Amor de Maroto escrita por Helena Prett


Capítulo 9
Natal e Ano Novo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei demais pra postar e eu peço mil desculpas por isso, mas eu estou me emprenhando mais na escola, ai fica difícil estudar e escrever.

Eu juro que me empenhei ao máximo nesse capítulo fazendo algumas pesquisas de presentes e tudo mais pra deixar a história mais completa. E nesse negócio de deixar a fic mais completa, eu fiz um blog pra ilustrar a Amor de Maroto, que até agora tem fotos dos presentes de Natal que as meninas ganharam e eu desenhei os vestidos delas para o Baile de Inverno. Eu coloco os links para os posts nas notas finais, pois se eu colocar aqui vai estragar a surpresa hehehe

Bem, como sempre, boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/481874/chapter/9

Capítulo 9 - Natal e Ano Novo

Anna olhou para ela, atônita. Ela ficara confusa, porém não estava brava. Lily parecia surpresa.

–Desculpa Anna, eu sei que vocês meio que tem um… acordo agora, mas antes vocês não tinham nada na época e agora Sirius é meu melhor amigo e eu estava muito chateada no momento. Eu não pensei direito antes de beijá-lo. Eu sei que eu não deveria ter, eu sei que eu errei…

–Eu não estou brava com você, só chateada por você não ter me contado antes. E não é como se ele me pertencesse pra não poder beijar qualquer pessoa sem ser eu, no nosso acordo a gente tem um relacionamento aberto e sem sentimentos.

–Embora essa parte dos sentimentos não esteja funcionando muito bem para você… - Lily comentou.

–Eu não disse que funcionava, só disse que era parte do acordo - a morena falou para Lily, voltando-se para Carol. - Não tem problema, sério. Mas eu só queria saber por que você demorou tanto pra contar pra gente, considerando que você nunca falou disso e nós nos conhecemos há muito tempo.

Carol ficou sem graça em dizer o motivo. Não que ele fosse um grande segredo, mas isso a incomodava demais. Ao ver a reação da amiga, Anna começou a entender.

–Espera. O seu primeiro beijo então não foi com o Remo - concluiu, se lembrando só Jogo da Verdade que jogaram mais cedo naquele mesmo dia.

–Você estava com vergonha de nos dizer isso? Sinceramente? - Lily perguntou - Carol, nós somos suas amigas pra qualquer situação. Qualquer uma– reforçou. - Você não precisa ter vergonha de coisas que você já fez. O que aconteceu, passou. Não importa mais. Não vamos te julgar por isso - reconfortou a amiga.

Carol se sentiu melhor ao ouvir aquilo. Realmente, ela não falou aquilo antes porque estava receosa em relação à opinião das amigas. Quando Lily terminou de falar, as duas sorriram uma pra outra. Apenas Anna estava com uma cara meio pensativa, como se estivesse decidindo se ia ou não falar algo. A morena então tomou coragem e levantou a cabeça, olhando diretamente para Lily. Ela parecia firme, mas por dentro estava insegura e se remoendo de medo.

–Eu já fiquei com Tiago.

—-

–Elas sempre fazem isso. Não sei porque você ainda se irrita quando elas nos abandonam - Tiago disse para Sirius, tentando acalmá-lo. - Ficar andando de um lado para o outro não vai trazê-las de volta, Almofadinhas.

–Pontas tem razão - Remo disse, se deitando no sofá. - Elas querem conversar, qual é o problema nisso? - perguntou, sem entender a revolta do amigo.

–O problema, meu caro Aluado, é que eu só tenho agora e amanhã para decidir o que dar para Anna de Natal, porque amanhã é véspera de Natal, caso não tenha notado. Isso me dá um sério problema, porque eu sei que vocês já têm presentes para a Carol e para a Lily… Quer dizer, eu já tenho presente para todos, menos para Anna, e ela é a pessoa mais complicada pra isso. Por isso, eu precisava passar mais tempo com ela, para tentar descobrir algo que ela goste.

–Você realmente acha que ela vai se importar muito para o que você der pra ela? - Remo perguntou.

–Depende. O que vocês vão dar para as meninas? - Sirius perguntou, se referindo às namoradas dos amigos.

–Uma pulseira - Tiago respondeu, tirando uma caixinha de seu bolso. - Eu ainda tenho que achar uma fita para fazer um laço. E depois achar alguém para fazer o laço pra mim - ao dizer isso, os marotos riram.

–Eu vou dar um colar para a Carol - Remo falou. - Não sei se ela vai gostar, porque é bem simples, mas acho que vale a intenção. Eu sei que nem fizemos um mês de namoro, mas do dia 24 de dezembro ao 6 de janeiro, que diferença faz? São só 13 dias antes - ele justificou. - O que você tem em mente, Almofadinhas?

Sirius parou para refletir. Não tinha nada em mente. Absolutamente nada. O máximo que tinha pensado até agora era colher algumas flores do jardim da casa e dar para ela, mas não admitiu isso, pois sabia que Remo ia debochar dele. Quando respondeu que não tinha nada em mente o amigo suspirou, olhando para Tiago. Este, apenas deu de ombros. Já sabia que Sirius sempre resolvia as coisas de última hora, não adiantava tentar mudá-lo.

–Você, pelo menos, sabe do que uma menina gosta? - Remo perguntou, indignado.

–Está me subestimando, Aluado? - ele o desafiou. - Eu conheço todos os acessórios que uma menina gosta, acredite. Acabei aprendendo sobre eles com as que eu ficava. Pulseiras, anéis, colares, brincos, braceletes, elásticos de cabelo, piercings, sapatos, tiaras, broches, bolsas, esmaltes… - ele citou, tentando se lembrar de mais nomes.

