A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 41
As habilidades oculares de Lawrence Potter


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Bom, obrigada a todos que comentaram! É ótimo ver vocês por aqui, sério! Veio gente nova! Owwn, bem-vindos! Espero que continuem acompanhando!

* Obrigada a SarahRavenclaw, que recomendou! Você é uma fofa, e eu amei a sua recomendação! Vê se comenta também! Haha ^^

* Próximo capítulo: Cristais d'água: o ritmo circulatório.

* Bom, vou dar pequeno spoilers: sabem quando o Snape criou tipo assim, vários feitiços legais. Então, Lawrence está quase chegando na ideia de fazer isso. Quase.

* Espero que gostem! Façam como a Sarah, e recomendem! Assim como comentem e favoritem, porque isso faz eu, autora, que cumpri minha promessa às 22:30 da noite, a pessoa mais feliz depois de ir mal em história, matéria que eu mais amo :/ Saudades professora antiga. Essa nova me odeia.

****************************



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480186/chapter/41

As duas se trancaram no banheiro assim que conseguiram sair do quarto sem acordar Hermione. Gina se virou para Lawren, com um sorriso no rosto e parecendo bem mais acordada que anteriormente. O cabelo liso caía pelos seus ombros, meio bagunçado e volumoso por causa do casaco gigante e do cachecol. Suas bochechas estavam coradas, mas não pelo frio da neve lá fora. Estavam pelo calor de dentro do ambiente. A ordem era definitivamente tão aquecida magicamente quanto Hogwarts.

– Acho que Olho-Tonto está lá! – praguejou a Potter, e olhou para a Weasley – Certo. A gente tem que passar por ele, sem ele notar que eu estou pegando a chave.

– Como? Ele tem olhos que podem ver até por trás da cabeça. Há uma razão para ele ter sido considerado um dos melhores aurores do mundo, se não o melhor! – sussurrou Gina, olhando para Lawrence.

– Você não ajuda muito dizendo isso. – murmurou – O jeito é tentar passar sem a chave.

– Impossível. – falou a ruiva de novo, e deu um sorriso envergonhado ao ver o rosto irritado da Potter – Ele pode ver através dos pisos. Ele consegue te ver entrando lá. – falou, e Lawren sorriu dessa vez.

– Não... Somente se ele estiver se concentrando nesse ponto. Temos que tentar confiar na sorte. – sussurrou. A Weasley suspirou e olhou para a garota de olhos verdes. Estava curiosa, ora! Foi acordada no meio da noite por uma garota que nem conversava muito, e ela queria a ajuda dela. Isso era perturbador, mas instigante.

– Certo. – falou, firme, sorrindo – Temos que confiar que ele ainda não nos viu no banheiro. Bom... Você vai tentar abrir sem a chave, não é? Você não pode usar magia. Então... Existem poucas coisas que podem ajudar a gente. Mas! – olhou para ela com os olhos marotos – Eu tenho absoluta certeza que vi uma caixinha de grampos no quarto do seu irmão.

Lawrence se permitiu a dar um sorriso gentil para a menina. Era inteligente. Assentiu, se lembrando que fora ela também que tivera a ideia de colocar travesseiros abaixo do cobertor para parecer que havia pessoas. Colocou o indicador nos lábios, indicando para fazer silêncio, e a outra concordou. Abriu lentamente a maçaneta e olhou o extenso corredor que estava vazio, somente com as portas dos quartos como desafio. Olhou a porta logo na diagonal da escada, e percebeu que estava somente encostada. Torceu mentalmente para não ranger, e saiu na ponta dos pés com Gina logo atrás. Ao parar na frente da grande porta, olhou pelo canto dos olhos para a outra ruiva, e encostou a palma da mão, empurrando levemente. Não rangeu.

Entrou silenciosamente no quarto, indicando para a Weasley espera-la do lado de fora, caso visse algum movimento de algum dos dois garotos, que dormiam em um sono tão pesado quanto pedras. Harry suava, mas não dava sinais de que acordaria. Caminhou lentamente até a cômoda, sem ter expressão alguma no rosto. Nem medo, nem receio. Nada. Somente uma expressão vazia, de que queria algo e teria como se fosse a mesma coisa que querer água e abrir a torneira. Algo simples.

