A beautiful mess escrita por Mari, Ari Dominguez


Capítulo 18
Estou aqui, com você


Notas iniciais do capítulo

Olá pipoquinhas, como vão? Até que enfim dei as caras, né?
Bom, bom, bom, como me desculpar já virou um costume, me desculpem, dessa vez, porque eu acredito que a maioria vai querer me matar, já que no capítulo passado eu terminei de um jeito que dava a entender muitas coisas, e sinto informar que por enquanto não teremos um baby :( Eu disse: por enquanto, não fiquem irritadas, please.
Mas, vocês aprontaram comigo de um jeito que eu nunca imaginei, galerinha, três recomendações, sdfghfg, ainda nem acredito, mas enfim, um super agradecimento para três docinhos que fizeram o coração de uma certa autora palpitar de tanta alegria: María Souza (pra você não preciso nem mandar MP, né miga?); Cupcake do Jorge (hum, dlç) e Leonettaevida (com certeza colega); vocês não imaginam o prazer que me fizeram sentir amores, já mandei as MP's.
Obrigado também a: Bruninhah Devonne Lovato e JuuhLeonettaa que favoritam.
Sou apaixonada por essa música e ela me ajudou muito a escrever o capítulo, aconselho que escutem lá pro meio: https://www.youtube.com/watch?v=OkwzZ44iM80&hd=1
Sei que a nota tá enorme, mas tinha muito o que dizer hoje, espero que gostem



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Aquela era sem sombra de dúvidas uma das sensações mais estranhas que senti na vida.

Uma dor aguda e excruciante acometia meus músculos; meu pulmão e minha garganta ardiam como se estivessem queimando; minha cabeça parecia rodar feito um carrossel, como se não fosse o bastante, latejava incessantemente.

Quando senti aquele terrível impulso no esôfago, mais que depressa inclinei a cabeça e afastei os cabelos do rosto, dando liberdade para que meu corpo involuntariamente expelisse aquilo de dentro de mim deixando um pungente sabor amargo na boca.

– Droga – murmurei, limpando as laterais da boca com a manga do moletom.

– Violetta? Você está aí? – Ouvi a voz de Ludmila logo atrás da porta, e ela não conseguia disfarçar o tom de preocupação.

– Sim – confirmei, levantando um pouco o tom de voz.

A porta se abriu e pude ver a figura alta e loira da minha colega de quarto.

– Ah, meu Deus! O que você está fazendo aí no chão? – perguntou exaltada se agachando ao meu lado e puxando minhas mãos, me forçando a levantar.

– Estou bem aqui! – protestei, me desvencilhando de suas mãos, embora até eu mesma tivesse que admitir que estar sentada no chão do banheiro ao lado do vaso sanitário podia ser um tanto quanto humilhante.

– Você não tem jeito mesmo. – disse com certa reprovação na voz – Procurei nas suas coisas e nas minhas, mas só achei esse analgésico. – contou, mostrando um pequeno comprimido na palma da mão.

– Perfeito – falei, sem pestanejar engolindo o comprido.

– Você precisa é de um antibiótico.

– Desde quando você virou médica? – indaguei com grosseria, tendo um pequeno acesso de tosse.

– Desde que você começou a arder em febre – respondeu colocando a mão sobre a minha testa. – Droga, você está muito quente, eu não sei mais o que fazer.

Abri os olhos para encará-la, e mesmo com a visão meio turva, sua expressão de angústia e preocupação era muito nítida.

– Não se preocupe comigo, vou melhorar. – disse, tentando tranquilizá-la.

– Mas eu não posso ficar de braços cruzados com você tão mal. – Abri a boca para dizer que ligasse para Francesca, mas foi então que me lembrei que ela e Marco estavam passando o final de semana na casa dos pais dele. Foi então que uma brilhante ideia me ocorreu, mas logo a rejeitei, soltando um muxoxo de frustração. Eu não ia incomodá-lo tão tarde, ele não tinha absolutamente nada haver com meus problemas.

Mas então fitei a cara de desespero de Ludmila, ela podia ser uma megera em vários sentidos, mas estava realmente preocupada comigo, e não era justo ela ser obrigada a bancar a babá do bebezinho doente.

– Ligue pro León – sussurrei com dificuldade, travando a mandíbula.

– Pro León?! – perguntou espantada.