–Vamos - Tiago disse, se levantando.

–Aonde? - Sirius perguntou, sem entender.

–Comprar um presente decente para Anna. A não ser que você prefira colher flores do jardim - Sirius ia perguntar de onde ele tinha tirado essa última ideia, mas Tiago falou antes. - Não precisa negar. Eu sei que você teve essa ideia. Só vou avisar as meninas que vamos sair e já voltamos - com isso, ele subiu as escadas, deixando os amigos à sua espera.

Quando estava na porta do quarto, pôde perceber que elas estavam conversando, mas a porta abafava o som, impedindo com que ele entendesse a conversa. Depois de bater na porta, abriu-a, colocando a cabeça para dentro do cômodo.

–Eu só queria avi… - começou a falar, mas parou, ao ver as expressões faciais das três. - O que aconteceu? - as três estavam sem reação. Não pelo fato de ele ter entrado no quarto, e sim por outro motivo desconhecido pelo maroto.

–Nada - Carol se adiantou. - Não aconteceu nada - repetiu. - O que você queria nos falar?

–Só queria avisar para vocês que vamos sair e já voltamos - respondeu, ainda achando estranha a situação. -Bem, eu já vou indo - com isso, inclinou-se até Lily, que estava ao lado da porta, sentada no chão, e lhe deu um beijo, que a menina não correspondeu direito. Com isso ele saiu do quarto, voltando para a sala.

–Vocês viram as chaves? - Tiago perguntou, olhando para os dois amigos.

–Chaves de quê? Você não usa chaves, Pontas - Sirius o lembrou, abrindo a porta.

Sirius e Remo acharam a pergunta do amigo um tanto estranha, mas mesmo assim saíram, indo a procura de algo para Sirius presentear Anna.

—-

Lily e Carol não tiveram tempo de pensar no assunto, pois assim que Anna falou, alguém entrou no quarto. E, ironicamente, esse alguém era Tiago.

–Eu só queria avi… O que aconteceu? - ele perguntou, olhando para as três. Lily estava sentada no chão, ao lado da porta, e as amigas estavam sentadas na sua frente, formando um triângulo defeituoso.

Carol foi a única que conseguiu falar, respondendo à pergunta dele e fazendo-o continuar a fala. Os meninos iam sair, mas ele não especificou para onde. Nenhuma delas perguntou, apenas assentiram com a cabeça, esperando para que ele saísse do cômodo.

Antes de deixá-las, o maroto de inclinou, beijando Lily, que não conseguiu corresponder direito. Ainda não tinha processado a fala de Anna, ainda não tinha se recuperado do choque.

–Ok, ele já foi - Carol disse, ao ouvir os passos dele se distanciando no corredor. - Mais alguma coisa que alguém nesse quarto precisa falar que aconteceu no passado? - ela perguntou, sem ter resposta. - Muito bem. Agora eu quero saber o que realmente aconteceu Anna. O acontecimento narrado, porque o fato nós já sabemos.

–Lil… - Anna chamou a amiga. A morena não queria ter falado, mas tinha que ser sincera com elas. - Eu…

–Não tem problema - respondeu. - Só conta o que aconteceu - pediu, com uma voz um tanto estranha.

Os olhos de Lily estavam cheios d’água, mas ela continha as lágrimas. Não deveria estar assim, sabia que não. Isso fora há muito tempo atrás, não deveria se preocupar com isso. Ela nunca ligara quando meninas falavam que já tinham ficado com seu atual namorado. Mas, poxa, era a Anna. Anna, sua amiga. E esta nunca se dera o trabalho de contar sobre esse acontecimento.

–Nós sempre nos conhecemos, desde nosso primeiro ano em Hogwarts - Anna começou a falar, olhando para o chão. Não ousava olhar para as amigas. - Foi um tempo depois de eu ficar com Sirius pela primeira vez, no quarto ano. Talvez uns 3 ou 4 meses depois - conforme ia contando, ia se lembrando cada vez mais do que tinha acontecido.

—————(flashback on)——————

–Não acredito que a vocês conseguiram ganhar! - Anna disse para Sirius.

–É óbvio que conseguimos ganhar! - Sirius disse, fingindo estar ofendido com o comentário da amiga. - A Grifinória é o melhor time de quadribol da escola. E podemos dizer que a Corvinal não é lá essas coisas quando o assunto é esporte.

–Sabe que eu concordo plenamente, Almofadinhas? - Tiago Potter apareceu - E, não é por nada, mas os jogadores da Grifinória são os melhores - adicionou, se gabando.

Logo depois de ficarem algumas vezes, Sirius e Anna acabaram virando amigos muito rápido e agora sempre andavam juntos. Ela conheceu seus amigos, Remo, Tiago e Pedro (não que ela não soubesse quem eles eram antes) e ele as suas (não que ele não soubesse quem elas eram antes). Esse seu amigo que acabara de aparecer, Tiago, era um menino alto, forte, moreno e tinha olhos verdes brilhantes que deixavam qualquer menina caidinha. E o grifinório também era bonito. Aliás, muito bonito.

–Vocês são muito convencidos - ela os criticou, rindo.

–Não somos não! - eles disseram uníssono, rindo logo em seguida.

Depois de conversarem mais após o jogo, foram para a Sala Comunal comemorar a vitória com os colegas. A Sala estava cheia de pessoas vestidas com as cores do time, que ficaram mais agitadas com a chegada da equipe de jogadores, que parabenizavam freneticamente.

