A magia de Madoka escrita por DragonsDaughter


Capítulo 4
Capítulo 3: Eu não tenho mais medo.


Notas iniciais do capítulo

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Katherine e eu fomos visitar um amigo no hospital, Peter. Ele não era bem o meu amigo para ser sincera, mas todos os dias em que as visitas eram permitidas, eu a acompanhava.

Kath havia comprado um presente para ele, um CD de músicas instrumentais. Peter costumava tocar violino, antes do acidente. Ele era muito talentoso, porém em um dia comum, ele foi atropelado enquanto atravessa a rua.

Foi levado ao hospital às pressas e foi submetido a uma cirurgia de grande risco. Ele sobreviveu, porém os movimentos das pernas e das mãos foram perdidos.

Eu tinha pena dele.

Poucas pessoas nascem com um dom, e as coisas acabarem assim desse jeito...

A menina viciada em azul correu para a sala onde o seu amigo estava, lhe oferecendo o presente com o maior orgulho.

— Você achou! — Ele disse surpreso. — Você realmente tem o olho para encontrar CD’s raros.

Ela apenas sorriu.

— Ouça comigo. — Peter pediu.

Ambos colocaram os fones.

Eu poderia ficar o dia inteiro observando os dois. Era lindo. Eles não falavam, não com a boca, porém era algo lindo de se ver. Os dois ali, juntos, apenas ouvindo música sem se preocupar com os problemas. Era algo mágico. Como tudo que está acontecendo em nossas vidas nesses últimos dias.

...

— Tiro Finale! — Mami gritou, atirando a sua espingarda incrivelmente gigante. E saímos daquela dimensão.

— A Mami ainda é a mais legal, depois de tudo! — Katherine exclamou.

— Isso não é um show. — Alertou Mami. — Eu espero que vocês duas não esqueçam o quão perigoso isso é.

— Sim, senhora! — Ela respondeu, em um tom muito alegre.

— Não havia um Grief Seed dessa vez. — Protestei.

Kyuubey subiu em meu ombro.

— O familiar que acabamos de matar era apenas o fragmento do corpo de uma bruxa. É por isso que não tinha Grief Seeds.

— Não era uma bruxa? — Perguntou Kath. — Não temos visto muitas recentemente.

— Não podemos nos dar ao luxo de pegar leve com os familiares também. Se amadurecerem, se tornarão a bruxa da qual se separaram. Agora vamos lá. — Alertou nossa mestra.

Fomos andando e conversando.

— Vocês duas já pensaram em seus desejos? — Mami nos perguntou.

— Hummm. Madoka? — Katherine passou para mim.

Eu apenas suspirei.

— Bem, pode ficar mais difícil encontrar a resposta por mais que você pense sobre isso. — Disse Mami.

— Mestra, qual foi o seu desejo? — Perguntou Kath.

E ela imediatamente parou de andar.

— Oh, é claro, você não precisa nos dizer se não quiser.

— Bem... Eu... Eu sequer tive tempo para pensar. Mas não me arrependo da minha decisão. A vida que eu levo agora é bem melhor do que estar morta. Entretanto, para vocês duas, que tem uma escolha, eu espero que considerem suas opiniões cuidadosamente antes de tomar uma decisão. Sendo isso, a coisa que eu fui incapaz de fazer.

— Ei, Mestra! Todos os desejos são somente pelo bem daqueles que o pedem? — Katherine interveio. — Por exemplo... Só como um exemplo... Se houvesse alguém que precisasse mais do quê eu, e eu usasse o desejo pelo bem desse alguém...

— Está falando do Peter? — Kyuubey interrompeu.

— Eu disse que é só um exemplo. — Kath disse furiosa.

— Não há regra que estabeleça que o receptor do desejo deva ser o contratante. — Esclareceu a criatura. — Não é como se isso já não tivesse acontecido antes.

— Entretanto, não é algo que deva ser admirado. — Mami disse. — Se você quer realizar o desejo de alguém, você deve primeiro deixar o seu objetivo claro. Katherine, você está esperando que ele vá ajudar você a realizar seus próprios sonhos? Ou você quer mostrar a sua gentileza, realizando o sonho dele? Embora soem semelhantes, são duas coisas muito diferentes.

— Você não acha que é cruel de mais por isso dessa maneira? — Kath perguntou.

