Amor de Maroto escrita por Helena Prett


Capítulo 20
Recado


Notas iniciais do capítulo

eu agradeço às minhas lindas leitoras que recomendaram a fic! vcs nao tem noção de como me deixaram feliz!

boa leitura ;*

Atualização: Seguinte, eu estou pensando em escrever uma continuação para a fanfic Amor de Maroto e queria saber se vocês apoiariam a ideia. Eu sinto muita falta da dinâmica de publicar os capítulos e responder comentários de leitores, portanto acabei pensando nessa como a única maneira de suprir minhas necessidades de escritora. O meu principal problema é que escrever uma fic não é um processo da noite para o dia, ele requer muito tempo e paciência, então a minha real pergunta é se vocês teriam curiosidade de ler se eu elaborasse uma continuação. Se o caso for que não exista essa vontade, nem me darei o trabalho de me preocupar. Comentem o que vocês acham!



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Capítulo 20 - Recado

Alguns dias se passaram depois do incidente com a adaga e ninguém tinha recebido uma notícia sequer de Anna. Por mais que os marotos ou as meninas fossem até os aposentos da Professora Mcgonagall, a mesma diria que não tinha nada a falar e, assim que tivesse, iria informá-los. Como não havia evidência de quem atacara o casal, nenhum responsável foi punido. A adaga fora enfeitiçada para voar e atingir naquela direção, o que impossibilitou a localização do culpado.

— Já fazem três dias, - Carol comentou, indignada, com seu namorado, Remo. - e nenhuma notícia. Nenhuma.

— Calma, meu amor, com certeza em algum momento nos comunicarão sobre o estado dela. Basta termos paciência. - Remo disse calmamente. Ele tentava manter a namorada calma, mesmo que ele estivesse muito aflito.

Esse momento não chegou tão cedo como eles esperavam. Mais um dia e nada. Lily e Carol apostavam todas as noites de que no dia seguinte iriam ter Anna novamente ao lado delas, mas esse desejo nunca era realizado. Tiago não gostava que tocassem no assunto, pois toda vez que o faziam, lágrimas surgiam nos olhos do maroto. Remo tentava parecer forte em relação à isso, sempre procurando ajudar as amigas. Mas Sirius era quem estava pior de todos. Ele se desanimara totalmente de fazer tudo, desde ir pra aula até jogar quadribol.

— Ele não está mais comendo. - Tiago comentou com Carol. - Eu já tentei de tudo, mas ele não quer nem isso. Por favor, faça alguma coisa, você é a única que pode fazer algo a respeito. - o maroto implorou para a loira, que prometeu fazer o que estivesse ao seu alcance.

— Eu ouvi isso, Pontas. - Sirius disse. - E eu não estou tão mal assim.

— Então você está o quê? - a loira o perguntou. - Já percebeu que seus amigos estão preocupados e você nem se importa? Se toca, Sirius! Você não é mais criança! - os olhos de Carol ficaram marejados. - Todos temos esperança de que ela volte e você deveria ter mais do que qualquer pessoa. Você é o namorado dela! Ela ama você. - ao dizer isso, estava quase chorando.

— E se ela não voltar? - Black não queria que isso acontecesse, mas era uma possibilidade. - Já parou pra pensar nisso? Como que eu fico? Se eu me alimentar de esperanças falsas sobre isso você não acha que é pior?

— Ela vai voltar. - Carol soluçava. - Ela tem que voltar. - lágrimas caíram de seus olhos, mas ela não baixou o olhar uma vez sequer. Odiava brigar com o amigo, mas ela não podia pensar como ele.

— Carol, eu não tive a intenção de… - Sirius tentou se desculpar, mas já era tarde demais.

Remo lançou ao amigo um olhar de desaprovação, tirando a namorada dali.

E assim se passou a semana, até que sexta chegou e nenhum deles estava com o ânimo habitual do dia. Mesmo querendo, nem Tiago e nem Remo foram namorar, para poder distrair o amigo. O único problema era que ele não queria ser animado. Sirius preferia ficar sozinho, deitado na cama, encarando o dossel vermelho. Não era algo que agradasse os outros três marotos, mas eles respeitavam, o deixando um pouco mais sozinho.

