Dark Things Inside escrita por Angelic Power


Capítulo 12
Agora você vê. PARTE I


Notas iniciais do capítulo

Olá olá, aqui está mais um cap de DTI. Agora estamos na SUPER reta final, mas antes de tudo, quero agradecer e presentear meus leitores. Amo demais essa fic e agradeço imensamente a todos que a leem. Aos leitores divos que comentam, aos que favoritam, aos que recomendam e aos que apenas leem. MUITO OBRIGADA! Minha amiga The Oracle deu uma ideia de postar um cap duplo, farei isso, mas a outra parte só será postada mais tarde.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480218/chapter/12

Eu estava sonhando, mas era um sonho bem real, me trazia sentimentos fortes. Sonhei com meu pai, ele me dizia para fugir. Não compreendia o que representavam, só estava sonhando, sabia disso. Ele havia morrido. E quem saberia se... caso eu não fugisse, terminaria como ele?

"Ruby... sinto sua falta" Ecoava sua voz em minha mente. Todos os dias. Durante duas semanas e três dias. Ele havia me dito, estava contando o tempo.
Nunca desejei esse sono, mas ele tomou-me mesmo assim. Me aprisionando em minha própria mente, mas foi lá que me encontrei. Foi lá que vi e ouvi tudo, mas talvez tenha ouvido demais...

Como se estivesse olhando em um espelho, por um momento, vi uma garotinha. Ela estava sentada em sua cama com um ursinho de pelúcia em mãos. Seus cabelos negros voavam com o vento vindo da janela. Os pés se mexiam junto a melodia que cantarolava. Ela me encarou tranquilamente.

–Olá. -Disse ela.

–O que faço aqui? -Perguntei. A menina me olhou, claramente desapontada com tal pergunta. Suspirou e voltou a me encarar.

–Quando me disseram que eu cresceria, não imaginei que mudaria também.

–Acha que mudei?

–Mudou, amadureceu, acho que entendo agora. -Declarou com um singelo sorriso. Sentei-me ao seu lado e suspirei.

–As vezes gostaria de poder voltar. Nunca quis...

–Crescer. Mas olhe o que se tornou, está mais forte do que jamais esteve. Superou a si mesma. Talvez esteja na hora de aceitar a realidade.

–Não! Vou crescer, mas não preciso deixar de acreditar em magia e...

–Pode acreditar, só deve parar de ver o que não está lá.

–Não posso desistir de Bob! Ele sempre esteve lá! -Retruquei.
Ela fez um gesto para que eu me aproximasse. O fiz. A menina se inclinou e sussurrou.

–Veja se ele está realmente lá.

Pisquei os olhos, mas ela havia sumido. O quarto havia sumido, eu havia acordado. Minha garganta ardia e meus olhos lacrimejavam.

"Oi Ruby" Sussurrou uma voz. Senti um arrepio percorrer minha espinha, mas respirei o mais devagar possível.

–Oi Bob...

"Você dormiu bastante, não?"

–É, meu coração está fraco.

"O que quer dizer com isso?"

–Quando dormi, pude ouvi-lo. Está parando...

"Mas você é forte, Ruby, sei que continuará lutando."

–Toda força deve ser detida por uma fraqueza.

"Mas toda fraqueza é o aprendizado para se obter força, não se esqueça disso"

Respirei fundo mais uma vez. As palavras que ela, bem, eu, havia me dito martelavam em minha cabeça.

Veja se ele está realmente lá.

Me arrastei até a ponta da cama e toquei meus pés no chão. Sentei no chão e encarei a escuridão embaixo de minha cama.

"Ruby, o que está fazendo?"

–Verificando. -Respondi.

Fechei os olhos, deitei no chão e rolei até estar inteiramente embaixo da cama.

"Ruby..." Sua voz ecoou em minha cabeça e se dissolveu como pó.

Abri os olhos e encarei a superfície de madeira. Meu coração estava acelerado. Não tenha medo. Não tenha medo. Virei minha cabeça para a direita. Nada. Para a esquerda. Nada.

–Bob?

Minha voz saiu como uma súplica, como uma palavra gritada ao vento sem nenhum sentido.

Veja se ele está realmente lá. Ele não estava, nunca estivera. Talvez eu sempre soubesse. Fechei os olhos por um tempo. Eu não havia mentido, podia ouvir meu coração, podia ouvir-me morrer. Aquilo não me assustava, tudo o que me assustada era deixar Jo. Sentia falta dele, como se não pudesse respirar. Ele era a minha fraqueza.

Rolei novamente e me levantei. Corri até a porta e desci as escadas.

–Jo? -Chamei.

Revistei todo o andar de baixo, mas não o encontrei. Nem a tia Marie.

Subi novamente e procurei no quarto de minha tia. Estava vazio. O mesmo para os três, sim, três, quartos de hóspedes. O de Jo provavelmente se encontrava no final do corredor, mas eu não tinha certeza.

Abri a última porta de madeira e me deparei com um quarto imenso. As paredes eram esverdeadas, variando seus tons. Uma mesa com computador. Um guarda-roupa de tamanho extremamente desnecessário e uma cama em um estado caótico. Demorei um pouco para achar uma pessoa em meio as cobertas, mas lá estava ele. Envolto por um sono profundo. No criado mudo se encontrava um pequeno pacote verde. Pareciam balas de hortelã.

Quando dei por mim, já andava até ele. De perto, ele se encontrava sereno, talvez estivesse sonhando. Senti um aperto no peito. A mesma sensação que sentira todas as vezes em que ficava longe dele. Sentei na cama e respirei aliviada. Minhas mãos tocavam seu cabelo castanho.

Ele se remexeu levemente e, aos poucos, abriu os olhos. Por um momento, ele só me olhou, no outro eu estava sendo puxada para seus braços.

–Ruby, diga que não estou sonhando. -Sussurrou ele, segurando meu rosto.

Sorri e instantaneamente me inclinei sobre ele. Sua boca tinha um estranho gosto de hortelã. Jo me cercou com seus braços. Ele sorria, eu sorria, como em um filme idiota que sempre me recusei a ver. Jo era tudo o que eu tinha e queria. A vida nunca fora algo com que devesse me preocupar, mas eu viveria por ele. Morreria por ele. Bob tinha razão, nossa fraqueza pode nos fortalecer.

–Eu já disse que amo você? -Perguntou ele, beijando-me novamente.

–Não, mas eu já disse que amo você e tudo o que fez foi me olhar estranho! -Reclamei rindo. Ele tomou novamente meu rosto nas mãos.

–Foi um choque, desculpe, você diz e faz coisas em momentos que não estou mentalmente preparado. - Ele sorriu- Eu te amo, R, desculpe por não ter dito isso antes.

–Tudo bem, eu já sabia! -Declarei.

–Você o que...? -Perguntou rindo.

–Cale a boca e me beije logo, Joseph!

***

Devemos enfrentar nossos medos. Devemos superar nossas fraquezas, mas acima de tudo, devemos enfrentar a nós. Quem somos talvez seja o único obstáculo a nossa frente. Os medos e a coragem vem da mente. As tristezas e alegrias também. Batalhas interiores sempre serão traçadas. Sobreviva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu disse lá em cima, esperem a próxima parte! Por favor, comentem, sei que é chato, mas me ajuda muito!! BYE. o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dark Things Inside" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.