Nothing Left To Say escrita por Rhiannon


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi c: olha eu aqui.
— Muito obrigada pela recomendação Italo calixto



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NYAH FICA CORTANDO MINHAS NOTAS INICIAIS, JÁ DESISTI, VAI AQUI MESMO.

– Eu realmente qria ter postado mais cedo mas a) eu não passei o fim de semana em casa b) eu 'perdi' dois dias fazendo minha oratória c) falta de criatividade.

– Vocês preferem q eu continue escrevendo em 1° pessoa ou ficariam de boa se eu passasse a escrever em 3° ? Pq eu realmente acho q ficaria melhor em 3° mas qro a opinião de vcs c: se tiver erro nisso me avisem, amo vcs ♥

Jason

Sabe quando você quer desesperadamente alguma coisa mas ao mesmo tempo sente medo que isso aconteça? Não? Pois é exatamente assim que eu me sentia.

Não sei exatamente no que eu estava pensando quando respondi “Sim”. Era como se Nico acabasse com todo o meu lado racional apenas mordendo o lábio inferior daquela forma sensual.

– Olhe para mim – Escutei sua voz sussurrando.

E eu olhei.

Estava um pouco escuro, mas eu podia ver a forma como Nico me olhava. Seus cabelos negros estavam meio despenteados e havia algumas olheiras em seu rosto. A pessoa mais linda do mundo estava ali, sentada no meu lado, se aproximando cada vez mais de mim. Eu podia sentir sua respiração, nossos lábios estavam a poucos centímetros de distancia. Abri a boca pra dizer alguma coisa, não sei exatamente o quê, mas ele colocou seu dedo em meus lábios, pedindo que eu ficasse em silencio.

Nico olhou bem nos meus olhos, eu não consegui sustentar por muito tempo esse olhar. Ele sorriu e quando eu menos esperava selou nossos lábios, meu coração idiota começou a acelerar tanto com o toque que eu pude ouvir o som das batidas ecoando pelos meus ouvidos.

Nico beijava bem.

Era uma sensação estranha, nova, mas não ruim. Estava longe de ser ruim. No primeiro momento eu cogitei a ideia de afasta-lo, mas não, sentir a língua dele em contato com a minha, sua barba por fazer, seus lábios macios e o aroma de chicletes de menta que exalava varreu todo e qualquer sentimento racional da minha mente.

Sua mão subiu até minha nuca, me causando arrepios. Naquele momento eu agradeci por estar sentado, porque, considerando como minhas pernas estavam bambas, provavelmente eu cairia se estivesse em pé.

O beijo acabou. Nico se afastou um pouco, com um sorriso divertido estampado no rosto. Sua mão continuava em minha nuca. Desde que eu o conheci, percebi como ele sempre mantinha a expressão de quem não se importava com nada e nem pensava nas consequências de seus atos, mas desse vez algo dentro de mim dizia que – Isso vai soar extremamente estupido e ridículo – aquele sorriso era de verdade.

Nico mordeu o lábio inferior e, pelos deuses! Como aquilo era sexy.

Senti o sangue subir pela minha cabeça, mas não me segurei, o puxei pela nuca e selei novamente nossos lábios. Nico pareceu surpreso por um instante mas não hesitou em corresponder o beijo. Era uma boa sensação sentir minha língua quente e úmida novamente em contado com a dele em um beijo mais profundo – E um tanto selvagem – do que o primeiro.

Faltava, pelo menos, vinte minutos para o filme terminar. Mas eu nem prestava mais atenção, nem ele.

Nós nos beijamos, um pouco.

Okay, talvez bastante.

Até a sala clarear novamente e as pessoas começarem a se levantar, eu e Nico ficamos ali, juntinhos um do outro, quase como se fossemos apenas uma pessoa.

Pra falar a verdade nós nem notamos quando o filme acabou e as pessoas saíram da sala do cinema, tanto que a mulher ruiva que pegou nossos ingressos na entrada teve que nos chamar para sairmos dali, a menos que quiséssemos ver a próxima seção. Eu fiquei vermelho, é claro, e Nico teve a decência de ao menos parecer envergonhado, mas ele piscou para a moça como e dissesse “Sabe como é né?” o que me fez ficar mais vermelho ainda.

