Tomoeda High escrita por Uma Qualquer


Capítulo 3
Identidade




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No terraço, Sakura esperava sozinha num banco, o bentou intocado ao seu lado. Já faziam vinte minutos desde o começo do intervalo, e nem sinal de Syaoran.

Tomoyo sentou-se ao lado dela.

– Melhor a gente comer logo– disse, tirando o próprio bentou da bolsa. – Faltam cinco minutos só.

A garota assentiu para ela, apanhando a vasilha. Ao longe, os outros alunos brincavam e riam, despreocupados.

– Deve ter acontecido alguma coisa– murmurou.

A morena encarou-a. –Você acha?

– Acho sim. Li-kun não é um garoto mau. Ele não faria esse tipo de coisa pra... sei lá, se vingar por eu viver me afastando dele, certo?

– Não, acho que não.

Elas comeram em silêncio, o vento soprando gentil nos cabelos delas.

– Sakura, por que você foge dele?

Ela deixou o garfinho na vasilha, mastigando bem antes de escolher as palavras.

– Promete que não vai rir?

– Claro.

Sakura suspirou fundo, e então olhou para a amiga.

– Quando eles estão por perto, me sinto como se... Como se eu estivesse em perigo.

Tomoyo a encarou, confusa. – Perigo...? Como assim?

– Também não sei explicar. Mas é como eu me sinto. Que não estou segura com eles por perto. A primeira vez que vi Syaoran, tive vontade de fugir correndo... E o pior é que foi o que eu fiz mesmo.

– Bem... Até onde eu sei, eles não me parecem perigosos. Não se você não se apaixonar por eles; mas mesmo assim, nunca vi os dois darem motivo pra alguém sair correndo. Essa coisa que você sente é bem esquisita.

– Nem me fala...

Nas aulas seguintes, os irmãos Li continuaram ausentes. Ninguém os tinha visto desde a aula de educação física. E, o que deixou Sakura ligeiramente alarmada, Ciel Phantomhive também não apareceu mais.

– Ele vai ter que explicar por que te deixou plantada esperando– Chiharu alertou Sakura enquanto deixavam a escola.

– Deve ter acontecido alguma coisa– Sakura sorriu. –Está tudo bem.

As garotas se separaram. Como moravam mais distante da escola, Tomoyo e Sakura foram juntas para a estação.

– Olha, vai indo na frente– a Daidoji lhe disse. –Tenho que ir ao banheiro.

– Mas nosso trem já tá saindo... Eu te espero, então –Sakura respondeu aflita.

– Não, não, vai indo na frente, senão o Touya-san vai ficar preocupado.

Sem entender, Sakura se viu sozinha no vagão. Outros estudantes e passageiros estavam lá dentro, mas não havia ninguém que ela conhecesse. Ligeiramente insegura, ela se encolheu no banco.

E então, alguém sentou no lugar vazio ao seu lado.

– Desculpa a demora, Kinomoto-san.

Ela virou-se para o lado, muda de surpresa.

A fábrica abandonada era um prédio velho e feio, nos arredores da escola Tomoeda. Tapumes cercavam a área, cuja entrada era restrita e estava lacrada havia anos.

Mas, é claro, para algumas pessoas isso era apenas detalhe.

– Ele escolheu bem– Tsubasa observou. –É perto da escola. Se algo der errado, ele só precisa chamar o Michaelis-sensei.

– Se é que eles têm alguma relação.

– Você ainda duvida?

Syaoran deu um chute numa tábua, que soltou-se na hora e abriu passagem para os dois.

A construção estava caindo aos pedaços, com buracos no lugar das portas paredes que pareciam prestes a desabar. Os irmãos entraram no galpão aberto e seguiram pelo interior do edifício, na escuridão iluminada por uma ou outra réstia de luz, que revelava uma grande quantidade de poeira flutuando no ar.

– Aqui é muito aberto– Syaoran sussurrou. –Acho que ele tá levando a gente pra algum tipo de armadilha.

– Foi pra isso que viemos, se pensar bem– Tsubasa enfiou as mãos no paletó do uniforme. Lá de dentro, tirou duas pistolas.

– Você trouxe?

– Claro. Você também tá armado.

– É, mas é um moleque só. Acho que eu dou conta dele.

