PVO’s Percy

Era a aula de filosofia de novo. Entramos na sala e todos tornaram a olhar-nos, todos já estavam sentados em duplas por isso eu e Annabeth sentamos juntos. Professor Quíron começou a dar a aula com um exercício. Todos deveriam escrever em um papel o que gostariam de fazer no futuro e depois todos iriam sortear e ver o que o outro pegou. Quíron disse que poderia ser qualquer coisa. Pensei bem, no final eu coloquei no papel:

“Morar de frente pro mar.”

Tentei dar uma espiada no que Annabeth escreveu, mas não tive sorte. Depois que todos já tinham escrito, o professor passou com uma caixinha onde todos deveriam colocar seu papel dentro. Colocamos nossos pequenos pedaços de papel dentro da caixa, e esperamos o fim da aula para sortea-los.

Faltando mais ou menos 10 minutos para acabar a aula, Quíron passou novamente por nós para sortear os papeis. Não sei por que mas me deixou um pouco nervoso. Chegou a minha vez. Peguei o papel, o abri, e la estava escrito:

“Fazer uma tatuagem.”

Eu tinha certeza que eu tinha pegado o papel de Thalia. O professor mandou todos falarem o que pegaram e tentar adivinhar de quem era. Luke foi primeiro:

–“Casar e ter uma família feliz” –Luke leu. – Bem, eu acho que esse é da Piper.

–Acertou! –Piper disse em um pulo. Era o perfil dela, eu pensei, ela é fofa e bonita, com certeza iria realizar esse desejo. Era a vez de Jason:

–“Fazer faculdade e ser bem sucedida.” Rá, essa é fácil, com certeza é Annabeth.

Annabeth olhou descontraída e falou:

–Não, esse não é o meu.

–Oh... eu não sei de quem é então –Jason disse coçando a cabeça.

–Esse é o meu. – falou uma menina morena .

–Muito bem Hazel– Quíron a parabenizou. Vi que os olhos de Leo faiscaram quando olhou para Hazel. Ri mentalmente.

–Rachel , é a sua vez –disse o professor.

–Tudo bem – ela era linda e tinha uma voz super doce. –“Morar de frente pro mar.” Ela tinha pegado o meu papel. Com eu era novo ela não iria acertar.

–Desculpe, eu não sei de quem é – ela disse.

Eu levantei a minha mão e disse que o papel era meu. Ela me viu e sorriu, eu sorri em retorno e ela sentou.

–Ok, Sr Jackson, é a sua vez.

– “Fazer uma tatuagem”

–E de quem você acha que o papel é? –Quíron perguntou

– Eu acho que é da Thalia. –respondi

Thalia riu.

–Novato, se você tivesse reparado mais em mim saberia que eu já tenho tatuagens – ela disse levantando os pulsos e revelando triângulos pretos nos mesmos.

–Na verdade, esse é meu. –uma voz atrás de mim falou.

Era Annabeth. Todos pareceram surpresos. Até eu fiquei surpreso, apesar de conhecer a garota só por um dia vi que ela do tipo estudiosa e certinha. Nunca imaginaria que ela quisesse fazer uma tatto.

–Tudo bem então –Quíron falou em um tom estanho parecendo surpreso. O sinal tocou, pegamos nossas coisas e saímos da sala de aula. Annabeth foi a primeira a sair. Fiquei vendo ela desaparecer pelo corredor. Ela estaria envergonhada? Por que ? Querer fazer uma tatuagem não era vergonhoso no meu ponto de vista. Decidi deixar pra lá. Quando senti alguém me cutucando. Era Rachel.

–Oi

–O-oi –respondi nervoso.

–Você é novo aqui, não é?

–Sim, eu sou da Califórnia, meu nome é Percy Jackson – estendi minha mão, ela apertou e riu.

–Eu sei, sou Rachel Elizabeth Dare.

–Prazer – falei com um sorriso de canto.

Começamos a andar no corredor conversando.

