Embaixo da Pele escrita por Ca_Dream


Capítulo 1
A chegada


Notas iniciais do capítulo

Então aí está o primeiro capítulo. É basicamente uma apresentação da minha personagem, a Elise. No desenvolver da história, vou me basear principalmente no Filme de 2004. Postarei todo domingo.
Aproveitem a leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480372/chapter/1

A menina tremeu enquanto seus olhos exploravam a magnífica fachada da Opera Populaire. Já começava a anoitecer e as ruas de Paris estavam a cada minuto mais desertas. O vento frio fez com que ela apertasse o cachecol ao redor dos ombros. Seus cachos negros balançavam ás suas costas enquanto ela entrava no prédio.

Andou pelos corredores, sem destino, em busca de alguma alma viva que pudesse lhe dar a informação de que precisava. De repente, foi alcançada por vozes e risos. Sons de gritos e passos apressados. Ela seguiu o barulho, indo parar no meio da multidão de atores, figurinistas e dançarinos. Para todos os lados havia fantasias, maquiagens e cenários de peças. Estava no lugar certo.

Segurou o ombro de um dos rapazes que passava. Parecia ser o único modo de chamar a atenção de alguém naquele lugar.

-Com licença, onde posso encontrar Madame Giry? – sua voz soou rouca em seus ouvidos. Devia ser pelo fato de ter sido pouco usada nos últimos dias.

O rapaz a olhou de cima a baixo antes de responder.

-No palco. Ensaiando com as bailarinas. – ele percebeu o olhar confuso dela. – Vamos, eu levo você lá. A propósito – ele disse fazendo uma reverência. – meu nome é Jean.

-Elise. – ela corresponde à reverência, estendendo-lhe a mão, na qual ele prontamente plantou um beijo.

Ambos seguiram por mais alguns corredores, espremendo-se entre as pessoas, para chegar até o palco. Quando chegaram até o destino, foram agraciados pela visão do coro de bailarinas. Todas dançavam em igual compasso, sob o olhar minucioso de Madame Giry.

Assim que o olhar da mestra bailarina recaiu sobre Elise, a mulher apertou a bengala até os nós de seus dedos tornarem-se completamente brancos.

-Já chega. – a voz de sotaque carregado ecoou pelo salão. – Já chega por hoje. O ensaio está encerrado.

As bailarinas pararam abruptamente, encarando a professora. Não era do feitio de Madame Giry encerrar o ensaio antes da hora. Mas nenhuma das meninas reclamou. Saíram aos cochichos, planejando aproveitar o tempo agora livre.

Madame Giry se encaminhou ate ela e Elise tremeu pela compaixão encontrada em seu olhar.

-Ah, Elise. Minha querida.

-------------------------------------------------x-------------------------------------------------------

As duas entraram na sala particular de Madame Giry. Elise sentou em uma das poltronas enquanto a mais velha lhe servia uma xícara de chá. Ela deixou-se ser aquecida pela bebida antes de erguer os olhos para a mulher a sua frente.

-Sinto muito pela morte dos seus pais. Fiquei devastada quando soube da notícia.

Elise permaneceu calada. Não sabia o que dizer.

-Estudei balé com sua mãe. Assim como sua tia. – a senhora continuou. – Você pode ficar aqui o tempo que quiser. – Madame Giry abriu-lhe um sorriso. A julgar pelo que sabia dela, algo raro de se acontecer.

-Tem algo que eu possa fazer para retribuir? – a mais nova perguntou. – Algum trabalho na cozinha ou ajudar na limpeza?

-Ora criança. Isso não é necessário.

-Por favor, eu insisto.

-Bem – a outra respondeu. – suponho que ajudar a consertar figurinos não irá fazer mal.

-Obrigada. – Elise agradeceu com um menear de cabeça.

Tinha que encarar. Aquela seria sua nova vida. Ao menos por enquanto.

-------------------------------------------------x-------------------------------------------------------

Ela arrumou o que restava de suas roupas no guarda-roupa do quarto. Como não trouxera muita coisa, não foi um grande trabalho. Sua moradia era agora um quarto pequeno e mal iluminado da ópera. Ficava no último andar, em um corredor cheio de quartos vazios que não eram usados para nada. Não podia reclamar. Pelo menos tinha um teto sobre a sua cabeça.

Observou a carta que repousava no criado-mudo ao lado da cama. A tinta preta no envelope estampava seu nome. A carta era de sua tia, uma resposta à notícia da morte de seus pais.

Pegou o envelope e releu a mensagem que já tinha sido lida centena de vezes antes.

Querida Elise,

É com muito pesar que lhe escrevo esta carta. Deus sabe o quanto eu amava minha irmã Victorie e meu cunhado Alexander. Minhas condolências jamais seriam suficientes para aplacar a dor que você e eu compartilhamos agora. Eu perdi minha melhor amiga. Você a família que sempre a protegeu e apoiou.

Como você bem sabe, estou grávida. Apesar de a viagem entre Inglaterra e França não ser tão distante, meu médico me recomenda repouso absoluto, uma vez já estou no final de gestação. Se eu pudesse, voaria para onde você está e a traria para o aperto dos meus braços. Infelizmente, não é possível. Seria inapropriado para você viajar para cá sozinha. E incrivelmente perigoso também. Assim que o bebê nascer e estivermos aptos a viajar, eu e seu tio Thomas iremos busca-la pessoalmente.

Sei que você foi informada de que sua guarda legal passa para mim, uma vez que você não atingiu a maioridade e também não é casada. Como sua guardiã, recomendo que você vá a Opera Populaire e procure por Madame Giry. Fomos grandes amigas na escola de balé e continuamos a nos corresponder mesmo após minha mudança para Londres. Já enviei uma carta a ela, informando o combinado. Sei que será bem recebida e bem tratada.

Com todo amor que posso oferecer,

Isabelle Cavanaugh.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pra quem está curioso, vamos ver Erik no próximo capítulo.
Reviews, please? Quero a opinião de vocês. Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Embaixo da Pele" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.