– Ele roubou uma bola de você, lembra?

Syaoran fez um ruído de impaciência, segurando o punho da espada na cintura.

Subiram até o nível das máquinas, que ocupavam corredores como se fossem um labirinto. A escuridão ali era maior, pois as janelas estavam cheias de fuligem ou cobertas com tábuas de madeira.

Tsubasa fez sinal ao irmão para que se separassem diante de uma bifurcação. Logo que o fizeram, ouviram o ruído de algo metálico batendo na superfície das máquinas, bem próximo dali.

– Então, é assim que os alunos japoneses perseguem novatos– A voz de Ciel veio de um ponto indistinto, ressoando pelos corredores. – Com espadas e armas de fogo. Até onde sei, não se pode andar com essas coisas livremente nesse país. Então, ou vocês são delinquentes insanos... ou são realmente especiais.

– Qual é, não estamos perseguindo ninguém– Syaoran exclamou irritado.

– Ei– Tsubasa o chamou, do outro lado. –Olhe pra nós dois. Claro que estamos.

– É, mas...

Antes que terminasse, um objeto veio voando em sua direção e fincou-se no concreto da parede. Ele puxou-a, era uma flecha, com uma robusta ponta de aço.

– Você é que é insano! –Syaoran gritou.

Tsubasa avançou na direção da flechada, cautelosamente, escondendo-se sob um muro quando um novo projétil passou por ele.

– Estamos perdendo tempo– exclamou. –E você está agindo como criança. Não pedimos pra enfrentar você, só queríamos que nos revelasse sua identidade.

Mais uma flecha passou raspando pelo seu rosto.

– E por que acham que devo me revelar para vocês?

– Porque é nosso dever manter este território seguro. E é bem provável que você já saiba disso.

Ouviram um riso abafado.

– Então, é isso que está tirando vocês do sério... Eu sei quem vocês são, mas vocês não sabem quem eu sou.

Não se ouviu mais nada após isso. Tsubasa olhava para todos os lados na penumbra, tentando seguir alguma pista que lhe levasse ao dono da voz. Súbito, o choque de duas lâminas o fez voltar-se para trás.

– Tudo bem– Ciel disse, enquanto atacava Syaoran com duas espadas. –Vou enfrentá-los em seus próprios termos. Caso eu vença, vão ter que fingir que eu não existo.

– Seria bom– Syaoran avançou furioso. –Mas infelizmente... Não podemos deixar as coisas acabarem assim!

Ele tentou acertar o peito do menino, que fez um escudo com as lâminas cruzadas e bloqueou o golpe. Não estava brincando. Pelo corte que Syaoran tinha recebido no rosto, sabia que devia enfrentar aquele moleque pra valer.

Tsubasa afinal avistou os dois espadachins atrás de uma caldeira. Não acreditou na precisão e na força de Ciel, que erguia e manuseava duas espadas que tinham quase o tamanho dele, como se fossem meras adagas. A diferença de habilidades era tão grande que Syaoran, maior e mais forte, parecia terrivelmente indefeso. Antes que Tsubasa pudesse intervir, Ciel enterrou uma das lâminas bem fundo no ombro de Syaoran.

– Não!!!

Alarmado, ele ergueu as pistolas para o garoto, enquanto Syaoran cambaleava para trás, rugindo de dor e segurando o ombro ferido.

– Sai de perto dele– Tsubasa deu um tiro de alerta, que passou raspando pelos cabelos do garoto.

– Ainda não terminamos– Ciel fitou-o com desagrado. –Se afaste e espere sua vez.

– Você me ouviu– ele atirou novamente.

Ciel desviou da bala num movimento desleixado, seu olhar frio pousado sobre o atirador.

– Deixa ele–Syaoran exclamou. –Não chega perto!

Mas era tarde demais. O menino sumiu da vista de Tsubasa. Quando reapareceu estava avançando ao seu encontro, correndo, as espadas erguidas, as lâminas a pouca distância do rosto do mais velho.

– Creio que é o bastante, jovem mestre.

No meio do movimento dele, Tsubasa viu o olho azul do garoto perder o brilho e fechar-se, assim que ouviu aquela voz. Desfalecido, caiu a alguns metros de distância dele, as espadas largando-se no chão num barulho pesado.

