Nothing Left To Say escrita por Rhiannon


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oie gente linda do meu core )o) não demorei dessa vez. Ah, desculpinha por ainda não ter respondido os comentários do cap anterior. A página dos comentários tá bugando -.- Mas prometo que logo respondo todos



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Jason

If you think you can, well come on man
I was a Green Beret in Vietnam
No more of your fairy stories
'Cause I got my other worries.

Nico cantarolava a música enquanto mastigava o que sobrava de seu Mc Lanche feliz, o segundo, na verdade, não sei de onde ele achava tanta motivação para comer aquilo.

– Vem um brinquedo! – ele dissera quando o questionei sobre aquilo – Olha! – e esfregara o brinquedo na minha cara enquanto algumas pessoas na lanchonete nos lançavam olhares questionadores, mas não me importei. Afinal, eu estava com Nico, e nada importava no momento a não ser ele.

Foi divertido, é claro, ir no McDonald´s com ele e comer porcarias, em especial batatas fritas.

– Onde quer ir agora? – perguntei quando entramos novamente no carro.

– Apenas dirija – ele respondeu.

– Só dirijir? Pra lugar nenhum?

– Tudo bem então, vá a algum lugar afastado, não sei. Longe da cidade talvez. Me surpreenda.

E foi o que eu fiz.

– Onde é aqui? – Nico perguntou quando chegamos ao lugar. O caminho todo manteve-se em silencio, apenas o som da música e nada mais.

– Vamos. – falei desafivelando o cinto sem responder sua pergunta. Fechei a porta do carro e saí sem ver se ele estava de fato me seguindo, mas pudia ouvir o som de seus tênis se chocando contra as pedrinhas no chão. Segui pela pequena estrada de terra que ia em direção a uma morada há muito inutilizada.

Ali era um lugar que me trazia boas lembranças. Lembranças vagas, sim, mas ainda boas. Ao longe havia uma pequena casa feita de tijolos pintada sem muito cuidado, e com muito desleixo, de azul. Eu ainda me lembrava de minha mãe me mandando entrar dentro de casa e ir dormir, isso quando eu tinha sete ou oito anos.

– Está me levando para uma casa sozinha no meio do nada? – perguntou Nico atrás de mim – Isso é realmente muito romântico. Gostei.

– Não estou te levando para lá. Aquela casa deve estar cheia de poeira. Olhe para os horizontes, pequeno gafanhoto. – respondi apontando para a frente, desviando do caminho da velha estrada de chão.

– Ahn, o que tem lá? Além de mato, digo.

– Vamos. – me virei para ele e o puxei pela manga da camiseta. – Vejo que voltou a usar preto – Observei.

– Isso me faz lembrar que preciso te devolver a blusa. E o carro também.

– É – falei – bem observado. Sem pressa nisso.

Os cabelos negros de Nico balançavam contra o vento, as mãos nos bolsos da calça jeans, como se algo faltasse, era um tanto peculiar. Mas ainda sim, ele me era muito familiar.

Segui pelo caminho, a grama ficava cada vez mais alta, nada que dificultasse a passagem, então continuei a andar com ele me seguindo logo atrás.

– Afinal, que lugar é esse? – ele perguntou ao meu lado.

– Meu avó costumava me trazer para cá junto a minha mãe. – expliquei. – Tinha um lago e um balanço mais para a frente. A gente pescava ou fazia qualquer coisa que quisesse. A propriedade agora está no nome do meu pai, mas ele não parece se importar muito com isso, na verdade ele não parece se importar com nada. Isso não tem relevancia agora. Eu só quero dizer que passei os melhores finais de semana aqui. Era só meus avós, minha mãe e eu, já que Zeus nunca teve muito tempo para isso. Só que depois que meu avô faleceu e minha vó adoeceu, vim só uma vez aqui.

– Tem algum problema entre você e seu pai? – Nico perguntou franzindo o cenho.

