Sem um porquê escrita por Tia Cárie


Capítulo 6
Gatos e questionários


Notas iniciais do capítulo

Moços e moças, minhas aulas voltaram desde o dia 14, entãaaao, tá difícir



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/481091/chapter/6

Voltamos para casa àquela madrugada e Kaoru apenas voltou depois do almoço. Eu ajudava mamãe com a louça e Miiko fazia carinho em Kim, os dois esparramados pelo sofá em um mar de pelos e cabelos brancos. Kaoru entrou rodopiando descalça com seus saltos em mão toda felizinha e ignorou quando Miiko perguntou rindo se a noite havia sido boa. Abraçou mamãe por trás e virou para me dar um beijo na testa. Instintivamente levantei meu braço e limpei minha testa, como sempre fazia quando Kaoru fazia coisas assim comigo.

Mamãe perguntou se estava tudo bem com ela, que respondeu um “aham” estendido, enquanto subia as escadas de dois em dois degraus, direto para o quarto. Encarei para mamãe erguendo as sobrancelhas e ela caiu na gargalhada.

– Por que vocês não levam Kim passear mais tarde hoje? – perguntou, depois de um tempo.

– Pode ser. Mas alguém vai pagar um picolé pra mim. – Miiko respondeu, me olhando.

– Miiko, Miiko, você ainda me leva à falência.– respondi sorrindo. Devolvi o pano que segurava à mamãe ao terminar minha parte, já indo para as escadas.

Miiko “gentilmente” colocou de lado Kim e foi atrás de mim (entendam como quiser).

– O que faremos agora? – perguntou, fechando a porta atrás de si. Liguei o ar condicionado e abri meu armário para alcançar uma caixa que estava lá no fundo.

– Achei que a gente pudesse jogar Guitar Hero. – levei a caixa até o centro do quarto. Voltei para o armário e peguei uma guitarra e um controle.

Instalamos o Play Station de novo. Miiko encontrou o microfone no fundo da caixa e sorriu.

– Eu posso tocar a guitarra e cantar, não posso?

– Acho que então eu jogo no controle...

– Não mesmo, eu sei que tem duas guitarras aí.

E assim passamos a tarde jogando no meu velho Play Station 2 novamente. Olhei para Miiko enquanto ela jogava por duas pessoas When You Were Young, com a música na ponta da língua e o microfone apoiado em um suporte. Conseguia jogar no difícil mesmo com aqueles dedos curtos. Deslizavam pelos botões com uma facilidade incrível. Acabei percebendo depois de um tempinho que havia parado de tocar e estava apenas a observando. Tentei retomar a música, mas não havia volta. Ela acabou e Miiko virou para mim.

– O que foi isso no quase final da música, dona Ruri?

Desviei o olhar e peguei meu celular na cama.

– A gente já podia sair... – falei apressadamente, colocando-o no bolso dos shorts. Vi um sorriso surgir nos cantos dos lábios de Miiko e então acrescentei: – amada amiga.

///

Saímos. Na ida tive de comprar os picolés, enquanto Miiko esperava fora da loja com Kim. Andávamos em silêncio. Eu observava o céu escurecendo lenta e gradualmente, com Kim à frente. Então, quase terminando o seu picolé, Miiko começou:

– Você estava me olhando antes.

– Acho que sim...

– Vou supor o que estava pensando – fez uma voz mais fina – se ela cantasse “she” ao invés de “he”, eu poderia dizer que ela não parece Jesus, e sim praticamente o contrário dele, e que não fala nada como uma dama.

– Mas infelizmente não cantou, então estragou meus planos. Má.

Voltou para sua voz normal, doce e clara.

– Se eu cantasse errado perderia pontos, você sabe di... – e então o resto de seu picolé foi para o chão. Ela parou de caminhar e ficou encarando o gelo rosa derreter. Virou o rosto e ficou fitando meu picolé. Revirei os olhos e estendi o palito para ela. Continuamos a andar. Ela chegou mais perto de mim. – Agora a gente pode andar de mãos dadas de novo.

– Pode.

– Sabia que chamam isso de um beijo indireto? – comentou, ao virarmos a esquina. Olhou para mim.

– Isso o que?

– Dividir seu picolé comigo, oras.

– Sério? Só por causa da minha baba?

– Saliva.

– Mesma merda! Continua estranho.

– É estranho porque a gente já se beijou de verdade, eu acho. – comentou, pensativa. Até que faz sentido. E aí continuou com as suas perguntas – o que a gente é? Tipo, qual a diferença entre amizade colorida e um namoro? Porque pra namorar precisa ser amigo, não é? Só que os dois são amizades com benefícios!

– O nome. E o compromisso. Sabe, amizade colorida você não precisa ser só daquela pessoa, e namoro é o contrário... Bem, se você quiser que seja.

