The Glee Club escrita por Ninguém Especial


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Não posso dizer que essa é a minha primeira Fanfic, mas é como se fosse. Então relevem meus erros gramaticais e erros de Storyline. Desde que uma pessoa realmente goste eu gostarei postando e realmente estarei feliz. Então apenas livrem-se de tudo que sabem de Glee e percam-se nessa nova versão do que não é uma simples série, mas sim um sonho. Boa leitura!



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Sabe, eu nunca me senti tão jovem. Chegava ao W. McKinley High em meu conversível prateado, o que deixou todos boquiabertos, das líderes de torcida aos meninos jogados na caçamba de lixo. Hoje era o primeiro dia de aula e também meu primeiro dia no emprego novo. Ah, esqueci de me apresentar. Meu nome é Liam. Liam Ross, prazer. Eu fui contratado como novo psicólogo da escola, que também é a escola em que me formei. Este é o meu primeiro emprego desde a graduação e vou trabalhar com minha antiga amiga Emma. Não éramos nem um pouco populares em nossa época, mas isso não parecia tão importante. Fui contratado pelo diretor Figgins, que afirma que os jovens desse ano (classificados como os mais indisciplinados de Lima, Ohio) vêm denegrindo a imagem da escola, e meu trabalho é consertar isso em um ano. Ninguém talvez diga que pareço um professor pelo meu conversível ou meus óculos James Dean, ou pela minha conta bancária. Mas isso é só porque meu pai foi um grande empreendedor, e todo seu lucro em vida veio para mim e minha mãe com sua morte. Mas minha real paixão é a psicologia, e por isso estou aqui. Porém tudo o que sobe tem que descer, e parece que comecei o ano letivo com o pé esquerdo. Foi só dar alguns passos do meu carro que logo tropecei numa poça no chão, e ainda fui atropelado por um menino de bicicleta que não me viu. Ou viu, realmente não sei. E pra piorar ainda sofri com as risadas debochadas de todos os alunos que estavam no estacionamento.

– Está tudo bem com você? Quer uma ajuda? – senti uma mão pairar sobre meu ombro.

– Estou bem, obrigado. Apenas tropecei e me sujei todo – respondi com um sorriso.

– Aposto que é o seu primeiro dia aqui, certo? Tutor ou novo aluno da turma especial para adultos? Porque se for, as aulas só começam pela noite... – Me estendeu um lenço.

– Nenhuma das opções. E obrigado pelo lenço. – levantei-me – Sou o novo psicólogo da escola, vim trabalhar com uma antiga amiga, a Emma. Você a conhece?

– Não acredito! – Sorriu com os olhos - Ross!? Não está me reconhecendo!? É você mesmo cara!? Sou eu o Will!

Não creio que demorei em reconhecer aquele que costumava ser o garoto mais popular da escola. Quando perguntei o que fazia ali ele me disse que era o professor de Espanhol, mas como a aula já estava prestes a começar, me convidou para tomar um café na hora do almoço, e eu aceitei. Era estranho falar com ele, afinal nunca nos falamos nos meus tempos de aluno. Isso acabaria com sua reputação. Assim fui à sala do diretor Figgins, que me explicou como a escola funcionava. Emma manteria seu papel de orientadora e juntos formaríamos o corpo docente social da escola. Apenas me assustei quando ele pediu para que eu não me demitisse como os psicólogos anteriores haviam feito. Logo que saí de sua sala me instalei naquela que seria a minha nova. Realizara um sonho.

Emma veio me receber com flores. Artificiais, é claro, já que tinha um ’problema’ com as vivas. Nós colocamos o papo em dia e depois ela me acompanhou até o primeiro grupo dos montes da escola para qual iria me apresentar. Era a turma de líderes de torcidas da treinadora Silvester. Eu não a conhecia ainda, mas me arrependeria de fazê-lo. “Você deve ser o Liam, certo? Eu realmente queria dar uma palavrinha com você, mas só com você, ouviu ruiva?” – Disse Sue, a treinadora.

– Claro! – Foi tudo que respondi ao notar o tom de voz peculiarmente sério em sua voz naturalmente rouca. Emma parecia estar sem graça e morri por isso.

– Você deve saber que o grupo de maior destaque aqui do McKinley é o das minhas Cheerios. Se não souber, saiba agora. Elas não são só o grupo de alunas com as melhores médias e comportamento, como também aparecem diariamente em revistas de esportes, nutrição e beleza. Sejamos sinceros ao fato de que eu não gosto nem um pouco de você, ‘Dr. Coelho’ – zombou dos meus dentes – ou seja lá do que te chamam, mas minha equipe não precisa de você o que dificulta meu entendimento do porque o pateta do Figgins tirou parte da MINHA verba para pagar você pra fazer seja lá o que veio fazer aqui. Então não conte com minhas Cheerios para nada – disse me levando para fora do ginásio – e aproveite seu primeiro e único dia de trabalho, antes que eu acabe com essa palhaçada – fechou a porta em minha cara.