– Meu celular está no criado-mudo.

– Tem certeza? – insistiu.

Apenas assenti com a cabeça. Logo a observei levantar e se encaminhar para o quarto. Segundos depois, pude ouvir com certa dificuldade sua voz vinda do outro cômodo, tentei interpretar o que dizia, mas minha cabeça pulsava e as palavras se embaralhavam pela minha mente. Um espasmo percorreu meu corpo enquanto eu repetia rapidamente o movimento de inclinar a cabeça deixando que meu estômago expulsasse o que fosse necessário.

O som irritante do seu salto ecoou pelo banheiro.

– O que ele disse? – questionei num fio de voz, com a respiração ofegante, erguendo a cabeça.

– Ele pareceu muito atordoado no telefone, avisou que já está vindo pra cá.

– Ele não pode me ver assim – falei, me apoiando na pia e levantando-me com dificuldade.

– Espera, vai com calma. – Ludmila advertiu, se postando ao meu lado e segurando meu braço.

Ignorando-a, me arrastei até o nosso quarto sentindo o estômago embrulhar. Desabei na cama e agarrei os lençóis até as pontas dos dedos ficarem brancas, tossindo fortemente.

Ludmila se sentou ao meu lado e segurou minha mão de modo terno.

– Como se sente? – questionou, com um certo carinho, o que me causou estranheza, aquela não era a Ludmila que eu conhecia.

– Ótima – afirmei irônica.

– Seja lá o que tenha acontecido entre vocês, ele te ama muito, sabia?

– Justo você dizendo isso – eu disse com uma pitada de sarcasmo.

– Só de ouvir a voz dele quando perguntou assustado o que tinha acontecido com você pude perceber o quanto você é importante pra ele. – Ao ouvir isso, meu coração pareceu se comprimir, ele realmente se importava comigo, mesmo depois de tudo o que eu havia dito e fiz, estava preocupado com meu bem-estar.

– Ludmila?

– O que foi?

– Obrigado – agradeci, fechando os olhos e arrumando minha cabeça no travesseiro.

A dor voltou a dar lembrete de sua existência em todas as regiões do meu corpo, me contorcia de modo discreto, como se uma força imaginária estivesse me comprimindo e sufocando. Não sei se perdi a noção do tempo, mas pouco tempo depois, abri os olhos rapidamente quando batidas rápidas e urgentes na porta reverberaram pelo quarto. Me apoiei nos cotovelos, observando Ludmila dar passos apressados em direção a porta para abrí-la.

– León, obrigado por ter vindo – Ludmila agradeceu, lhe dando um breve abraço.

– Onde ela está? – perguntou com urgência, correndo os olhos pelo quarto. Ao se deparar comigo, sua expressão séria se derreteu em um semblante doce. Veio apressado em minha direção, e sem me dar chance de dizer nada, me envolveu em seus braços num abraço apertado. Obriguei-me a ignorar a dor, e retribui o abraço da melhor maneira que pude, me deixando perder na sua fragrância e saboreando a sensação de estar tão protegida nos seus braços. Só de pensar que horas antes eu tinha o rejeitado, e que lá estava León, em plena madrugada, pronto para me ajudar, me fazia pensar que eu realmente sempre poderia contar com ele. – Ah, meu amor, não sabe como fiquei preocupado quando a Ludmila me ligou. – revelou, se afastando e segurando meu rosto entre as mãos, enquanto acariciava as maçãs do meu rosto.

Seus olhos cintilavam, mas ficavam em um eterno meio terno, demonstrando doçura e ao mesmo tempo agonia, eu devia estar realmente em péssimo estado.

– Estou melhor agora, porque você está aqui – eu disse, dando um sorriso fraco.

Ele franziu o cenho, aturdido.

– Você está tão pálida – Colocou as costas da mão sob minha testa – E está queimando de febre.

– Não é pra tanto, eu só... – Fui interrompida, quando ele colocou o dedo indicador sobre meus lábios.

– Nem mais um piu, eu vou cuidar de você. – garantiu, segurando firmemente a parte debaixo dos meus joelhos.

– Onde estamos indo?

– A um hospital. – anunciou.

– Mas eu já disse que...

– Violetta, não discuta comigo, vou te levar daqui e ponto.

