A magia de Madoka escrita por DragonsDaughter


Capítulo 5
Capítulo 4: Há milagres na magia.


Notas iniciais do capítulo

Como havia dito, no fim desse capítulo há um POV do Kyuubey.
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Mais um dia havia se passado desde a morte de Mami.

Isso havia me deixado muito abalada. Mafmi para mim era como uma irmã que eu nunca tive. Tentei colocar em minha mente que ela havia morrido honrosamente, fazendo o que ela gosta. Protegendo pessoas.

Isso não aliviava a minha dor.

Katherine e eu fomos ao hospital novamente visitar Peter, mas a cama dele estava vazia.

— Ora, você está aqui para ver o Peter? — A enfermeira perguntou. — Eu sinto muito. A data dos seus exames mudou, ele está na sala de reabilitação nesse momento.

— Oh, entendo. Obrigada. — Minha amiga agradeceu.

Demos as costas e saímos andando.

— Ela vem sempre visita-lo. — A enfermeira disse para a outra. — Aquele paciente é bem complicado. Temos sorte de tê-la. Eu espero que ela possa fazer algo por ele.

Descemos pelo elevador de vidro. Aquele hospital era realmente muito caro. A família de Peter era rica, porém nem todo o dinheiro do mundo poderia recuperar seus movimentos novamente. Os médicos disseram que ele até poderia voltar a andar, mas ele nunca mais moveria as mãos.

— Por que teve que ser ele? — Katherine perguntou para mim, olhando para os seus dedos. — Não importa quão bem meus dedos funcionem, eles nunca me farão nenhum bem. Por que isso teve que acontecer com ele ao invés de mim? Se eu usasse o meu desejo para curá-lo, como ele reagiria? Seria um mero ‘’obrigado’’? Há mais alguma coisa que eu quero dizer para ele fazendo isso? Eu sou... Uma garota má. Olhando para trás agora, eu fui ingênua e não entendi nada. Eu não entendi nadinha sobre milagres e o preço que se deve pagar por eles.

Eu apenas a abracei. Deixando-a desabafar.

Em casa, quando estava com meus pais sentados na mesa e tomando café da manhã, não pude deixar de pensar na Mami. Mamãe alimentava o meu irmãozinho, e meu pai tomava o seu café quente.

Fitei a gema do meu ovo mexido, e lembrei dos cabelos loiros da minha mestra. Tudo ao meu redor lembrava as suas características. Não aguentei e comecei a chorar.

— O que foi, Madoka? — Mamãe perguntou. — A comida está tão ruim assim?

— Não... — Respondi chorando. — A comida está maravilhosa. Que bom que eu estou viva para poder experimentá-la. — Falei enxugando minhas lágrimas, com a boca cheia.

Andei com Katherine e Elizabeth até a escola como de costume. Toquei no assunto da Mami, mas ela me evitou, dizendo que poderíamos falar sobre isso depois.

Assistimos às aulas e depois fomos para o pátio do último andar, como sempre. Nos sentamos, e ficamos olhando para o nada.

— É quase como se de alguma forma tivéssemos acabado em uma terra desconhecida. A escola onde encontramos a Mami é a mesma de ontem. Mas onde quer que você olhe, há estranhos. — Disse.

— Ninguém sabe o que aconteceu. Sabemos sobre bruxas e sobre Garotas Mágicas. Nós sabemos disso, mas as outras pessoas não. Estamos vivendo em um mundo diferente, e as coisas que vemos são completamente diferentes. Tudo mudou muito um tempo atrás. Devíamos ter percebido isso. — Kath desabafou. — Madoka, você ainda pretende ser uma Garota Mágica?

Eu apenas permaneci em silêncio.

— Entendo... Não há nada que possamos fazer. — Ela disse.

— Sabíamos que não seria fácil. — Respondi. — Não podemos voltar atrás agora. Mas quando eu penso na forma que ela morreu, eu me sinto sufocada. Eu estou assustada. Eu não quero isso.

Ela me abraçou e eu cai em lágrimas.

— Kyuubey, onde esta estrada nos levará? Quem irá pegar o lugar da Mami e proteger esse lado da cidade? — Kath perguntou.

— Esse tem sido sempre o território da Mami, mas agora que não há ninguém o guardando, uma outra Garota Mágica não vai só sentar e assistir. Logo haverão outras vindo lutar contra as bruxas daqui.

