Os filhos de Lyren escrita por Quenzo


Capítulo 1
Novo lar




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Cercada de várias araucárias, jacarandá e alguns ipês, da serra da Mantiqueira, cidade de Campos do Jordão, localiza-se o casarão dos Lyrens, família aparentemente normal para muitos, incluindo seus vizinhos os Carvalhos, que moram alguns metros da propriedade dos Lyrens, mesmo não tendo muito contato, sempre tiveram uma boa relação com a família desde sua chegada a cidade cerca de nove anos atrás.

O casarão fora comprado de um empresário de São Paulo que após a morte do patriarca, a família vendeu toda a propriedade, uma área enorme que se estendia floresta adentro, na frente era cercada por grades altas que há muitos anos era coberta por trepadeiras que na primavera coloriam toda frente da casa, jardim bem arrumado com inúmeras espécies de plantas. A estrutura do casarão impressionava cozinha, copa, sala de jogos, uma sala grande com uma lareira magnífica, uma estante cobria toda parede lateral onde havia uma vasta coleção de livros, muitos deixado pelo antigo proprietário, alguns trazido pela família, um tapete redondo ao centro destacava- se com um bordado de um lobo uivando para lua, presente dos antigos ancestrais do clã.

Em cima ficavam os quartos, sete ao total, sendo cinco com suítes, dois ficavam desocupados, já que cada um da família tinha o seu. O de Natam e Julie os pais, ficava na frente, em seguida ficava da caçula Lira, no meio os dois quartos desocupados e no fundo o quarto de Alan e Neiva os filhos mais velhos. Um sótão onde Julie guardava suas relíquias. Era como chamava os inúmeros frascos e ingredientes que eram usados na preparação de poções. Julie tinha por parte de mãe alguns bruxos, e tinha herdado a sabedoria da arte do preparo de poções, muito útil, sempre que lira se exaltava com demasia, usava um poção que ajudava a acalmar e controlar sua raiva, nos últimos meses tinha se tornado frequente as variações de humor da garota, os pais tinham certeza que era pela fase de transição que a garota estava passando para sua primeira transformação. Neiva não achava isso e sempre pegava no pé da irmã dizendo que ela era muito esquentadinha.

A família era a última do clã lyren, isso a deixou muito bem financeiramente, somado ao casarão, tinham mais algumas propriedades em outros estados e uma nos EUA, onde Natam viajava uma vez por ano para cuidar dos negócios, que incluía vendas de imóveis.

Alan passava o maior tempo treinando junto com o pai, eles usavam a tarde e algumas vezes a noite para aprimorar as técnicas de luta. Na última vez que um clã apareceu tentando pegar o amuleto foi por pouco que não foram contidos, Natam carregava uma marca no braço esquerdo, devido à luta contra um alfa muito poderoso que usava algo nas unhas que fez o estrago em seu braço, mesmo com a capacidade de cura dos lobisomens não foi totalmente cicatrizado, levando Julie a fazer curativos no braço do marido a cada dois meses, ainda tentavam achar algo para reverter o veneno, sem sucesso, conseguiram apenas para o avanço do veneno.

Com a cicatriz ali para lembrar aquele dia terrível Natam não dava trégua ao filho, sempre exigia cada vez mais nos treinamentos. Lira quase sempre acompanhava junto com kratos um lobo cinza escuro, que estava junto com o clã desde pequeno, quando Neiva o encontrou em sua viaje para o Peru.

Neiva tinha 35 anos, era dois anos mais nova que Alan, dividia seu tempo com a mãe no porão estudando sobre poções e o curso de artes que fazia em Taubaté, cidade vizinha, tinha aulas duas vezes por semana e sempre descia de carro junto com sua amiga Carla, os treinos participava pouco o pai a deixava participar quando queria sem forçar a nada, ele achava que era melhor ela aprofundar em poções, pois era muito útil para todos.

O almoço era sagrado todos sentavam e almoçavam juntos, era um ritual que Julie não dispensava, mas era sempre uma tortura para lira, a garota insistia em comer vendo televisão na sala, isso quando queria comer, e sempre acabava sobrando para Neiva chama-la no quintal, como nas maiorias das vezes a irmã sem muita paciência abria a porta dos fundos e gritava para irmã entrar.

- LIRA ESTA NA HORA DO ALMOÇO, TRATE DE ENTRAR AGORA, NÃO ME FAÇA TER QUE IR AI!

- Já vou, só mais um pouco. – disse Lira sem nem olhar para direção da irmã.

- SEM MAIS UM POUCO, ENTRE AGORA! – Gritou Neiva agora dando alguns passos em direção a irmã.

Lira ao virar e ver que a irmã estava indo em sua direção, não esperou chegar perto e correu para dentro mostrando a língua dizendo:

- Chata já disse que ia, só estava terminando meu bolinho de terra.

A copa estava bem organizada, como sempre, Lira correu, mas antes que pudesse se sentar Julie vez sinal para o banheiro.

- Não, não, não... Vá limpar as mãos mocinha, nem pense em sentar-se à mesa com essa mão toda cheia de terra.

Resmungando algo Lira foi em direção ao banheiro, Neiva entrou logo atrás e sentou perto do irmão que ria da situação.

- Engraçado né espertão! Na próxima vez você é quem vai chamar a pestinha para o almoço. – falava Neiva ao ver o irmão sorrindo em sua direção.

Lira voltou do banheiro e como sempre fazia tornava um simples almoço uma tarefa quase impossível de se realizar, Julie preparava várias opções de comidas, mas a filha comia cada vez menos.

Mesmo com Lira recusando hora uma coisa hora outra, para os outros o almoço era tranquilo e satisfatório, era nesses momentos que se esqueciam das suas obrigações, e podiam ser uma família normal, conversavam sobre coisas rotineiras, como o curso de Neiva, o concerto da S10, o clima que cada vez ficava mais frio, com a chegada do inverno, ate os resmungos de Lira às vezes era discutido no almoço.

No fim, Neiva sempre ajudava a mãe com a limpeza, às vezes Lira com um pouco de vontade acabava ajudando. O pai descansava um pouco, para treinar com Alan mais à tarde, o filho era encarregado de alimentar Kratos. .

A rotina não mudava muito, parte da manhã livre, treino a tarde e algumas vezes a noite, com intervalos para se divertirem, os pais ficavam mais em casa, já os filhos costumavam ir dar uma volta na cidade, com o inverno prestes a bater na porta a cidade começava a ficar cheia de turistas, fazendo os barzinhos ficarem abertos ate altas horas da madrugada, Neiva e Alan gostavam de ir a uma lanchonete que ficava próximo ao Capivari onde sempre tomavam chocolate quente, quando levavam Lira junto voltavam mais cedo, quando era somente os dois, acabavam ficando ate o amanhecer, se juntavam com seus amigos Carla, Fernando, Cintia e Pietra sempre no mesmo ponto para se divertirem jogando conversa fora. Carla era a única que sabia que eles se transformavam em lobisomens. Havia descoberto dois anos atrás quando flagrou Neiva em plena transformação. Foi muito difícil para ela aceitar sem falar no medo que ficou vendo a amiga, aquele linda garota loira de 1,80 virar um enorme cachorro com mais de 2,00 metro de altura, longos dentes e garras muito afiadas. Foi preciso muita conversa e uma poção feita pela Julie para acalmar Carla e assim a fazer entender tudo, passado o susto Neiva contou sobre o clã e a amiga conseguiu assimilar tudo ficar bem. Assim passavam as noites livres dos treinos deixando de lado a obrigação de guardar o amuleto.


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