Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 37
A misteriosa donzela de cabelos prateados e olhos glaucos


Notas iniciais do capítulo

Byakuya andava triste e se culpando a muito tempo por todos os acontecimentos passados, não sabia como reagir diante dos fatos ocorridos, perdera sua razão, se tornando ainda mais frio e indiferente. porém durante um dos seus passeios noturnos em um lugar bastante especial algo inesperado acontece.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/481765/chapter/37

Byakuya estava fazendo seu passeio noturno, porém nas adjacências do 13° bantai, onde encontrara sua pequena Órion pela primeira vez. As lembranças daquela noite surgiam com uma forte tristeza misturada ao sentimento de impotência, de culpa. Não estava perto, não pôde protegê-la, não cumprira sua promessa. O que mais lhe intrigava naquele momento, era o fato de ter escolhido aquele lugar, justamente aquele bosque, onde tudo começou: a fuga de Rukia, o encontro com Órion, seu relacionamento com aquele maldito capitão, antes dono de sua estima e respeito, agora motivo de ódio e desprezo, por causa dele perdera sua criança, por causa dele perdera seu maior tesouro para sempre.

A lua estava esplendida, cheia, vistosa, enorme, parecia mostrar naquela noite todo o seu fulgor, banhava o lugar com encanto e mistério, seu reflexo no pequeno córrego, enchia o bosque ainda mais de magia, era começo de primavera. Uma estação que nada o agradava, porém aquela noite era surreal, ao mesmo tempo em que lhe ocorriam triste lembranças, ela escondia algo mais, o que lhe despertou a curiosidade de descobrir qual segredo aquele lugar guardava. Os lírios enchiam de beleza e perfumes suaves o lugar, vaga-lumes e grilos faziam festa à beira do riacho, cujas águas brilhavam sob o majestoso luar. Com o aroma dos lírios se misturavam o doce jasmim e as delicadas sakuras, as folhas de um verde imaculável resplandeciam banhadas pelo orvalho. A noite era alta e ele não tinha sono, resolveu ficar ali, contemplando o deslumbre da natureza, a brisa soprava leve fria, enquanto corujas brincavam em uma arvore, era mágico o que sentia tão logo suas tristes recordações deram lugar a uma sensação inexplicável, agora entendia o porquê de Órion adorar aquele lugar.

Entretanto seus pensamentos foram interrompidos, um raio cai ali próximo enquanto seu clarão inundou todo o lugar, o silêncio banhou aquela área por alguns minutos, quando tudo voltou ao seu aspecto primitivo. Um frio lhe percorreu a espinha e um pressentimento de dejavú se fez em sua mente. Empunhou Sembozakura e correu sorrateiramente para o lugar da queda do raio, suprimindo toda sua presença espiritual, chegando ao local uma enorme surpresa, porém um tanto rasa.

Escuta altos ‘ ai, ai, ai... ’, não haviam arvores derrubadas ou mortas, apenas uma cratera no chão, da onde provinham os gemidos e as expressões de dor. Aproximou-se cautelosamente da fenda e baixou o olhar, pondo seus plúmbeos orbes em algo nada convencional naquele momento, seu espanto virou uma cena cômica. O nobre se depara com um par de nádegas cobertas por delicados tecidos, o qual o superior ao demais era rosáceo, levemente adornado com bordados de sakuras douradas, assim que seu dono foi-se levantando aos poucos com certa dificuldade, nas costas do estrangeiro o kanji do Clã em prata, o nobre acendeu ainda mais os olhos, assim que o ser levantou todo o tronco, mas ainda permanecendo de joelhos longas e encaracoladas madeixas prateadas caem-lhe sobre a delgada silhueta, nesse momento o nobre entende ao escutar melhor a doce voz reclamando algo quase inaudível, que se tratava de uma mulher.

Ele desce rapidamente embainhando sua katana, se aproximando vagarosamente com a intenção de não assustá-la e pergunta:

– Estar tudo bem com você? Você se machucou?