— Elas só farão isso pelas Grief Seeds? Como a aluna nova?— Ela perguntou.

— É verdade que garotas como a Mami são raras. Outras pensariam nos prós e contras. Entretanto, apenas aquelas que carregam o peso de ser uma Garota Mágica, tem o direito de criticar outra Garota Mágica. — Disse a criatura. — Eu entendo o que vocês estão pensando. Embora seja lamentável, eu não posso forçar vocês. Vamos terminar as coisas aqui. Eu preciso procurar por mais pessoas que formarão um contrato comigo.

— Eu sinto muito, Kyuubey. — Eu disse para ele.

— Eu que deveria me desculpar. Não deveria ter envolvido vocês duas nisso. Foi uma jornada curta, mas eu ainda gostaria de agradecer. Foi divertido viver com você, Madoka.

...

Fui até a casa da Mami para devolver um livro que ela havia me emprestado. Fiquei ali sentada por um momento, lembrando de quando ela ainda era viva. Comecei a chorar.

— Sinto muito por ser tão inútil. Eu sinto tanto...

Tapei a minha boca.

Minutos depois sequei as minhas lágrimas e sai. Surpresa, percebi que Akemi estava do lado de fora.

— Akemi! — Exclamei esfregando meus olhos.

— Madoka, você está se culpando de mais pelo o que aconteceu. Não há ninguém que possa te criticar. Se alguém tentasse, eu não os deixaria ir tão facilmente. Você ouvirá o que eu tenho a dizer?

— Claro! — Respondi.

Fomos andando pela calçada.

— Se eu tivesse te ouvido mais cedo... Akemi. — Disse.

— Você ainda não teria sido capaz de afetar o destino da Mami. Ela falou. — Mas o seu destino mudou. Mesmo que eu possa salvar só uma pessoa, isso já é motivo suficiente para me deixar verdadeiramente feliz.

Fiquei surpresa.

— Isso soa como se você estivesse fazendo isso a muito tempo. Mas parece meio diferente da Mami.

— Isso é muito provável, não negarei.

— Você já viu muitas pessoas morrerem daquele jeito, não foi?

— Sim. — Ela me respondeu.

— Quantas? — Quis saber.

— Mais do que eu posso contar.

— Aquele quarto permanecerá daquele jeito para sempre?

— A Mami não tinha parentes. Deverá levar um tempo antes de alguém perceber que ela sumiu.

— Ninguém saberá que ela está morta? — Perguntei triste.

— Não há nada que possamos fazer. Você não deixa um cadáver para trás quando morre em dimensões. Nesse mundo, ela é apenas uma alma perdida. Esse é o destino de todas as Garotas Mágicas.

Parei de andar imediatamente, e não segurei as minhas lágrimas.

— Isso é tão cruel! — Protestei. — Ela esteve sempre sozinha lutando para proteger todo mundo. Mas, pensar que ninguém jamais saberá... É muito solitário.

— Todas fizemos contratos e recebemos esse poder. Não é destinado a qualquer pessoa. Tudo o que podemos fazer é nos levantar por aquilo que acreditamos e continuarmos a lutar. Mesmo que ninguém nos reconheça, e que ninguém se lembre quem somos. Não há absolutamente nada que possamos fazer.

— Mas eu vou me lembrar dela. — Disse. — Eu nunca esquecerei a Mami. Nunca.

— Eu tenho certeza que isso a faria muito feliz. Estou com inveja.

— Você também! — Eu falei. — Eu definitivamente não vou te esquecer. Eu nunca esquecerei que você nos salvou ontem.

— Você é tão gentil! — Akemi me disse, do nada. — Você deve se lembrar que essa gentileza pode levar você a uma dor ainda maior.

...

Fui com a minha amiga novamente para o hospital visitar o Peter. Me sentei distante deles como de costume, e fiquei observando os dois.

— O que você está ouvindo? — Katherine perguntou.

Lieder Und Gesange. — Ele respondeu.

— Oh, Debussy? É uma peça linda.

— Katherine. Você me odeia? Por que você ainda me faz ouvir músicas? Está tentando me machucar?

— Mas você gosta de música. — Ela disse.

— EU NÃO QUERO OUVIR ISSO. — Peter gritou. — Só ouvir a música quando jamais poderei tocar... Eu... Eu...