– Se fosse só um problema. – resmunguei. – Chegamos. – acrescentei erguendo os braços para que ele visse tudo o que o lugar tinha a oferecer.

– Eu só vejo grama, árvores e um lago.

– As melhores coisas da vida são as mais simples.

Nico me olhou bem nos olhos.

– Oh, isso foi tão poético. – ele pôs a mão no peito de forma dramática – O que irá dizer depois disso? Recitar Shakespeare?

Coloquei a costa da mão direita na testa.

– Agora me parece uma ideia estupida com você falando desse jeito.

– Romeu, Romeu – ele brincou.

– Ah, você seria minha Julieta?

Ah, eu seria o que você quisesse. – ele estalou a língua. Uma árvore cobria o sol bem onde nós estávamos, não que tivesse muito sol. – Bem, isso depende do que você faria comigo.

Encarei o lago.

– Tem certeza que estamos sozinhos? – Nico perguntou coçando a nuca e olhando para trás como se certificasse disso.

– Ninguém vem aqui á pelo menos um ano.

– Sabe nadar? – ele perguntou de repente encarando o lago a sua frente. – Porque eu não sei.

– Que tipo de pessoa não sabe nadar? E além disso, é só um lago. Deve ser raso.

– Bem, vamos testar essa sua teoria.

– O que?

Então eu olhei para o lado e o vi tirar a jaqueta e então a camiseta.

A primeira coisa que notei, novamente, era de que ele precisava urgentemente de um bronzeado. Parecia um refletor de tão branco.

– Você é louco? – perguntei enquanto ele descalçava o tênis. Não que eu precisasse realmente de uma resposta.

– Não quero molhar minha roupa.

– Vai nadar pelado?

– Mas ora, se queria que eu tirasse a roupa era só pedir.

– Está frio! Você vai pegar um resfriado.

– Eu não me importo. E não é como se estivesse nevando. Deixa de ser fresco.

– Mas eu me im... – comecei encabulado, mas me detive – ah, que se dane. – e tirei minha blusa também.

– Você está pegando o espirito da coisa, Grace.

– Você está me levando para o mal caminho, Di Angelo.

– Temos aí uma verdade. Então sabe nadar?

– Um pouco.

– Ótimo, seja meu salva- vidas. Eu não sei sequer prender a respiração em baixo da água. Vamos ver se esse negócio é mesmo raso.

E então eu olhei para o lado e vi Nico, apenas com uma boxer azul marinho, correndo até se jogar no lago e sumir em meio a água.

Praguejei baixinho e abri o zíper da minha calça, deixando-a ali em um lugar qualquer. Fiquei de pé no gramado e contei até nove, Nico não deu nem sinal, foi aí que eu me desesperei.

Pulei na água e emergi segundos depois com ele em meus braços, tossindo e tremendo. Estava gelado. Ele se segurou em meus ombros e me apertou contra si.

– Talvez – ele disse cuspindo – isso seja um pouco mais fundo do que eu pensava.

– Você acha? – indaguei. Franzi o cenho e ergui o olhar, seu cabelo molhado estava colado na testa e a aproximação de nossos corpos me deixava atordoado. – Está tudo bem? – perguntei levantando o olhar e olhando em seus olhos. Meus braços estavam em volta de sua cintura, o mantendo firme para que não afundasse novamente; suas mão, em volta de meu pescoço.

– Talvez – ele respondeu, me apertando mais ainda contra si. – Mas só talvez, eu tenha pensado como Hazel se sentiu nos últimos minutos de vida. Foi algo estúpido de se fazer, levando em conta que entrei em desespero. Ultimamente eu tenho pensado muito nela.

– Ah. Bem...

– Acha que eu deveria ler a carta que ela deixou? – perguntou subitamente.

– Bom, aí depende. Você quer isso?

– Lógico. Mas eu não sei como abordar meu pai e pedir isso pra ele. Depois de tanto tempo sem sequer tocar no assunto, parece algo complicado demais. E foram as últimas palavras de Hazel para mim, eu deveria saber o que ela quis dizer, não deveria?