– Não muda muita coisa, então. – deu de ombros.

Voltamos para casa em silêncio, como quase sempre. Evitando conhecidos da escola que nos olhavam pelo canto do olho e mulheres de meia-idade conservadoras murmurando entre si.

Era uma boa pergunta, a da Miiko.

///

Lembro-me de ter recolocado todos os meus brincos e argolas nas orelhas novamente naquele dia depois da festa, já que certos furos fecham tipo, super fácil. Foi exatamente o que aconteceu com o da minha sobrancelha, cuja existência eu simplesmente esqueci por completo e só lembrei quando fui trocar alguns dos brincos na véspera de volta às aulas. Teria que mudar dos meus de pedras e etc. pelos meus bons e velhos brincos simples, pois era contra as regras usar coisas “chamativas”. O que não fazia muito sentido, porque parecia que eu ter algo atravessando meu lábio inferior não chamava a atenção e que o cabelo branco da Miiko não se destacava na multidão. Tipo, normal uma garota de quinze anos já ter cabelo branco. É natural.

Primeira segunda-feira do semestre. Primeiro dia de aula. O despertador de manhã deveria ter tocado 6:50, mas certa pessoa mudou o horário para 7:30, o horário em que a aula começa. A mesma certa pessoa que mudava da cama dela para a minha no meio da noite, fazendo com que eu a abraçasse inconscientemente. Bem, não era desconfortável. Ela era fofinha.

Depois de me sentar praticamente dormindo ao lado de uma Miiko realmente dormindo, vi a hora que o relógio marcava e caí na cama novamente. Não era surpresa a Miiko mudar o horário do despertador em uma segunda. Nossa primeira aula era Educação Física e, mesmo que estivéssemos na escola nunca íamos. E também o professor nem percebia, então não fazia muita diferença. Fiquei encarando o teto pintado de branco por um bom tempo, pensando em coisas que não deveriam tomar meu tempo e que não eram importantes. Quando finalmente as deixei de lado e acordei Miiko, o primeiro horário já estava acabando. Pra ajudar, ela ainda enrolou pra se trocar, tomar café e essas coisas. Praticamente se arrastava no caminho. Não havia escovado o cabelo, como sempre. “Quem precisa escovar o cabelo pra ir à escola? Isso é gastar um tempo que eu poderia estar comendo a mais”, ela dizia. Então, toda manhã que tínhamos aula, ela ia meio descabelada (porque mesmo que não escovasse, passava os dedos pelo cabelo só para ajeitar).

O lugar não havia mudado em nada. Mesmos rostos de sempre (embora seus comentários tivessem mudado). Mesmos recados de sempre nos murais de sempre. Mesma organização de sala de sempre. Mesmos professores de sempre. Também, como sempre, não notariam nossa falta se tivéssemos chegado antes do professor de física. Se certa pessoa não tivesse enrolado tanto. Ou se simplesmente aquele professor não tivesse se adiantado. Acabamos na diretoria.

– Então estão atrasadas? As duas. – o diretor perguntou, sem nem levantar o olhar quando entramos na sala. Miiko se jogou em uma das cadeiras de frente à mesa dele, e sua mochila parou praticamente aos pés do senhor. Sentei-me também. Ele alternava entre organizar documentos e digitar no computador de mesa. Encarou Miiko por cima dos óculos. – Não achei que tivesse de vê-la logo no primeiro dia, Haildrich.

All hail the mighty glow cloud? All hail the glow cloud. – Miiko retrucou, fazendo uma reverência. – Por favor, é Heidrich.

– Que seja. – o homem revirou os olhos e estendeu um caderno. – Só assinem isso e saiam.

Miiko se esticou para pegar a caneta que ele estava usando para assinar os documentos. Ele suspirou, com um tom cansado. Miiko escreveu um “você-sabe-quem” e virou o caderno para mim. Assinei e então devolvi a caneta para o diretor com um pedido de desculpas. Ele olhou para mim:

– Ah, achei muito bom que você pintou seu cabelo de preto. Sem mais cores extravagantes... – estreitou os olhos – Ou quase isso. Por que não faz isso também? – virou a cabeça para olhar Miiko com a mochila apoiada em um ombro só, já na porta. Ela inclinou a cabeça, sorriu e então foi para o corredor.

– É... Com licença. – falei, antes de ir atrás dela.

– Aposto que eu passo uma semana sem voltar ali. – Miiko disse, quando a alcancei no nosso caminho de volta para a sala.

– Quanto, dona Miiko?

– Não sei, pode ser o que você quiser.

– Certo. Vou pensar em alguma coisa porque é óbvio que você não fica uma semana sem ver seu diretor favorito. – ri.

– Eu vou conseguir!