– Como você é mandão – reclamei, o sentindo levantar o meu corpo do colchão.

Ignorando completamente meu comentário, deu passos vagarosos pelo quarto, em direção a porta. Passei os braços pelo seu pescoço e deixei a cabeça pender sobre o seu ombro.

– Ludmila, de verdade nem sei como te agradecer por ter tomado conta dela. – ele disse, se virando para ela.

– Imagina, não foi nada demais – ela retribuiu o agradecimento, com um sorriso franco. Com certeza devia ter sido abduzida por alienígenas.

– De qualquer forma, muito obrigado, mas agora eu cuido dela. – afirmou, com um tom de voz firme, e ao mesmo tempo protetor. Era tão reconfortante ouví-lo falar de mim de um modo tão cuidadoso, acalentava meu coração sentir todo aquele carinho. Irracionalmente, o apertei mais entre meus braços.

– Claro. – ela concordou sorrindo e nos acompanhou até a porta. – Até mais Vilu, fique boa.

– Pode deixar – sussurrei, enquanto ele dava passos longos e apressados pelo corredor.

Não me atrevi a dizer absolutamente nada que fosse quebrar aquele clima. Não dizíamos nada, mas o fato de sentirmos a presença um do outro de forma tão real falava mais alto que qualquer palavra.

Por sorte, não fomos abordados por ninguém no caminho até o estacionamento, afinal, já devia passar da meia noite, e eu não acreditava que alguém perambulasse pelos corredores do campus durante a madrugada.

Minutos depois, ele dirigia silenciosamente com a visão fixa na sua frente enquanto eu observava calada do banco de passageiro. Minhas pálpebras pesavam de tal forma, que imaginei que se ousasse fechar os olhos dormiria. A dor não havia me abandonara, apenas foi um pouco abafada pela presença de León, mas voltava a fluir gradativamente. O ambiente voltou a girar, era como se eu tivesse acabado de descer de uma enorme montanha-russa.

– Você ficaria bravo se eu vomitasse no seu carro? – perguntei num murmúrio, quebrando o silêncio.

– Só um pouquinho – disse dando um ligeiro sorriso, anuviando a tensão. – Como se sente agora?

– Bem, a não ser pelo fato de que parece que um caminhão me atropelou.

– Sarcástica até quando está mal, essa é a Violetta que eu conheço. – Droga, como ele conseguia manter aquele sorriso tão genuíno e doce no rosto? Acho que queria me deixar mais enjoada ainda. – Prometo que você vai ficar boa de novo. – tentou me tranquilizar, colocando sua mão sobre a minha. Não importava o quanto ele repetisse aquele gesto ou as circunstâncias, a sensação do toque macio e delicado da sua mão sempre seria incomparável, faria com que borboletas voassem freneticamente na minha barriga, me transmitiria confiança e segurança inigualáveis.

O resto do caminho foi silencioso, como já disse, não tinha uma noção exata do tempo, pareceu uma eternidade, mas talvez tivessem sido cinco minutos. Embora não quisesse admitir para mim mesma, os sintomas que acometiam meu corpo estavam apenas se intensificando, a tontura aumentou e as palmas de minhas mãos ficaram frias, aquilo estava começando a me preocupar.

– Vilu? – Com dificuldade virei a cabeça e percebi León parado do lado de fora do carro me observando com cautela. Tentei dizer algo, mas descobri um enorme nó que havia sido formado na minha garganta.

Mais uma vez, ele me tomou nos seus braços cuidadosamente.

– Estamos no hospital? – perguntei, e foi só então notei como minha voz estava fraca.

– Sim, no melhor hospital da cidade. – falou, continuando a andar.

Uma gastura subiu pela minha garganta, e mordi a língua para não vomitar na camiseta dele.

Percebi uma decoração muito aconchegante no ambiente em que adentramos, as paredes eram de uma tonalidade clara e meu corpo foi deitado em uma superfície extremamente macia. Aquilo não se parecia com um consultório. Abri os olhos com certa dificuldade, e me deparei com um par de olhos azuis me analisando de forma cuidadosa; notei que era um senhor de meia idade, com enormes olheiras e uma aparência extremamente cansada, e o principal: ele estava de pijama.

– Doutor Daniel, essa Violetta. Violetta, esse é o doutor Daniel.

– Prazer em conhecê-la – me saudou, estendendo a mão.