Syaoran viu a silhueta alta do professor Michaelis assomar na escuridão. Instintivamente, sua mão suja de sangue agarrou a espada.

– Acalme-se, Li-kun. Não vim atacá-los. A condição para permanecer nesta cidade é não atacar ninguém, certo?

Ele soltou a espada, e Tsubasa baixou as armas. Sebastian foi até ele e recolheu Ciel do chão.

– O que aconteceu não irá se repetir– disse em seu tom calmo. –Meu mestre costuma ser muito exibido, mas até ele deve saber quando é a hora de parar.

– Seu... mestre? –Tsubasa murmurou.

– Sim– ele respondeu. –Sou o tutor legal de Ciel Phantomhive, e portanto, o responsável por ele. Ciel não deseja que nossa relação seja do conhecimento de todos na Tomoeda, por isso mantivemos segredo. E pelo visto, vocês terão de manter também.

– Hm– o garoto assentiu devagar. –Certo.

Sebastian olhou para trás, vendo Syaoran se aproximar.

– Considerem essa como a identidade de Ciel que vocês queriam tanto descobrir –aconselhou. – Não temos intenção de provocar problemas, então... Não os provoquem.

Ele havia recolhido as espadas de Ciel, e além delas, um arco e uma aljava. Foi embora do mesmo jeito que pareceu ter chegado ali – num piscar de olhos.

Os Li ficaram em silêncio, até que Tsubasa lançasse um olhar ao irmão.

– Olha isso... O moleque detonou você.

– Valeu– ele fez uma careta de dor. – Deixa de ser inútil e me ajuda a sair daqui.

O sol já estava quase se pondo quando deixaram a fábrica. Tsubasa levava Syaoran apoiado sobre ele, o ombro amarrado com um pedaço de camisa para estancar o sangramento.

– Você viu aquilo, Syaoran? –indagou sério.

– O quê? – ele perguntou, cansado.

– O braço de Ciel. Perto do pulso. Você cortou com a espada aquelas pulseiras de rock que cobrem o braço dele.

– Sim, e daí?

– Quando ele veio me atacar, consegui ver o que ele tem naquele braço. Um monte de marquinhas de orifícios. Duplos.

Eles se entreolharam, pensativos.

– O que a gente faz? – Syaoran indagou.

– Vamos pra casa. Com certeza, ele vai saber o que fazer.

A última gaze era depositada ao redor do ombro ferido, envolvendo o peito de Syaoran como uma faixa. Ele se recostou na cama, aliviado. As ervas curativas de Kurogane-sensei sempre doíam muito quando aplicadas, embora acelerassem a cura de modo admirável. Agora, apenas um calor confortável se espalhava pelo ombro, e uma sonolência se insinuava pela sua mente. Resolveu se concentrar no irmão e no monge, antes que acabasse cochilando de vez.

Tsubasa havia limpado as armas dele e agora polia a espada do irmão, sentado pensativo à beira da varanda. Já Kurogane-sensei estava sentado num banquinho ao lado de sua cama, rodeado de gazes ensanguentadas, ervas e bacias de água ainda morna. Era um homem jovem, forte e moreno, de cabelos curtos e olhos negros num rosto de feições duras. Tinha os braços cruzados sobre o kimono e fitava o ombro do garoto, num ar carregado de inquietação.

– Vocês têm certeza de que era mesmo só uma criança? –indagou, pela segunda vez naquela tarde.

– Tinha a aparência, pelo menos– Syaoran confirmou. –Mas, de algum jeito, não parecia ser humano.

– Alguma coisa não estava certa no moleque– concordou Tsubasa da varanda. – Forte demais. Ágil demais. Mortal demais, pra uma simples criança humana. Na idade dele, não fazíamos metade das coisas que ele é capaz. Acho que nem mesmo hoje conseguiríamos.

– Ei, não fale como se estivesse com inveja do pirralho– Syaoran o recriminou.

– Não estou– o ar de Tsubasa era sério, e apreensivo. –Não sei o que o Ciel fez pra ficar daquele jeito, mas com certeza é alguma coisa que eu não ia querer.

– É bem provável– disse Kurogane.

Ele levantou-se e começou a recolher as gazes e ervas do chão. Syaoran sentia que estava no limiar do sono, quando algo veio à mente.