– Veremos.

O resto daquela segunda-feira passou normalmente. Passamos o dia como normalmente fazíamos, Miiko jogava ou passava a tarde no computador. Eu lia ou brincava com Kim, não passando tanto tempo na internet quanto a Miiko. Muita sorte a dela não usar óculos. Pode parecer legal, mas às vezes não é. Se bem que tirando os contras, ela ficaria linda. Os olhos dela não desviavam por muito tempo da tela e os fones no ouvido indicavam que ela provavelmente não me ouviria se eu falasse algo. E então, no fim da tarde, fui para minha aula de piano normalmente. Quando voltei, mamãe pediu que eu chamasse Miiko para jantar e lá fui eu. Congelei ao abrir a porta. Ela estava sentada na mesinha de centro copiando minhas tarefas. Fechei a porta cuidadosamente.

– Quem é você? – perguntei. Miiko não era disso.

– Miiko Heidrich, e não se diz “hail”. – olhei para os cadernos e depois para ela de novo. – Ah, eu estava entediada.

– Miiko, você me assusta quando faz isso. – me inclinei e beijei sua bochecha. – A mãe chamou pra comer.

Ela levantou de pronto.

– O que tem hoje? – perguntou já saindo e me deixando para trás.

– Acho que aquele bife com queijo e molho por cima que eu esqueci o nome e arroz. – fechei a porta atrás de mim. Miiko já estava saltitando pela escada e quase pisou em Kim ao pé da mesma. Kaoru colocava os pratos à mesa enquanto mamãe colocava as panelas. Papai estava lendo algum livro técnico no sofá.

Sentar-se à mesa daquele jeito com eles não me lembrava de coisas muito boas, principalmente as conversas que iam e vinham. Pelo menos daquela vez nada aconteceu. Tudo foi como sempre: alguém falava algo e de repente estávamos conversando sobre totalmente aleatório, um assunto totalmente diferente do que havia começado a conversa.

Depois de comermos, eu e Miiko ajudamos mamãe com a louça, a secar e guardar, enquanto Kaoru reclamava com papai sobre alguma coisa da faculdade dela. Provavelmente os trabalhos e sobre como os professores simplesmente largavam conteúdo para os alunos e ficavam tipo “te vira”. Sempre dizem que na faculdade ninguém mais vai te obrigar a estudar. Que você aparece nas aulas se você quiser, que nenhum pai ou mãe vai ficar em cima dizendo “vai estudar!”. Kaoru estava bem irritada com isso, porque vários conteúdos precisavam da explicação de um professor e ele não explicaria se você não pedisse. E isso fora do horário de aulas, no horário de assistência deles. E às vezes eles não estavam lá. Pouca gente tinha interesse ou tempo, então era basicamente uma “seleção natural” onde os mais fortes, no caso os motivados, sobrevivem.

///

Como diria a dupla Kuuhaku de No Game No Life, mesmo antes de um jogo começar já se sabe quem vencerá. E então, como já era óbvio, Miiko voltou para a sala do diretor naquela semana. Por causa de um aluno novo que não fez sentido tentando... Tentando alguma coisa provavelmente por não ter ido com a cara da Miiko. Estávamos na terceira aula de quarta-feira, biologia. Ele não havia ido à escola nos dois primeiros dias, então, era o primeiro dia dessa criatura. Disse na primeira aula, na sua apresentação, que estava fora do país e havia voltado na madrugada de quarta mesmo, mas que sua mãe não o deixou faltar mais um dia de aula. Todos os garotos estavam “FINALMENTE, ALGUÉM NOVO” e as garotas olhavam para ele analisando-o dos sapatos aos cabelos cuidadosamente desarrumados. Caralho, como ele era idiota. Certamente não causou uma boa impressão.

– Você, - o nosso professor perguntou ao moleque novo, apontando com seu giz, parando no meio da explicação – algum problema com ela?

Ele fez uma cara de vítima. Apontou a alça do sutiã da Miiko aparecendo por conta da gola da blusa enorme de uniforme que ela havia comprado.

– O sutiã, professor...

O professor ficou com uma expressão de “não parei minha aula para isso, não mereço”, mas ao abrir a boca para falar algo, Miiko virou para trás e se pronunciou:

– Te excita? – inclinou a cabeça.

Aí a pessoa mais velha naquela sala tentou falar novamente e foi novamente interrompida:

– Claro que não, já se olhou no espelho? Que tipo de garota seria bonita gorda assim? E esse cabelo? Credo. – ele fez o sinal da cruz ao terminar sua fala.

– Mas deveria? – ela olhou por dentro da gola do uniforme.

– Por favor, é claro que deveria.

Miiko suspirou e praticamente deitou na carteira.