— Eu sinto muito, mas eu devo deixar isso claro agora. Se você não entender isso direito, você definitivamente irá lamentar a sua decisão.

Ficamos em silêncio.

E depois de muito andar, cheguei em minha casa. Tomei banho e jantei. Depois, caí direto na cama.

Meu quarto era uma coisinha simples. Bem organizado, na maioria das vezes e bem iluminado. Kyuubey sentou-se comigo.

— Isso realmente não é uma escolha simples, não é? — Falei.

— Mesmo na minha situação, eu não posso apressar você. — Ele disse. — É proibido oferecer sugestões.

— Eu não poderia me tornar uma Garota Mágica?

— Madoka, você sabia que o desespero é uma fonte de poder para os nossos corpos?

— Não, eu não sabia disso. — Disse, rindo. — Mas eu acho que isso está certo. Eu sou realmente idiota, desajeitada e não tenho nenhum traço especial do qual falar. Se eu fosse capaz de me tornar tão legal e linda quanto a Mami, eu ficaria muito feliz.

— Se você se tornar uma Garota Mágica, você poderia ultrapassar de longe a beleza da Mami. — Kyuubey me disse. — É claro, tudo depende do desejo que você faz para cumprir o contrato. Você pode vir até a criar uma grande pedra da alma. Mesmo eu sou incapaz de predizer o que vai acontecer. Essa é a primeira vez que eu encontro alguém com tal potencial oculto.

Eu ri.

— Do que você está falando? Você está inventando isso.

— Eu não estou. — Ele disse.

Ouvi batidos na minha porta.

— Madoka, você ainda está acordada? — Era o papai.

— Sim, pai.

— Você deveria dormir, está realmente tarde. — Ele me alertou.

— Tudo bem. Boa noite. — Respondi.

E eu obedeci.

Apaguei as luzes do quarto e me entreguei ao sono. O engraçado disso tudo, é que antes, quando eu dormia, eu não sonhava. Pelo menos eu não lembrava. Mas agora as coisas mudaram.

— Você entende agora? — Akemi disse para a Mami. — Você tem colocado espectadores inocentes em perigo.

— Elas foram escolhidas pelo Kyuubey. Elas não são mais espectadoras.

— Você as está persuadindo a se tornarem Garotas Mágicas.

— Isso não é do seu agrado?

— Não. Isso me incomoda. Principalmente aquela Madoka.

— Oh, então você notou também? — Mami suspirou. — O potencial oculto dela.

— Para o bem dela, ela não deve fazer o contrato. — Akemi disse.

— Qualquer um mais forte que você se tornaria um obstáculo, certo? É um jeito muito infantil e arrogante de se pensar.

— Eu não desejo lutar com você. — Akemi deixou claro.

— Então, nesse caso, se esforce para que não nos encontremos outra vez. — Mami a ameaçou. — Hoje é a última vez que vamos nos encontrar com palavras.

E eu acordei.

...

Depois da escola, fui para a praça. Kath chegou momentos depois.

— Me desculpe o atraso.

— Você não ia ver o Peter hoje? — Perguntei confusa.

— Hoje não era um bom dia.

Saímos andando, como de costume. Falando sobre o dia, e sobre a escola. Mesmo quando não estávamos nela, ela nos perseguia.

Avistei algo diferente na parede de uma biblioteca, e logo parei.

— Qual o problema? — Katherine perguntou.

— Parece que tem alguma coisa ali. — Apontei.

— É uma Grief Seed! — Kyuubey gritou.

— Está brilhando. — Disse. — Isso é mal. Devíamos dar o fora daqui.

— Vai se tornar um portal logo. — Disse a criatura. — Aquela dimensão vai aparecer de novo.

Katherine ficou pensativa por um tempo, até que ela falou.

— Madoka, vá na frente e busque a Mami! Eu vou ficar aqui e continuar vigiando.

— Isso é loucura. — Kyuubey disse. — Ainda há algum tempo, antes da bruxa lá dentro emergir. Mas se o portal abrir, você não poderá mais sair. Mami pode não ser capaz de alcançar você a tempo.

— Se a dimensão aparecer não saberemos a localização dessa coisa. Não podemos deixar algo aqui assim.

Kyuubey desceu do meu ombro e foi para perto de Katherine.