– Sensei– exclamou. –O senhor falou disso uma vez. Humanos que conseguiam uma habilidade incrível misteriosamente. Pensando bem, Sebastian-sensei deve ser a chave de tudo. E se o Ciel estiver...

Olhou para o monge, interrogativo.

– Por que Sebastian-sensei concordaria com uma coisa dessas? – Tsubasa, que vinha da varanda, indagou. –Você sabe, eles não são obrigados a nada nesse mundo. Só quando entram no nosso território, e têm que seguir nossas leis. Fora daqui, podem fazer o que bem entenderem.

– Ele pode ter visto alguma vantagem nisso...

– É, só não imagino como.

– Vamos pensar nisso depois– Kurogane encerrou a conversa. – Syaoran, durma um pouco. As ervas fazem efeito mais rápido se você estiver inconsciente.

Meio relutante, o garoto seguiu o conselho de seu mestre e fechou os olhos, adormecendo poucos minutos depois. O homem recolheu as bacias e levou tudo para a cozinha, seguido por Tsubasa, que o ajudava.

– Então, acha que é possível...? –ele resolveu continuar o assunto em voz baixa.

Kurogane assentiu de leve com a cabeça.

– Talvez. Não vamos tirar conclusões precipitadas agora. De qualquer forma, enquanto o que o menino e o professor estiverem fazendo não quebrar nenhuma regra, não temos o direito de interferir.

– Tem razão... Só que é perigoso aquele moleque sair se exibindo por aí. Por sorte o Syaoran é o Syaoran. Se fosse outra pessoa...

– Não seria outra pessoa. Pelo que entendi, vocês foram os únicos a arrumar confusão com o garoto.

O olhar dele era de reprovação pura. Tsubasa encolheu os ombros, constrangido.

– Ele quem começou– defendeu-se.

– Olha só– o monge deu um riso de desprezo. –Achei que Syaoran fosse o mais criança de vocês dois, mas você não fica para trás, não é? Não aja como se tivesse cinco anos. Seja homem e assuma que nunca devia ter intimidado o menino sem um motivo razoável.

– A gente tinha um motivo...

– E por pensar assim, seu irmão está com um ombro perfurado. Revejam suas prioridades antes de saírem agindo como perfeitos idiotas. Não estou dizendo que o tal moleque é inocente, mas vocês fizeram o jogo dele porque quiseram. Assim que Syaoran se recuperar, estejam preparados para a punição.

Tsubasa assentiu derrotado. Agora que estava de cabeça fria, ainda mais depois daquela bronca, percebia que a coisa toda tinha sido um erro. Os outros alunos ficaram logicamente admirados com as habilidades de Ciel, mas ninguém tinha hostilizado o garoto por isso. Ele e o irmão foram os únicos. E iam pagar caro por isso.

Remexeu na despensa em busca de algo para comer, decepcionado consigo mesmo. Ele costumava ser o mais centrado da dupla. Como não percebeu que estava cometendo um erro desde o início? Aquilo podia ter custado a vida de Syaoran. Era a primeira vez em muito tempo que agia sem pensar direito, e ele não pretendia repetir o erro dali para frente.

Estava nessas divagações, quando algo na despensa chamou sua atenção. Um bolinho cor de rosa. Enrolado numa folha de cerejeira desidratada.

Ele e Syaoran tinham esquecido algo muito importante. Alguém muito importante.

– Já volto– ele passou feito um furacão pela cozinha, calçando os sapatos apressadamente.

– O que está levando aí? –Kurogane indagou, vendo a coisa rosa de relance.

– Sakura-mochi– Tsubasa ergueu o doce antes de sair.

Era algo que já havia percebido. Sakura não ficava tão inquieta ou perturbada, quando era ele quem estava por perto. Devia ter algum problema com Syaoran, algo que nem mesmo ela sabia o que era. O que importava era que ela não tinha o mesmo problema com Tsubasa. E isso animava bastante o rapaz.

– Então, a gente precisou sair mais cedo– explicava para a garota. – Não deu pra te avisar... Ele não fez por mal, acredite.

