A Thousand Years escrita por Serena


Capítulo 27
Capitulo 26: Diga alguma coisa


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo chegando,vamos ver o desfecho deste impasse.
Gente tô meio triste,a fic ta correndo super rápido pra ser finalizada,o corretor aqui do nyah diz que o numero de leitoras aumentou,atualmente esta com 102 pessoas acompanhando a fic.
No entanto só três ou duas comentam,eu amo estas leitoras que estão sempre aqui comentando.Mas poxa fantasminhas eu não mordo sabiam?
Quando não se tem comentários a gente fica pensando que a historia tá ruim ou perdeu a graça.Se esse é o problema então digam ai que eu resolvo ok,mas digam.
PS: As leitoras q sempre comentam ignorem isso,vcs são a alma desta fic!



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Capítulo 26: Diga alguma coisa

Anteriormente em A Thousand Years:

—Bonnie?!_um sussurro aflito ecoou, perpassando os lábios rosados que antes exigiam explicações.

Paralisando os dois homens,e fazendo a  jovem bruxa arregalar o máximo que podia os seus olhos verdes.

Aquela era a voz de Caroline...

Lentamente Klaus virou-se na direção de onde o pequeno murmúrio quase inaudível, surgira.Todo o seu corpo sendo guinchado pela adrenalina de depois de tanto dias sem matar ninguém; estar quase perto de concluir sua vingança contra aquela linhagem podre.

Porem havia uma força invisível bem mais poderosa,que lhe levou inconscientemente a se retesar, quando estava finalmente todo virado para a mulher loira.

Sua mão direita ainda elevava o peso do corpo de Bonnie,obrigando-a há retirar seus pés do chão,que ficavam se balançando.

Enquanto ela lutava por um pouco de ar.

Sua face estava distorcida pelos sentimentos controversos que lhe assolavam.Uma ruga insistente se formava em sua testa,seu maxilar tensionado,os dentes perfeitos, trincados uns contra os outros.Como se buscasse lutar contra todos os seus demônios internos,tentando ter um pouco de controle sobre sua ira.

—Klaus?!

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Eu serei a única se você me quiser

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa,estou desistindo de você

 

Seu nome saiu tremulo dos lábios rosados.Ela parecia não acreditar na cena que se desenrolava bem diante de seus olhos.

Seu coração estava esmagado dentro de seu peito,de um modo que parecia que quem pisava em cima do órgão, era ele mesmo.                                                                                 

Havia um brilho nítido e desolador nos olhos azuis, que alguns instantes atrás olhavam aquele mesmo homem com desejo e amor.

Era um olhar de descrença, indignação, fúria, decepção.

Tudo ao mesmo tempo.                                                   

Seus pés estavam estancados no mesmo lugar,sua respiração entrava pesada em seu interior e saia de modo cortante para fora.Por mais que quisesse sua voz não existia mais dentro de si,seu corpo estava paralisado e sua alma despedaçada.                                                                     

Desejava agir,ter algum tipo de reação, mas sua mente simplesmente havia travado.

—Não se meta!_sibilou para ela em um rosnado.

Nesse momento Bonnie, que apesar da dificuldade para conseguir respirar; sentiu todos os seus sentidos desfaleceram. Os olhos esverdeados tomados pelas gotículas de água, se encontraram com os olhos azuis da amiga,antes de se fecharem abruptamente. E sua cabeça pender para trás,enquanto suas forças abandonavam lhe.

Ao ver isto,Kol se lançou novamente contra seu irmão -conseguindo arrancar Bonnie do aperto mortal,que havia em sua garganta-amparando o pequeno corpo antes que viesse a se encontrar com o chão.                                                        

Á chamou, implorou e surtou tentando traze-la de volta.

Em nenhum segundo,Klaus desviou seu olhar para ver a cena de seu irmão tentando salvar a vida da bruxa.Não se arriscou,em olhar para Bonnie enquanto a estrangulava em busca  de sua vingança.

Seus olhos estavam pousados em Caroline,mesmo que sua expressão assassina denunciasse que não iria parar,nem mesmo se ela lhe suplicasse.

—Como você pode tentar mata-la?

E eu estou me sentindo tão pequena

Isso foi na minha cabeça

E agora eu não sei de mais nada

As íris esmeraldas se tornaram frias e cruéis ante a acusação tão cheia de magoa,que lhe fora jogada.O belo rosto assumindo a mascara impenetrável de sempre:A do ‘’monstro assassino’’  que tanto gostava de ostentar.

