A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 4
Carrie: uma amiga ou uma espiã?


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeey! Gente, muito obrigada por todos os comentários, eu realmente amei
*-*. Então, nesse capítulo, eu botei um nome de um personagem de Naruto, um anime que eu gosto bastante, mas como eu sei que não são todos que olham, eu botei um ¹ acima da palavra, e no fim do capítulo tem a explicação. Espero que gostem do capítulo. Sei que prometi que botaria a Lawren no Beco (botei Hogsmeade sem querer), mas o capítulo ficaria muito grande. No capítulos que vem, eu juro que vai ter a parte cap que vem.Queria agradecer especialmente a

Juh Lyn--------> Obrigada pela recomendaçããão, ficou perfeita. Sério, muito obrigada por nem saber direito do que a história se trata, e confiar em mim. Muito obrigada, fiquei emocionada. Beijos!

Comentem, favoritem, compartilhem, recomendem! Beijoooos! Até lá.



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– Lawren? – falou uma voz rouca, mas bonita do outro lado da linha. Não havia dúvidas de que a voz estava mais confiante do que da última vez que fora ouvida.

– Sou eu. É você Carrie? – falou indiferente por cima da tensão.

– Sim. Sou eu. Quem diria? Até mesmo depois de saber toda a verdade, você se mantém fria. – falou, dando uma leve risada irônica – E então? Odeia-me?

A ruiva revirou os olhos, esperando alguns segundos até formular uma resposta à altura. Não poderia demonstrar como estava com raiva, triste e com saudade. Suspirou, ouvindo a expectativa do outro lado da linha. Carrie sabia muito bem que Lawren não era impulsiva. Por vezes costumava compará-la com Shikamaru¹, por não agir diretamente, e sim pensar no que fazer, antes de atuar.

– Você me impressiona Carrie. – falou, parecendo sonolenta – Ódio é uma palavra forte, não acha? Além do mais, eu não perco meu tempo odiando pessoas insignificantes como você. – ela ouviu o choque do outro lado da linha – Confesso, sim, que fiquei arrasada por saber que fora tudo uma farsa. Mas convenhamos que isso fora somente nos primeiros dez minutos. Nada que um bom banho não resolva. – e deu uma risadinha para complementar.

A linha ficou muda por um instante. Lawren sabia que atingira o ponto fraco da garota. Ela podia até ser uma fingida cínica, mas mesmo assim, passara anos sendo analisada pela ruiva. Suas fraquezas, seus pontos fortes, seus medos. Mesmo que disfarçadamente, ela observava. Como fazia com todos. Planejava tudo, em todas as hipóteses, até o final. Isso a fazia mais forte. Não ter tantas decepções. Então, como um golpe de mestre, a outra revidou.

– Sério Lawrence? Sério mesmo? Bom, então eu não consigo entender o motivo de sua mensagem. Qual é a sua desculpa? – indagou.

A resposta foi rápida, e boa o suficiente para calar Londres inteira.

– Minha desculpa é que, já que estava passeando na rua e vi uma lata de lixo, pensei onde você estava. Afinal, você é um lixo, não Carrie? Mas, como tudo que é bom, dura pouco, eu vou ter que desligar. Apesar de tudo Carrie, espero que esteja bem – falou seca – Afinal, não sou nenhuma bruxa, né? Ah, me esqueci. Sou sim – deu uma risada – Isso não vem ao caso. Não se esqueça de que todo lixo pode ser reciclado! Beijos querida. Sorte para vo...

– Espere. – falou a outra, ansiosa – Tudo bem, você ganhou. Eu deveria saber que ninguém é páreo para seu talento em respostas. Eu deveria ter lembrado sua inteligência. – deu um suspiro – O que acha de um café? Um chocolate quente?

A garota pensou. Por que deveria aceitar? Por que deveria se aproximar daquela garota, que há pouco chamara de lixo? Por que deveria conversar com ela? Mas havia um pensamento maior, que ultrapassava todos os contras e porquês. Ela somente saberia que se esquecera da morena, quando conseguisse encará-la sem sentir nada. Isso não seria difícil.

– Que idiotice. – arranhou a garganta – Mas tudo bem. Se desejar tanto me encontrar, me encontre... Em que rua estou? Bom, tem um café aqui na esquina. O nome é... – forçou um pouco a visão – Anne’s Caffé. Sabe onde é? Porque eu não faço a mínima ideia de onde possa ser. – disse indiferente.

– Sei sim. Foi escolher um dos mais famosos. – suspiro – Mas tudo bem. Estou aí em dez minutos. – e então a linha se tornou muda, ouvindo-se apenas o barulho da chamada encerrada.