Acontecera muito rápido. Anna ouviu um pessoal comemorando algo e virou-se para ver o que era: um dos jogadores da Grifinória tinha acabado de achar a namorada e todos comemoravam o beijo em que estavam envolvidos. Logo depois, era possível ouvir mais vivas do outro lado da Sala, desta vez para Sirius, que arranjara uma loira e agora tinham seus corpos colados.

–Por Merlin! - Anna exclamou, rindo. Ela ia em direção à escada que levava aos dormitórios, mas sentiu uma mão em seu ombro que a fez virar.

–Você já está indo? - Tiago perguntou, bagunçando os cabelos negros.

–Ah, já não tenho muito o que fazer aqui - respondeu. - E está muito frio.

–Tem certeza? - seus olhos verdes a encaravam, um tanto cerrados, como se estivesse desconfiando das duas justificativas.

–Hmmm, sim - respondeu, sem entender o propósito da pergunta.

–Você não quer mais comemorar? Está todo mundo feliz aqui, festejando. Não faz sentido você, que é uma grifinória, simplesmente não se juntar a todos - argumentou.

–E o que me faria querer ficar mais? - ela não obteve uma resposta, pois quando percebeu, os lábios de Tiago já estavam selados nos dela, podendo ouvir a Sala Comunal inteira dar vivas e aplaudir.

—————(flashback off)——————

Anna não ousava erguer a cabeça. Ela sabia que devia ter falado muito antes, mas nunca tivera coragem.

–Foi só essa vez? - Carol perguntou, quebrando um pouco o gelo.

–Na verdade, não - a morena respondeu, erguendo, enfim, o olhar. - Tiverem mais umas três vezes, no mínimo, mas não naquele mesmo dia - depois de explicar, observou Lily. Esta não sabia o que falar. Não estava brava pelo fato de eles terem ficado, mas achava que a amiga não devia ter escondido tudo isso dela. Não por tanto tempo. - Eu sei, eu já devia ter contado, mas eu nunca tive coragem. Antes não teria problema, porque ele só te irritava mesmo e você nem dava bola, mas de uns tempos pra cá vocês ficaram cada vez mais próximos, mesmo que não pacificamente. Eu tive medo de estragar tudo isso. Ainda mais agora - disse, se referindo ao recente início de namoro da amiga com Tiago.

–Tudo bem - Lily falou. - Eu não sei se eu também teria coragem de falar de imediato. Provavelmente, não - as três riram fracamente. - Mas, por favor, - ela olhou para as duas amigas - não escondam mais nada. Em hipótese alguma. Não só de mim, mas de nós três. Se não falarmos para nossas amigas, pra quem vamos falar essas coisas? - sorriu - Com certeza não para os meninos, porque eles espalham as coisas entre eles quatro muito rapidamente - justificou, fazendo piada. - Mais alguma declaração? - perguntou olhando para elas, que não se manifestaram.

–E você, Lil? Você já… - Carol começou a falar - Você sabe. Quer dizer, existem três marotos… decentes. Não que o Pedrinho não seja decente, mas acho que ele não seria uma opção para nenhuma de nós - elas riram. - Então, se você partir da matemática básica, já foram Tiago e Sirius, sobrando um - a loira disse a última frase devagar.

–Ah, não! Não! - Lily disse depressa. - Eu nunca fiquei com Remo! - a resposta aliviou Carol, que suspirou. - Ele é o meu melhor amigo e isso nunca foi além de amizade.

Carol ficou feliz ao ouvir aquilo, não por ciúmes, mas porque ficava feliz em saber que tinha uma amiga com a qual ela e o namorado poderiam sempre contar com a ajuda.

A conversa desde então foi tomando vários rumos, até que puderam ouvir vozes da janela, as vozes dos meninos na entrada da casa. Antes que pudessem pensar, os três já estavam batendo na porta do quarto onde elas se encontravam. Não que Sirius tenha esperado alguém abri-la, entrando no cômodo rapidamente. Os marotos explicaram que foram resolver um assunto pendente e que iam comer alguma coisa na cozinha, convidando-as para acompanha-los.

Depois de comerem, conversarem e rirem muito, os quatro ficaram na sala de estar para passar o tempo. Logo, Anna e Sirius desapareceram, provavelmente querendo mais privacidade, e sobraram os dois casais, que estavam os namorados abraçados. Tiago não soltava Lily por nada, nem mesmo se ela pedisse. Remo já era menos insistente e, às vezes, atendia aos pedidos da namorada.

–Mas você ficou hoje o dia inteiro comigo, não precisa de tanto - Lily contestava.

–Um dia, dois dias, pra mim não importa. Eu sempre vou querer ficar mais e mais tempo com você - falando isso, colou seus lábios nos da ruiva, que esqueceu imediatamente porque estavam discutindo.

Remo e Carol não perderam a oportunidade e também se aproximaram, permitindo que suas línguas se encontrassem gentilmente, tornando, aos poucos, em algo mais envolvente.

—-

–O que está te incomodando tanto, Sirius? - Anna parou o beijo para perguntar-lhe. Ela sentia que, desta vez, quem estava estranho era ele, que a mordia constantemente naquele beijo, coisa que nunca fazia (a não ser morder seu lábio para provocá-la, mas não era o caso).

–Como assim? - perguntou, se fazendo de desentendido. Ela não podia perceber. Não agora.

Anna suspirou. Sabia que não ia adiantar discutir.

–Deixa pra lá - respondeu, se levantando do chão da biblioteca da casa, onde estivera sentada com Sirius por vários minutos desde que os marotos voltaram. - Eu preciso voltar para o meu quarto para embalar os presentes - declarou, fazendo menção de se virar.