A jovem à sua frente pareceu congelar por alguns segundos ao lhe ouvir a voz, quando parece recobrar a consciência põe-se de pé rapidamente e vira-se lentamente. A cratera que ela fez não era profunda, possuía a altura de meio metro a contar da onde estavam. As longas madeixas cintilavam sob os raios lunares, esvoaçadas pela fria brisa de primavera, como uma cena em câmera lenta a donzela à sua frente foi revelando seu rosto de aspecto angélico e de beleza quase sobre humana, além de aspectos familiares, o gélido olhar do taichou tomou feição de admiração e encanto, ‘somente faltara-lhe as asas para o status de anjo’, pensou. Quando encontrou seus orbes de cor exótica, diferente do que estava acostumado a deparar, de olhar tão puro, tão harmonioso e sublime. Ele se perdeu naquela imensidão, um oceano intocável e inatingível para qualquer sonhador. Quando a donzela se pões frente a frente com ele, pôde apreciar toda sua beleza, entendeu não se tratar de uma jovem daquela região, da forma como chegou, talvez nem fosse daquele tempo.

A menina ao contemplar o dono daquela voz leva um susto, desvirtua as mãos ao peito, as apertando com força, os olhos de uma pureza sublime deu lugar a um olhar triste, marejado, nostálgico, enquanto mordia o lábio inferior, como se jamais esperasse encontra-lo. Ficara trêmula, dissimulavam tentar segurar o choro, tão logo às lágrimas desciam pela delicada e alva face, enquanto algumas mechas rebeldes balançavam frente ao rosto, soltando um suspiro abafado e dolorido. O nobre não entendeu aquela reação, mas despertara do seu transe a descer o olhar para o pescoço da pequena dama, assustou-se ‘ era a mesma estola hereditária que ele usava símbolo de poder e liderança no seu Clã, mas como?’, se aproximou ainda mais:

– Você estar bem? Como se chama? De onde vieste? – interrogava se aproximando cada vez mais.

– Nã-nã-não pode ser você! É uma, é uma miragem! – respondeu a garota se afastando, correu saindo da cratera, mas a poucos metros do buraco, esbarrara em alguém, ela levanta a face e o vê,

– Quem é você minha senhora e porque esse medo mórbido? – perguntou o nobre lhe agarrando delicadamente os ombros.

A menina fica estática, a respiração acelera, o coração dispara, fica tudo turvo à sua volta, as pernas adormecem, não pode correr, ficando gelada, desmaiando nos braços do nobre, que ficara ainda mais confuso com a situação. Levantando-a, aconchegando-a melhor aos braços, quando cai sobre seu pé, o líder solta um ‘ui’ entre dentes abafado, quando procura vê uma zampakutou, embainhada, com cuidado ele agacha-se e a pega, mirando-a bem, aquela katana não lhe era estranha. Olhou para a pequena aos braços, uma cena conhecida para ele, porém ela era diferente de Órion, possuía algo distinto, uma coisa que lhe cativou e que sua menina não possuía. Porém lhe trouxe boas recordações. O tempo fechou, a lua desapareceu sobre as nuvens, a brisa leve, dera lugar a uma forte ventania, logo os grilos calaram-me e os vaga-lumes se esconderam, iria chover. Olhara mais uma vez o delicado rosto da donzela em seus braços, sorriu, não esperava passar por tudo aquilo outra vez, ainda mais após sua terrível perda. Contudo pensou que se fosse o caso, não falharia de novo, não recusaria a nova chance que o destino lhe trouxe. Enlaçou os cordões da bainha da misteriosa zampakutou nos ombros, apertou a menina contra o definido peitoral e sumiu, assim que a primeira gota caiu na terra.

Ao mesmo tempo em que a chuva se tornou forte, o nobre chega à mansão, um pouco ensopado, usando apenas a shihakusho. Enquanto sua haori envolvia a pequena dama em seus braços, com o olhar fixo nela. Yui ainda estava acordada preocupada com o seu senhor e o vê carregando alguém notara que era uma mulher devido à forma e cuidado que ele mantinha, além do calçado que a mesma usava, ela atendeu o olhar gentil, um sorriso discreto, já vira aquela expressão antes.