Mas um milagre aconteceu quando a Professora Mcgonagall apareceu na Sala Comunal naquela noite, indo na direção de Tiago. O maroto estranhou, já pensando que tinha se metido em encrenca novamente.

— Sr. Potter, eu consegui uma autorização para levar o senhor e alguns amigos para ver a senhorita Prett no Hospital St. Mungus. Para ser mais exata, só posso levar três alunos junto comigo, contando com o senhor.

Tiago se virou para as meninas. Elas tinham que ir. Ele fez sinal para que as duas se levantassem.

— Professora, seria possível eu dar essa “vaga” para um amigo? Ele tem mais afinidade com Anna do que eu. - justificou o maroto. Quando a vice diretora lhe perguntou quem era, o maroto respondeu. - Sirius Black. Ele é namorado dela.

— Pois bem, então avise o senhor Black e as senhoritas Evans e Andrew para estarem em meu escritório em dez minutos para que possamos pegar uma chave de portal. - a professora saiu pelo retrato da Mulher Gorda.

Tiago subiu a escada em espiral e chamou Sirius, explicando a situação para o amigo, que se animou instantaneamente. O segundo então abriu o criado-mudo, pegando a caixinha preta. Talvez tivesse a oportunidade de abordar aquele assunto com a namorada, então colocou o objeto no bolso.

— Você não vai? - Black perguntou para o melhor amigo de Anna.

— Mcgonagall disse que só poderia levar três pessoas. - explicou, sorrindo torto. - As meninas precisam ir. E a professora pediu para que eu te chamasse aqui para acompanhar Lily e Carol. - o maroto de óculos escondeu do amigo de que era para ele ir, mas cedera o lugar para Sirius. Ele não iria se soubesse disso.

Então Sirius saiu do dormitório, encontrando as meninas na Sala Comunal. De lá, os três rumaram para o escritório da professora deTransfiguração, de onde iriam para o Hospital St. Mungus.

——

PDV Sirius Black on:

Andamos por inúmeros corredores brancos idênticos até chegarmos ao quarto 603, onde Anna estava. Meu coração pulsava rapidamente. Eu estava há dias querendo saber sobre seu estado e agora descobriria. Com certeza ela deveria estar bem. Ela tinha que estar bem.

O cômodo tinha quatro camas, em que apenas uma estava ocupada. Uma menina estava deitada na mais próxima à janela, com seus cachos castanhos ao redor de sua cabeça. Logo relaxei ao vê-la, iluminada pela luz artificial da lâmpada. É um pouco irônico dizer isso quando vemos alguém hospitalizado, mas Anna estava muito bonita naquele momento. Seus olhos estavam cerrados, fazendo parecer que estava apenas dormindo um sono profundo. Quem me dera que sono fosse o problema dela…

Uma curandeira entrou no aposento, trazendo uma nova bolsa de soro. Ela era loira, com cabelos curtos e repicados na altura das orelhas. Lembrava um pouco minha melhor amiga, Carol, que tinha o mesmo olhar doce que a mulher. A moça descartou a bolsa vazia, a substituindo pela nova, deixando que o líquido transparente fluísse para dentro das veias de Anna.

— Qual é o estado dela? - Lily a perguntou, antes que saísse. Ela, embora ninguém tivesse comentado, ainda tinha duas marcas roxas em sua clavícula, obra, eu presumo, de meu amigo Pontas. Por mais que uma semana tenha se passado, a ruivinha ainda tinha as manchas estampadas na pele, o que significa que algo mais intenso deve ter acontecido entre ela e meu melhor amigo… Precisava investigar aquilo depois.

— Ainda não sabemos se ela acordará, mas estamos fazendo o possível. - a curandeira nos informou tristemente. Espera um pouco, como assim “não sabemos se ela acordará”?