– Acho que sim. Quero dizer, ela deve ter escrito o que achava que você precisava saber.

– Então porquê me sinto assim?

– Assim como?

Ele suspirou profundamente antes de responder.

– Não quero e ao mesmo tempo quero saber tudo o que Hazel disse na maldita da carta.

– Acho que isso é normal, não é? Digo, são as últimas palavras e isso seria como se ela estivesse... realmente morta. Seria como ouvir definitivamente tudo e então não teria mais nada.

– Seria o fim?

– Não acho que o fim propriamente dito. – respondi olhando para o horizonte por cima de seu ombro – Minha avó me disse uma vez que minha mãe continuava ao meu lado mesmo que eu não pudesse ver.

– E você acredita nisso? – ele perguntou com esperança nos olhos.

– As vezes sim, as vezes não. Tem momentos que eu quero que ela esteja ao meu lado, e que eu possa de fato vê-la. Mas sei que isso é impossível e é só o sonho de um garoto idiota. Ela se foi e eu preciso aceitar isso. – respirei fundo. – Mas eu sinto falta dela, a cada instante.

Nico apertou meu ombro e então eu lembrei que o garoto a minha frente sabia exatamente como eu me sentia.

– Sei como é. – ele murmurou, confirmando o que eu havia pensado – Se sentir imponente. Como se não pudesse fazer nada. E têm aquelas pessoas que insistem em dizer que estamos apenas passando por uma fase ruim e isso logo melhora, como se alguma coisa fosse acontecer para que pudêssemos ser feliz outra vez. Quase como um milagre.

– Talvez estejam certos. – falei sem pensar muito no significado daquelas palavras.

Ele ficou em silencio por alguns segundos antes de voltar a falar,

– É – respondeu por fim. Após alguns segundos de hesitação, continuou – Talvez haja uma luz no fim do túnel, afinal.

Nico virou o rosto para mim e me encarou, a água gelada batia em meu ombro, nossos corpos molhados se chocavam de uma forma que me fazia estremecer. Havia algo em seus olhos que eu não sabia decifrar, suas pupilas estavam dilatadas e o maxilar trincado, quase como se ele estivesse se preparando para fazer algo.

E então, sem parecer pensar mais de duas vezes no que estava fazendo, ele selou nossos lábios.

Foi como se o tempo tivesse parado.

De inicio eu cheguei a pensar que estava sonhando, parecia algo bom demais para ser verdade, mas ali estava eu e ele em um lago de uma casa que não visitava há anos, nos beijando.

Naquele momento eu esqueci de tudo e quase afundei no lago, mas mantive nós dois na superfície. Entrelacei suas pernas na minha cintura, apertando fortemente suas coxas com as mãos e me inclinei para a frente, ainda sem acreditar muito que ele havia tomado essa iniciativa. As mãos de Nico estavam em volta de meu pescoço, se segurando para não cair e nos manter ali. Eu estava tremendo, não sabia se era do frio ou do nervosismo. Ele mordeu meu lábio inferior e eu arfei. Infelizmente, o ar era necessário – foco no infelizmente – então tivemos que nos separar.

– Isso foi surpreendente – sussurrei enquanto ele distribuía selinhos em meus lábios.

– Não diga que não gostou. – ele mandou enquanto arranhava levemente meu pescoço com suas unhas e apertava suas pernas em volta de mim.

– Ah, eu adorei – confessei sorrindo maliciosamente.

Ele aproximou nossos rostos novamente, mordendo o lábio inferior e murmurou:

– Mais?

– Mais. – concordei.


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Notas finais do capítulo

Como sempre, qualquer dúvida etc etc é só dizer. Estamos aqui pra isso /o/ e eu tô surtando asdkjahdkjad pq já escrevi o cap 18 e tipo salkdjalkjsd mas vcs não precisam saber disso agra :* até o próximo.