Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 59
O caminho dos desolados: recordações de uma vida!


Notas iniciais do capítulo

este capitulo é dedicado a Tsukishirou.

O passado é um livro de memórias , onde as coisas boas e ruins da sua história estão guardadas, é como se você pudesse ler uma pagina dele sempre que precisasse! o futuro serve para seguirmos tentando , não cometendo os mesmos erros , ou cometendo-os se quiséssemos ! o passado é como um manual , para você saber oque é certo e o que é errado no que você ja viveu .. e se o passado não pode voltar a unica saída a todos é tentar se aproximar das pessoas que você se afastou , tentar ser feliz como foi , tentar dar as mesmas gargalhadas que ja deu , tentar voltar a ser criança novamente ! a saber dividir seu tempo em brincadeiras e responsabilidades ! mais a coisa mais certa mesmo a se fazer é VIVER , para que cada dia de sua vida seja significante , e para que seu livro de memórias seja cada vez maior
Rafaela Luise Mello
Espero que...
Espero que a chuva nos traga boas lembranças.
Que o vento nos traga o perfume de quem amamos.
Que o dia nos traga novas esperanças.
Que Deus nos ajude a concretizar o que almejamos.
Marcos Antonio Melo
"Amar é saber repetir as boas lembranças do passado, re-
viver seus momentos mais belos, ter a certeza de que a
esperança só terminará com a vida."



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Numa dimensão longínqua, onde ninguém ver fim ou começo, ninguém separa solo de céu, não faz calor e nem frio, não tem alto ou baixo, totalmente sem som. Andava uma alma errante, desolada e abandonada, ora caía, ora levantava, caminhava num destino incerto, porém sempre prosseguindo na mesma direção, desanimada, abatida, esvanecida. Caminhava por dias, quem sabe meses ou anos, o tempo não era contado, pois lá não existia, esse era um dos caminhos para os diversos reinos do submundo, o Caminho da desolação, para almas errantes, obrigadas a caminhar pela eternidade caso não encontrassem um dos reinos inferiores, antes de ir definitivamente para o inferno, este caminho jamais fora visto ou percorrido por um shinigami, e ela estava ali, passando por ele, sem saber como.

A primeira entrada a qual passara em frente, foi do Yomi, cujas portas são guardadas por criaturas terríveis e é aonde os mortos vão para, aparentemente, apodrecer por tempo indefinido. Uma vez caída lá e alimentada no fogo ao centro de Yomi, a alma nunca mais poderá voltar para a terra dos vivos. Esse reino dos mortos aparenta ter uma continuação geográfica com o mundo dos vivos, mas também não seria apropriadamente descrito como o inferno, onde se sofre pelos pecados passados; em vez disso, todos os mortos seguem uma existência de escuridão, decadência e melancolia, não importando o seu comportamento quando vivo. Continuando seu martírio pelas trevas, Anupu a guiou por uma ponte de pedras, que atravessava um extenso abismo, onde se situava outra entrada de um reino inferior, chamado Mictlan, o submundo asteca. A maioria das pessoas que morrem vão para o Mictlan, embora existissem outras possibilidades. Ele esta localizado distante ao norte, e consisti-se em nove níveis distintos. A viagem do primeiro ao nono nível era difícil e demorava quatro anos, mas os mortos foram ajudados pelo psicopompo. Os mortos tinham de passar muitos desafios, tais como atravessar uma cordilheira, onde as montanhas se chocavam uma contra a outra, um campo com o vento que soprava facas que raspavam a carne, e um rio de sangue com temíveis onças.

Ela sequer notou aquele abismo, muito menos imaginava que estava caminhando por uma ponte, pois não via e muito menos sentia alguma coisa. Mais adiante, quase no fim da ponte, haviam estreitos desvios que ficavam além do Mictlan, para onde os mortos também poderiam ir para outros destinos: os guerreiros que morreram em batalha e aqueles que morreram como um sacrifício foram para o leste e acompanham o sol durante a manhã. as mulheres que morreram no parto vão para o oeste e acompanham o sol quando ele se põe à noite.já as pessoas que morreram de afogamento ou por outras causas que eram vistas ligadas ao deus da chuva Tlaloc, como certas doenças e relâmpagos ,vão para um paraíso chamado Tlalocan, enfim após muito andar Tsukishirou saiu dos limites de Mictlan. Após caminhar talvez por dias a fio, a morena esbarra em uma pedra enorme, esta rocha dividia o caminho, um poderia chegar na Sereitei, o outro levava à Annwn era o Outro Mundo gaulês. Governado por Arawn, era basicamente um mundo de delícias e eterna juventude, onde não existem doenças e há sempre fartura de comida. É dito que Annwn está localizado no extremo oeste, e que lá somente se pode chegar morrendo. Mas, também foi dito que Annwn pode admitir pessoas ainda vivas, desde que elas encontrem a sua porta.

