Antes que seja tarde escrita por AC


Capítulo 6
Questão de ponto de vista - final


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo básico.



Hoje dedico esse capitulo a a todas que favoritaram, vcs fizeram meu fim de semana um pouco mais feliz. ♥



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POV Quinn


Quase 10 anos sem contatar Rachel Berry.

Tive muito tempo para pensar na minha vida e no porque de muitas coisas.

Rachel no começo era um desafio, a perdedora com um sonho e obstinada o suficiente para nunca baixar a cabeça.

Talvez em algum momento o desafio tenha parecido ódio, mas na verdade eu sempre tive certa admiração pela perseverança dela.

Enquanto eu tentava ser o protótipo da menina perfeita: líder de torcida, presidente do clube de celibato, namorada do quarteback... Etc.

Ela era exatamente quem ela queria ser, mesmo com as roupas de gosto duvidoso, mesmo com os apelidos cruéis, mesmo com as raspadinhas diárias.

Ela era autentica e eu apenas mais uma.

Eu sempre a admirei por ela sonhar e saber que seus sonhos sempre foram maiores do que Lima porem eu era uma fraude, nunca fui capaz de ter sonhos próprios, de ser autentica até o momento que deixei de ser a menininha “perfeita” da família “católica perfeita” e passei a ser a adolescente expulsa por estar gravida do amigo do namorado.

Tive que entregar minha filha linda para a adoção que acabou sendo adotada por aquela que se negou a ser mãe da própria filha, a ironia é essa filha ser a Rachel.

Hoje mantenho contato com ela e com muito esforço essa historia não chegou ao grande publico ainda, não que eu me envergonhe, na época foi com certeza a melhor escolha, na verdade talvez fosse à única real opção que eu tinha.

Porem por medo de como essa historia repercutiria na vida de Beth achei melhor junto com o Puck e a Shelby evitar que a mídia soubesse desse fato do meu passado, ao menos por enquanto.

Depois a minha fase rebelde, mais uma vez a minha tentativa de voltar a ser o protótipo da menininha perfeita de uma família desestruturada.

No fundo eu sei que eu só queria fingir por mais algum tempo que tudo voltaria a ser como antes e eu não teria a dor de ter dado minha filha a adoção, ter sido expulsa de casa e mais um monte de besteiras que fiz durante o colegial.

Rachel durante todo esse tempo foi uma constante; de uma loser, a uma rival, a uma quase amiga. E talvez sempre minha paixão secreta.

Eu passei durante muito tempo me questionando o porquê de eu tanto insistir em um relacionamento com o Hudson quando eu claramente não sentia nada por ele, alias eu duvido que sequer tenha sentido algo por qualquer garoto que eu tenha me envolvido.

Sempre haverá o Puck, mas ele só é importante por eu ter tido uma filha com ele.

Questionei-me o porquê da minha perseguição com a Rachel, e no fundo eu sabia, mas a conclusão me dava tanto ou mais medo do que ser uma perdedora.

Quer dizer, eu não sou capaz de mentir tão bem para mim mesma e ignorar o fato que passei muito tempo fazendo desenhos pornográficos dela e para isso eu teria que a imaginar nua, sem esquecer os corações “auto-explicativo” em volta.

Sim eu sabia o que eu sentia desde aquela época, não logo de inicio quando eu ainda era a meninha perfeita do papai. Não poderia me imaginar sentindo atração por garotas, quanto mais pela garota com dois pais que vivia proclamando seu futuro eminente na Broadway.

Contudo em algum momento ficou difícil demais ignorar o que eu sentia, eu poderia fingir a todos, mas nunca para mim mesma. Eu amava Rachel Berry!

Quando a conclusão chegou a mim, eu ainda não estava preparada para lidar com o que sentia e mesmo que tivesse era tarde, ela vivia dependurada no Hudson demonstrando o seu amor e eu na mesquinharia juvenil típica de adolescente tentei rouba-lo, pois na minha mente imatura ele não merecia tê-la e por isso eu vivia tentando atrapalha-los, se eu não poderia tê-la muito menos um perdedor sem sonhos poderia.

No dia que ela me contou do pedido de casamento eu tive que me segurar, tentei usar a racionalidade dela para impedi-la de fazer a maior burrice que ela poderia ter feito, eu até pensei em dizer tudo o que sentia, mas quando ela disse que ela o amava eu quebrei.