Ao chegar na cômoda, viu os óculos do irmão, e logo do lado, um pergaminho com alguns rabiscos escritos. Era claramente uma carta, mas não sabia exatamente o que estava escrito nela, porque estava muito escuro. Olhou para Gina, e percebeu que não podia perder tempo. Mas aquela carta estava a deixando curiosa, somente pelo fato de ele conseguir ver claramente o nome “Cho”. Suspirou, e pegou a varinha de dentro da bota, e olhou para Gina, que não mostrou nenhuma expressão diferente quanto a isso. Para ela, seria usada para achar os grampos.

– Lumos. – sussurrou, e uma leve luz azulada se manifestou dentro do quarto, mas não acordou ninguém. A ruiva pegou o pergaminho, e começou a ler, ficando com uma cara desgostosa a cada palavra que lia. Termos como “minha querida Cho”, “gatinho forte como a dona”, “a menina mais linda que já vi” inundavam a carta, e deixavam Lawrence com um embrulho no estômago.

– Francamente, meus olhos não merecem ver isso. – murmurou, irritada, largando a carta em cima da cômoda novamente e olhando mais uma vez a superfície dela. Bem no fundo, atrás de um instrumento engraçado, havia uma caixinha de grampos. Sorriu, ainda irritada, e pegou a caixinha, saindo bruscamente do quarto, sem se preocupar com o barulho.

Gina a olhou meio assustada pela súbita mudança de comportamento, mas se manteve quieta. Logo, as duas subiam as escadas, com um ritmo já normalizado. Não demoraram muito para chegar no último andar, e viram a porta. Andaram receosas até lá, e um grampo foi pego de dentro da caixa.

– Deixe-me fazer isso. – falou Gina, pegando o grampo e colocando na fechadura. Ela movia o objeto dentro da fechadura como se realmente estivesse tento dificuldades. Mas cerca de depois de trinta segundos, a porta se abriu com um clique, e Lawren a olhou impressionada.

– Não sabia que bruxos sabiam esse truque. – comentou, entrando rapidamente dentro da sala, e andando direto até a mesa, pegando o livro marrom e saindo logo depois, com ele em baixo do casaco – Acha que consegue trancar? – perguntou, olhando para o grampo na mão dela, que estava completamente torto.

– Consigo. Mas isso demoraria um pouco, e não podemos arriscar com o Olho-Tonto. Por que não deixamos simplesmente como se alguém tivesse esquecido de trancar? – perguntou, e a Potter suspirou.

– Porque a culpa do livro ter sumido cairia em Remo. Ele foi o último a entrar. – falou – Mas tudo bem. Feche a porta, e vamos indo. – disse dura – Eu não me importo com isso. E de qualquer forma, eu pretendo devolver isso – apontou para o peito, onde estava com o livro escondido – Pela manhã. Agora, vamos.

Gina assentiu sem restrições, e as duas desceram as escadas silenciosamente. Conseguiam ouvir as vozes das pessoas dentro da cozinha, que tinha a porta fechada. O auror que as duas não queriam esbarrar estava lá dentro. Gina ouvia a voz dele. E Snape também estava. As ruivas simplesmente ignoraram, e fingiram que não tinha pessoa ameaçadora por lá. Tentaram não provocar nenhum ruído para não acordar um certo quadro, e assim que alcançaram o lado de fora, suspiraram calmamente, ao ver que não tinha mais porta atrás de si. Somente o ar frio da noite, e a neve caindo, deixando os cabelos vermelhos com leves pontos brancos.

– Certo. – falou Gina calma – Conseguimos sair. E agora, o que faremos? – perguntou, animada, quase rindo e batendo palmas. Lawrence revirou os olhos, mas sorriu de canto.