Apesar de não querer admitir, eu me senti um pouco bravo por terem interrompido o beijo.

Não conversamos muito até sairmos do cinema e irmos para o estacionamento onde entramos no meu carro. Nico colocou uma música. The Monster do Eminem.

Ficamos em silencio, ele cantarolava a música baixinho e eu dirigia, não era um silencio desagradável, nada nele era desagradável, mas talvez eu tenha ficado um pouco chateado por ele não ter mencionado nada sobre o tempo que passamos nos beijando no cinema. O que era ridículo porque nós não tínhamos nada, foram apenas alguns beijos, nada mais.

Nada mais.

Nada mais?

É claro que foi só isso. Eu não posso estar querendo ter algo a mais com um garoto, posso?

Eu não sou gay, sou?

Eu definitivamente não estou em dúvida sobre minha heterossexualidade. Se bem que se eu fosse gay isso não seria um problema, quero dizer, nunca me preocupei muito com isso. Pelo menos não até o presente momento.

Me imaginei falando sobre isso com a minha mãe, o que era meio impossível, provavelmente ela diria algo do tipo: “Deixe de ser ridículo Jason Grace. Você estava há poucos minutos atrás no maior amasso com um garoto, me diga se isso não é ser gay? Alias, você é ativo ou passivo? Isso é apenas uma dúvida, nada mais”

O tempo passou mais rápido do que eu queria, tive vontade de pegar o caminho mais longo só para ficar perto dele por mais alguns minutos, mas eu sabia que aquilo era uma ideia estupida.

Parei em frente a casa de Nico, que estava mais pra uma mansão. Agora no rádio tocava uma música da Lorde. Estava escuro, era quase onze da noite, Nico olhou pela janela do carro como se chegasse alguma coisa e então se voltou para mim com um meio sorriso nos lábios.

Eu havia passado quase o caminho inteiro pensando no que dizer quando chegasse ali, mas nada me ocorreu no momento.

– Chegamos – Foi a coisa mais inteligente que saiu da minha boca.

– Chegamos – Ele concordou.

– Obrigado – Falei.

– Pelo quê? – Questionou.

– Por aceitar meu convite e tudo mais. E por fazer o dia terminar bem.

– É, o dia terminou bem. Você beija bem.

E lá estava ele de novo. Falando aquelas coisas que me deixavam corado, me provocando. Tentei virar o jogo, ele diz uma provocação e eu retruco, mas não pensei por muito tempo.

– Você também beija bem – Falei.

– É, já ouvi muito isso – É tudo o que eu ouço.

Por um segundo me perguntei de quantas pessoas ele já ouviu aquilo. Quantas pessoas ele já beijou na vida?

Nico sorriu.

– Obrigo pelo convite. Foi muito bom assistir ao filme – Ele disse em tom divertido – Podíamos fazer isso mais vezes.

Assenti com a cabeça. A verdade é que eu não sei mais do que ele estava falando, mas tinha certeza que não era sobre o filme.

– Então, nos vemos por aí, qualquer dia desses – Ele falou – Agora que você tem meu telefone, pode me ligar.

– Vou fazer isso, pode ter certeza.

Ele mordeu o lábio inferior e se aproximou, nossos lábios se tocaram em um selinho rápido.

– É assim que o dia termina bem – Falou, antes de abrir a porta do carro e ir em direção a casa.

Nico não olhou para trás, mas eu o observei todo o momento até que ele desapareceu dentro da casa. Eu provavelmente estava com um sorriso idiota na cara.

~*~*~

Quando finalmente cheguei em casa era quase meia noite. Abri a porta com a chave que tio Poseidon havia emprestado para mim. No entanto, eu fazia tudo no automático, meus pensamentos estavam em Nico.

Assim que passei pela cozinha em direção a meu quarto ouvi alguns gemidos baixos.