— Ela não acordou desde que chegou? - Carol indagou antes de mim, esperando, assim como eu, ter ouvido errado. Não podia ser.

— Ainda não. - respondeu a loira de cabelos curtos.

Me dirigi para a cama em que Anna estava deitada. Seu corpo estava coberto por um lençol, com os braços por cima do mesmo. Sua mão parecia estar congelada quando a toquei. Suas unhas estavam, como sempre, pintadas de ocre claro. Tinha-lhe dado de presente de natal no ano anterior aquele esmalte, que era seu preferido. Eu esperava que ela acordasse quando envolvesse sua mão, mas, mesmo depois de dois minutos segurando-a, nada aconteceu.

Era possível ver um desnível na parte do abdome dela - provavelmente o local do corte estava envolvido por muitas camadas de curativos.

— O veneno era muito perigoso? - perguntei à curandeira.

— Por sorte, não era tão forte. Se fosse pior que esse, ela com certeza não teria sobrevivido. - a loira o respondeu. - O corte foi muito profundo, o que permite a melhor penetração do veneno. Se o ponto atingido fosse mais raso, ela já teria acordado e provavelmente já estaria andando. A toxina fez alguma coisa que ela perdeu a consciência por um período maior de tempo, mas eu creio que ela vai, sim, acordar. É só uma questão de tempo. - aquelas palavras tiraram um grande peso dos meus ombros. Ela sobreviveria.

— Sr. Black. - a professora Mcgonagall me chamou. Como suspeitava, tínhamos que voltar para Hogwarts.

Antes de sair, olhei pela última vez para Anna e soltei sua mão, seguindo Lily, Carol e Mcgonagall para fora do quarto.

PDV Sirius Black off

——

— Como foi? - Remo perguntou para Sirius que acabara de chegar no dormitório. - Ela te disse por que empurrou vocês dois?

Sirius negou, balançando a cabeça. O maroto logo se deitou em sua cama.

— Ela não estava acordada. - explicou.

— Que azar vocês irem lá exatamente na hora em que ela estava dormindo. - Remo falou, coçando a cabeça. - Bem, mas daqui a pouco ela já estará aqui, vocês vão ver.

— Aluado, você não entendeu. - Sirius o interrompeu. - Anna não acordou desde que perdera a consciência na ala hospitalar naquele dia. Ela está viva, recebendo soro, mas não acordada.

Tiago fechou os olhos e respirou fundo.

— Como Lily e Carol estão?

— Lily só parou de chorar quando chegamos em Hogwarts. Carol estava tentando consolar a ruivinha o tempo todo, mas ela também parecia bem abalada. - Sirius o informou, ainda desanimado.

— Veja pelo lado bom, - Remo iniciou uma fala. - Amanhã é lua cheia! - tentou parecer animado, mesmo odiando esse período. Os três amigos o encararam, sem entender a alegria dele.

— Mas você odeia esse período. - Potter argumentou, o olhando torto.

— Eu sei, mas vocês amam. - deu de ombros.

Os amigos riram fracamente, já indo dormir. O dia seguinte seria cheio de aventuras pela noite.

——

— Por que você está tão inquieto, Tiago? - Lily o perguntou, sem entender o namorado.

— Em algumas horas temos que levar Aluado para a Casa dos Gritos. - explicou. - Não que isso seja muito importante para você, mas…

— Hoje é a lua cheia então… - a ruiva ignorou a segunda frase do maroto, parecendo desapontada ao receber essa notícia.

— Sim, é hoje mesmo, mas por que esse seu tom de aborrecimento?

— Ah, é que eu estive pensando que… - Lily corou. - É que hoje é sábado. Eu pensei que pudéssemos passar um tempo a mais juntos… - a menina deu de ombros. - Então já que não teremos a noite, podemos passar esse tempinho que resta juntos, o que acha? - sugeriu.

— Acho uma ótima ideia. - Tiago a respondeu, a beijando em seguida.

Eles tinham sorte de ter um ao outro, assim podiam se distrair de assuntos secundários, como o incidente que levou Anna ao hospital. Ou o fato de Remo ser um lobisomem.

