POV Quinn

Haviam se passado pouco mais de 12 horas desde o fim da reunião e eu fico me perguntando se seria cedo para entrar em contato com Rachel novamente.

Soube por Rachel enquanto levava a na em casa. Pois Kurt e Blaine quiseram permanecer mais tempo, Santana havia misteriosamente desaparecido da reunião sem deixar vestígio, ela estava sem carro e eu havia alugado um para evitar dependência desnecessária. Que ela estava na casa dos pais que estavam viajando e que por sinal chegariam só em 3 dias por isso a mudança de planos de estender sua estadia na cidade por uma semana.

Não vou negar que de certa forma isso me desapontou, preferia que ela tivesse ficado porque queria prolongar seu contato comigo, mas seria exigir demais de alguém que até poucas horas atrás não tinha sequer contato por telefone comigo.

Não havia duvidas da minha parte sobre o que eu sentia por ela, eu a amava simples assim a amava com todas as minhas forças, mais do que jamais serei capaz de explicar, mais do que ela poderia imaginar, mais do que muitas vezes eu poderia suportar.

O amor que tenho em mim é como fogo, mas não fogo que queima e sim fogo que ilumina uma chama que se alastra de tal forma em meu ser que tudo a minha volta ganha um brilho especial pelo simples fato de poder ama-la.

Encantar-me com cada gesto dela era para mim a maior dádiva que eu poderia sonhar depois de tantos anos de tortura sem poder vê-la tão próxima à mim.

Tocar sua pele, mesmo que fosse casualmente causava em mim arrepios que pareciam ter inicio na minha alma, no mais profundo do meu ser e suplantado todo o meu corpo.

E por fim admirar seus sorrisos até mesmo o mais singelo me inebriava.

Havia prometido a mim mesma que se eu tivesse uma chance, mesmo que mínima de fazê-la feliz eu não desperdiçaria de forma alguma e jurei que dedicaria até o mais tristes dos meus dias em fazê-la feliz.

Eu facilmente poderia ser confundida com uma stalker não fosse o fato de que cada pequena informação que eu obtinha sobre ela era apenas para aplacar a falta que ela causava com sua ausência.

Eu acompanhava cada entrevista, cada indicação a prêmios, cada misero comentário que alguém fazia sobre ela.

Cada vez que eu lia ou ouvia o nome Rachel Berry meu coração parava uma batida em reconhecimento ante a importância da pessoa que carregava esse nome em minha vida.

Eu assistia a todos os seus musicais, seja em DVD ou ao vivo, sim eu fui diversas vezes a New York assistir a algumas peças que Rachel fizera.

O por que de eu não me aproximar? Porque era óbvio para todos que ela e Santana não queriam qualquer contato com nenhum membro do Glee a não ser aqueles que já moravam na Big Apple, como Kurt e Blaine, e até o momento há 2 anos atrás da revelação da sua sexualidade eu acreditei que seria masoquismo desnecessário manter-me por perto sem ter qualquer chance de fazê-la minha.

Depois foi por magoa, pura e simples, magoa dela por ter se envolvido com uma garota qualquer e nunca sequer ter reparado em todos os sinais tortos que eu dava sobre os meus sentimentos reprimidos, magoa de Santana por ter se afastado e nunca ter me revelado essa informação, magoa de mim pela minha covardia, magoa do mundo, magoa do destino, eu simplesmente estava magoada porque a garota que eu amo estava com outra garota que não era eu.

Com o tempo transformei essa magoa em obstinação, havia perdido tempo demais em lutar por Rachel, perdido tempo demais em minha covardia, decidi que se eu tivesse a mínima chance que fosse eu iria lutar com unhas e dentes para conquistar Rachel Berry.

–alô Rach? – a ouço sorrir. - não estou te atrapalhando? –pergunto apreensiva.

– imagina Quinn, estou na casa dos meus pais sem nada para fazer.– não sei se é imaginação minha, mas parecia haver um leve tom malicioso em sua voz. – está ligando por já estar com saudades minhas ou apenas ansiosa pelo o jantar com o pessoal hoje à noite?– agora não havia sido imaginação, ela estava claramente flertando. (?)

– ansiedade quem sabe... – deixo a pergunta no ar.

– se você não sentiu saudades minhas então acho que me fazer companhia até a hora do jantar está fora de cogitação.– “Rachel e eu uma casa vazia?” penso enquanto suspiro audívelmente ofegando pela minha capacidade imaginativa em tão pouco tempo.

Ela ri do outro lado por conta do meu suspiro constrangedor.

– acredito por conta da sua risada que você pode notar que eu estaria mais que satisfeita em lhe fazer companhia. – mesmo com as bochechas rubras de vergonha não evito estender o flerte.

– hum deixe-me pensar se valerá a pena...– ela tenta fazer mistério. – nem chegamos a ter um encontro, não seria um tanto apressado? – o tom malicioso de sua voz me faz inquirir internamente onde esta a Rachel tímida da noite passada, mas não tempo suficiente para eu cogitar a ideia de não aceitar ir até ela.

– você só saberá se me convidar. – o tom rouco da minha voz denuncia a minha ansiedade ante ao convite.

– te espero em 30 minutos, não se atrase.- ela suspira antes de continuar.– odeio atrasos!

E assim eu me desespero a me arrumar em 30 minutos para encontrar a minha Rach.






continua.....