— Madoka, você vai na frente. Eu vou acompanhar a Katherine. Mami pode usar a telepatia dela para dizer onde nós estamos quando ela chegar. Se eu ficar aqui e vigiar a Grief Seed com a Katherine, eu serei capaz de guiar a Mami até aqui o mais rápido possível.

— Obrigada, Kyuubey. — Kath agradeceu.

— Eu irei trazer a Mami aqui imediatamente.

Corri o mais rápido que pude, e a encontrei do outro lado da esquina. Contei a ela a situação e corremos de volta para a biblioteca juntas. Kath e Kyuubey já não estavam mais lá.

— Foi aqui? — Ela perguntou.

Fiz que sim com a cabeça e Mami usou a sua pedra da alma para abrir o portal.

Kyuubey, qual a situação?

Estamos bem por agora. Não parece que ela vai sair do ovo por enquanto.

Tudo bem, estamos indo.

E entramos no portal.

Akemi veio logo atrás de nós.

— Eu vou dizer de novo, é melhor você parar de aparecer. — Mami gritou, furiosa.

— Sou eu que vou caçar essa besta. — Disse Akemi. — Por favor, retirem-se da área.

— Não posso fazer isso. Precisamos buscar a Katherine e o Kyuubey. — Disse Mami.

— Eu vou garantir a segurança deles. — Akemi prometeu.

— Acha mesmo que acreditarei nisso? — Mami usou o poder da sua pedra e prendeu Akemi em uma armadilha de energia.

— Isso é tolice. — Ela gritou, se contorcendo, tentando se soltar.

— Eu não tenho intenção de machucar você. Mas se fizer algo imprudente, não poderei garantir a sua segurança.

— Essa bruxa está em um nível diferente das que você encontrou anteriormente. — Akemi disse.

— Se você se comportar aqui, eu a soltarei quando voltar. Vamos, Madoka.

— Sim. — Concordei e a segui.

Essa dimensão de fato era diferente das outras. Eu podia sentir o poder dos seres. Eles eram mais fortes.

Entramos em uma sala, que havia vários potes gigantes flutuando. O silêncio me apreendia, então falei.

— Ei, Mami. Pensei em várias possibilidades de desejos.

— Você já decidiu?

— Sim. — Disse. — Mas... Você pode pensar que isso soa ingênuo.

— Que tipo de desejo você pretende fazer?

— Eu nunca me destaquei em nada, ou tive algo do quê poderia me vangloriar. Eu tenho certeza que só vou me tornar uma carga inútil para todos enquanto o tempo passa. Eu não quero mesmo que isso aconteça. — abrimos outra porta. — Quando eu conheci você, eu vi que você estava lutando pelo bem dos outros. Você até me disse que eu poderia fazer isso também. Isso me fez realmente feliz. Portanto, meu desejo é me tornar uma Garota Mágica. Então, até mesmo alguém como eu, pode ajudar os outros. Eu posso viver orgulhosamente, dessa forma. Esse é o meu maior desejo.

Eu soltei a mão dela. Eu não tinha mais medo. Era como se agora, eu enxergasse tudo de uma forma diferente.

— Não vai ser divertido. — Mami me disse. — Você vai se machucar, e você não terá tempo para fazer o que quiser, ou namorar.

— Eu entendo isso. — Disse. — Mas ainda assim, você persevera através disso tudo, e eu te admiro por isso.

Ela parou de andar.

— Eu não mereço a admiração de ninguém. Eu só estou forçando a mim mesma a ter coragem. Mesmo quando eu estou assustada ou com dor, eu não tenho ninguém para conversar. Tudo o que eu posso fazer é me esconder e chorar. Garotas Mágicas não são tão boas quanto você pensa.

— Você não está mais sozinha. — Disse para ela.

— Verdade? É isso mesmo?

Ela girou e pegou em minhas mãos. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— De hoje em diante, você vai mesmo lutar junto comigo? Você vai ficar ao meu lado?

— Sim, Mami. Se você me permitir.

Ela enxugou suas lágrimas.

— Bem, agora, eu pensei que poderia manter minha imagem madura na sua frente. — Disse ela, rindo. — Parece que sou só uma criança desajeitada...

Mami, o ovo está começando a se mexer. Você deveria se apressar.

Ela se mexeu.

Ok, te escuto alto e claro! Hoje, eu gostaria de acabar com isso rapidamente!