– Vamos para uma cafeteria 24 horas. – Gina franziu as sobrancelhas, mas concordou – Já ouviu falar do Anne’s Caffé? – a outra ruiva negou, quieta, e Lawrence sorriu dando uma leve risada enquanto as duas atravessavam a rua e viravam a esquina, saindo de vista de qualquer um que estivesse naquela rua – Sabe... O chocolate quente de lá é muito bom. Uma pena eu não poder ter saboreado ele por completo na última vez que fui lá. Ocorreram alguns imprevistos, e eu tive que desperdiçar o meu copo. – fez uma cara triste, e olhou para o farol que estava piscando alerta na cor vermelha, e suspirou, fazendo a leve fumaça sair de sua boca.

O imprevisto daquele dia tinha dois nomes. Draco. Malfoy. E ela queria realmente que aquele imprevisto ocorresse naquela noite de novo.

***

Mas ao empurrar a porta de vidro, não havia nenhum loiro lá dentro.

Elas andaram até uma mesa bem no canto da cafeteria, que ficava de frente para a grande janela, onde as duas podiam ter uma visão perfeita da rua. Os lugares para se sentar eram bancos estofados, e a Potter teve a impressão que o local havia evoluído com o tempo. Exceto o atendente. Ele continuava o mesmo.

– Hey... Eu conheço você. – ele informou, apontando para Lawrence com os olhos miúdos, com o bloco na mão. Gina olhou para a menina, que deu um sorriso e olhou nos olhos do homem.

– Desculpe-me. Mas eu não conheço você. – afirmou – Nós duas iremos querer um chocolate quente, por favor. E se puder nos dar um pouco de privacidade após entregar os pedidos, seria ótimo. – sussurrou, com um sorriso manipulador brotava de seus lábios – Eu tenho certeza que... Me entende.

O olhar do homem ficou aéreo de uma hora para outra, e um sorriso bobo invadiu sua face. Assentiu levemente, e anotou os pedidos, ainda sorrindo. Se virou, e andou até o balcão, onde começou o preparo dos cafés. Lawren olhou para a Weasley, que estava boquiaberta, olhando para o homem e para ela, contínuas vezes.

– Algum problema? – perguntou casualmente, abrindo o livro de couro, e folheando.

– Ah... – riu nervosa – Não. Claro que não. Sem problema algum! – declarou, esfregando as mãos, olhando em volta.

– Com todo o respeito, Weasley... – falou Lawren, cruzando os braços, e olhando curiosa para Gina – Mas esse tipo de roupa parece não ser o tipo de roupa que seus pais comprariam para você. De onde ele é? – perguntou, com os olhos esmeraldinos encarando a íris da outra. A menina franziu as sobrancelhas, e seu olhar ficou aéreo como o do homem, e ela respondeu com convicção.

– Trabalhei durante as férias em uma cafeteria 24 horas. Meu trabalho era no turno da noite, então meus pais não descobriram. Comprei esse casaco com o dinheiro, e disse que ganhei de presente de uma amiga.

O casaco era preto, de um tecido grosso. Era volumoso, quase como um vestido que ia até os joelhos. Na cintura, havia dois botões brancos horizontalmente, deixando o casaco com uma cara bonita e não careta. As suas calças contrastavam com a cor do casaco, e eram coladas de um jeito de certa forma... Sensual. A bota era igual a sua, e o cachecol também. Gina carregava consigo uma bolsinha de babadinhos pretos, que era bem bonitinha.

– Entendi. Interessante. – comentou, assim que as bebidas chegaram. Lawren cerrou os olhos ao ver a cara confusa da Weasley ao perceber que acabara de contar algo que nem tinha a intenção de contar – Sabe... Gina. Se eu confiasse um pouco mais em você, e se você fosse um pouco mais forte, você daria uma ótima pupila para mim. Carrie não foi a melhor de todas, sabe? – deu uma risada sem graça, ao ver a íris da ruiva tremendo com a afirmação de Lawrence – Bom, vamos falar, então. Esse livro aqui é uma lista de comensais que a ordem sabe que são os braços direitos de Voldemort. Essa aqui – abriu em uma página, e colocou sua unha sob a foto de Bellatrix – Está me intrigando. Harry me falou que você conversava frequentemente com Tom Riddle do seu primeiro ano, e mesmo sabendo que isso pode ser doloroso em você, eu preciso saber se você sabe algo sobre ela. – Gina assentiu calmamente, pegando o livro e franzindo a sobrancelha.