Percy e Annabeth pareciam prontos para acasalar ali mesmo. Ela usava um pijama rosa com um shorts que não cobria nem metade da sua coxa e ele estava apenas com um samba canção azul. Annabeth estava sentada em cima da mesa da cozinha, com as pernas em volta dos quadris de meu primo. Eles se beijavam de uma maneira que pareciam uns desentupidores de pia. Percy sussurrou algo no ouvido da namorada e ela gemeu. Nem quero saber o que ele disse. Logo depois Annabeth levou a mão até a cintura de Percy, pronta para abaixar o único pedaço de pano que a impedia de fazer o que queria.

Pigarreei, fazendo com que os dois parassem com aquela pegação, não queria ter aquela imagem gravada na minha mente.

Percy se afastou dela e me lançou um olhar ameaçador.

– Ah, cara – Falei, meio sem jeito, ignorando seu olhar – Vão fazer isso em um quarto.

Annabeth desceu da mesa e me encarou. Tentei não olhar para baixo do calção de Percy porque sabia que veria algo a mais naquele local. Também tentei não olhar para os faroes acesos da loura.

Ao que parece Nico não é o único que não cora quando é pego beijando alguém. Annabeth me lançou um olhar questionador, parecia um pouco brava por eu ter interrompido a trepada dela.

– Onde você estava? – Perguntou Percy – É quase meia noite. Ouvi bem quando seu pai falou para chegar uma hora atrás.

Revirei os olhos. Por que é que ele implica tanto comigo?

– Por aí – Respondi vagamente – E você não vai falar nada porque se não eu vou contar o que acabei de ver – Falei com a voz firme.

Ele fez uma careta.

– Por aí não é muito especifico.

– Não é – Concordei.

– O que você estava fazendo? – Tornou a perguntar.

– Nada que te interesse – Respondi.

Dei de costas e subi as escadas até meu quarto, ouvi ele falar algo, mas ignorei. Minha politica de vida é: Eu vou ser gentil com você se você ser gentil comigo. E Percy não tem sido tão gentil assim comigo. Não entendo o porquê, mas sai que tem algo a ver com o fato de eu estar morando na mesma casa que ele, talvez ciumes ou ele não gosta mesmo de mim.

Me despi e fiquei apenas com uma boxer preta. Deitei na cama do quarto de hospedes que temporariamente era minha, me enrolei nas cobertas e fechei os olhos.

Meus pensamentos foram diretamente para Nico. Eu não estava entendendo os meus próprios sentimentos. Eu gosto de Nico, isso é um fato, depois daquele beijo no cinema não posso mais negar. Mas e agora, o que eu faço? Como vou saber se gosto realmente dele? E se eu realmente gostar e ele não quiser nada comigo? Parei para pensar por um momento, eu mal o conhecia. É normal se sentir atraído por uma pessoa sem nem a conhecer direito?

Como durmo com o celular embaixo do travesseiro, peguei o aparelho e reli as mensagens que trocamos. Quando percebi estava com um sorriso no rosto. Franzi o cenho, o que estava acontecendo comigo?

Coloquei novamente o celular embaixo do travesseiro e me cobri com os cobertores, desejando que pudedessem responder todas as perguntas de minha cabeça, o que, infelizmente, era impossível. Muito bem, é hora de eu parar de negar minha sexualidade, não sou hétero, talvez seja bi. Ou talvez as pessoas não devessem se preocupar tanto com isso, seria muito melhor. Me recordei de mais cedo dizer que duas garotas se beijando é errado, e agora eu mesmo me respondo: O que tem de errado em duas pessoas que se gostam se beijando? O problema é que nem todos pensam assim, o que me leva a outra questão; O que meu pai diria se soubesse que eu estive beijando um garoto. Mas agora não é o momento certo para essas duvidas.

Segunda eu iria para a nova escola, infelizmente Percy iria junto, o ponto positivo é que eu veria Nico.

E simples assim, a vaga ideia de que eu veria Nico di Angelo novamente me fez sorrir e me sentir melhor. Não me importava mais ter que levantar cedo naquele frio que estaria na segunda, não me importava em ter que ir a escola com Percy, não me importava em estar em uma cidade totalmente nova e não conhecer praticamente ninguém, o que importava é que eu o veria. Era isso que importava. Em minha cabeça eu já formulava possíveis diálogos que teria com ele. Tudo o que eu queria era vê-lo e beija-lo, muito.


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Notas finais do capítulo

Comentem, seus lindos



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