—Ela não acorda._disse Kol desesperado,sentado no chão com o corpo Bonnie entre suas pernas.Ambos os braços a envolvendo de modo protetor, deixando a cabeça dela recostada em seu ombro.

—Como teve coragem,seu bastardo!_gritou Caroline encontrando toda a força que antes não sentia dentro de si,para esbravejar com ele,sentindo-se desolada.

—Eu deveria ter presumido,que ate mesmo você. Um dia se voltaria contra mim._resmungou Klaus amargo,curvando os lábios minimamente, em um sorriso sem humor.

Caroline o fitou desacreditada no cinismo do homem em sua frente.                                                     

Mirando fundo nos olhos verdes,com toda  a raiva e ressentimento que se espalhavam por seu sangue.

—_Me voltar contra você?Eu acabei de te ver tentando matar a minha melhor amiga!Mesmo sabendo o quanto ela significa pra mim.

—Por acaso você tem ideia do que a maldita linhagem da sua amiguinha me fez?Tem alguma dimensão do que foram passar os últimos cem anos preso sozinho por culpa delas?

Caroline não sabia o que era passar por tudo aquilo.Podia sentir o ódio emanando de cada poro de Klaus,enquanto suas palavras eram proferidas com cada vez mais força.No entanto,mesmo todo o sofrimento do loiro,não lhe era justificável diante do fato de vê-lo tentando matar Bonnie.

Não sabia dizer, se doía mais, por ele ter estado tão perto de conseguir tal feito.Ou se se sentia daquele jeito tão mortificada por dentro,somente por saber que ele havia sim desejado e quase executado o assassinato de alguém que lhe era importante,e ainda sim,tendo consciência disso não desistiu.Nem mesmo por ela...

E eu vou tropeçar e cair

Eu ainda estou apreendendo a amar

Apenas começando a engatinhar

O que mais pesava em seu coração?Parecia que não havia resposta que lhe tirasse aquela duvida.

—Isso não é desculpa para você matar ninguém.Você mesmo acabou de dizer: A culpa foi delas,não da Bonnie._murmurou em um tom compenetrado,a voz letalmente baixa e seca.

—É claro que ela também tem culpa.Só o fato da sua amiguinha ser uma Bennett, a torna tão culpada quanto sua antepassadas. _riu desdenhoso.

A mulher se manteve em silencio,tentando controlar a raiva que corria como acido por seu sistema nervoso.

E o desapontamento que agora rasgava sua carne.A cada palavra odiosa saída da boca daquele por quem estava apaixonada.

—Eu esperei cem anos por isso! Fantasiei nos últimos meses, como seria matar cada Bennett,ate que não sobrasse nenhuma._afirmou Klaus com um sorriso sádico._foi por isso que vim para esta cidadezinha desprezível,e esperei cada dia com ansiedade.Pelo momento em que teria o prazer de arrancar o coração da ultima Bennett viva,olhando dentro de seus olhos,pra que ela soubesse que fui eu quem a destruí.

Caroline riu de seu discurso,sem achar graça alguma.                              

A decepção duplamente jogada contra seu rosto,sufocando seu coração tão cheio de esperanças,que sempre buscava enxergar o melhor daquele homem.

Sentiu as palavras dele amargarem em sua boca,e um bolo se formar em sua garganta,sendo enunciado pelo brilho abundantemente em seu olhar.                                                             

Os belos olhos azuis se preenchendo a cada segundo de mais gotas de água salgadas,que de repente pareciam nunca mais ter fim.

—Foi por isso que você não foi embora?

Diga alguma coisa,estou desistindo de você

Lamento que eu não tenha conseguido chegar ate você

Em qualquer lugar eu teria te seguido

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

A tão dolorosa duvida lhe escapou dos lábios,antes mesmo que pudesse impedir.                                                                                   

Saindo uma pergunta temerosa,da qual já tinha a resposta.Mas que precisava ouvir da boca dele, para que finalmente pudesse cair em si.

E a sua reposta veio como um ‘’balde de água fria’’ em cima de seus sonhos,anseios e idealizações.

Não fora necessário se quer que Klaus abrisse os lábios avermelhados.  