– Lestrange... Eu me lembro vagamente desse nome. Tom falava dele às vezes. Eu sei que eles são cruéis. Não são os melhores adversários para se encontrar por aí. Fique longe deles. É melhor para você... – Lawren suspirou – Mesmo que ela seja tia de Draco. – os olhos de Lawrence ficaram atentos – Todos os sangue-puros têm ligações sanguíneas. Com a minha família não há nenhuma diferença. Olhe... Você é a melhor amiga de Draco, mas eu conheço os Malfoy desde que me conheço por gente. Eles são pessoas ruins. Mas Draco sabe se virar. Então, se afaste deles o quanto puder.

A Potter olhou para a Weasley, e cerrou os olhos, concordando calmamente. Ficaram mais algum tempo falando sobre o livro, até terminarem o chocolate quente. Deixaram o dinheiro em cima da mesa, e saíram apressadas da cafeteria. Gina mexeu na própria bolsa, para guardar a carteira.

– Sabe algum lugar onde podemos fazer xerox...? Esquece. Temos um bem na nossa frente. – falou a Potter, olhando para o estabelecimento bem iluminado logo ali, que brilhava com a placa “24 horas”. As duas empurraram a porta bruscamente, e foram logo para uma impressora, dentre as várias que funcionavam ali dentro.

A ruiva pegou o livro e abriu, colocando por cima da superfície da máquina, que lia todos os papéis e tirava cópias calmamente. Um adolescente que atendia no canto do local, atrás do balcão, encarava Lawrence o tempo inteiro, enquanto mais e mais folhas eram copiadas. Assim que a última folha saiu, junto com a foto da ruiva desconhecida por todos. Lawren olhou para a pilha de folhas que se formou na sua frente, e sorriu aliviada por ter conseguido. Pegou as folhas e olhou para Gina, que tremia.

– O que houve? – perguntou confusa.

– Acho que não temos dinheiro o suficiente para pagar isso. – comentou.

– E quem disse que precisaremos de dinheiro? – riu, andando apressada para o atendente, chegando perto do rosto dele, com um sorriso travesso nos lábios, e falando animadamente – Ai meu Merlin! Nós fomos os clientes de número 1000! Por causa disso, podemos pegar quantas cópias quisermos totalmente de graça. – falou animada, e o rosto do menino ficou aéreo, confuso talvez, e ele sorriu bobamente logo depois.

– Nossa... Acabei de receber a informação que vocês foram os clientes de número 1000! Tudo de graça para vocês. – falou rindo, e Lawrence sorriu, cerrando os olhos e olhando para a pasta grande atrás dele.

– Ah... E também ganhamos um brinde, não é? Como aquela pasta logo ali atrás! – exclamou, e o menino assentiu, entregando a pasta, na qual Lawrence colocou a pilha de folhas dentro – Obrigada! Tchau!

As duas saíram correndo do lugar, e rindo. A Potter não tinha ideia de quanto tempo a “hipnose” durava, então tinham que ser rápidas. Dessa vez, Gina pareceu nem se importar muito com o que a ruiva fizera, o que deixou-a bem mais animada.

– Certo, Gina! – exclamou na esquina de um prédio gigante, de frente para um parque gigante – Me diga, você conhece algum lugar com água? Água o suficiente para molhar minhas mãos? – perguntou, olhando em volta.

– Serve aquele lá? – falou Gina, apontando levemente para um grande chafariz no meio do parque deserto e escuro, que desaguava em um laguinho, que era coberto por várias árvores. Era escondido o suficiente, se as pessoas soubessem se esconder. Lawren sorriu e olhou para Gina.

– Talvez eu deva considerar a ideia de você ser minha pupila. – murmurou, revirando os olhos e atravessando a rua para mostrar para Gina algo que não estava mais contendo dentro de si.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

http://www.polyvore.com/gina/set?id=131372326 ----------> Gina!