–Espera - ele pediu, se arrependendo em seguida. - É que eu quero te entregar o seu presente hoje, e não amanhã, porque não me sinto confortável presenteando na frente dos outros - justificou, se levantando. - São dois presentes, na verdade - disse, colocando a mão em um dos bolsos da calça jeans. Ele tirou um pequeno saquinho prata, fechado por uma fita preta, e a entregou.

Anna pegou o saquinho e desfez delicadamente o laço. Ao retirar o conteúdo ficou surpresa.

–Como você sabia que o meu tinha acabado? - perguntou, ao ver um vidrinho de esmalte de cor ocre claro. - Como você sabia que essa é a minha cor favorita? - fez outra pergunta, mais impressionada ainda.

–Eu supus que o seu tinha acabado porque suas unhas, apesar de estarem bem cuidadas, estão sem esmalte. Você nunca fica com as unhas desgastadas, removendo o esmalte assim que começa a descascar. Como você estava com esmalte quando viemos para cá e no dia seguinte já estava sem, eu deduzi que ele tinha acabado - Sirius explicou. - E quanto à cor, você só usa ocre claro.

Anna não podia acreditar no que ouvira. Não sabia que ele reparava tanto nisso. Quer dizer, não parecia muito que Sirius se importava com essas coisas, mas dessa vez foi capaz de surpreender ela, o que era um tanto raro. Ela olhou melhor o vidrinho. Era o mesmo esmalte de que ela gostava: Camel, da Dior, uma marca trouxa de cosméticos, roupas e acessórios. Ela o encarou, ainda confusa e surpresa.

–Como você descobriu o esmalte específico?

–Tenho meus métodos - se gabou, piscando, remexendo em seu bolso. De lá, tirou uma caixinha não tão pequena branca, envolta por uma fita violeta pálido avermelhado, que entregou para a morena. - E esse é o segundo presente.

Anna estendeu o braço para pegar a caixinha. Desfez o laço e abriu-a. Era uma pulseira de couro trançado de cor pérola, com fecho de prata, que tinha três berloques: dois prismas, um de cada lado de um berloque de vidro de murano branco. Ela admirava a beleza do presente quando sua atenção foi desviada para Sirius, que desatou a falar.

–A cor do couro é pérola, que significa preciosidade - começou a explicar para a morena. - O metal dos prismas é prata, que é o símbolo da feminilidade, da lua e da pureza. Vidro significa proteção e branco associa-se à ideia de paz, calma, pureza e frio - terminou de justificar a escolha dos componentes. - Você é feminina, é pura, é friorenta, é preciosa e, às vezes, pacífica e calma - os dois últimos itens fizeram os dois rirem.

–Como você sabe de todos esses significados? - Anna perguntou desconfiada, já que sabedoria não era o forte do menino. Ele respondeu que a vendedora da loja explicara tudo isso que tinha acabado de falar, fazendo ela rir. - Por que você se deu todo esse trabalho de procurar um presente pra mim?

–Porque eu queria te dar um presente de Natal - respondeu. - Você gostou? - perguntou, receoso. Ele quase nunca conseguia agradar alguém quando se tratava de presente.

–Se eu gostei? - Anna riu fracamente. - Eu amei, Sirius. De verdade - depois de dizer isso, abraçou o maroto. Ele se surpreendeu com o ato, pois normalmente ela não era tão carinhosa. É, precisava dar-lhe presentes mais frequentemente…

–Eu queria te dar alguma coisa legal, porque você é uma amiga muito especial pra mim - Sirius falou, quando se afastaram.

–Obrigada - Anna agradeceu olhando seus olhos negros. - Você sabe que eu só vou entregar o seu presente amanhã, né? - perguntou. Ele fez bico, fingindo estar decepcionado, mas logo mudou a expressão em sua face.

–Sabe, Anna, você acabou de quebrar o meu coração - ele disse, sarcasticamente, colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito. - Mas você pode consertar, se quer bem saber… - ele indagou. Quando ela perguntou como que poderia resolver essa trágica situação, o maroto respondeu - Me beijando agora - Anna não hesitou, atendendo o pedido prontamente.

——

Frio. Era isso o que sentia no momento.

Lily se levantou ainda sonolenta da cama para fechar uma das janelas que supôs ter esquecido aberta na noite anterior. Depois de travá-la, voltou para a cama e se espantou. Não estava no quarto em que deveria estar. Essa não era a cama que deveria estar deitada. E com certeza ela não deveria ter dormido ao lado dele. Quer dizer, eles eram namorados e tudo mais, mas isso fazia muito pouco tempo, por isso, ela não devia já dormir (e apenas dormir) com ele.

Quando se recuperou do choque, saiu do cômodo, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar Tiago, que ainda dormia. Ao entrar no aposento certo, se sentou na cama, pensando no que ocorrera na noite passada para ter ido junto com ele. Depois de ponderar por alguns instantes, se recordou que após tomarem chocolate quente, os seis tinham ido para lugares mais reservados com seus respectivos namorados. Lily e Tiago tinham ido para o quarto dele para ficarem mais à vontade. Depois de muita conversa e vários beijos intensos, os dois se deitaram abraçados e acabaram caindo no sono, resultando no estado que ela se encontrou ao acordar.

A ruiva relembrou dos beijos com seu namorado e se arrepiou inteira. Seus pensamentos foram interrompidos por Anna, que entrou no quarto quase arrancando a porta das dobradiças. Ela parecia irritada e brava, mas também tinha uma expressão confusa e perdida.

–Bom dia pra você também, senhora exaltada - Lily a cumprimentou. - Em que posso ajudá-la logo cedo? - perguntou, apontando a ponta da cama para a amiga se sentar. Depois de se acomodar e se acalmar, a morena desatou a falar.

