Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 13
O peso das palavras


Notas iniciais do capítulo

peço desculpas pela redundância gritante no começo do capitulo anterior, não revisei-o corretamente.



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A caminho de casa o líder Kuchiki não tratou nada sobre o ocorrido, porém não estava satisfeito com a menina que sentia toda sua decepção pelo modo que ele a apertava contra si. Chegando à mansão, apenas deu a ordem aos criados e olhou desaprovador para Yui:

– Não quero ser incomodado por nada, Órion siga-me à biblioteca. – com seu tom indiferente.

Byakuya sentou em sua cadeira atrás da escrivaninha enquanto a morena senta-se na sua frente, sem levantar a face, esperando que ela começasse: passou-se meia hora quando ela balbuciou algumas palavras:

– Estás bravo comigo By, By-sama?

– Agora para você sou Byakuya-sama, não és merecedora da minha estima, como querias que eu estivesse? Alegre com suas mentiras, com suas companhias, não fui claro o bastante quando conversamos? Eu por acaso te deixo faltar algo, tu não és prisioneira aqui, porém há regras que devem ser obedecidas às quais você é conhecedora. Juraste lealdade a este Clã e sempre obedecer nossas normas, entretanto fazes o contrario! Se tu querias conhecer a Soul Society bastava ter-me dito e levaria você, porém não passas de uma mentirosa, como irei confiar em você outra vez?

A morena ouve tudo com os olhos cheios de lágrimas, estava conhecendo a outra parte do nobre: rígido, gélido, autoritário e sem emoção, chegando a ser cruel. Machucava com suas atitudes e palavras, teve vontade de sair dali correndo, mas não poderia ou pioraria a situação. Caiu no choro, mas o nobre não se deixou abater, em outros tempos a acolheria nos braços, porém agora era diferente, ela teria que aprender, teria que senti mesmo que isso lhe doesse, era o único jeito.

– Vamos fale, não irias me contar tudo ou era outra mentira também? Será que se chamas Órion mesmo? Se tu dizes que perdeste a memória, como sabes que veio do futuro e que este é o teu nome? Não estarias tu querendo dá um golpe com tal história dizendo ser um parente achegado no futuro e que na verdade achaste este brasão por ai ao acaso?

Aquilo doía na alma, Byakuya sabia muito bem como feri alguém somente com as palavras, e era ciente da sensibilidade da menina e de sua fidelidade com as suas promessas, mesmo sendo rude e cruel com ela, ela jamais faltaria à sua palavra.

Órion tentou inúmeras vezes engoli o choro, mas parecia impossível, pois as palavras ressonavam em sua mente como aguilhões bem afiados até que conseguiu conter as lágrimas e mesmo com a voz rouca e falha, iniciou:

– Eu conheci Zaraki taichou, logo no meu segundo dia aqui, eu saí para espairecer e ele me encontrou próximo ao seu esquadrão, conversamos um pouco e duelamos, pensei que seria uma boa ideia ter alguém que não rejeitasse um duelo, somente para me exercitar de vez enquanto, e fiquei de visitá-lo outra vez e ele ficou me devendo um passeio. Jamais imaginei que ele faria tal idiotice quando nos encontrássemos de novo. Eu não aguentei o ouvir falar assim do nosso Clã e de Byakuya-sama. Perdão.

– É somente isso, Órion?

– Não. Da segunda vez que saí para passear foi com o consentimento da senhora Yui e Arina-sama, resolvi passar longe do 11° batalhão, no entanto não sabia que o lugar que fui seria o 12° e por lá seria capturada por Mayuri taichou...

– Você foi capturada por aquele lunático?! – exalta-se o nobre. – Como escapou dele?

Órion dá um pulo da cadeira no susto e olha branca para o moreno, pois fora pega desprevenida com sua reação.

– Eu me teletransportei, é muito fácil, então ele desistiu da ideia de me estudar e começamos uma amizade, mesmo sem eu sair ele manda recados por uma mulher muito bonita, mas muito séria também, que é fukutaichou e filha dele.

O nobre arqueia uma sobrancelha, possesso de raiva e grita:

– Você se corresponde com aquele cientista louco?

– Eu diria gênio mal compreendido.... aiii!!!