– O prazer é meu – disse com a voz debilitada, retribuindo seu cumprimento. – Vocês se conhecem?

– Bom, é que... o doutor Daniel é o médico da minha equipe.

Arregalei os olhos, ficando ruborizada. Ele tinha acordado o pobre coitado de madrugada? Olhei irritada para León, mas ele levantou as mãos com uma cara de ''

o que foi que eu fiz?''.

– Então você é a famosa Violetta? – ele indagou entre um bocejo, enquanto colocava um termômetro na minha boca.

Anuí, ainda constrangida.

– O León fala muito de você. – contou. Fitei León que permanecia de pé ao meu lado ameaçando sorrir, ele estava corado. – De um jeito bom, claro.

– Desculpe acordá-lo a essa hora. – me desculpei, assim que ele tirou o termômetro de minha boca.

– Sem problemas, devo muitas ao León, além do mais, minha esposa sempre reclama que eu ronco demais. – Esboçou um sorriso brincalhão, mas assim que voltou seu olhar para o termômetro em mãos, sua expressão congelou.

– O que há de errado? – León se prontificou a perguntar.

– Bom, parece que você está com uma febre um pouco alta. – Seu tom era preocupante, levantou o olhar e me fitou por alguns instantes. – Precisaria de um exame de sangue para confirmar, mas tendo em vista os sintomas que León me relatou que você vem tendo, tenho quase certeza de que você pegou uma baita virose.

– Uma virose? – perguntei.

– Sim. Fique despreocupada, é algo muito simples. Aconselho que se dirijam a um hospital amanhã de manhã, mas, por enquanto, vou receitar apenas alguns antibióticos para que você possa passar essa noite tranquila. – ele disse muito seguro e convicto, fazendo anotações difusas em um papel.

Enfim consegui soltar o ar que prendia nos meus pulmões e relaxar os ombros, aliviada por não ser nada mais grave. León colocou a mão devagar sobre meu ombro, como um gesto reconfortante. Virei-me e sorri imperceptivelmente, movimentando silenciosamente os lábios em um ''depois conversamos''. Ele simplesmente riu e apertou meu ombro levemente.

– Aqui está – o doutor anunciou, roubando nossa atenção – Esses aqui são alguns remédios que vão amenizar os sintomas e antibióticos. – Arrancou uma pequena folha de um bloquinho e a entregou para León, que examinou rapidamente a prescrição antes de voltar seu olhar para ele.

– Muito obrigado mesmo Daniel, nunca vou poder retribuir esse favor. – disse em um tom genuíno.

– Pois vai – falou, colocando a mão sobre meu ombro –, cuidando muito bem dessa moça aqui, ela vale ouro – completou com um sorriso paternal. Acompanhei seu movimento sorrindo também.

– Pode deixar, vou cuidar muito bem dela. – garantiu, passando o braço pelos meus omrbos. – Agora, se não se importa, precisamos encontrar uma farmácia que funciona 24 horas por dia. – León afirmou, soltando um leve suspiro.

Acho que aquela preocupação toda o fez esquecer de que estávamos em uma cidade que nunca dormia.

***

Parecia que minha respiração estava preste a cessar, e que meu pobre pulmão ia explodir a qualquer instante. Eu tossia de forma preocupante, com a cabeça pressionada contra o travesseiro, que abafava o som.

– Meu amor? – Virei a cabeça ao ouvir a voz dele, e o encarei sentado ao meu lado na cama, enquanto segurava minha mão. Sua expressão esmoreceu ao se deparar com meu rosto abatido. – O que foi? – indagou, acariciando meus cabelos.

– Eu acho que vou morrer – sussurrei, me arrastando pelo colchão e deitando a cabeça no seu colo.

Não havia tempo para ironias e sarcasmo.

– Claro que não, o doutor disse que não é nada tão preocupante, você vai melhorar logo. – assegurou, apertando minha mão.

– Mas os remédios não fizeram efeito algum. – lembrei, puxando o edredom até o pescoço, quando meus dentes começaram a bater e meus dedos ficaram trêmulos.