O deus chacal não tinha contato com o rei deste mundo, porém imaginou que se Tsukishirou desistisse, este seria um bom lugar para ela passar a eternidade e que seria bem aceita, porém ela tinha missões e pessoas a esperando, um futuro a esperava, e somente protegendo a morena, ele receberia sua liberdade e sua esperada recompensa, a fez levantar-se e continuou a guiando para frente.

.......

– Então Mayuri taichou, o senhor tem ideia de como produzir este tipo de azeite? – pergunta Yuè, enquanto comia uma enorme tigela com tempurá salpicado de pimenta, coberto com doce de leite.

– Pelo que a Ukitake fêmea escrevera aqui, posso até produzir este tipo de azeite, porém não com a pureza e energia mistica que ele deve possuir. – responde o capitão com cara de nauseas perante aquela combinação.

– É verdade. O azeite sagrado de Salém, levou milênios na caverna da purificação, na cabeceira do rio Stix, um lugar inacessível para mortais. Mas e se misturarmos um pouco de areia do Éden? – elucida a alba.

– E este lugar existe por acaso? – pergunta o taichou descrente.

– Mas é claro que sim, é o paraíso vigiado por anjos, berço da origem humana, eu tenho um pouco de areia do rio sagrado. – responde furiosa.

– Eu já não duvido de nada em relação a vocês, se existem esses deuses, porque não existiria Salém, Éden e Rio Stix! Como você conseguiu esse tesouro Kuchiki fêmea mãe?

– Hum?! Eu não lembro. – responde após beber quase uma jarra de chá de agrião com suco de uva.

– E como você sabe que é areia do Éden? – indaga duvidoso e enjoado contemplando a cena.

– Por que esta areia faz milagres, ela pode ser usada para cura, para desfazer certos encantamentos e... Outras coisas. – responde procurando lugar para sentar-se no laboratório do capitão.

– Eu não consigo entender o porquê de grávidas sentirem esses desejos bizarros! – explana o taichou recompondo-se.

– Também queria muito entender Mayuri taichou, deve ser as taxas de hormônios ou necessidades nutricionais, sei lá, porém se um dia o senhor descobrir, me diga, porque tem coisas que estou comendo por estar grávida, porém não são aconselhadas pelos médicos e nem eu gosto, acredita que ontem a noite, fiz Byakuya-sama levantar-se e ir atrás de croquete de polvo, molho de alcaçuz e manga?

Mayuri não aguentou dessa vez, correu para a janela mais próxima e odiou a alba por ela ter falado aquilo, enquanto colocava seu conteúdo gástrico para fora. E ele sabia muito bem que enquanto ele mantivesse as anotações de Tsukishirou em mãos, as visitas da Kuchiki com seus desejos insanos seriam frequentes, e como estava grávida, não poderia negar-se a pedidos dela, porém em compensação Rei estava sempre junto da alba, e por incrível que pareça, sua presença o agradava.

– Mayuri taichou? O senhor estar bem? Não imagine as cenas, do contrario o senhor sempre irá vomitar, é estranho e eu sei. – dizia Rei o confortando.

.........

Estava tudo escuro, não via, não sentia nada, nem suas próprias batidas cardíacas, apenas se mantinha em uma continua procissão sem destino algum, não sabia se estava subindo ou descendo, se o lugar era íngreme ou plano, somente sabia que caminha retamente, somente desviou um pouco quando esbarrara na grande rocha, que ficara muito para trás. Por inúmeras vezes chegou a pensar que estava só e enlouquecendo, ou simplesmente já estava morta e aquele seria o seu castigo, pois caminhava sem tréguas, não conseguia determinar por quanto tempo estava nesse pesar, poderiam ser horas, meses ou anos, apenas caminhava, vez ou outra desabava ao chão, mas uma força a levantava e a incitava a continuar, estava exausta, não sentia fome, frio ou calor, parecia uma morta-viva em seu torturante caminho.