Ela retirou o celular da orelha, apertou no telefone vermelho de encerrar chamada, e o colocou no cronômetro regressivo, botando o tempo para dez minutos. Suspirou, caminhou até a outra esquina, onde a grande placa da cafeteria estava estendida brilhante. Virou a cabeça para o lado, olhando para dentro da cafeteria, onde havia somente um jovem loiro sentado, tomando café, e lendo um jornal. Virou-se para a porta com o aviso “Empurre”, e pensou em como o nome do estabelecimento era ridículo para ser tão famoso. Empurrou a porta, chamando a atenção do loiro. Ele tinha olhos cinzentos e cabelos espetados, por gel. Era incrivelmente branco e alto, e simplesmente revirou os olhos ao ver a garota. Voltou os olhos para o jornal, e ficou concentrado. Lawren bufou e se encaminhou para uma mesinha alta, com dois banquinhos. Sentou-se, e esperou o garçom vir.

– Deseja alguma coisa? – perguntou o homem, com um sorriso simpático. Lawren suspirou.

– Não. Claro que não. – falou cínica, chamando atenção do loiro – Eu vim aqui para fazer companhia ao senhor, pra ver se precisa de ajuda na cozinha, para eu dar um ombro amigo! – o homem começou a gaguejar – É óbvio que eu quero alguma coisa. Quero um chocolate quente. De preferência, rápido. – ele simplesmente assentiu e saiu andando intimidado. O garoto do lado deu uma risadinha baixa, sem ser notada.

Em dois minutos o chocolate quente estava dentro de um copo de isopor, na sua frente. A menina pagou o homem, e continuou quieta, imersa em pensamentos, pensando no que faria quando ela viesse. Não seria nenhuma garota precipitada, com atitudes idiotas e impulsivas, da qual se arrependeria mais tarde. Somente foi interrompida de seus pensamentos quando sentiu o celular vibrando na mesa, e o barulho de saltos do lado de fora. Como sempre, Carrie fora pontualmente pontual.

A porta se abriu chamando a atenção do branquelo e da ruiva. Do lado de fora, entra uma morena no estabelecimento. Ela era incrivelmente bonita. Os cabelos estavam meio bagunçados devido ao vento, e até mesmo meio úmido pela chuva. Ela usava um sobretudo branco com três botões, meio volumoso pela roupa de baixo. Nos pés uma espécie de sneaker preto, só que com um salto alto e um zíper dourado. Nas mãos uma bolsa preta e dourada, e nos lábios um gloss vermelho.

A mulher se encaminhou calmamente até um cabide para casacos, atrás da porta, e retirou seu casaco, revelando um vestido com a parte de cima branca e de manga comprida, e a de baixo preta, de couro, que ia até os joelhos. No pescoço, um colar de pingente de câmera fotográfica. Deu um suspiro, e se virou, olhando para Lawren com um sorrisinho indiferente, caminhando até a garota, que ainda se encontrava sentada, com as duas mãos no chocolate quente.

– Belos sapatos. – disse a ruiva quando a outra chegou. – Apesar de serem um pouco... Exagerados para uma cafeteria. – falou divertida – Como vai, Carrie?

– Perfeitamente bem. Já você, ruivinha, não diria o mesmo. Parece péssima, Lawren. – deu um sorrisinho vitorioso. Os olhos verdes da Potter olharam para baixo, e seus lábios se abriram em um sorriso de canto.

– Você tem coragem quando não está fingindo. Parabéns. – falou calma, e levianamente – Mas ainda sim, você sabe que sempre fui mais bonita. Eu nunca precisei me arrumar tão exageradamente para chamar atenção. Seu “namorado” tinha olhos para mim, não? Assim como o seu ex, outro ex, e todos os garotos da escola. Você se ajeita assim, Carrie – olhou para ela, ainda com as mãos juntas, e com o sorrisinho – Porque sabe que com roupas simples, nunca conseguiria atrair olhares masculinos. Por que não se senta, meu amor?

A morena suspirou, derrotada. Quando conseguiria ganhar uma disputa? Ela já deveria estar pensando nas hipóteses desde que entrara no lugar. Mas a outra pensava desde a mensagem, e mesmo assim, não conseguia dar uma resposta. Se pelo menos ela pudesse revidar...

– E então? Como vai a nova estadia na grande e bela Londres? – disse, com uma postura impecável na cadeira, enquanto a ruiva estava uma pouco mais... Atirada.

– Como posso dizer? – falou, sem expressão alguma – Um pouco limitada, eu acho. Afinal, tive que pular uma janela para sair daquele quarto infernal. Mas mesmo assim, não ficarei aqui por muito tempo. Irei para Hogwarts, e lá, eu decido o que farei em relação ao meu querido irmãozinho. – o loiro ao lado ficou atento.

– Cuidado Lawrence... Você pode até ser inteligente e estratégica, mas o garoto é forte, e tem muita vantagem por ser o queridinho. Sem falar daquelas duas sobras ambulantes que andam com ele.

– Como se você se importasse. – deu uma risada. A outra suspirou.

– Olha talvez você não acredite em mim. Mas do fundo do meu coração: existe uma razão para não ter lhe contado sobre a farsa. Eu me apeguei a você, do fundo do coração. Eu fui sua amiga Lawren. Eu... Eu gosto de você, e não quero que pense que foi tudo uma mentira.