– Ainda o defendes tu, o que você esta pensando, em se misturar com essa ralé? Tu deste tua palavra de honrar esta família.

– Me diga então onde desonrei este Clã, em querer sair e conhecer pessoas reais diferentes daqueles seres superficiais cheios de si? É esse tipo de pessoas que o senhor acha ideal para eu conhecer? Pois saiba que detesto ir nesses encontros de ‘ famílias nobres’ (diz fazendo aspas com as mãos), que de nobres só tem o título, eu não vejo classe social eu vejo além: o coração e alma, aquilo que as pessoas têm de melhor. Poucas valem pelas suas virtudes as demais são vazias... - diz chorando.

– Diga-me o que estas duas pessoas possuem de valor, se é que o têm? – pergunta o líder.

– Sabe Byakuya-sama, as pessoas são mais do que aparentam, não é porque um é grande e desengonçado com jeito grosseiro, rude, já o outro que se veste diferente, inteligente com alguns episódios de loucura, que não possuem um lado belo de se admirar, é tão humano quanto nós, bem como fiz umas comparações entre duas tenentes: uma de nome Matsumoto, a qual ainda não tive oportunidade de conversar, que é bem humorada, desinibida, extrovertida e outras coisas mais, enquanto Nemu é séria, neutra e muito discreta, são totalmente distintas mas possuem o seu valor e vivem no mesmo lugar, ocupando o mesmo cargo, assim como meu senhor, Zaraki e Mayuri taichou. Mesmo Byakuya-sama não admitindo têm algo em comum e são pessoas valorosas, de bons corações, de boas índoles, as quais eu me afeiçoei muito, e quero muito bem. É lógico que meu senhor é mais especial que todos. – fala baixando o rosto, molhado pelas lágrimas.

Byakuya engoliu seco, tratou-a tão mal, disse coisas tão cruéis e mesmo assim a menina não mudara em nada em ralação a ele, continuava terna e doce. Agora já não a tinha por culpada, mas achava a si próprio injusto com a menina que só queria viver normalmente, porém pensava: ‘ como quer ela viver normalmente com tamanho poder e uma missão que envolve passado e futuro, talvez seja até arriscado demais, entretanto, ela não se importou, apenas se lançou numa viagem arriscada, com o objetivo de salvar pessoas que ela nem conheça ou não conheceu, vindo parar num lugar desconhecido, se submetendo aos caprichos de estranhos até então, em prol de um futuro para os outros, abrindo mão do seu, sem questionar o porquê, tudo pelo bem do próximo,. Um coração puro assim precisa de cuidados especiais, necessita viver!’- queria muito acalentá-la, porém o orgulho naquele momento de parecer estar certo e ela como errada, falou mais alto, ele era o líder, não poderia ceder, apenas ordena:

– Vá para o seu aposento e não saia de lá até a segunda ordem, pensarei num castigo apropriado, não podes fazer tudo o que queres, aprenda isso.

– Sim, Byakuya-sama, gostaria apenas de pedi uma coisa.

– E o que é?

– Pode o senhor, buscar informações acerca do estado de Zaraki taichou, por favor?

– Verei o que posso fazer a esse respeito, não seria mau ele morrer mesmo. – diz olhando para a menina, que não controlou mais as lágrimas e nem levantara a face para vê-lo, apenas disse, se retirando lentamente do lugar:

–Onegaishimasu?Arigatou gozaimashita, Itte kimasu.

O coração do nobre estremeceu com aquela atitude, bem como quando ela se refere a ele por Byakuya-sama, e entristeceu quando os seus olhos não viram os dela. A menina seguiu para o seu quarto, sentou na varanda e tocou sua flauta, primeiro uma triste melodia por alguns minutos, logo após recita um trecho de solo de ‘Beethoven, Symphony no 3 in E flat major’ belíssimo, chamando a atenção do Kuchiki, que parara em frente ao quarto para ouvi-la melhor, enquanto Órion fazia um enorme esforço para recordar onde aprendera aquela melodia, tocando ao mesmo tempo em que as lágrimas caiam.


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Notas finais do capítulo

um dos hobby de Órion é a flauta por isso no decorrer da historia aparecerá nomes de melodias de grandes compositores para este instrumento belíssimo.



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