrasto que incrivelmente me servia, e uma camisa verde também dele.
Tinha apenas uma vaga lembrança do dia anterior: eles abriram uma garrafa de champanhe e jogaram cartas comigo. Eu limpei a mesa duas vezes e acho que acabei com o dinheiro deles.
E a comida? Santo Febo, eu não fazia ideia da falta que sentira da comida da minha mãe, até prová-la de novo.
Acabei indo para o hospital com a minha mãe. Meu padrasto ia trabalhar, então eu basicamente não ia ficar sozinho em casa.
Chegando lá, vi a pessoa que mais esperava ver no mundo, mas a que menos esperava encontrar naquele hospital: Rachel Elizabeth Dare. Meu pesadelo ruivo.
– Olá, ruiva. - Parei na frente dela e sorri, mas minha vontade era abraçá-la com força.
Rachel me olhou por dois segundos antes de me reconhecer.
– Octavian? - Arregalou os olhos, se levantando. - O que um banho não faz por uma pessoa?
Ignorei a pergunta dela.
– O que faz aqui?
– Te procuro, naturalmente. - Ela bufou.
– Oh, certo. Agora já me achou. - Então me dei conta de que estávamos parados em frente a um hospital e sendo observados por todos na rua, além da minha mãe. - Mãe, esta aqui é Rachel. - Apresentei.
– Ela parece com fome. - A dona Marine constatou. - Gostaria de passar lá em casa, querida? Oh, Octavian, não seja grosso e acompanhe esta jovem até a nossa casa. Talvez as roupas da Amanda sirvam. - Completou, falando da minha irmã mortal.
Eu sabia o que ela estava fazendo e, acredite, eu estava gostando daquilo.
– Ok. - Disse, pegando o braço de Rachel. - Vamos?
– Comportem-se. - Minha mãe piscou.
Guiei Rachel pelas ruas da cidade até meu apartamento, em silêncio.
Eu queria perguntar por que ela tinha me procurado. Eu queria perguntar por que ela queria me ajudar. Mas acima de tudo eu queria perguntar como ela conseguia me aturar, uma vez que só a minha mãe fazia isso.
Quando chegamos, tomei o cuidado de abrir a porta para ela e olhar feio para o porteiro antes que ele se referisse ao estado dela.
Já na sala, falei: - Fique à vontade. O banheiro é no fim do corredor, à esquerda e tem toalhas no armário. As roupas da minha irmã com certeza servem em você. Ela também é baixinha.
Rachel apenas riu.
– Você não disse que tinha família.
– Você não perguntou. - Sorri. - Bom, vou procurar algo para você comer. Mais uma vez, fique à vontade.
Ela saiu com cara de "o que aconteceu com essa criatura?" e eu fui para a cozinha.
Havia alguns biscoitos em cima da mesa, mas isso não servia para um desjejum. Peguei umas coisas na geladeira para ver se conseguia um café-da-manhã decente.
Uns dez minutos depois, enquanto eu arrumava tudo na mesa, ela entrou. Usava uma saia leve e uma blusa branca simples.
– Não tinha muita coisa no guarda-roupa... - Explicou.
– Não, não. - Sorri de novo, tentando ao máximo não ficar boquiaberto. Para bom uso da repetição de frases, "O que um banho não faz por uma pessoa?".
Sentamos na mesa enquanto ela passava geleia num pedaço de pão e comia vagarosamente. Eu não sabia se falava alguma coisa ou não.
– Bom... - disse, por fim. - você ainda não me disse por que veio me procurar.
– Pra ser sincera, Octavian... - Contou ela depois de terminar de comer, me encarando. - Eu não sei. Ainda não pensei em um bom motivo para correr atrás de um garoto arrogante como você.
– Talvez porque você me ama? - Brinquei, e ela revirou os olhos. - Ok, desculpe por ter feito aquilo. Ainda mais depois de tudo o que você fez por mim. Fui um verdadeiro idiota. - Fiz uma pequena pausa. - Por isso, acho que tenho que te compensar de alguma forma.
– Que coisa? - perguntou Rachel, podia sentir a curiosidade em sua voz. Parei para pensar na minha ousadia. Até o Papa perceberia o que eu estava pensando em fazer, mas a Rachel estava sendo tão... Ingênua. E ela abrigava o espírito de Delfos dentro de si. Se eu fizesse aquilo Apolo/Febo me faria virar torradinha ou algo assim. Eu não queria ser castigado, ou então a Rachel ficaria com raiva de mim. Com certeza ela não sentia o mesmo que eu. - Octavian?
– Eu... - Sim, eu queria beijá-la. - Desculpe. - Murmurei antes de me inclinar para frente e roçar meus lábios nos dela, dando-lhe a oportunidade de ela se afastar, MAS ELA NÃO SE AFASTOU. (N/A: PODE ISSO, PERCIVAL? CLARO QUE PODE!!!)
Ao invés de se afastar ela se aproximou mais ainda, passou um braço pela minha nuca, nos aproximando mais. Meu coração estava a mil e eu não sabia pensar em outra coisa que não fosse "Rachel Elizabeth Dare está me beijando nesse exato momento, oh meus deuses" repetidas vezes. Foi legal e apaixonante. Acho que, para um primeiro beijo, foi mais do que o que eu esperava. Acaricei os cabelos dela enquanto aproveitava o momento. Seus lábios eram macios e quentes, e tinham gosto de morango, tal como a geleia que ela passara em seu pão. Não quis perder nem um único segundo, sabia que não iria ficar ali para sempre.
– Octavian... - sussurrou ela quando fomos obrigados a nos separar, ela permanecia de olhos fechados e expressão serena.
– Sim?
– O espírito... De... Delfos... - Ela falou pausadamente, depois disso desabou no chão, desacordada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!