– Olha, não preciso que vocês fiquem excitados. Eu não vou usar uniforme que eu não acho confortável. Não vou comprar um uniforme que tem tamanho de um top cropped. Não que eu não goste desse tipo de blusa, mas prefiro não chamar tanta atenção. –falou como se não chamasse realmente – Então, se quiser se excitar faça isso fora da escola. Eu recomendo que você procure peitos em algum pornô por aí. Ou talvez você prefira pornô gay? DRAMAtical Murder tá aí pra isso, é só saber escolher a rota certa. Viu? Sua cara não é a mesma que os garotos geralmente fazem quando esse assunto é mencionado, tipo, aquela cara de “vou vomitar em você”!

O garoto estava prestes a responder, mas dessa vez o professor foi mais rápido:

– Basta, os dois. Saiam daqui. Diretoria.

– Só porque ele é gay eu vou pra lá de novo? Injusto. É proibido ser? Hm.

No final ela acabou indo, admitindo a derrota.

– Você foi pra diretoria, sabe. – comentei, enquanto descíamos escadas e andávamos por corredores com alunos que ainda não haviam ido embora por demorarem a colocar os materiais de volta na mochila/bolsa.

– O que você quer? - ela perguntou, meio emburrada por ter realmente entrado na sala do senhor que tomava conta da escola naquela semana.

– Eu estava pensando num gatinho, mas acho que o Kim não gostaria muito alguém para dividir a cota de carinho.

– Sério? Mas você já tem a mim. – Miiko me puxou para um canto pela cintura. Algumas pessoas ainda passavam por ali e assoviavam. Uma delas gritou um “é proibido namorar na escola! Eu acho! Provavelmente!”. Encarei Miiko. Ela sorria. Minhas pernas fraquejaram naquela hora, então me abracei à Miiko escondendo meu rosto vermelho.

– Não faz isso aqui, Miiko.

– Tá, tá, foi mal. Mas eu ganho um beijo mesmo assim?

– Você não desiste... – olhei para ela.

– Só esse!

– Só esse. – levantei o rosto e pressionei meus lábios contra os seus. Algo rápido, não um “beijo de Miiko”. Retomei minha postura. – Feliz?

– Podia ser melhor, mas sim. – fez aquela expressão de uma criança que ganhou o presente que não queria, mas que também não era um que ela não gostaria de ganhar em outro momento. Tipo uma segunda opção. Algo como “serve, tá valendo”.

Voltando para casa me lembrei do que haviam gritado para nós. “É proibido namorar na escola”. Então nós estávamos namorando?

///

Para terminar a semana, fui praticamente atacada por garotas curiosas da minha sala. Eu estava vegetando no sol de meio da manhã, depois de ter terminado minha folha de exercícios de matemática e de ter feito Miiko ficar quietinha na mesa dela fazendo os dela. Ela conseguia, só não tinha vontade. Todos estavam conversando entre si e aquele grupo de garotas em especial olhava para mim e cochichava entre si, até que uma delas se levantou seguida pelo resto, e veio até mim.

– Ei! Dói todos esses furos?

– Demora pra cicatrizar?

– Dizem que na cartilagem dói! Quanta coragem!

Foi uma chuva de perguntas sobre os meus furos nas orelhas. Parecia que estavam subindo e sentando em minha mesa, chegando cada vez mais perto de mim, como se eu não ouvisse o que elas perguntavam. Tentei responder algumas, mas não deu para olhar diretamente para seus rostos cheios de expectativa com uma peste baixinha de cabelos brancos me olhando, inclinando a cabeça apoiada na mão. Olhei para ela também. As garotas perceberam a troca de olhares e pararam com as perguntas. Uma delas perguntou:

– O que tem entre vocês duas?

Sinto cheiro de couro. – uma delas murmurou, rindo e fazendo o resto rir junto.

– Eu acho colação de velcro uma expressão melhor. – Miiko comentou. A única coisa que eu conseguia pensar era “cala a boca, Miiko”. E elas continuavam.

– Vocês... namoram?! – perguntou uma delas com uma expressão de desgosto, mas sem desgrudar da minha carteira.

– Talvez.

Ela estava prestes a falar algo, mas a professora interviu, dizendo que iria corrigir os exercícios. Elas se olharam e então voltaram aos seus lugares longe de nós em silêncio. Miiko virou para mim, fez orelhas de gato com as mãos e falou “meow”. Ri. Então eu já tinha uma gata, e Kim gostava bastante dela. E estávamos namorando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hm... DRAMAtical Murder é um jogo BL limão puro com suco de limão e torta de limão
Top cropped é uma blusa mais curta que o normal, basicamente
Acho que é só isso, até mês que vem
Aaah (editanu) na hora do sobrenome da Miiko ela cita Welcome to Night Vale



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sem um porquê" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.