O seu silencio gritava sua resposta.

Seus olhos não negavam em seu brilho,a verdade misturada á toda a fúria.

Caroline recuou um passo para trás,ante o silencio pesado e frio que os cercava.Sentindo como se tivesse levado um soco no estomago.

—Por um instante eu cheguei a pensar..._murmurou desnorteada,abraçando a si mesma como se de repente o ar na bela sala, tivesse se tornado rarefeito.                 

Gelado demais para suportar...

—Caroline_ouviu seu nome sendo sussurrado por ele de modo cauteloso,em um tom preenchido de preocupação,que lhe fez estremecer diante das peças que se encaixavam em sua mente.

—Tudo sempre foi por vingança,não é?

Ela não queria ouvir a resposta dele.

A voz escapando tremida de sua garganta,as lagrimas que agora se amontoavam aos montes em seus olhos.

—O sequestro... Eu ter permanecido viva todo esse tempo... Você se mudar para Mystic falls... Estava tudo interligado o tempo inteiro.Eu só fui a distração fácil que você encontrou pelo meio do caminho.

—Você não sabe o que esta dizendo._disse Klaus deixando a voz rouca se sobressair,tensa.

—E a burra aqui acreditando que você havia mudado,que ao menos se importava comigo._ pranteou perdida.

Como alguém que passa tempo demais negando algo que sempre esteve estampado em sua face,e de repente se vê diante da verdade.

A sensação que sentia, se assemelhava a de uma criança que passa a vida inteira acreditando no papai noel e descobre, que o bom velhinho não passa de uma tradição familiar.Uma mentira contada por seus pais,para lhe deixar feliz.

Só que aquilo era 50 mil vezes pior e mais sufocante.                                                                           

Ela havia abrido mão de suas próprias opiniões e preceitos, estando disposta a enfrentar e passar por cima de qualquer um por ele.                                                                                

Disposta a defende-lo e afirmar com plena certeza, que ele ‘’ainda tinha jeito’’.

Parecia que enfim seus olhos estava abertos,depois de tanto tempo vendados.E a verdade era cruel,destruindo cada instante que havia levantado a voz para dizer que Klaus não era tão ruim quanto parecia.

Aniquilando por completo a imagem do homem que amava.

De um homem, que ainda podia ser salvo..

E assim como toda a verdade dos fatos caindo em cima de sua cabeça.

A primeira lagrima desabou, do aglomerado que encharcava seus olhos.

Caindo lenta e dolorosa.

Como a primeira gota de chuva no centro de um mar revolto.Sendo submergida pelas ondas poderosas,e jogada lá no fundo contra as rochas.

E eu vou engolir o meu orgulho

Você é quem eu amo

E eu estou dizendo adeus

—Alguma coisa em nosso relacionamento foi real?

Klaus a fitava de cabeça baixa em silencio.

Engasgada em seu peito,entalada em sua garganta,e proibida de sair por seus medos.Estava a verdadeira resposta daquela duvida tão obsoleta,que quase parecia uma ofensa depois de tudo o que haviam vivido.

No entanto,nem um sopro de sua voz fora lançado para fora de sua boca.                                               

Tudo o que pode dar a ela,fora novamente seu silencio.

Porque mesmo que a resposta fosse um ‘’sim’’ gigantesco escrito em neon,ainda estava preso dentro de seu coração quebrado.

Caroline balançou a cabeça assentindo tristemente.                                                                                      

Fitou o chão,esquecendo-se de Bonnie e Kol.

Das horas anteriores que ela e Klaus estavam bem,compartilhando momentos íntimos.

Aquela discussão não se tratava mais apenas da tentativa de assassinato de sua melhor amiga,e sim da grande realidade que sempre batera em sua porta.E da qual ela sempre se negara a ver.

Klaus nunca a amou ou mesmo gostou dela.Tudo não havia passado de um plano de vingança estratégico,do qual ela somente havia servido como objeto de prazer.

Todas as vezes que seu lado racional lhe alertou, dizendo que ele jamais mudaria ou se tornaria menos mau.Agora lhe apunhalavam com tapas estalados em sua face.

Ele jamais iria se tornar algo diferente do que era,não tinha esse desejo,e por mil anos nada o motivou a querer mudar.

Tolo fora seu erro,em pensar que talvez ela o pudesse fazer querer tal coisa.

