Quando eu acordei eu estava na minha cama. Não me lembrava de nada, a não ser de ter quase arrancado à asa de uma Klein.

Levantei-me e fui tomar banho. Desci as escadas e a casa parecia que estava vazia.

Fui até a cozinha e tinha um bilhete sobre a mesa.

Luna, estamos todos na casa de Logan. Ele é um médico de anjos, é assim que costumam chamar...

Chegaremos em casa só a noite, estamos vendo o que podemos fazer com a asa da Cristina.

Espero que esteja melhor. Com amor Beth.

Realmente eu estava arrependida. Mas isso não era um motivo para eu querer ela bem.

Um barulho veio da sala, alguma coisa caiu no chão.

–Droga... Ouvi alguém sussurrar.

–Quem esta ai? Fui em direção à sala.

Demon estava de joelhos no chão recolhendo cacos de porcelana.

Ele me olhou e depois se levantou.

–Como vai? Perguntou ele.

–Estou bem. E a Cristina? Como vai? Perguntei olhando para o vaso que caiu no chão.

–Realmente eu não sei. Acabei não indo com o resto do pessoal para casa de Logan.

–Ah sim...

Ele se abaixou e continuou limpando. Eu subi as escadas e pude ouvir ele se levantando novamente.

Fui até meu quarto e coloquei meu antigo uniforme de arco e flecha, ele era todo preto, e de lycra. Peguei meu arco e minhas flechas e desci.

Demon me olhou.

–Onde achou isso? Ele perguntou olhando para o arco.

–Peguei no seu quarto. Falei e sorri.

Sai pela porta e joguei meu arco e flechas na porta mala do meu carro.

Demon abriu a porta e veio na minha direção.

–Quer ajuda para treinar? Ele perguntou já entrando no carro.

Eu entrei logo depois dele.

–Eai? Fala-me um lugar bom para treinar? Perguntou ele enquanto mexia nos meus CDs.

–Meu pai, quer dizer... O não verdadeiro. Costumava me levar para um local onde só tem arqueiros.

–E onde fica? Perguntou ele.

–Em Cristeink. Falei acelerando o carro.

–Mas lá só tem arqueiros comuns. Ele riu.

–É eu sei. Às vezes eu acho que sou comum.

Ele não falou nada. Depois de uns 40min. No máximo chegamos.

Tinha um portão de madeira bem grande na frente.

–É aqui. Falei saindo do carro. Demon saiu atrás de mim.

Peguei minhas coisas e entrei.

Tinha uma mulher no balcão antes de poder entrar para o outro lado.

–Seu nome? Perguntou a mulher dos cabelos pretos, e óculos na ponta do nariz.

–Luna. Falei e minha voz estava rouca.

–Ok Luna, tem seu próprio equipamento como posso ver. Mas eu preciso do seu nome completo, tem cadastro aqui.

–Luna Maximizo. Falei e a mulher voltou seus olhos para mim.

–Você vinha aqui quando era pequena não é? Com um velho barbudo. Ela sorriu. – Eu me lembro de você, pode entrar. Mesmo lugar de antes.

Eu agradeci e continuei andando.

–Parece que ela tem uma memória boa. Falou Demon tentando puxar assunto.

Era uma sala realmente grande, onde apareciam bonecos holográficos. A pessoa que escolhia o lugar, quantos bonecos iam a atacar, era realmente muito moderno.

Escolhi na floresta e com 14 bonecos.

Posicionei-me no local e esperei a contagem regressiva.

Assim que a contagem terminou vários vultos holográficos se moviam ao meu redor.

Acertei minha flecha em cada um fazendo eles se quebrar e caírem em pedaços.

Pelos meus cálculos faltavam quatro ainda.

Depois um surgiu do meio de algumas árvores holográficas. Ele lançou uma flecha em mim e eu desviei acertando logo depois.

–Só três. Murmurei.

Dois corriam em minha direção. Esperei um ficar atrás do outro para conseguir jogar a lança mais forte para atravessá-los. Dito e feito. Minha lança atravessou os dois e depois parou no chão.

Só faltava um... Conseguia ouvir uns ruídos atrás de mim. Mas não me mexi.

Respirei fundo e peguei uma flecha colocando em posição, e me virei rapidamente para trás.

Um holograma estava bem perto de mim com a flecha apontada a mim.

