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Sasuke's POV

Eu me dirigia agora para o local onde eu travaria a ultima contra meu irmão.

Assim que cheguei vi Itachi sentado no trono dos Uchiha. Avancei, e a batalha começou.

Itachi estava mais lento, e a cada movimento que ele fazia, o ódio dentro de mim aumentava. Estávamos lutando a horas, eu já tinha visto coisas surpreendentes como os jutsus do Itachi chamados: Amaterasu e Susano’o, alem de ter perdido a marca da maldição, porém não deixei a surpresa transparecer.

Ambos cansados e sem chakra, eu estava certo de que o próximo que atacasse seria o vencedor. Ele caminhava na minha direção, seu braço estendido para mim, provavelmente para arrancar o meu olho.

Será esse o meu fim? Será que todos esses anos de treino foram em vão? Recuei até bater com as costas numa pedra. Itachi se aproximava lentamente, em sua boca havia um leve sorriso.

Seus dedos tocaram a minha testa do mesmo modo que ele fazia quando eu era pequeno.

– Desculpe Sasuke, não vai ter uma próxima vez. – seus dedos escorregaram pelo meu rosto deixando uma trilha de sangue, a seguir, a única coisa que se via era Itachi no chão.

Eu havia ganhado? Então por que não estava feliz com isso? Por que sentia que algo estava errado?...incompleto... minha visão se resumiu ao preto, e eu perdi a consciência, a ultima coisa da qual me lembro, é de sentir o chão gelado e molhado no qual eu caíra.

Abri os olhos e me vi numa caverna escura, minhas roupas estavam secas, e minha cabeça latejava como nunca.

– Até que enfim acordou. – a voz vinha do fundo da caverna.

Levantei de uma vez e logo me arrependi, pois uma dor imensa tomou o meu corpo

– Não precisa se preocupar, estou do seu lado. – o homem mascarado que estava com aquele loiro estranho, que explodia tudo, entrou em meu campo de visão.

– Você... o que pretende?

– Fique calmo, eu só quero conversar.

– Não tenho nada para falar com você.

– Nem mesmo sobre Uchiha Itachi?

Congelei, o que ele queria dizer com aquilo? Como ele podia saber algo sobre o Itachi? O que ele tinha a ver com o meu irmão?

– Sabe, assim como você – ele se aproximou com uma das mãos na mascara – eu também sou um Uchiha.

Continuei calado, pensando se devia acreditar nele. Então ele removeu lentamente a mascara laranja, porém antes que eu pudesse ver seu rosto, meu olho esquerdo foi tomado por uma dor incessante, segundos depois sangue começou a escorrer, e a mesma chama negra que eu vira Itachi usando, atingiu o cara a minha frente.

– Ahh, que droga! – levei a mão até o olho.

– Vejo que Itachi se precaveu. – disse ele já recuperado.

– O que? – olhei para ele sem entender nada.

– Seu irmão fez questão de despertar o seu Mangekyou sharingan, e ele fez isso de modo que quando você visse o meu rosto o seu Amaterasu ativasse sozinho.

– Por que Itachi faria algo assim?

– Sasuke, o único motivo para o seu irmão não ter te matado naquela noite, foi pelo fato de ele te amar tanto a ponto de não conseguir tal ato.

Paralisei de novo. O que aquele cara queria? Itachi já estava morto, então pra que ficar dizendo essas coisas?

– Vou te contar uma história Sasuke, caberá a você se vai ou não acreditar.

– História?

– Sim, a verdade sobre o clã Uchiha.

Então ele começou a me contar uma história que só podia ser invenção da cabeça dele.

Quando acabou ele me encarou, eu apenas fiquei parado, sem reação, não sabia o que fazer, nem o que dizer, eu havia matado o meu irmão...minha única família...sem nem me preocupar em descobrir o por quê dele ter feito o que fez, e agora eu era tomado, aos poucos, por uma culpa imensa, uma culpa que não tinha fim.

– Sasuke, não tem nada a dizer?

– Isso não é verdade. – minha voz quase não saia, e eu já não sentia o meu corpo.

– Como eu disse, acredite se quiser. Mas o que eu disse é verdade.

De repente pensei em como teria sido a minha vida ao lado do meu irmão, dos meus amigos, da minha família...eu teria sido feliz, com certeza teria.

Itachi apenas queria me proteger, me orientar, ele fez de tudo pela vila, e ainda assim não foi reconhecido pelo que fez. E agora, o único legado que ele me deixara era proteger sua amada Konoha, a vila que o machucou tanto, que o fez sofrer.