Deu pra perceber o quão simpática ela era. E infelizmente não foi muito diferente quando visitei os outros grupos de atividades físicas, turmas e classes especiais. Em todas ou era ‘empurrado pra fora’ pelos professores, ou zombado pelos próprios alunos. Finalmente entendi o que Figgins queria dizer. Ao menos com o Will foi um pouco diferente. Havia alguns garotos do time de futebol do professor Tanaka, o qual já havia visitado, que aproveitaram para caçoar meus dentes assim como Sue, mas juro que não me importei. O que me preocupava era como eu iria chegar àqueles alunos. Porém o Will tentou intervir quando os alunos começaram a zombar, o que não adiantou, e levou a crerem que éramos um casal, mesmo tendo Will se casado com a garota mais popular da escola. Já estava desacreditado, até uma aluna na primeira fileira me chamar em sua mesa e sussurrar baixinho: “Sr. Ross, passe no grupo de teatro depois do intervalo. Tenha certeza de que lhe receberemos muito bem!” Confesso que me atrasei um pouco, afinal o Figgins não sabia de nenhum grupo de teatro. Como pode isso? Mas parece que cheguei ao clube de teatro na hora certa, pois quando cheguei entrei pela coxia do auditório, olhei entre as cortinas o que parecia ser uma apresentação musical. Era a garota que veio falar comigo. Nunca imaginei que ela tivesse um alcance vocal tão grande! Ela cantava a parte final de ‘On My Own’, clássico de Les Misérables, afinal esse seria o musical da escola esse ano. Explicando melhor é que a o McKinley promove um musical escolar no auditório todo ano, e esse provavelmente seria o desse, que acontecerá em alguns meses. Como descrever sua performance? Magnífica. Havia achado meu novo ringtone!

I love him, but every day I'm learning, all my life I've only been pretending. Without me, his world will go on turning, a world that's full of happiness that I have never known. I love him - but only on my own.

Foi aí que eu percebi como chegar aos alunos: com música!

– Então você pretende formar um Glee Club? – Me perguntou Will no almoço, enquanto conversávamos.

– Sim! Como tínhamos antigamente... E você sabe como todos gostavam. Você mesmo era o vocalista principal!

– Bem... Nessa época era um clube disputado, mas os jovens de hoje não são como antes Liam. E pra falar a verdade eu já tentei três vezes fundar um clube do coral desde que o antigo tutor Sandy foi acusado de assédio sexual, mas o Figgins nunca aprovou. Ele fala que é por falta de verbas, mas eu sei que é simplesmente por causa da opinião da Sue. E os jovens não iriam querer, afinal, hoje em dia tudo de trata de status social. E cantar em um coral só prejudicaria.

– Você percebeu o quão controverso e repugnante é o que você acabou de dizer?

– Sim, mas é a verdade, e você sabe disso.

E eu sabia. O que Will falara me deixou realmente preocupado, mas não desisti. E a reação do Figgins foi totalmente diferente do esperado. Ele nem pensou duas vezes e me disse sim. Will parecia feliz, mas decepcionado ao mesmo tempo, por suas tentativas anteriores não terem sido aprovadas e a minha ter sido de primeira, com a alegação de que fazia parte de meu programa psicológico para com os alunos. E como apenas me comunicar não deu certo, eu sabia que não funcionaria usar a mesma abordagem para com os alunos, então apenas colei uma fixa de inscrição no mural da escola no dia seguinte. Bem, não foi uma, foram 23, já que a Sue arrancava os papeis toda vez que os via. Mas no final tive alguns inscritos. Seis para ser exato. Estes eram: Mercedes Jones, Kurt Hummel, Miles Duncan, Tina Cohen-Chang, Artie Abrams e Rachel Berry.

Mercedes tinha uma voz mágica. Ela era negra e gorda, mas o que tinha de atitude tinha de talento. Sua voz me lembrava de grandes divas do soul e do jazz. Ela cantou Respect da Aretha Franklin. Já Kurt era extremamente magro e tinha uma franjinha ligeiramente caída para o lado. Era bem claro e tinha olhos expressivos, e também mostrou ter uma magia na garganta, apesar de ter um tom de voz um tanto feminino. Ele cantou Mr. Cellophane de Chicago. Miles cantou uma versão punk rock de Everybody Wants to Rule The World da antiga banda Tears for Fears. Ele não parecia ter uma voz tão incrivelmente notória, mas a força que exibia em sua garganta com a maior facilidade, principalmente nos extensos, exibia um autocontrole perfeito. Ele tinha uma enorme tatuagem no braço, apesar de ter uns 16 anos, mas a verdade é que ela era bonita. Tinha o cabelo azul o que chamava atenção, era atleticamente magro, e tinha um piercing na orelha. Já a Tina cantou Sadness Is a Blessing, daquela que ela disse ser sua inspiração, Lykke Li. Ela é asiática e tem um estilo um tanto gótico. Usava roupas negras com acessório sombrios, o que aumentou o ar sóbrio da musica, mas era muito bonita. Sua entonação era perfeita o que parecia torná-la parte da musica, fora a dancinha provocante que fazia enquanto cantava. Em seguida veio o Artie, um garoto que pensei ser tímido pelo estilo das roupas e por se esconder atrás dos óculos. Mas quando começou a cantar e a dançar, imaginei estar vendo uma versão adolescente e de Lima do Michael Jackson, cantando a musica póstuma do mesmo, Breaking News. E para terminar Rachel Berry que era a mesma garota que havia falado comigo para passar na aula de teatro. Ela era a razão de eu estar ali, e dessa vez percebi o quanto era linda, já que da primeira tudo que fiz foi me encantar por sua voz. Coisa que aconteceu novamente com sua adaptação de Human, da Christina Perri. Ela era branca, mas com cabelos negros, bem lisos, e era magra, mas parecia esconder seu corpo, o que apreciei. Era recatada. Eu nem gostava muito dessas canções mais novas, mas suas versões foram simplesmente perfeitas.