Cerrei as pálpebras com força, desejando mais do que nunca dormir, nem que fosse pra sempre, apenas queria que aquela sensação sumisse. Mas fui surpreendida quando as cobertas foram arrancadas de mim, e depois, quase engoli a língua quando León segurava minhas costas e passava minha blusa de algodão pela minha cabeça. Estatelei os olhos, esperando que ele parasse, mas não, em seguida começou a desabotoar os botões da minha calça.

– Não é a melhor hora pra isso, León – balbuciei, com a voz trêmula.

– Você tem a mente muito poluída – foi a única coisa que disse enquanto puxava a calça pelos meus pés.

– O que você está fazendo? – o questionei quando não senti mais a macies do colchão e percebi que ele me carregava mais uma vez nos seus braços.

– Tentando impedir que seus neurônios fritem.

Teria retrucado prontamente, se meus pés não houvessem tocado uma superfície gelada. Me apoiei na parede devido a fraqueza, o observando tirar a camiseta com tamanho afobamento, apesar de todas as circunstâncias, era impossível não notar seus músculos salientes e bem definidos.

– Você é louco – afirmei, olhando ao redor e percebendo que estávamos no seu banheiro.

– Completamente louco, por você. – disse, sem anuviar o ar sério.

Em seguida, se postou atrás de mim e segurou as laterais da minha cintura, me guiando até o box.

Não tive tempo para raciocinar direito, e quando me dei conta, um jato de água muito gelado se chocava contra meu corpo. Fechei os olhos com força e meus dentes começaram a tiritar, enquanto soltava gemidos, sentindo uma onde térmica de frio se chocar contra o calor que a febre causava no meu corpo.

– Por favor, não, essa água está muito fria – supliquei, dando alguns passos, mas quando tentei sair, fui impedida por ele, que me empurrou devagar, fazendo com que minhas costas batessem contra os azulejos gelados da parede.

Com dificuldade, abri os olhos para fitá-lo, seus olhos verdes eram suplicantes e doces. Pequenos pingos d’água percorriam seu rosto, me fazendo soltar um suspiro com todo aquele delírio e apertar os seus ombros com força, me perguntando se tudo aquilo seria real. Ele correu os olhos pelo meu rosto, e encarou meus lábios trêmulos alguns segundos, mas depois, mordeu o lábio inferior e cerrou as pálpebras com força, entrelaçando meu tronco com seus braços e me colando ao seu corpo.

– Eu estou aqui, com você, lembra? – perguntou num sussurro, próximo ao meu ouvido.

Sucumbindo-me a toda aquela loucura, me rendi, deitando a cabeça sobre seu peito, que subia e descia pesadamente. Ele deu curtos passos para trás, e quando me dei conta, estávamos debaixo do chuveiro, com o jato de água fria se chocando contra nossos corpos que desafiavam a lei da impenetrabilidade.

Minha respiração cortante e gelada se chocava contra seu peitoral, enquanto eu soltava gemidos roucos e abafados.

Apesar de a sensação ser terrível, por mais incrível que pareça, eu não queria recuar, queria ficar ali.

Sem conseguir me conter, corri as mãos pelas suas costas, intensificando a tremulidade dos meus dedos que acariciavam seus músculos.

Não havia nada que houvesse ocorrido entre nós que se comparasse aquilo, é claro que antes tínhamos nossas intimidades, mas o turbilhão de emoções que eu sentia, combinada pelo frio extremo que corria meu corpo, me fez sentir que a sensação de tocar nele daquela forma não passasse de um mero delírio devido à febre alta.

Estar com o ouvido pressionado contra seu peito, ouvindo as batidas lentas e preguiçosas do seu coração, me fez sentir como se meus pés não tocassem o chão, como se flutuasse baixo.

Passei as mãos pelo seu pescoço com um discreto e quase imperceptível sorriso nos lábios.

Estava entre seus braços, com a sua figura protetora me dizendo que ficaria tudo bem.

Ele estava comigo, ele sempre estaria comigo.


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Notas finais do capítulo

Não pensem besteira com suas mentes poluídas desse final, eu mesma fiquei morrendo de vergonha pra escrever, mas sinceramente, foi a única parte da qual eu gostei, achei a narração um pouco confusa ou rápida demais em algumas partes, enfim, se vocês pensam diferente ou igual a mim, comentem de qualquer forma, elogios, críticas, xingamentos e ameças de morte são bem vindos, preciso saber a opinião de vocês moçada :)
É isso, até a próxima amores ♥