–Eu cometi um dos maiores erros da minha vida - disse. Lily não entendeu, mas, provavelmente, o problema tinha alguma relação com Sirius, o quase-não-quase namorado da amiga - Eu dormi no mesmo quarto que ele! Onde eu estava com a cabeça? - perguntou, ainda confusa.

–Aconteceu algo além de vocês terem dormido na mesma cama? - Lily perguntou para a amiga - E além de beijos? - complementou.

Anna explicou que depois de sair da sala de estar, os dois tinham ido para a biblioteca para ficarem sozinhos. Obviamente, de lá vieram beijos e mais beijos, deixando-os mais envolvidos, como sempre.

–Depois de um tempinho ele começou a me morder e dava para perceber que era sem querer, pois ele só me morde quando quer me provocar, e esse não era o caso. Eu perguntei o que estava o preocupando tanto, porque ele estava disperso demais. Ele respondeu que queria me dar o meu presente de Natal naquele momento e me entregou um saquinho prata, que tinha dentro o meu esmalte favorito que ele percebeu que acabou e conseguiu achar um igual - contou. - Repito: que ele percebeu que acabou - repetiu, dando ênfase em uma parte da frase. - Desde quando ele percebe coisas tão pequenas assim? - questionou. - Bem, depois disso ele me entregou uma caixinha branca que tinha uma pulseira linda dentro - ao dizer isso, mostrou-lhe o pulso que tinha a pulseira. Depois de Lily admirar e suspirar, Anna continuou a falar - E então aconteceu uma coisa que me espantou: ele começou a explicar o significado de cada parte do presente. Foi lindo! - exclamou, se jogando na cama.

–E você está brava porque… -Lily começou a falar, esperando que ela terminasse a frase.

–Porque eu cedi. Eu fui com ele até o quarto dele e fiquei lá. Eu não deveria ter feito isso, foi muito irresponsável da minha parte. Muito estúpido - houve uma breve pausa. - Eu não posso dar o braço a torcer, Lil! - exclamou, olhando para a amiga. - Eu não posso simplesmente me jogar nos braços dele desse jeito, sendo tão fácil! O que está acontecendo comigo? - colocou o rosto entre as mãos.

Lily riu com a situação. Não sabia que Anna era assim nessas situações, tão perdida e confusa. Ela sempre aparentava estar tão segura de si, mas, por dentro, era muito sensível, uma coisa que ninguém nunca diria dela. Quando a morena parou se surtar, a amiga tentou explicar.

–Só tem uma simples explicação para isso - começou a falar, olhando para baixo. - Eu sinto lhe informar, mas um dos seus piores medos acabou de se realizar - disse à amiga, que não entendeu de imediato. - Anna, você só tem um único problema, que se chama “amor”.

——

Adorava observá-la dormir. Ela descansava tão calmamente que parecia uma boneca de porcelana, com sua pele clara e seus cabelos loiros brilhantes. Parecia a Bela Adormecida. Ele pensou em dar um beijo para despertá-la, mas ela estava com uma expressão tão serena, tão doce, que ficou com pena, então resolveu esperar com que ela acordasse sozinha. Quando isso ocorreu, ele ainda estava admirando sua beleza. Ela sorriu e recebeu um beijo na bochecha.

–Bom dia - Carol disse, se sentando. - Que horas são?

–Devem ser umas nove ou dez - Remo supôs, colocando uma mecha loira dela atrás da orelha. Ela disse que ia se trocar e já descia para ver se mais alguém estava acordado, e assim foi para seu quarto.

No meio do caminho ouviu vozes femininas vindo do quarto de Lily e ficou curiosa, entrando no quarto para saber do que elas estavam falando. Ao abrir a porta, viu que as duas estavam sentadas na cama de Lily conversando. Anna estava inquieta, mexendo os dedos sem parar, e Lily parecia estar mais feliz do que o normal.

Depois de algumas perguntas, Carol ficou atualizada no que estava acontecendo e contou a elas como foi parar no quarto de Remo.

Depois do chocolate quente, os dois ficaram no sofá por um tempo. Como Tiago e Lily estavam no mesmo ambiente eles foram para o jardim, a fim de deixarem os amigos mais à vontade. Nisso, ficaram conversando até meia noite e alguma coisa. Ao se tocarem do horário eles foram dormir e, quando se despediram, Carol acabou entrando no quarto com Remo e não saiu de lá até minutos atrás.

–Olha só a Carolzinha! - Anna exclamou - Já está cada vez mais crescida! - completou, fazendo as três rirem. Após alguns minutos, elas se trocaram e desceram para a sala, onde já se encontravam os marotos.

–Bom dia, Lírio! - Tiago desejou, pegando sua mão. Voltou-se para as meninas depois - Bom dia, meninas - as duas responderam.

Remo, que já tinha falado com Carol, apenas beijou sua testa, indo com ela, Lily, Tiago, Anna e Sirius para a mesa. O último se aproximou de Anna e sussurrou em seu ouvido:

–Bom dia, senhorita fugitiva - isso fez Anna corar, logo se sentando com todos.

Os seis ficaram o dia inteiro enfeitando a casa com decorações de natal, uma vez que a família de Tiago não tinha esse hábito. Isso tudo incluiu luzinhas no telhado, uma guirlanda na porta, enfeites e meias na lareira e - a melhor parte - uma árvore de natal. Depois de se empenharem bastante, eles vestiram roupas mais natalinas e ficaram na sala de estar aguardando dar meia noite. Nessa espera, eles comeram os mágicos nuggets de frango e beberam mais chocolate quente por conta do frio.