Como estavam em um local muito movimentado, Lily e Tiago se comportaram em relação aos amassos, se limitando apenas em beijos e carinhos na cintura e acima dos ombros. Porém, mesmo com esse limite, o casal pôde aproveitar bastante, com direito à muitos beijos e sensações.

— Eu amo você. - Lily se declarou em um sussurro, o abraçando.

— Eu também te amo, Lírio. - Tiago a respondeu, retribuindo o abraço.

Lily não conseguiu esperar, e o beijou novamente, só que dessa vez com mais vontade. Ela deixou uma mão em sua nuca e outra puxando seus cabelos negros, enquanto Tiago a puxava pela cintura, de vez em quando acariciando seu rosto também. A pele de Lily era macia, assim como seus cabelos, que estavam cheirando ao seu shampoo de mirtilo. Aquele cheiro era um dos preferidos de Tiago, apenas depois do perfume floral da namorada, que o cativava de maneira que nenhum outro tivera feito.

— Eu fui muito idiota quando terminei o namoro, não fui? - Lily perguntou-o, após terminarem um beijo.

— Demais. - Tiago admitiu. - Eu quase morri sem você, Evans. Nunca… - ele deu um selinho na namorada. - mais… - mais um selinho. - faça… - mais um. - isso… - outro. - Ok? - a ruiva riu da atitude dele. - Não é brincadeira. Pode perguntar para Anna. Ela sabe o quanto eu fiquei abalado.

— “Abalado”? Não é uma palavra forte para o antigo pegador Tiago Potter, que nem se importava com o sentimento de suas vítimas? - o maroto revirou os olhos, rindo.

— Você se denomina como vítima? Interessante… - Lily o deu um soco de leve, o fazendo rir mais. - Ei! Eu posso revidar, sabia?

Antes que a ruiva pudesse replicar, dizendo que não podia, o maroto começou a fazer cócegas em sua barriga.

— Pára! Tiago! - ela ria, e tentava se livrar dele ao mesmo tempo, o que no final se resultou em um beijo. E que beijo…

— Não foi tão mau assim, não é mesmo? - ele brincou, a dando um beijo na testa.

— Seu besta. - Lily o empurrou de leve, logo o puxando para si.

Já estava escurecendo, então o casal decidiu jantar antes que ele fosse ajudar os marotos.

No Salão Principal, Tiago se sentou ao lado da namorada. Alguns minutos depois que chegaram, Sirius e Carol entraram pela porta, se acomodando em frente ao casal. Carol parecia estar melhor, seus olhos não estavam mais tão inchados como no dia anterior. Sirius, porém, não tinha melhorado nada. O maroto tinha perdido a vontade de comer, ficando mais magro. O quadribol já não era mais uma de suas prioridades como sempre fora. Suas olheiras estavam quase pretas de tão intenso que era o roxo. Seu olhar andava baixo desde o dia do incidente, ele não olhava mais ninguém nos olhos, mesmo que a pessoa pedisse. Os marotos não o reconheciam mais. O Sirius bem humorado parecia nunca ter existido.

— Uma hora ou outra você vai ter que falar comigo, Sirius! - Carol disse irritada. - Não adianta ficar assim! Não há nada que possamos fazer! E ficar dessa maneira também não ajuda.

— Pontas, temos que ajudar o Aluado. - Sirius ignorou a bronca da melhor amiga. - Já escureceu. Em poucos minutos deve começar.

O maroto concordou, ainda comendo.

— O que foi, Carolina? - Sirius a perguntou. A amiga não parava de olhar para os lados, sem prestar atenção no que estava fazendo ou acontecendo à sua frente. - Lily te chamou mais de cinco vezes. - a informou, esperando uma explicação.

Carol não o respondeu, apenas voltou sua atenção para a comida.

— O Pedrinho já está lá? - Lily perguntou. Os marotos assentiram. - É sempre assim? Com vocês três fazendo companhia para ele? - novamente, os dois afirmaram. - Ele fica muito mal, não é mesmo?