–Então, o que traz para a cidade que nunca dorme? – ela me pergunta

–Bem, é um pouco complicado, meus pais se divorciaram a pouco tempo e minha mãe achou melhor nós morarmos em New York. Ela me disse que tinha se magoado muito com o meu pai e que só queria ficar longe por um tempo. Ou pra sempre. – terminei

Rachel me encarava seriamente, parecia que ela ainda estava processando o que acabei de dizer.

–Meu pais também se separaram já faz uns anos – ela falou de cabeça baixa – Minha mãe pediu o divorcio porque meu pai só ficava no trabalho, sempre voltavam para casa tarde da noite, e nunca dava satisfações aonde estava. Minha mãe ficou paranoica e contratou um detetive pra seguir meu pai. No final minha mãe descobriu que ele á estava traindo com sua secretaria. Quando meu pai chegou em casa no dia seguinte minha mãe jogou na cara dele varias fotos dele mesmo entrando em um motel com a sua secretaria. Eles brigaram por horas, me lembro de ter ido para o meu quarto, chorado até dormir e no outro dia as malas já estavam prontas e minha mãe e eu fomos embora. Meu pai nem falou mais comigo dali em diante, não o vejo tem uns 3 anos mais ou menos. – ela falou meio angustiada.

Ok, ela tem a pior estória.

–Eu sinto muito. –foi só o que eu consegui dizer.

–Eu já superei, mas as vezes os pensamentos daquele dia voltam e... bem não vamos falar disso, muita depressão para o seu primeiro dia de aula. – ela disse com um sorriso. – Você é legal Percy Jackson, te vejo depois. – ela entrou na sala acenando.

As próximas aulas foram um tédio como sempre. O sinal do fim das aulas tocou e eu dei Graças a Deus.

Dei tchau para Thalia e Jason que estavam parados perto do estacionamento e fui pegar o meu carro. Virei algumas esquinas e vi Annabeth quase caindo com o tanto de livros que estava carregando. É claro que eu parei o carro para ajuda-la.

–Parece que você precisa de uma carona –eu disse

–Eu estou bem, obrigada – ela falou em um tom desafiador

–Não é o que esta me parecendo, qual é, entra no carro que eu te levo pra casa.

–Não preciso da sua ajuda.

Continuei seguindo ela com o carro e disse:

–Vou continuar te seguindo ate você entrar no carro – terminei com um sorriso.

Ela parou, olhou para os livros e depois para o carro.

–Tá, tudo bem, só dessa vez.

Annabeth entrou no carro, me disse onde ela morava, e eu comecei a dirigir.

–Então, fazer uma tatuagem uh? –comecei a puxar assunto, mas de cara vi que foi uma má ideia, ela me olhava como se eu fosse um ladrão que iria assalta-la a qualquer momento.

–Não somos amigos Percy Jackson, posso ter te perdoado por jogar toda aquela comida em cima de mim, mas isso não quer dizer que pode puxar esses assuntos comigo. – ela disse normalmente

Não sei descrever como fiquei desconfortável quando ela disse aquilo, e envergonhado também.

Quando eu ia pedir desculpas, ela interrompe :

–Só fica quieto e dirige ta bom.

Chegamos na casa dela, era uma casa media bem bonita, era amarela com flores no jardim.

–Obrigada – ela já estava saindo do carro quando parou e se virou– Olha, desculpa por eu ter dito aquilo, é que sei lá o que me deu hoje.

–Dia ruim? – perguntei

–Década ruim. – ela disse saindo do carro, entrando em casa e nem uma vez olhou para trás.

Ok, isso era uma coisa nova para Percy, todas as garotas que ele já levou pra sair olhavam para trás pelo menos uma vez antes de entrarem em casa. Ate estava meio acostumado com isso. Ele balançou a cabeça para se livrar desses pensamentos, afinal, Annabeth era durona, não tinha porque dele pensar isso. Ele ligou o carro e dirigiu ate em casa. Disse oi para sua mãe, e foi para o seu quarto.

Deitou na sua cama, e ficou encarando o teto. Ficou pensando na garota durona e no seu primeiro dia do colégio.

Até que não foi tão ruim.