Esse holograma parecia até gente, tinha cabelos loiros e rosto pálido alegre.

Soltei minha flecha na cabeça dele, e ele desabou no chão.

–A batalha acabou! Uma mulher no alto falante com voz de robô falou e a porta por onde entrei se abriu.

Sai da sala e tinha algumas pessoas me observando. A sala era transparente por fora, todos me viam.

Vi Demon encostado em uma coluna e sorrindo.

–Não queria ser nenhum daqueles bonecos holográficos. Ouvi sua voz em minha mente. Eu olhei confusa e ele riu.

Fui até a direção dele.

– Espero que isso tenha aliviado o ódio de matar a minha... Ele não terminou a frase e suspirou. – A Cristina, quero dizer.

Eu ri ironicamente.

–Quer tentar? Perguntei oferecendo minhas coisas a ele.

Ele negou com a cabeça.

– Prefiro continuar a ser um assassino de sangue frio. Que mata com as próprias mãos.

Uma onda de choque atravessou meu corpo.

Eu sabia que aquilo era verdade, ele matava a sangue frio. Mais eu costumava achar que era mentira.

–Hei... Alguma voz grossa e rouca falou comigo enquanto me cutucava.

Olhei para trás, e tinha um garoto igualzinho o holograma que eu matei por ultimo. Eu dei um passo para trás assustada. Demon ficou com a posição ereta.

–Olá. Falei com a voz baixa o olhando de cima abaixo.

Ele estava com um arco e flecha também, estava sobre suas costas, e a roupa era igual a minha mais era azul escura.

–Espero que não tenha te assustado lá dentro. Falou ele sorrindo.

–Mais como? Perguntei o examinando.

–Você não vem aqui faz tempo não é? – Ele riu. – O ultimo que você mata, é o oponente da sala do lado. E eu perdi, porque você me matou. – Suspirou ele.

–Tudo muito legal por aqui. Mas vamos embora. Falou Demon pegando na minha mão. – Até nunca mais arqueiro. Demon falou ironicamente me puxando. Eu olhei para trás novamente e ele estava dando tchau com a mão. Eu sorri torto e me virei para Demon.

–Qual é o seu problema? Esta obvio que ele não é humano. Falei parando de andar.

–Mais é claro que é. – Demon sorriu ironicamente. – Luna, ele só é bom no arco e flecha. Nada mais.

Talvez Demon tivesse razão.

Ele continuou andando na frente. Olhei para trás e o garoto estava com uma bola de fogo em suas mãos. Eu sacudi minha cabeça e já não estava mais nada lá.

Ele apenas sorriu e saiu andando na direção oposta.

Eu corri e o segui. Quando cheguei perto o suficiente dele. Ele se mexeu rapidamente em minha direção e jogou uma bola de fogo. Eu fiz um jato de água apagar na mesma hora.

–Bons reflexos. Prazer me chama de James. Ele estendeu as mãos para mim.

–Você acabou de querer me acertar com uma bola de fogo. Falei indignada.

–Você apagou! Ele sorriu.

–E eu me chamo Luna. Falei ignorando seu aperto de mão.

–Eu sei quem você é. Falou ele ainda mais contente a cada palavra. – Bruce me mandou encontrar você. E o levar até ele. Ele disse que tem alguém que precisa falar com você sobre seu futuro.

–Meu futuro? Falei rindo.

–Algum problema aqui? Perguntou Demon colocando sua mão sobre meu ombro e me fazendo dar alguns passos para trás.

–Calma. – Falou o James levantando as mãos. – Não quero ser morto por um anjo que mata a sangue frio. Ele sorriu.

Demon me olhou confuso.

–Bruce o mandou vim até mim. Falei enquanto segurava a mão de Demon. Eu só segurei sua mão porque eu o senti se estressando. Então como sempre, uma onde de choque foi para meu corpo.

–Esta bem? Sussurrou Demon percebendo que aquela onde de choque foi um pouco forte. Eu concordei com a cabeça.

–E então, onde esta Bruce? Perguntei para o garoto.

–Vocês vão ter que vim comigo se quiser ver ele.

O garoto abriu uma roda de fogo no chão e pulou dentro. Eu sabia como isso funcionava, eu sei fazer, mais a minha era de água. E se fosse algum truque?

Antes de eu terminar de pensar Demon me jogou para dentro e pulou logo atrás de mim.