Dez minutos antes de dar o horário, eles começaram a trocar os presentes. Sirius deu um cachecol azul para Lily e outro branco para Carol. Tiago deu um lenço rosa e vermelho para Anna e outro bege e marrom para Carol. Remo deu para Anna um par de luvas de couro e para Lily um livro trouxa de um físico chamado Albert Einstein.

Após as meninas entregarem os seus presentes, Remo foi atrás de Carol e Tiago atrás de Lily, deixando Anna e Sirius conversando.

Remo a entregou uma caixinha branca que continha um colar com um pingente de prata em forma de coração. Ao retira-lo da caixa, Carol pôde perceber que não era um colar, e sim um relicário. Quando o abriu, de um lado viu um coração pequeno de prata com uma pedra de zircônia cúbica, e do outro lado viu uma foto. Não uma simples foto, mas uma foto de Remo com Carol no Baile de Inverno, quase um mês antes. Os dois sorriam, tendo seus rostos quase que colados na pequena foto animada.

A menina sorriu, olhando o maroto em seus olhos. Não sabia como agradecer. Não apenas pelo relicário, mas por tudo: por ele ser tão amoroso, amigável e simpático, por estar sempre ao seu lado e por namorar com ela. Nada podia expressar o que sentia no momento. A felicidade, a gratidão, o amor…

–Você está bem? - Remo perguntou preocupado ao ver os olhos de Carol cheios de lágrimas.

–Se eu estou bem? - ela questionou - Eu estou ótima! - corrigiu, o abraçando. - Obrigada por tudo, Remo. Por você ser você e pelo seu amor e carinho por mim. Eu amo você.

–Eu também te amo - ele respondeu, colocando o queixo na cabeça dela.

–Abra - Tiago pediu, entregando-lhe uma caixinha preta. Quando Lily a abriu, encontrou uma pulseira delicada de prata com uma pequena libélula e um pequeno olho grego, com brilhantes prata e prata e azul. Era uma peça bem simples, porém linda - A libélula representa a elegância e a leveza - começou a explicar. - E o olho grego simboliza a proteção, a sorte, a energia positiva, a saúde, a luz e a paz - falou, mirando-a através das lentes dos óculos. Ele ficava muito mais sedutor com aquele olhar, e considere que a sensualidade dele já era beeeem significativa sem aquele olhar - O que você achou? - pediu sua opinião.

–Eu achei linda - respondeu, o encarando.

–E foi por isso que eu escolhi essa peça: ela é simples e linda, assim como a minha namorada - disse, a puxando pela cintura. - Apesar de eu sinceramente achar que a menina quem eu amo esteja mais para estonteante - refletiu, puxando-a para um curto beijo.

–Flores? Sério? - como Sirius já tinha dado o presente de Anna, ficou sem fazer nada esse momento e teve uma ideia. Ele correu até o jardim e executou sua primeira ideia: colher algumas flores da casa e dar para Anna. Esta achou a atitude estranha, pois o menino não era muito romântico, mas mesmo depois de reclamar as aceitou.

Muito pouco aconteceu depois da entrega dos presentes. Eles desejaram um feliz natal aos amigos, conversaram e fofocaram bastante e comeram marshmallows. Depois de tudo isso se repetir algumas vezes, resolveram ir dormir, pois no dia seguinte iriam fazer um almoço de natal e precisavam arrumar a mesa. A mesma história da noite passada se repetiu, mas desta vez Anna e Lily dormiram em suas camas… com seus respectivos marotos.

Ao amanhecer, Lily acordou com alguém fazendo carinho em sua cabeça. Ela supôs que fosse uma brincadeira, mas então se lembrou de que estava com ele. Ao se sentar, recebeu um beijo na testa e logo sua pequena e fina mão foi pega por uma mão grande e firme, que ficou acariciando a dela.

–Feliz natal, Lírio - Tiago disse assim que ela começou a se mover. - Como foi sua noite? - perguntou, abraçando-a.

–Maravilhosa - respondeu, dando um selinho nele em seguida. Logo se levantou (gerando alguns protestos), justificando com a necessidade de se trocar, pois estava vestindo uma camisa amarrotada e um shorts um tanto curto demais. Ao sair do banheiro, vestia uma calça e um sweater natalino azul e cinza. Tiago então saiu do quarto e foi para o seu.

Depois de se trocarem, os dois foram para o jardim conversar, pois não tinham conseguido falar tudo no dia anterior. Quando chegaram lá, se sentaram no gramado e ficaram conversando pacificamente, uma coisa que no começo do ano letivo seria impossível.

——

Pôde sentir algo a esquentando. Alguém. Em suas costas ela sentia a barriga dele encostando nela. Uma barriga bem durinha e sarada. “Maldito quadribol” Anna pensou, tentando tirar os braços de Sirius que estavam abraçando ela por trás. No meio do processo acabou desistindo, pois adorava a sensação de poder sentir cada relevo de seu abdômen encostando em suas costas nuas. Costas nuas? Não se lembrava de ter dormido sem pijama… Depois de ponderar por alguns instantes se lembrou.

Ao entrar no quarto na noite anterior, Sirius e Anna ficaram deitados, relembrando de várias coisas que aconteceram nos anos anteriores, rindo com as passagens. Nesse negócio de ficarem relembrando das coisas, Sirius mencionou o jogo de quadribol em que ela e Tiago ficaram. Anna ficou corada ao descobrir que ele sabia daquele acontecimento.

–Todos viram, não tinha como eu não ver - Sirius comentou.

–Mas você estava ficando com uma loira, por isso não tinha como você ver - ela explicou, cruzando os braços. - Não acredito que você presenciou aquele momento - disse, escondendo o rosto nas mãos.