Agora era tarde, o estrago já estava feito...                                          

Ela já o amava mais do que pensava ser possível,e sabia que nada modificaria isso.

Diga alguma coisa,estou desistindo de você

Lamento que eu não tenha conseguido chegar ate você

Em qualquer lugar eu teria te seguido

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Levantou sua cabeça,focalizando o rosto apático que lhe estudava aflito e desesperado.Quem o visse,ate diria que ele estava sofrendo tanto quanto ela.-pensou amargurada.

Tinha a certeza de que provavelmente seu rosto deveria estar regado pelas lagrimas de seu choro silencioso.Porem não tinha mais razão para ficar ali,olhando para ele. Ajeitou sua postura,erguendo a face,e ignorando seu coração trincado que sangrava em seu peito.

Não proferiu uma única palavra,pois sabia que se abrisse a boca não iria segurar a torrente de dor que sairia por ela.Buscou rapidamente o local onde Kol deveria estar sentado no chão,com Bonnie desmaiada em seu colo.Encontrando somente o vazio,como dentro de sua própria alma.                                  

Tinha confiança no jovem original,e sabia que Bonnie iria ficar segura.

Diga alguma coisa,estou desistindo de você

Diga alguma coisa..

Por isso,fez o que a muito devia ter feito.                                      

Obrigou seus pés a se locomoverem no chão.Girando em seus calcanhares ela deu as costas para Klaus,e começou a caminhar em direção a porta.

—Caroline?

Sendo abruptamente parada ao ver sua cunhada Rebekah adentrando pela porta da mansão.

Rebekah observou a jovem loira,enquanto fechava a porta atrás de si.Sua testa se enrugando,ao ver o estado lastimável que a amiga estava.

—O que houve?

—Finalmente eu conheci o verdadeiro Klaus Mikaelson.

—O que?_perguntou desorientada.

—Não importa mais.Eu estou indo embora,e não pretendo pisar nunca mais em qualquer lugar que seu irmão esteja._ replicou Caroline,passando pela original que ainda tentava entender o que havia acontecido.

—Caroline._seu nome novamente fora chamado pela voz carregada do sotaque inglês, que estremecia ate o mais intimo de sua alma.

Se virou bruscamente para ele,fitando-o com raiva,tristeza.                                          

Dentre tantos sentimentos contraditórios.

Rebekah estava parada um pouco a frente de Klaus,também olhando-a preocupada.

Cravou seus olhos nas orbes verdes que tanto adorava,tentando desvendar seus segredos e descobrir o que mais ele teria a lhe dizer.                                                            

Já não havia a magoado o bastante?Queria destruir os restos de seu coração?

Todavia,ele abriu a boca e fechou sem dizer uma palavra.                                                       

Não tinha o que dizer ou como remediar aquela situação.

—Care eu não sei o que nik fez. Ele consegue ser  pior do que qualquer pessoa,um idiota sem limites quando quer.Mas eu te peço,tente se lembrar daquilo que viu de bom nele.Das qualidades que te fizeram não desistir,e aceitar os seus defeitos,mesmo sendo os mais terríveis.

—O único problema Rebekah, é que eu estava enganada. Klaus nunca teve nada de bom, fui eu quem fantasiei. Que desejei o impossível.._ respondeu Caroline, a voz embargada, arranhando  a sua garganta.

O hibrido fechou os olhos como se levasse um baque forte demais para aguentar,ao ouvir as palavras da mulher.

Enquanto sua irmã se retesava tensa,sem saber como o defender, daquela que sempre parecia estar pronta para ampara-lo.

—Vocês brigaram por causa do que aconteceu no dia da festa a fantasia com Tyler?_ indagou Rebekah seria.

Klaus voltou sua atenção de modo urgente para a original,antes de se focar novamente em Caroline.Os olhos antes angustiados,agora ferozes e atentos buscando algum tipo de explicação visual através dos olhos da garota.

O ciúme entrando em ebulição por sua pele,juntamente com o gosto cítrico de saber que ela não havia lhe contado algo.

—O que aconteceu no dia da festa com Tyler?_inqueriu irritado para ela,porem foi Rebekah quem lhe contou.

—Aquele patife apareceu lá quando estávamos fazendo a decoração para festa.Começou ofendendo a Care,e então do nada passou a se retorcer no chão tendo todos os ossos do corpo quebrados ao mesmo tempo.