Ele começou a chorar, e Katherine também.

— Eu não consigo movê-los. Eu não consigo sentir dor. Essas mãos são...

— Você ficará bem. — Kath falou. — Eu tenho certeza que elas curarão. Não perca a esperança.

— Me disseram para desistir. O doutor veio em pessoa e me disse para desistir da música. Ele disse que não é possível, como a tecnologia atual. Minhas mãos nunca se moverão novamente. A menos que milagres e magia existam, elas não vão melhorar.

— Eles existem! — Ela sussurrou. — Milagres e magia existem.

...

Levei Katherine em casa e depois voltei sozinha. Não queria deixá-la só. Fiquei pensando em Mami, e em Akemi. Eu pensava que a aluna novata apenas queria poder, porém no fim das contas, ela também pensava em me proteger e proteger aos outros.

Encontrei Elizabeth no meio do caminho. Gritei pelo seu nome, mas ela não respondeu.

— Elizabeth! — Gritei.

— Madoka, venha comigo. Estou indo para um lugar melhor. — Ela disse.

Foi aí que percebi que ela havia sido enfeitiçada.

“E agora? O que eu farei?” — Perguntei para mim mesma.

Pensei em ligar para a Akemi, mas eu não tinha o seu número. A única solução era segui-la.

Beth me levou até um depósito abandonado, onde havia mais pessoas que também haviam sido enfeitiçadas pela bruxa. Eles pegaram galões de gasolina e começaram a espalhar pelo local.

— Não! — Gritei e corri para impedir. Mas Elizabeth me puxou pelo braço.

— Por que você faz isso Madoka? Por que você não quer que eu seja feliz? Por que você não quer nós todos sejamos felizes?

— Me largue. — Fiz força no braço e me soltei. Peguei todos os galões e joguei pela janela.

As pessoas enfeitiçadas vieram atrás de mim.

Tentei abrir a janela, mas estava trancada. Então corri até uma sala, e tranquei a porta, deixando todos eles para trás.

Porém, quando eu menos espero, ouço uma risada. E alguns seres subiram pela minha perna, me sufocando.

— Não! — Gritei. E eles me levaram para outra dimensão. A dimensão dos brinquedos.

Tudo ao meu redor eram bonecos e bonecas. Carrinhos. Olhei para as minhas mãos, e elas eram de pano. Depois percebi que eu havia sido transformada em uma boneca de pano.

Comecei a cair, em um loop infinito.

— Essa é minha punição? Por ser fraca? Por ser uma mentirosa? Eu tenho que pagar o preço.

Havia diversas televisões naquela dimensão, e nela, passava a morte da Mami diversas e diversas vezes. Os seres começaram a me esticar e esticar, até que um raio de luz azul passou em uma velocidade incrível, os matando. Era uma Garota Mágica.

Ela matou a bruxa com um só golpe.

Aquela Garota mágica tinha uma espada, diferente da Mami, que possuía como uma arma uma espingarda. Ela tinha uma capa também, como a de uma cavaleira.

Ela andou em minha direção, estava um pouco atordoada.

— Você está bem? — Perguntou.

— Katherine? — Falei, incrédula.

Saímos daquela dimensão.

— Desculpe sobre isso. — Kath disse com as mãos sobre a cabeça e rindo. — Parece que eu fiz o contrato na hora certa.

— Katherine... Essas roupas... — Disse, olhando-a.

— Está tudo bem, Madoka. Eu fui bem para a minha primeira vez, não?

— Mas...

Akemi apareceu!

— Você está atrasada, estudante novata! — Katherine protestou.

...

POV Kyuubey

— Eu não achei realmente que você viria. — Eu, Kyuubey, disse para a menina de cabelos vermelhos.

— Eu ouvi que aquela garota, Mami, bateu as botas. Então eu fiz uma viagem até aqui. — Ela disse, mordendo seu pedaço de pão. — O que está acontecendo aqui? Isso é totalmente diferente do que você me contou.

— Eu sinto muito sobre isso. A cidade tem uma nova Garota Mágica agora.

— O que há com você? Estou muito irritada agora. Como se eu fosse apenas desistir de um terreno fértil e adequado como esse.

— O que você pretende fazer?

— Você precisa mesmo me perguntar? — Ela falou. — Eu só preciso derrota-la.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por estar acompanhando! Até a próxima.



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