Sirius chegou mais perto e, delicadamente, removeu as mãos que cobriam sua face. Ela continuava vermelha.

–Não tem do que ter vergonha - ele falou, tentando consolá-la. - E, poxa, é do Pontas de quem estamos falando. Ele não é tão mau assim, qualquer uma gostaria de ficar com ele - houve uma breve pausa. - Não que você seja qualquer uma.

–Mas foi errado, eu nem o conhecia direito.

–Mas se não tivesse acontecido aquilo, talvez hoje nós não estivéssemos tão próximos - contradisse, dando uma piscada. - Só por curiosidade - o maroto começou a falar - você gostou?

Anna não sabia o que responder. Achou muito estranho ele perguntar aquilo, uma vez que nunca perguntou pra ela se a mesma tinha gostado de ficar com alguém.

–E você quer saber por quê? - ela indagou, tentando compreendê-lo, o que, no momento, estava quase impossível.

–Como eu disse, só por curiosidade - repetiu.

–Bem, sim, eu até que gostei - admitiu, olhando para a parede. Não conseguia encará-lo, ainda estava com muita vergonha. Era estranho falar com Sirius sobre as ficadas dela, ainda mais quando o garoto com quem ficou era Tiago.

–Mas você… - ele fez uma pausa. Estava inseguro sobre o que falar - bem, você gostou… muito? - perguntou, aumentando a intensidade.

–Sirius, a sua real pergunta é se eu prefiro ele a você? - Ana questionou. Como não obteve resposta, ela deduziu que o silêncio representasse uma resposta positiva. - Realmente? - ele assentiu com a cabeça. - Você acha que sim? - novamente, o maroto assentiu. - Você realmente não me conhece.

–Eu posso conhecer? - perguntou, pela primeira vez, meigamente.

–Afirmativo. Por onde quer começar? - ela perguntou, esperando que ele perguntasse mais sobre ela, sobre algum acontecimento específico, mas, ao invés disso, falou o que mais queria conhecer dela, embora já conhecesse bastante.

–Pela sua boca - respondeu, puxando-a para perto. Ele ficou com medo de ser rejeitado por um instante, mas viu que a morena já tinha seus olhos fechados, então, lentamente, fechou os seus também.

De uns dias para cá, Sirius e Anna tinham conversado muito, possibilitando que se conhecessem melhor ainda. Não que os diálogos não acabassem em beijos (pois isso acontecia frequentemente), mas eles ficaram cada vez mais íntimos um do outro nesse meio tempo. Por exemplo, Anna descobriu que ele gostava que o olhassem nos olhos, uma vez que ele ficava mais amigável quando o faziam. Já Sirius percebeu que ela gostava que o beijo começasse devagar e leve, se intensificando ao longo do tempo. Tudo isso foi possível apenas com a convivência, deixando a amizade deles cada vez mais agradável. O maroto tinha aprendido com a ela a ser mais simpático e afetivo, e a morena tinha ficado mais paciente e rápida (principalmente para irritá-lo).

Quando seus lábios se encontraram, os dois se aproximaram mais, puxando o outro para si. Sirius segurava firmemente a cintura fina de Anna com uma mão e, com a outra, ora acariciava sua nuca, ora seu fino rosto, ora puxava bem delicadamente seus sedosos fios castanhos escuros. Ela puxava levemente seus curtos fios de cabelo e tinha a outra mão em seu peitoral, que de vez em quando ia para a nuca do maroto. A menina se arrepiava toda quando sentia a mão de Sirius puxando seu cabelo, assim como ele adorava que ela arranhasse suas costas lentamente. E foi o que ela fez em seguida, arranhou por baixo da camiseta o dorso do garoto, atiçando-o mais.

Ao se separarem para respirar, os dois se deitaram e ali ficaram por uns vinte segundos. Após esse tempo, outra maratona de beijos já começara, em que Anna estava por cima com as pernas em volta da cintura de Sirius, que inclinava o abdômen para encontrar a boca dela. Os beijos se intensificavam mais e mais, deixando os dois cada vez mais colados (se é que isso era possível). Anna tirou sem perceber a camiseta de Sirius e a jogou para fora da cama. Ele então girou, ficando por cima dela, que ainda mantinha as pernas em volta da cintura do maroto, que agora contornavam-na inteira. Anna pôde perceber que Sirius tirara sua regata cinza, mas no momento não ligou em ficar apenas de shorts de moletom e sutiã com um top, aliás, ele já a tinha visto de bikini, que era bem menos tecido do que vestia no momento.

Eles ficavam cada vez mais envolvidos nos intensos beijos, que os deixavam com calor mesmo estando no inverno. Logo Sirius passou as mãos nas costas dela, indo para cima e deixando-as em cima do fecho do sutiã, puxando-o lentamente. Anna parou tudo abruptamente, pois sabia qual seria o próximo passo e não era isso que queria.

–Acho que já fomos muito longe - falou rigidamente, se afastando dele, por mais que seu corpo pedisse mais. Não, aquilo não estava certo. Definitivamente não.

–Anna, me desculpe - Sirius pediu, com pesar em sua voz. - Me desculpe - pediu novamente. - Eu perdi o controle, sinto muito.

–Não, - ela negou - nós perdemos o controle da situação - o corrigiu, evitando contato visual. - Não, eu sou a mais culpada. Eu não devia ter me entregado dessa maneira. Eu não me sinto bem assim. Eu me sinto como uma vagabunda - falou, pensando arrependidamente até onde permitiu que aquilo chegasse.

–Anna, a minha intenção não foi te ofender, eu juro - Sirius se desculpou.