—Como?!

—É. E só foi ai que eu me dei conta de que quem estava causando aquilo nele, era a própria Caroline!_emendou Rebekah.

As duas esferas esmeraldas passaram a encarar o rosto de Caroline,intensamente.Os olhos nublados de confusão e raiva,a mente trabalhando em uma velocidade alucinante para tentar entender, e processar o que tinha acabado de ouvir.

—Quando pretendia me contar isso?

Proferiu,entredentes irritado.

Todos os músculos de seu corpo retesados de modo brusco.                  

O maxilar trincado,os lábios unidos em uma rígida linha,as sobrancelhas masculinas delineadas em uma ruga.

—Não é só você que tem segredos. Surpreso?

Conscientemente ela revidou com a voz sarcástica.Curvando os lábios em um sorrisinho de escarnio cheio de magoa.

—Isso não é um jogo Caroline, para ver quem tripudia melhor.

—Não.É apenas uma troca inofensiva de consequências,para manter o equilíbrio natural das coisas. ‘’O que você planta,você colhe!’’

—Esta se divertindo muito as custas disto,não é?_ investigou,modificando totalmente a atmosfera ao redor deles ao suavizar as linhas de seu rosto. 

Com um sorriso mínimo nascendo em seus lábios,como se também estivesse achando divertido vê-la tentando usar aquele pequeno fato contra ele.

E a realidade era que sim,ele adorava vê-la zangada planejando mil e uma maneiras de mata-lo.Achava-a muito mais bela quando seu narizinho pequeno se retorcia de raiva,suas sobrancelhas se uniam por causa de sua irritação,e seus lábios passavam a serem pressionados um contra o outro rigorosamente.

Os olhos de Rebekah voavam como bolas de pingue-pongue de Klaus para Caroline a cada troca de farpas.Sua testa franzida,e seu olhar meio vago tentando entender como que de um segundo para o outro ela os achou em uma briga seríssima na qual sua amiga, ate estava chorando copiosamente.

E de repente,ambos começavam a brigar trocando pequenas provocações,e depois mudavam drasticamente a aura ao redor,tornando-a mais elétrica e ate mesmo um pouco excitante.

A impressão que ambos davam era que após toda aquela discussão, iriam se agarrar ali mesmo e se beijar,como se nada demais tivesse acontecido.                                                                                   

Era cansativo tentar entende-los. Aquele relacionamento era completamente bipolar- concluiu cética.

— Entenda como quiser._retrucou Caroline,depois de alguns segundos em silencio.

Odiava-se por não resistir á ele.E o detestava mais ainda por ser tão atraente.Sabia o que ele estava tentando fazer,ao manter aquele maldito sorriso torto em seu rosto,com as pequenas covinhas que o tornavam tão encantador.

Estava tentando desestabiliza-la através do magnetismo que havia entre eles,buscando persuadi-la a se jogar em seus braços.Conhecia o bem,e já sabia detectar tais sinais.

E por mais que tentasse não o admirar,seus olhos lhe traiam novamente ao acompanhar o movimento da mão dele.Que deslizava pela barba rala de modo lento,e depois voltava para o queixo.

No entanto,seu coração que batia enlouquecido em seu peito,apenas por observa-lo e desejar que fosse ela a acariciar a face dele.

Acabou por falhar uma batida,ao ter seus olhos azuis pousados sobre o anel de lápis-lazute que se destacava na pele pálida.Um majestoso e belo anel que contornava o dedo médio da mão direita do hibrido.

E então todos os sentimentos ruins voltaram diante daquele pequeno detalhe.Pois a aquela mão que sustentava o belíssimo adorno,e que sempre havia lhe tocado tão arrebatadoramente, fazendo-a imaginar que havia morrido e ido parar no céu.Era a mesma que a pouco,ele usara para asfixiar sua melhor amiga Bonnie,tentando assassina-la.

Seu olhar se voltou para o rosto dele angustiado,o semblante retorcido em uma careta acusadora de decepção e ressentimento.

Tinha consciência que seus olhos estavam novamente úmidos.Parecia que cada vez que o olhasse sentiria como se mil facas perfurassem sua carne.

Estava ali estampado no verde dos olhos dele,que tanto lhe tiravam o ar.