Em sua mente começavam a surgir lembranças de sua infância, os passeios com os pais. Seus pais! As lágrimas agora desciam isso ela pode discorrer, o coração apertou, ao se recordar deles. Saíra de casa brigada, magoada e com raiva de seus amados pais, imaginou o quanto eles deveriam estar sofrendo com sua fuga absurda de casa. Eles erraram principalmente sua mãe, porém Tsukishirou também errara ao fugir, logo eles, que sempre a protegeram e amaram mais que tudo, sempre fizeram seus mínimos caprichos, por mais difíceis, não mediam esforços para realizar seus desejos. Se ela falava três idiomas fluentemente, se cozinhava bem, se tinha conhecimentos em línguas antigas, era eximia dançarina de musicas orientais e exóticas e discorria muito bem piano, flauta, harpa, saltério e alaúde, estes últimos bem difíceis de encontrar professores, porém eles não lhe negaram, Hikari o pedia a propósito, por não a deixarem viajar e passear longe deles. Agora se sentindo um monstro por seus atos.

Sentia falta dos abraços apertados, das sequencias de beijinhos da mãe, da continua declaração de amor do pai, de ajudá-lo na clinica, de cozinhar em vez de deixar a mãe e assim todos ficarem tranquilos, isso mesmo, sentia falta da comida ruim e até indigesta às vezes da mãe, que preparava com tanta dedicação e amor, que nem seu pai e muito menos ela e seus irmãos tinham coragem de dizer que estava ruim. Como queria voltar a dormir com eles nas noites de chuva, fazer compras com seu amado pai e comer qualquer coisa na rua, para não ter que jantar em casa e sorrir de seus irmãos enquanto comiam com sua mãe. Amaram-na de tal forma, que a privaram de muitas coisas para meninas de sua idade, porém tudo que fizeram foi por medo de perdê-la, sendo ainda enganados por Sora-sama. Tudo que fizeram foi por amor, e como ela retribuirá? Saindo de casa na primeira briga com a mãe. Estava arrependida e desejava de todo coração reencontrá-los e pedir perdão.

As lágrimas caiam descontroladas, logo depois lhe vieram à mente, as lembranças de Juushirou, o primeiro dia que o viu, seus passeios na Sereitei, os dias em Ugendou, os beijos e abraços carinhosos pelos cantos de sua casa, seu constrangimento, quando este avançava o sinal durante o namoro, e assim como seus pais, o cuidado exagerado com ela, realização de seus caprichos e vontades. Imaginou seu casamento, sua noite de núpcias, seu primeiro filho, uma menina para ser mais exata, de cabelos brancos com os do pai, mas encaracolados com os seus e doces orbes glaucos, sorriu para si mesma, a menina era semelhante a Yuè! A viu atrás de imenso bolo de aniversário, com duas belas meninas ao seu lado, uma delas igual sua menina com olhos púmbleos, a outra com os cabelos como a noite sem luar e enormes olhos glaucos como sua criança, entendeu serem as filhas de Yuè, viu todos seus amigos, o pai e avó coruja tirando inúmeras fotos, a mãe cuidando da festa e Ukitake a mimando pois estava gestante novamente, ao longe, via Byakuya que olhava docemente as três meninas. Agora sim, pensou estar em seu limite da sanidade, só poderia estar ficando louca ao imaginar tudo isso!

Era o que a morena pensava, porém Anupu para alivia seu martírio, lhe mostrava o futuro que a aguardava se ela não desistisse. Toda felicidade e todas as pessoas que amava a estavam esperando. Hikari, agora caminhava com mais animo, mais decidida, queria vê-los, queria tê-los novamente. Ela não percebeu quando saiu do reino das trevas e chegou a uma clareira, somente dando conta quando caiu ao chão, enxergando somente borrões, as coisas que escutou foram duas vozes vindo ao seu encontro, antes de desmaiar:

– Veja mamãe! Aquela moça bonita que nos ajudou! – gritou uma criança.

– Meu Pai! O que ela faz aqui e neste estado?!


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Notas finais do capítulo

O passado é meu algoz, não me permite o retorno, mas o presente levanta generosamente meu semblante descaído e me faz enxergar que não posso mudar o que fui, mas posso construir o que serei. Podem me chamar de louco, psicótico, maluco, não importa. O que importa é que, como todo mortal, um dia terminarei o show da existência no pequeno palco de um túmulo, diante de uma plateia em lágrimas.
Augusto Cury
É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes.
Martha Medeiros
" O Retorno de uma batalha sem vitórias não deve ser encarado apenas como uma derrota e sim em uma nova oportunidade de lutar com uma arma de valor chamada experiência; Esta arma é a ambição de todas as pessoas que buscam um talento escasso chamado de razão! "
Alber Germânio e Darkradamanto

Sempre farei o bem não importa se me julgam errada ou tola.Me sinto bem assim e acredito no retorno das nossas atitudes. Se alguém quiser abusar da minha bondade estará fazendo mal a si mesmo, não a mim.
Cristiane Maria Martins Galvão

nota: as descrições de certos lugares relatados aqui, foram tirados do Wikipedia.



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