Ela jogou a sua pedra da alma para cima, e a segurou, liberando toda a sua energia e invocando sua arma, a espingarda. Ela lutou com alguns seres, matando todos.

Pude ver que ela se sentia mais leve. Era a primeira vez que ela se sentia tão feliz lutando.

— Não há mais necessidade de ter medo! — Ela gritou para um ser, atirando nele. — Porque eu não estou mais sozinha.

Entramos em mais uma porta, e chegamos finalmente onde Kyuubey e Katherine estavam.

— Tenham cuidado, está vindo! — A criatura gritou.

A bruxa desceu.

— Desculpe arruinar a sua grande entrada. Um tiro! É tudo que eu preciso. — Mami disse para a bruxa.

Ela a chutou, e apontou sua espingarda em sua cabeça. Deu um tiro e a jogou para cima, com a sua energia, prendendo-a em um laço. Invocou a sua espingarda gigante.

TIRO FINALE! — Gritou, e disparou, atingindo aquele ser das trevas.

Gritei de alegria, e Katherine respondeu da mesma maneira. Estávamos felizes!

Até que a bruxa abriu a boca, e de dentro, saiu outra que se esticou até onde Mami estava.

A mestra estava paralisada. Não sabia o que fazer. Ela estava cara-a-cara com outra bruxa maior e mais poderosa.

Fiquei perplexa. Meu coração batia mais rápido. Tudo se movia lentamente ao meu redor.

A bruxa abriu a sua enorme boca, e mordeu Mami. Jogando-a para cima, e depois a engolindo.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

— Vocês duas, rápido. Vocês devem fazer um contrato comigo. — Kyuubey gritou.

— Madoka, Katherine. Vocês devem escolher seus desejos, agora. — Ele disse, enquanto observávamos a bruxa mastigar a Mami.

Estávamos mortas por dentro. Não sabíamos o que fazer. Não conseguia ouvir a ninguém.

— NÃO É PRECISO! — Akemi apareceu. Ela deu um pulo e aterrissou na frente da bruxa. — Eu irei lidar com ela.

Aquele ser maligno a engoliu também.

Mas momentos depois, Akemi apareceu novamente.

Pulou para outra plataforma, e a bruxa a engoliu de novo.

Porém de novo, Akemi apareceu em outro lugar.

A bruxa a engoliu de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e ela sempre aparecia em outro lugar.

Akemi foi engolida novamente. Dessa vez, a boca da bruxa havia explodido. E ela apareceu de novo em outro lugar.

Quando a bruxa avançou mais uma vez para engoli-la novamente, inúmeras bombas explodiram, fazendo com que ela se afastasse. Mas ninguém havia soltado ou invocado bombas ali. Só havia a Akemi e a bruxa. Não havia explicação para o que estava acontecendo.

Eu estava atordoada.

A bruxa morreu devido ao bombardeio que ela sofreu e que nós não sabíamos de onde tinha vindo e a sua Grief Seed caiu. Akemi caminhava em nossa direção.

— Vocês acabaram de evitar a morte. Lembrem-se de tudo que acabaram de ver. Isso é o que significa se tornar uma Garota Mágica.

A dimensão estava sendo desfeita. E Akemi pegou a sua recompensa.

— Devolva. — Katherine disse com lágrimas aos olhos. — Devolva isso. Isso... Isso pertence à Mami!

A Garota Mágica não deu ouvidos e continuou andando.

— Eu te disse para devolver! Isso é da Mami! — Katherine gritou.

— Isso mesmo. Essas coisas existem para o bem das Garotas Mágicas. Vocês duas não tem o direito de tocá-la.

Katherine chorava, e eu estava jogada no chão. Não acreditando no que havia acontecido.

Eu pensava que não tinha mais medo.

Estava enganada.


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Notas finais do capítulo

Mais um fim de um capítulo. Queria deixar uma nota aqui, que com a morte da Mami, pode ser que tenha capítulos de POVS (pontos de visão) diferentes do da Madoka. Acho que farei um POV da Akemi. Pode ser também que haja 2 povs em um só capítulo. Eu não tenho certeza, então vocês verão nos próximos capítulos que vierem. Não se preocupem pois avisarei. Obrigada por todos vocês estarem acompanhando "A magia de Madoka" até aqui. Preparei um final surpreendente e espero ter vocês - ou até mais - comigo. Obrigada por tudo. Eu amo vocês.



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