Tentei ainda mais algumas vezes mostrar o quanto era absurdo ela casar tão jovem, ela até mesmo pediu para eu não ir ao casamento se eu não a apoiasse de fato e eu de fato não queria ir vê-la destruir o futuro brilhante que ela sempre acreditou que teria, para se afundar como uma dona de casa de um fracassado de Lima. Esse era o futuro que me esperava antes dela acreditar que eu seria capaz de mais.

Eu me negava a assisti-la dando o primeiro passo para o fundo do poço que ela se afundaria se casasse com ele, ainda mais tão jovem.

Foi então que ela cantou para o Finn, perguntei na ultima esperança de que ela pudesse ter cantado para outro alguém além do Finn, nos meus sonhos ela diria que cantava para mim, mas com a afirmativa tímida com apenas um aceno de cabeça o ultimo fragmento de esperança que eu tinha em mim ruiu.

De repente tudo ficou claro, eu nunca seria a pessoa que estaria ao lado dela, não seria eu quem a faria feliz, ela não cantaria aquela musica para mim ou qualquer outra musica.

Eu teria que me contentar em assisti-la se tornar uma patética dona de casa suburbana de Lima.

Eu aceitei o fato e resolvi apoia-la, mesmo que eu tivesse certeza que esse seria o seu maior arrependimento ao longo da vida.

Meu acidente no dia do fatídico casamento serviu ao menos para duas coisas, evitar o casamento e colocar um pouco de juízo na cabeça desmiolada do Hudson.

Não sei se o fato de eu quase morrer teve algo haver com a decisão dele de deixar a Rachel seguir seus sonhos, mas ao menos deu tempo para ele observar e milagrosamente reparar que ela não estava realmente feliz com esse casamento.

Então veio o Brody, mas poderia ser qualquer outro, nunca importaria, eu era covarde demais para explanar o que eu sentia por ela, não apenas por acreditar na sua heterossexualidade, mas por conta do nosso passado conturbado e ter a certeza de que ela não seria capaz de amar alguém como eu.

Quando eu a vi no casamento do sr Schuster, novamente dependurada no Hudson perdi a pouca compostura que tinha e depois de beber resolvi afogar minhas magoas com Santana, ela também não estava no seu melhor momento após ser preterida pela Brittany por causa do Evans.

A coisa de uma/duas vezes com ela mudou minha forma de ver a vida de alguma maneira. Antes eu achava que era apenas a Rachel, contudo eram garotas, quase todas as garotas bonitas e morenas.

De fato foram duas vezes, com a Santana, agora com as outras foram tantas que minha agente tem um ataque de nervos cada vez que encontra uma garota aleatória sem nome na minha cama.

Não que eu seja assumida, alias sempre tenho que dar um jeito de aparecer com algum possível “namorado” para abafar os questionamentos sobre a minha sexualidade.

Há 2 anos quando chegou ao grande publico que a jovem diva Rachel Berry vencedora do Tony awards havia assumido sua bissexualidade e estava namorando uma garota desconhecida, minhas esperanças timidamente renasceram.

Claro que ainda havia a questão de eu ser a garota que a atormentava no colegial, porem a melhor “amiga” dela atualmente também havia sido uma de suas algozes na época e Rachel não parece se importar com isso.

Não a procurei na época por saber de seu relacionamento, eu sabia que seria questão de tempo até a garota “rodar”, e assim que ela caiu fora eu planejei esse reencontro para uma época que Rachel não teria desculpas para não ir e dei um jeito de Mercedes incutir o desafio de Kurt traze-la junto, afinal era de conhecimento de todos que traze-la seria um desafio e Kurt nunca desiste de um desafio.

A vinda da Santana não era parte do plano, na verdade eu até sinto falta da latina, mas sei que a amizade dela com a Rachel é muito mais profunda do que elas tentam demonstrar para a mídia, elas podem enganar quase todo mundo com essa historia de “best friend forever”, porem eu as conheço demais para me deixar enganar. Sem contar que o Kurt é péssimo em guardar segredos.

Não que todos do Glee saibam a real natureza da relação das duas, mas nem todos estão no escuro como elas acreditam.

Não sei o que a Santana sente pela Rachel, e na verdade pouco me interessa. E posso não ter certeza do que a Rachel sente, mas não é forte suficiente para ela assumir que esta com a latina, afinal a pouco mais de 2 anos ela saiu do armário por uma desconhecida e, no entanto não assumiu qualquer relação afetiva com a Lopez.

Hoje seria a minha chance demonstrar para a Rachel o que eu sinto e de mostrar para a Santana que se eu entro numa batalha é para vencer.

E eu tenho a noite toda para isso, e com certeza será uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

capitulo razoavelmente grande...mereço comentários né. *-*



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