A culpa de ter tentado matar sua amiga,e de ter mentido sobre tantas coisas.No entanto,não havia arrependimento.

E ao perceber pelo semblante de Caroline,que tudo aquilo voltava a atormenta-la.                                                      

Klaus fechou sua expressão bruscamente,erguendo seu queixo de modo altivo,os lábios repuxando-se de desagrado,as narinas inflando com a nova camada de irritação.                                             

E o olhar irredutível de quem não abriria mão da ultima palavra.

—Vocês dois são impossíveis!_reclamou Rebekah ao ver ambos voltarem a ficar tensos,porem sua amiga estava muito distante dali.

Junto com todos os sentimentos ruins também vinha a culpa.

Caroline se sentia culpada por tudo aquilo que havia acontecido.                                                                                

Lembrou-se dos olhos de Bonnie fitando os seus um pouco antes dela desmaiar.Sua amiga estava com medo de morrer,e lhe implorou ajuda em silencio.

Tudo o que havia acontecido á ela,e sabe lá mais a quantas pessoas desde que havia conhecido Klaus,era somente sua culpa.

Se encolheu conforme aquela frase ecoava em sua cabeça ‘’sua culpa’’ ‘’somente sua culpa’’.

Sentiu como se alguém gritasse aquelas coisas em seu ouvido,fazendo-a se encolher como se fosse a pior das criaturas.

Fechou os olhos tentando afastar-se de tais pensamentos,as lagrimas transbordando por causa de seu movimento aflito.Sua própria cabeça estava explodindo de dor,lembranças desconexas se infiltrando em seu cérebro obrigando-a a revive-las depois de tudo o que descobriu.

—Você acha que protege-lo fara com que ele se importe com você?_perguntou com desdém._não entende que é só mais uma das vadias que passaram pela cama dele?Ele não liga pra você,não se importa se sairá daqui viva!_disse ríspido,com um sorriso cruel nos lábios.

Neste exato instante ele deve estar desejando a sua morte.E sabe por que?_perguntou frio e cruel._Porque você não é nada para ele.Não significa coisa nenhuma,é apenas um rostinho bonito que lhe foi útil._completou com um sorriso perverso.

Seu corpo todo estremeceu ao relembrar das palavras malditas de Mikael,que se antes haviam lhe ferido.Agora a faziam se sentir pequena e estupida.                                                                      

Porque sim,ele sempre esteve certo.

E aquilo doía mais do que pensou ser capaz de aguentar.

A decepção se alastrando por suas células,misturando-se a raiva por ter se permitido chegar a tal ponto.

Quantas mentiras contadas...Quantos momentos que no fim nunca foram verdadeiros..

O quanto um ser é capaz de suportar? Pois se existia algum limite estabelecido para isso,tinha certeza de que o seu, finalmente havia se excedido.

Parecia que estava se afogando sozinha em um lago negro.

Se sentia afundando..                                               

Indo cada vez mais para baixo,quase alcançando o fundo.

E então um pequeno soluço ultrapassou seus dentes e irrompeu para fora.      

Desfazendo as poucas bases que lhe mantinham firme.            

Afastando o pouco que ainda a mantinha de pé.

 Fúria, desilusão, engano, magoa.

Haviam tantos sentimentos ruins se revirando dentro de seu coração,embaralhando-se uns aos outros como a pior das combinações.                                                                                                Em um instante queria se bater por ter amado tanto a quem não devia.No outro,destruir Klaus como se fosse um inseto, por te-la feito fraquejar daquela forma.Por conseguir expor o que de melhor e pior, havia dentro dela.

Outras vezes,só queria se isolar do mundo escondida em um canto qualquer, chorando suas dores.E no mesmo instante,desejava correr para os braços dele e se aninhar ali.                                   

Ouvindo o sussurrar que nada nem ninguém lhe faria mal.E que a dor passaria tão rápido quanto surgiu,porque ele jamais a deixaria sofrer.

E em meio a esta desordenada confusão interior,mergulhada em seu choro.Caroline decidiu que só precisava partir.                                  

Sair daquela casa... De perto dele...

Meio zonza pelo tsunami emocional,ela deu as costas para Klaus e Rebekah,que ate então estavam em silencio olhando-a.

Enquanto começava a caminhar na direção da porta,despedaçada.     

Mas firme o bastante para prosseguir e não olhar para trás.

Continua...

 


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