— Tem dias melhores e dias piores. Nós nunca sabemos até o horário exato. - Tiago deu de ombros. - Almofadinhas?

Sirius não prestava atenção na fala do amigo, e sim na amiga, Carol, que não parava de observar um exato ponto do Salão, tentando ao máximo disfarçar. A loira parecia incomodada com alguma coisa.

— Carol, o que foi? - Sirius perguntou em um tom de voz mais baixo. Sabia que tinha algo errado, pois ela não se comportava assim normalmente.

— Ele está me fitando desde que me sentei. Melhor, ele está me secando desde que eu me sentei. Ele nem se importa em ser discreto. - reclamou, mostrando para o amigo quem era. - Sonserino. - identificou com desgosto.

— Ele não me é estranho… - Sirius disse, o analisando. - Acho que ele foi o menino que estava envolvido com um “acidente” em que um corvinal perdeu a consciência não me lembro porquê. - deu de ombros, ainda o observando. Ele percebeu algo no olhar do sonserino. Ele não olhava diretamente para Carol, mas sim para algo perto dela. Algo que estava a sua frente… Sirius ficou alerta de repente, se lembrando da causa do incidente. - Carol, não beb… - ele tentou a avisar, mas já era tarde, pois a loira já tinha bebido uns dois goles seguidos do suco de abóbora.

A menina começou a tossir um pouco, o que se transformou em tosses repetitivas e fortes. O cálice caiu de sua mão, derramando seu conteúdo no chão de pedra. A loira começou a perder o ar, tentando respirar.

— Vá ajudar Aluado, Pontas. Lily, você vem comigo. - Sirius ordenou, pegando Carol no colo.

Tiago não questionou, apenas correu para a Casa dos Gritos, e Lily correu atrás de Sirius, que saiu em disparada com Carol no colo para a ala hospitalar.

— O que aconteceu com ela? - a ruiva indagou no caminho.

— Aquele sonserino uma vez envenenou um corvinal, que perdeu a consciência. Ninguém pôde provar que fora realmente ele, mas tenho certeza que sim. - explicou, ofegante. - Carol disse que ele não parava de encará-la, mas, na verdade, ele estava encarando o cálice na frente dela, esperando que ela bebesse dele. Tinha alguma coisa no suco de abóbora, com certeza.

A loira perdera a consciência antes que chegassem na ala hospitalar, com os rosto esverdeado. Sirius pediu a Lily que chamasse Madame Pomfrey enquanto ele colocava a amiga em uma cama.

— Sr. Black, o senhor novamente por aqui? - a enfermeira indagou, se aproximando. - O que aconteceu com el… Santo Merlin, por que o rosto dela está assim? - ela começou a examinar a loira.

— Ela bebeu o suco de abóbora e começou a tossir e ficar com falta de ar. Tinha alguma coisa no suco. E eu tenho certeza que era veneno. - Sirius estava desesperado, assim como Lily, que não entendera como tudo aquilo acontecera. - É algo grave? - o maroto estava muito preocupado, temendo que se checasse a respiração da amiga não conseguisse ouvir. Ou se procurasse pelo seu pulso e as veias estivesses paradas.

— Eu não posso tratá-la. - a enfermeira admitiu, pegando Carol no colo. - Vou transferi-la agora, com licença. - com isso, Madame Pomfrey saiu correndo de lá, entrando nos aposentos do fundo com Carol no colo, deixando Sirius e Lily confusos.

— Como assim? Transferi-la para onde? - Lily perguntou, ficando menos entendida do que antes. Ela já sabia a resposta para suas perguntas, mas não queria que fosse verdade. - Sirius, me explica isso!

— Carol foi envenenada. - o maroto concluiu. - Ela vai ser transferida para o St. Mungus, com certeza. - o maroto estava sentando no chão, se encostando na parede. Sua cabeça estava entre suas mãos. Olhos fechados.