Eu me via agora preso entre dois caminhos. Um deles gritava para eu acreditar no homem mascarado a minha frente, e o outro dizia para eu apenas ignorá-lo e fazer o que o meu irmão planejou para mim, fazer o que Itachi gostaria que eu fizesse...

– Não ligo para o que você diz! – disse me levantando e alterando a voz. – não vou seguir pelo seu caminho! Vou honrar o meu irmão, e vou proteger Konoha com todas as minhas forças! – sim! É isso que eu vou fazer! Não vou deixar a morte de Itachi ser em vão, irei cumprir o legado que ele me deixou.

– Faça como quiser, mas saiba que irá se arrepender... irei lhe tomar o que for mais precioso para você.

– Acontece, que o que era mais precioso para mim... eu mesmo tirei a vida. – disse dando um sorriso tristonho.

Peguei minhas coisas e saí. Encontrei Karin no final da caverna, iria passar batido se ela não tivesse segurado meu braço, ao notar que eu não liguei.

– Aonde pensa que vai? Não está totalmente recuperado! – ela disse com aquela voz irritante.

– Não é da sua conta! – desvencilhei-me dela bruscamente.

– Sasuke!

– Olha, é o seguinte: foi um grande erro ter ido atrás de vocês, principalmente de você Karin. Então siga o seu caminho, porquê eu já estou seguindo o meu.

– O meu caminho é ao seu lado Sasuke. – eu mereço... pensei.

– Karin, desculpa eu não vou levar você.

– Por que?! – ela começou a soluçar, mas tava na cara que era um choro falso. – por favor, Sasuke! Eu prometo que faço tudo o que você quiser. Porquê... porquê eu te amo, e não vivo sem você.

– É claro que vive! E desculpa, não posso corresponder aos seus sentimentos, pois já correspondo aos de outra pessoa. – senti Karin enrijecer ao meu lado, seus olhos se apertaram e ela cruzou os braços.

– Você ao menos sabe se ela te ama? – disse friamente.

– Não tenho duvidas quanto a isso. – sorri ao lembrar da rosada que me faz sentir tão bem.

– É aquela garota de cabelo rosa, não é? – assenti com a cabeça.

– Sakura, é o nome dela. – sorri mais uma vez ao lembrar do verde vivo e brilhante de seus olhos.

– Humpf! Não vou desistir Sasuke, você será meu, nem que eu tenha que matar essa vadiazinha.

Em um movimento rápido eu a peguei pelo pescoço e olhei fundo em seus olhos. Uma raiva súbita tomou conta de mim.

– Toque em um fio de cabelo d Sakura e você vai ver do que eu sou capaz.

– Vou ver oque? Vai me matar? – ela disse tentando tirar minha mão de seu pescoço.

– Não, isso seria fácil de mais. – ela amoleceu e me olhou de um jeito estranho, ou melhor, mais estranho que o normal, era quase retardado.

– Nyaah, Sasuke!!! Você fica tão lindo me ameaçando. – soltei-a.

– Francamente, você não vale a pena. – disse pulando para as arvores e a deixando para trás. Droga! Perdi muito tempo com essa garota!

Agora eu poderia ser quem eu sempre fui. Pela primeira vez em anos, me senti livre, vivo! Um sorriso se formou em meus lábios, ao pensar que agora eu poderia corresponder ao amor de Sakura, algo que eu sempre quis fazer, mas nunca tive coragem.

Parei em uma cidade perto de Konoha, e comprei um manto vermelho com capuz, era melhor não chamar atenção.

Eu já podia ver o portão de Konoha, haviam dois ninjas de escolta, como eu não queria ver a Hokage ainda, usei o sharingan neles, assim, eu passei despercebido.

A vila havia mudado muito, porém o lugar onde eu havia estado pela ultima vez, estava intacto. O banquinho de praça estava exatamente como eu me lembrava. Enquanto eu andava, inúmeras coisas passavam por minha mente, coisas relacionadas a mim, coisas relacionadas a ela...

Despertei dos meus devaneios quando a vi...estava tão linda e elegante, seus cabelos haviam crescido, seu corpo de menina havia sido substituído por um corpo de mulher, bem delineado e encurvado. Senti algo despertando dentro de mim, algo que estivera dormindo por muito tempo. Aquela era Sakura... minha Sakura.

Ela parecia não ter notado a minha presença, estava concentrada em outra coisa. Como andava rápido acabou tropeçando, e eu instintivamente corri para segurá-la.