“RESPECT, find out what it means to me. RESPECT, take care TCB: oh, a little respect, baby I want a little respect, now I get tired, but I keep on trying, running out of fooling, I ain’t lying [...]” – Mercedes Jones

“I tell ya, Mr. Cellophane, should have been my name, Mr. Cellophane. ‘Cause you can look right through me, Walk right by me, and never know I’m there […]” – Kurt Hummel

“There’s a room where lights won’t find you holding hands while the walls come tumbling down, when they do I’ll be right behind you. So glad we’ve almost made it. So glad they had to fade it – Everybody wants to rule the world […]” – Miles Duncan

“I ranted, I pleaded, I beg him not to go. For sorrow, the only lover I’ve ever know. Sadness is a blessing, sadness is a pearl, sadness is my boyfriend, oh sadness I’m your girl […]” – Tina Cohen-Chang

“No matter what, you just wanna read it again. No matter what, you just wanna fell it again. Why is it strange that I would fall in love? Who is the boogie man you thinking of? How am I crazy ‘cause I just don’t know – This is breaking news […]” – Artie Abrams

“I can do it, I’ll get through it! But I’m only human and I bleed when I fall down. I’m only human and I crash and I break down. Your words in my head, knives in my heart, you build me up and then I fall apart, ‘Cause I’m only human […]” – Rachel Berry

O Glee parecia estar formado: todos aprovados. Mas havia muito trabalho ainda a ser feito, e eu sabia que poderia contar com a ajuda de minha amiga Emma, e meu novo colega o Will. Bem, pela sua reação um tanto estranha e peculiar quando contei que o Glee estava formado talvez eu não pudesse contar tanto assim com ele, mas eu realmente me sentia mal por estar perdendo alguém que acabara de me conectar. Mas isso não foi o mais estranho daquele dia.

Durante a noite, uma tempestade tenebrosa caiu sobre Lima. Eu realmente não via uma tempestade assim há muito tempo. Não chovia desse jeito em Nova York, no período em que lá fiquei para fazer minha faculdade e o doutorado, fora cursos e toda a minha vida adulta. E acho que não comentei com você mais, nesse tempo eu acabei me casando. Mas anulamos o matrimonio no dia seguinte. Foi com minha única amiga mulher daquela fase, já que havia perdido o contato com Emma. Acabamos enchendo a cara em Las Vegas quando eu enfim ganhei meu certificado de conclusão, e ela havia recebido uma promoção inesperada para ir a Hong Kong estudar a fauna e flora de lá. Hoje ela viaja o mundo inteiro em nome de suas pesquisas. Ela era bióloga, melhor dizendo. E aquela seria a nossa despedida durante um bom tempo, mais a noite se estendeu e acabou que acordei no dia seguinte em sua cama. E como estávamos nus, deduzimos que transamos, mas nunca brigamos por isso e nem sequer tocamos o assunto. Afinal ela estava noiva e o amava. E uma pessoa que esqueci de falar com você sobre é o Christopher. Quem é ele? Ninguém menos que meu filho. Sim, naquela noite ela acabara engravidando, mas nunca o revelou, pois sabia que perderia o amor de sua vida. Ela disse que o filho era dele. Eu relutaria, mas ela me deu como padrinho, assim sempre pude estar com ele, mesmo longe. Comprei-lhe presentes, levei-lhe à lugares e lhe dei todo amor e carinho que um pai poderia lhe dar. Mas infelizmente ele não me reconhecia assim, e nada eu podia fazer. Até aquela noite. Ventava muito forte além de chover, e o raio que caiu no transformador na rua, acabou com a luz de todos no quarteirão, inclusive eu. Corri ao sótão da minha nova casa, ainda com a mobília sem arrumar e os demais pertences dentro das caixas. Demorei uns minutos até achar minha lanterna em uma delas, e quando a achei, voltei para sala, onde degustava meu último pedaço de pizza. Até que alguém batera na porta. Tentei olhar pelo olho-mágico, mas não dava para ver nada.

Quando abri a porta tomei o susto. Quem? Ninguém menos que Christopher, que me fuzilara com a seguinte frase, em prantos:

– Eu sei de toda a verdade agora, pai.

PAI, PAI, PAI, PAI, PAI – ecoou pela minha mente, infindáveis vezes. Estava fora de mim.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Mandem mensagens, comentem, rabisquem em minha parece, apenas sejam sinceros consigo mesmos e comigo: o que estão achando? ♥