Não entendia mais o sentido em tudo aquilo. Primeiro, Anna, depois, Carol. Não era apenas uma pessoa envolvida naquilo tudo, eram várias. Tanto na parte inocente quanto na culpada.

— Eu só quero saber quem é o culpado de tudo isso… - o maroto falou baixinho.

Lily não comentou nada. Ainda estava em choque. Suas melhores amigas foram envenenadas, de um modo ou de outro. Qual era o sentido nisso?

— Lily? - Sirius a chamou. Ela não tinha se movido desde que a enfermeira levara Carol. - Você está bem?

A ruiva negou com a cabeça, começando a chorar. O maroto foi rapidamente consolá-la. Por mais que a vítima tenha sido sua melhor amiga, Sirius tentou se manter firme para que Lily se sentisse melhor.

— E Remo? - foi a primeira coisa que saiu de sua boca, assim que começou a pensar nas consequências. - Como ele fica nesse meio? Como vocês vão contar isso pra ele?

— Essa é uma ótima pergunta…

——

A ruiva estava sentada numa poltrona no canto da Sala Comunal da Grifinória quando seu namorado chegou, por volta das onze daquela noite. O maroto estava um pouco sujo de terra, mas da mesma maneira conseguia ser lindo.

— Ei. - Tiago disse, se espremendo ao lado dela. - Como você está? - a menina suspirou, sorrindo torto. - Não fica assim, Lírio. - ela tornou a chorar.

— Você deixou os meninos lá? - a ruiva indagou. Sabia que Remo era muito imprevisível na lua cheia. Isso sempre a deixava preocupada.

— Sirius me disse que você teve de ficar sozinha, então vim para cá assim que pude. - Lily fez menção de falar, mas foi cortada. - E antes que me pergunte se eles não vão precisar de mim, eu me certifiquei que nada de ruim acontecesse. Aluado está calmo hoje, não representando risco algum aos marotos. Quer dizer, ele está calmo agora. Não sei como ele vai ficar quando contarmos sobre Carol…

Lily relaxou um pouco. Ela se preocupava demais com o melhor amigo, mas também com os outros. Principalmente com Tiago.

— Tiago, - as lágrimas voltaram a cair de seus olhos. - você pode dormir comigo hoje? Não quero ficar sozinha no dormitório. - a menina pediu, se confortando nos braços do namorado.

— Claro que sim, Lírio. - o maroto disse carinhosamente, abraçando mais a ruiva. Pra ela devia estar sendo muito difícil tudo isso. Suas duas melhores amigas hospitalizadas por envenenamento, com provavelmente o mesmo mandante. - Qualquer coisa por você.

Logo o casal subiu para a ala feminina, abrindo a porta do dormitório. O cômodo estava arrumado e limpo, sem nenhum indício de qualquer possível tragédia ter acontecido. Lily tirou o casaco e o colocou em cima do criado-mudo.

A menina decidiu escovar os dentes e substituir a calça jeans por um shorts, que era mais confortável para dormir. Pegou a peça de roupa e rumou para o banheiro.

Tiago estranhou que a namorada não fechara a porta atrás de si e que não tinha de mexido desde então. Ele não conseguiu ouvir nenhum barulho que indicasse que ela tivesse se trocado ou escovado os dentes.

— Lily? - o maroto a chamou, sem obter resposta. - Lily? - tentou novamente. Mais uma vez, nada. - Lílian? - decidiu ir ver se a namorada estava bem. Talvez outra crise de choro tivesse começado. - Lil, o que foi? - Tiago a perguntou calmamente, tocando seu ombro. Ela não se moveu, olhando fixamente para um lado do banheiro. O maroto seguiu seu olhar e viu o que deixara a namorada sem reação.

— O… o… o… es… p… - a ruiva balbuciou, sem conseguir falar ou apontar.

Acima da pia, no canto direito do banheiro, ficava um espelho, cuja superfície tinha algumas palavras escritas em vermelho. A menina esperava que aquilo não fosse o que estava pensando ser.

Tiago então leu em voz alta.

— “Você é a próxima, sangue ruim”.


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