–Está tudo bem - ela disse, descruzando suas pernas que anteriormente envolviam a cintura do maroto, que saiu de cima dela. - Eu só preciso encontrar a minha regata que eu não sei onde foi parar.

–Ah, por falar em roupa, pra que lado você jogou a minha camiseta? - o garoto perguntou, procurando em um dos lados.

–Sua camiseta? - perguntou, e, ao avaliar o estado dele, percebeu que o mesmo estava com o peitoral à mostra. - Por Merlin! Eu tirei ela do seu corpo e não percebi - falou com vergonha. - Não sei para que lado joguei-a - admitiu, procurando a sua.

Os dois, como não queriam sair da cama, acabaram ficando sem a camiseta e a regata, mas aquela altura do campeonato não tinha porque se importar com as mesmas, resultando que eles permaneceram no estado em que se encontravam no momento.

Eles estavam deitados, um ao lado do outro, olhando para cima. O maroto não resistiu, começando a beijar sua bochecha, indo em direção à boca. Porém, mudou sua rota, rumando ao pescoço, passando a língua da clavícula até o osso lateral do rosto.

–Sirius… - Anna murmurou, quase não conseguindo falar - por favor, pare, ou eu não vou conseguir me controlar facilmente - disse, tentando reunir forças para tirá-lo de cima dela. Obviamente as tentativas foram inúteis, pois, segundos depois, suas línguas estavam entrelaçadas novamente em calmos e lentos movimentos, que a arrepiavam da cabeça aos pés. - Sirius… - disse entre línguas - nós realmente temos que parar - falou com mais integridade, se afastando delicadamente dele.

–Desta vez fui eu que perdi o controle, desculpe - ele pediu, se deitando ao lado dela.

Anna anunciou que ia dormir e se virou, deixando suas costas tornadas para ele. Sirius não se incomodou, apenas se virou para o mesmo lado e a abraçou por trás, assim os dois ficavam de conchinha. A morena pensou em reclamar, mas se o fizesse sabia que iam começar a se beijar novamente, então ficou quieta, deixando que o sono a consumisse por completo.

——

–Bom dia e feliz natal! - Carol e Remo disseram uníssono ao encontrarem os quatro amigos já sentados à mesa tomando café da manhã.

Após comerem, Lily e Anna se encarregaram de cuidar do almoço, enquanto o resto arrumava a mesa e a sala. Depois de terminarem tudo, almoçaram e ficaram o dia à toa.

Os próximos dias passaram rápido, fazendo com que nem percebessem o tempo passar direito. Quando se deram conta já era dia 31 de tarde, o que desesperou as meninas, que ainda tinham que tomar banho, escolher uma roupa branca e se arrumar para a virada do ano. Lily escolheu um vestidinho leve branco, usando de colorido apenas a pulseira que ganhara de Tiago no Natal. Carol optou por uma bata branca e uma saia godê da mesma cor. Anna vestia um top branco e uma saia longa na mesma tonalidade.

Todos esperavam o horário da virada no jardim, pois o bairro soltava fogos de artifício todos os anos quando dava meia-noite no dia 31 de dezembro. Quando ouviram os primeiros estalos, se voltaram para seus respectivos namorados/quase-não-quase namorados e lhe desejaram feliz ano novo cada um de sua maneira. Remo foi meigo e deu um selinho e um abraço em Carol. Tiago deu um beijo rápido e sentou-se com ela em um banco. Já Sirius pegou Anna no colo e a girou, fazendo-a segurá-lo muito forte, pois além de ter medo disso, não confiava muito nele para isso.

Quando se separaram e começaram a conversar como um todo, os seis foram para a sala de televisão ver um filme trouxa que chamava “Noite de Ano Novo”, que mostrava o ano novo de várias pessoas que moravam na cidade de Nova Iorque. No decorrer do filme foram consumidos, no mínimo, dez pacotes de pipoca, uma comida trouxa que era comida quando se ia ao cinema.

Depois do filme todos foram dormir com as mesmas pessoas de sempre.

–Não é estranho pensar que amanhã voltamos para Hogwarts? -Lily perguntou para Tiago. Ela estava deitada com a cabeça no peitoral de seu namorado, que fazia carinho em sua cabeça.

–Muito - concordou. - Parecia que isso ia durar para sempre, mas obviamente não existe essa possibilidade - o maroto lamentou.

–De qualquer jeito eu me conformo, porque sei que aproveitei ao máximo o meu tempo com você.

–E as meninas? - Tiago perguntou se referindo à pequena quantidade de tempo que tinha ficado com suas amigas no feriado.

–Eu durmo no mesmo dormitório que elas o ano inteiro - Lily falou, virando para ele. - Acho que elas entenderão - supôs brincando, o que fez ela e ele rirem.

–Você acha que aproveitou ao máximo comigo, minha ruivinha? - Tiago perguntou, arrumando seus óculos.

–Bem, sim. Creio que sim - deduziu. - Por quê? - questionou, não entendendo a pergunta do namorado.

–Não quer aproveitar mais? - perguntou-a, e ao ver que ela compreendera a pergunta, se inclinou para que seus lábios se tocassem e pudessem desfrutar de seus últimos momentos juntos tirando o atraso de alguns beijos que ficaram pendentes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui está o link para o blog: http://helenaprett.blogspot.com.br/
o link para os vestidos do Baile de Inverno: http://helenaprett.blogspot.com.br/2014/06/eu-desenhei-esses-vestidos-para.html
e o link para os presentes é: http://helenaprett.blogspot.com.br/2014/06/presentes-de-natal.html

Eu espero que vocês gostem das minhas escolhas para os presentes e dos meus desenhos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor de Maroto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.