Enquanto falava, admirava o rosto dela, os olhos cristalinos como pedras ao sol poente, que criava pontinhos de luz em seus cabelos dourados. Era linda, tão absurdamente linda que ele não via problema nenhum em se aproveitar da pequena vantagem que tinha sobre o irmão.

Sakura sorriu levemente. Não parecia decepcionada de maneira alguma. Tsubasa diria que ela estava apenas aliviada em saber que os irmãos estavam bem. Seu rosto se iluminou ao abrir o pacote que Tsubasa acabava de lhe entregar.

– Foi ele quem mandou? –indagou admirada.

A pergunta jogou um balde de água fria no rapazinho. Ele se forçou a sorrir, enquanto se perguntava o que diabos estava acontecendo com aquele dia.

– Sim– respondeu. –Acho que ele deve ter pensado que combinava com você.

– Nossa– ela murmurou, olhando com carinho para o interior do pacote. –É meu doce preferido, desde que eu era pequena.

“Diga, seu covarde. Diga que foi você quem trouxe, e que Syaoran tá apagado em casa e nem lembra que ela existe.”

Ele não diria. Era leal ao irmão, apesar de tudo. Não queria estragar ainda mais a relação que Syaoran havia tentado construir com Sakura. Ainda mais agora que sabia que era ele, e não Tsubasa, que estava nos pensamentos da garota.

Foi surpreendido pelo rostinho assustado dela, que olhava seu pescoço. Tocou a gola da camisa do colégio, e percebeu que estava meio endurecida por uma mancha de sangue seco, de quando ajudou Syaoran a chegar em casa. Na pressa, nem lembrou daquilo. A luz da tarde não devia ter deixado Sakura perceber de primeira, mas agora não havia como negar.

– Está tudo bem– tentou tranquilizá-la sem sucesso. – Não foi nada.

– Vocês... Syaoran-kun está bem...?

“Sério. Eu realmente não devia ter vindo.”

– Está...

– Vocês não andaram fazendo nada perigoso, não é?

Ela baixou a cabeça, nervosa. –Desculpa. Eu sei que não devia me meter. Mas é que eu me preocupo...

– Hã? –ele murmurou confuso.

– Eu me preocupo com vocês– a jovem explicou. –Desculpa se eu não demonstro isso da melhor maneira, mas... Mesmo mal conhecendo vocês, eu não quero que se machuquem.

Tsubasa franziu o olhar sem entender. Não tinha muita certeza do que estava ouvindo, e a julgar pelo nervosismo de Sakura, ela também não devia ter muita certeza do que estava falando.

– Ei– ele pôs uma mão de leve sobre o ombro dela, fazendo-a voltar o rosto em sua direção. –Não fique assim por nossa causa. Nós dois sabemos nos cuidar. Mas de qualquer forma, eu agradeço a preocupação. E... tenho certeza que o Syaoran é muito grato também.

Ela fitou-o sem saber o que dizer por um momento, e afinal sorriu.

Tsubasa desceu na parada seguinte e voltou a pé para casa. Era noite quando chegou ao templo no final da rua.

Teria que entrar, ver se o irmão estava bem o bastante para poder lhe contar o que houve. Fingir que sua intenção desde o início era limpar a barra de Syaoran com a Sakura. E então ir dormir, pensando no moleque que havia zombado deles abertamente, em como foi idiota de cair na armadilha dele. E em como o sorriso de Sakura, tão bonito como o por do sol, aquecia seu peito.

Realmente, aquele tinha sido um péssimo dia.

Sakura estava na escrivaninha do irmão, resolvendo exercícios de Língua Inglesa. Não lembrava de aquela matéria ser tão difícil... Talvez fosse mais complicado estudá-la com um professor que era um falante nativo, afinal.

Ao lado do caderno na mesa, estava o mochi intocado. Vez ou outra ela o olhava de fininho e sorria, sem saber o motivo. Só sabia que aquele presente tinha lhe deixado feliz, de um jeito que nunca esteve antes.


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Notas finais do capítulo

Vocês que leem, por favor se manifestem! Mandem um oi pra autora, nem que seja pra perguntar o que foi que eu fumei pra fazer essa história. Críticas, sugestões, dúvidas, pão de queijo: mandem o que quiser que eu agradeço muito. Qualquer sinal de vida tá valendo!
Té maisinho pessoal :*



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