Ela suspirou, e permaneceu indiferente. Ficou quieta, pensando em uma resposta. Sem ser precipitada. Sem ser precipitada. Era o que pensava. Poderiam até ter sido muito amigas, mas ela admitira que fora uma farsa. Então por que deveria acreditar?

– Por que acha que eu acreditaria em você?

– Porque somos amigas. Olhe. Eu tenho um compromisso agora, motivo pela qual estou tão arrumada. Eu somente queria lhe deixar esse aviso. Eu também vou para Hogwarts esse ano, pela primeira vez. Mas ao contrário de você, eu sempre soube do mundo mágico, e sobre Harry Potter – o outro ficou mais atento – Eu nunca falei com ele, mas por sua causa, o conheço como a palma da minha mão. Vocês são completamente opostos Lawren. E isso faz a sua jornada bem mais perigosa do que pensa.

A Potter deu uma risadinha, desacreditando, e bebericando um pouco de sua bebida. Estava completamente atenta dos olhares do menino ao lado, e sabia muito bem que era um bruxo desde que entrara no local. Afinal, não existiam jornais com fotos animadas no mundo dos trouxas.

– Afinal, meu anjo – chamando a atenção da morena, que já botava o casaco – Você é minha amiga, ou uma espiã? Porque, se minha memória não falha, desde minha mensagem você tenta me derrubar. E quando não consegue, diz ser minha amiga... Está meio confusa, não acha? – olhou com serenidade para ela.

– Ambos. Eu somente queria testar até onde ia sua raiva. E pelo visto, olhando o quanto conseguiu se controlar para me deixar no chão, diria que ela está em... 100%? – falou, com o casaco já fechado, e a mão na maçaneta – Pense no que eu disse. Nessa situação, o que menos precisamos é uma vingadora.

– Tsc, tsc, tsc... Vingadora não. Uma estrategista. – e assim, fechou os olhos para tomar mais um gole da bebida, e ouvir a porta batendo levemente contra a parede. Ela finalmente se fora.

O bruxou ao lado ficou quieto, sem se pronunciar por pelo menos uns dez minutos, enquanto Lawren mexia no celular. Ela cantarolava uma música, enquanto esperava o chocolate quente esfriar um pouco.

– Então... Você é uma bruxa. – falou o loiro, meio frio, chamando a atenção de Lawren – Prazer. Draco. – e o garoto se virou, mostrando um sorriso irônico. Lawren juntou as mãos.

– Draco... Sei. Prazer, Draco. Meu nome é Lawrence. Mais conhecida como Lawren. E sim. Sou bruxa. Assim como você – disse se levantando, e pegando a bolsa e o copo de chocolate quente – Mas, ao contrário de sua pessoa, Draco, eu tenho mais cuidado ao ouvir conversas alheias – deu um sorriso – E eu também não sou precipitada de levar um jornal bruxo, a um local trouxa. Seria no mínimo, estúpido. – o garoto sorriu – E, como pagamento por ter ouvido a minha conversa com a minha “amiga”, deve pagar um preço.

O loiro olhou para ela, com os olhos cinzentos curiosos. Abriu um sorriso, mostrando os dentes brancos, e mexeu no cabelo, o deixando bagunçado.

– E qual seria o preço, Srta. Lawren?

– Esse. – e em um golpe ágil, e com um sorriso dócil no rosto, a garota despejou um pouco do conteúdo do copo, na face no garoto, que abriu a boca, surpreso. Ela deu uma risada. – Isso foi por ouvir nossa conversa. E isso – despejou o resto na camiseta branca – É para aprender a respeitar o sexo feminino. E não. – espalhou o líquido do rosto, no cabelo – É para olhar para a calcinha da minha “amiga”. – disse, tirando a mão do cabelo sujo de chocolate quente, e limpando num guardanapo – Foi um prazer lhe conhecer, Draco. E isso, - pegou o jornal – Fica para mim. – assim se encaminhando para a porta, e abrindo – Tchauzinho. – abanou, e fechou a porta, deixando o garoto estático dentro do estabelecimento.

A maior arma de um lutador é a força. A maior arma de um sábio, obviamente é a sabedoria. A maior arma de uma estrategista como Lawren, é a vingança. E isso, todo podem acreditar. Ela tinha de sobra.

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Shikamaru¹: personagem de Naruto conhecido pela sua imensa preguiça, e também por não agir com a força durante uma batalha, e sim com o raciocínio. Na maioria das lutas disputadas, ele ganhou com raciocínio lógico, pensando na melhor estratégia para batalha. Conhecido também por pensar cinco movimentos antes do grande final. Isso o faz estratégico e sábio em batalhas, tudo o que um ninja precisa.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Não me perguntem o que Draco, um puro sangue com nojo de trouxas, estava fazendo em um local de trouxas. Eu explicarei, mas só daqui uns cinco caps. Look Carrie; http://www.polyvore.com/cgi/set?id=117255297&.locale=pt-br

Spoiler próximo cap:

O expresso de Hogwarts: não me pergunte quem é ela

Só o título dá para saber um pouco, não? Então, beeeeijos. Xoxo