O nobre segue em direção aos seus aposentos, não a queria deixar em outro local, queria estar perto assim a menina acordasse. Com todo cuidado a deita delicadamente sobre a cama, retira a espada dos ombros a colocando ao lado, desamarra Sembozakura de sua cintura e senta-se na cama, reparando minuciosamente a dama desacordada. Possuía o porte de Órion, um pouco de sua feição, até o tipo dos cabelos, a pele alva. A diferença era a cor das madeixas e os olhos glaucos.

– Porque ela usa esse cachecol símbolo do meu Clã? Terá alguma ligação comigo? Porque quis fugir de mim a me ver? E a aparência com Órion, mas difere em alguns aspectos? E essa zampakutou? Se ela é shinigami, porque não usa as roupas convencionais? Contudo traja finas roupas e uma haori com o kanji Kuchiki, embora as sapatilhas que usa me são familiares. Tantas perguntas, inúmeras curiosidades. Porém cada vez surgem mais belas e cativantes! – fala acariciando o doce rosto da menina que balbuciava algo:

– Bya-kun!

O nobre arqueia uma sobrancelha, de quem ela estaria se referindo? Seria dele, mas daquela forma, tão intima e informal? Somente poderia esperar a misteriosa donzela acordar para lhe esclarecer todas as dúvidas. De uma coisa estava certo, o amanhã seria muito interessante! Levantou-se e já iria seguir em direção do closet para se trocar, quando teve uma terrível apreensão:

– Será um sonho? Quando eu voltar, ela ainda estará aqui? E se ela acordar enquanto eu não estiver olhando e fugir, como a encontrarei novamente? – pensou mais um pouco, quando sentiu sua velha criada se aproximar da porta: - Yui, entre. – ordena ríspido.

A criada treme, ele com certeza a repreenderia por causa da sua petulância: - sim, Byakuya-sama, me perdoe, eu, eu...

– Não se preocupe, fizeste bem em me seguir, quero que fique aqui, enquanto troco de roupas, me chame se ela acordar.

– Byakuya-sama, se me permite a pergunta, quem é ela? – interroga trêmula e se espanta ao olhar a menina de perto.

– Não sei ainda, somente saberemos quando ela acordar. – responde gélido.

– perdoe-me mais uma vez, mas como ela chegou? Não é daqui, não é? – pergunta reparando bem a garota.

– Realmente não, o que posso te responder é ... que caiu do céu, feito um anjo sem asas. – diz se afastando.

A velha criada a fita, era muito bonita, mas de uma forma exótica e surreal, aparentava ser doce e meiga como sua menina, será de presença adorável como Órion? Ela emanava pureza e uma sensação agradável. Seu senhor sorriu novamente, de um jeito tão doce e com um olhar tão Candido, como não via há anos. Agora teria que esperar para conhecer a nova hóspede.

Minutos depois, o nobre volta em um kimono casual, parecia não se preparar para dormir, dispensa a criada e se senta do lado da cama, admirando sua nova dama, esperando ansioso o raiar do dia para conhecê-la. Seu coração antes triste e cheio de culpa torna-se sereno e esperançoso, sendo preenchido por algo especial e inesperado. Quem era ela e qual sua ligação com o Clã?

Enquanto seus pensamentos estavam longe, a menina se mexe sobre a cama, descobrindo o busto e abrindo ainda mais o decote do kimono bege com barras rosa, deixando à mostra o laçarote do camisete vermelho, que o líder reparou ser de renda, ficara com o rosto rubro ao imaginar isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

a vida é cheia de mistérios, uma hora você cai, outra hora se levanta, aos passos e tropeços se caminha esse enigma fascinante, quando o coração se despede do viver e deseja não mais existir, a vida ganha novos rumos e se enche de cores e perfumes, ganha sentido, e o coração novo motivo para bater.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Órion! The Clan Hope Kuchiki" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.