A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 24
Trancados dentro de uma vida: a chave está no passado.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOOOOi! Como vão, tudo bem, tudo bom, como vai? Okay. Nesse capítulo, a Law-Law ainda não está na mente do Draco. Mas capítulo que vem, isso acontecerá com tudo que tem direito. Será bem emocionante. Avisos!

— Senti a falta de muita gente: da Nighty, da Doce Amarga, Chloe, Mel, Callie, Coffee, Vicky, Trop, Rebekah, Nikki... Espero que não tenham desistido da história!

— Bom: o Remo apareceu, mas por enquanto ele não será de grande importância. O grande destaque dele vai ser mais para o natal. Okay? Okay.

— O horário está ficando realmente muito apertado para mim, e eu não estou conseguindo escrever muito rápido, então às vezes eu vou demorar mais.

— Obrigadaaaaaaa pela recomendação Caroline, eu realmente amei! Obrigadinha ♥

— Próximo capítulo: Portas no corredor: eu consigo ouvir as vozes também.

— Vai ser só sobre o Draco e o passado dele! Beeeeeeijos! Xoxo ♥



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– Isolamento mental? – perguntou a ruiva, confusa, enquanto encarava Madame Pomfrey.

A cara confusa era igual para quase todos que se encontravam no cômodo. Que não eram poucas. Lawren, Daniel, Carrie, Harry, Hermione, Rony, Gina, Umbridge, Fudge, Dumbledore, Lucio Malfoy, Narcisa Malfoy, Professor Snape, McGonagall e Madame Pomfrey. Todos sem exceção estavam ali por Draco, que ainda não acordara depois de quase meio dia.

– Você é surda ou o que? – respondeu Madame Pomfrey apressada, procurando algumas coisas.

Lawrence, assim como Daniel, preferiu ignorar o comentário, e se concentrar somente no amigo. Ela ainda usava as mesmas roupas da noite anterior, já que não arredara o pé de lá momento algum. Mas em compensação, usava o moletom do Surrey, que tinha um cheiro bom e confortante.

– E o que isso é? O que faz? Draco está bem? Ele vai acordar quando? – a Potter perguntou apressada, com muita raiva pela falta de emoção por parte dos pais do Malfoy, que desde que entraram ali, não deram palavra alguma.

– Uma pergunta de cada vez, Potter. – falou Snape, calmo, mas claramente preocupado – Draco não acordará até que alguém faça querer acordar.

– O que quer dizer com “querer acordar”? – perguntou dessa vez, Daniel – Não é ir ali e simplesmente sacudi-lo?

Umbridge soltou um risinho.

– Queria assim como você que fosse tão simples Surrey. – respondeu o professor – Mas não é. Isolamento mental é uma mágica negra muito antiga, provavelmente dos tempos pouco depois de Merlin se tornar tão importante. Foi criada por um garoto depressivo, que não conseguia segurar seu vício por mais, mais e mais remédios. Regularmente ele pedia para morrer, mas Merlin nunca o atendia.

– Severo, eu não acho que seja bom explicar esse tipo de magia aqui. - comentou Umbridge.

– Bom... De qualquer maneira, eles deverão saber. Acho que um, dos dois ali são os únicos que realmente podem ajudar. Continuando... Depois de pedir muito pela morte, e nunca ser atendido, o garoto decidiu que ele se mataria. Mas como ele não queria morrer de forma dolorosa, ou chorando, ele criou essa mágica. Ah, não foi fácil. Demorou, mas depois de muito tempo, ele conseguiu.

– A mágica consiste em um sono profundo – falou McGonagall, capturando a atenção dos Slytherins e Gryffindors – Em que a pessoa entra em uma espécie de transe, fazendo que nada consiga fazê-la acordar. Ela respira normalmente, mas dentro, ela vive os melhores momentos da vida dela. Os mais felizes. Somente felicidade. Nada mais. É um universo tão bom, sem problemas, que a pessoa acaba por se esquecer de que o que vive é na verdade um sonho. Você se isola na própria mente.

– Ainda não consigo entender o motivo pela qual isso é tão ruim. – falou Daniel – Se ele está feliz, por que deveríamos acordá-lo?

– Nesse transe o corpo rejeita qualquer alimento ou bebida enviada. É simplesmente como se não comesse. Com isso, você vai ficando cada vez mais fraco, desidratado, até entrar em estado urgente, logo após morrendo em meio aos sonhos felizes. – completou Snape.

– E qual é a cura? – perguntou Carrie.

Madame Pomfrey suspirou, e mediu a temperatura do loiro. Ainda estava normal, já que comera durante a noite, mas não demoraria muito para começar a ficar mal.

– Acorde-o, e ele estará curado. – falou.

– E como podemos fazê-lo acordar? – a ruiva, Gina, perguntou.

– Somente a pessoa que pode convencê-lo de que a vida real pode ser tão feliz quanto a vida de sonhos poderá salvá-lo. Mas isso não é tão simples como parece. Dentro da mente dele, não existem tristezas. Ao falar sobre o mundo de fora, ele vai querer ficar no mais adequado, que é o feliz. Sem falar que há obstáculos. Você não poderá simplesmente chegar lá e dizer: “venha, vamos embora”. Coisas farão com que ele queira ficar lá.

– E nós não podemos força-lo a sair do sonho? – perguntou a Potter.

– O universo é dele, portanto o sonho também. E ele só acaba, quando o dono disser para acabar.

Lawrence assentiu, compreendendo imediatamente o que o professor queria dizer. Olhou para os pais de Draco, que continuavam sem expressão alguma quanto a nada. Ela bufou e segurou a mão de Daniel, nervosa.

– Existe um feitiço para fazer alguém do mundo de fora entrar no sonho dele. Mas é somente uma pessoa que poderá fazer isso. Uma pessoa entra no sonho, e assim que está na mente dele, deverá saber que o território é dele e as regras também. Como um jogo. Sem falar que o sonho dele, mas a manipulação é a mesma para todos que entrarem nele. Se você, Potter – falou Snape olhando para a ruiva – Entrar lá, você viverá um cenário igualmente feliz. Cabe a você não se manipular, pois se isso acontece você fica no sonho, e não acorda. Você morre junto com a pessoa.

– Então quer dizer que os pensamentos felizes dele, podem me afetar também? – perguntou Daniel.

– Depende. Eu me permito a pensar Sr. Surrey – começou McGonagall – Que se alguém propôs para a sua pessoa ir chamar Draco, por exemplo, é porque você é uma das pessoas que fazem Draco feliz. Ou seja, logo alguns momentos felizes de Draco serão momentos felizes seus também. E isso é uma técnica de manipulação das melhores.

Daniel assentiu e olhou para a melhor amiga, que havia caminhado até Draco. Ela não demonstraria fraqueza na frente de ninguém, pois era orgulhosa demais para isso. Mas o Surrey entendia que se ela pudesse, desabava ali mesmo, na frente de todos, e chorava.

Lawrence olhou o rosto sereno do amigo, que continha um singelo sorriso de canto. Ele estava visivelmente bem. Segurou a mão dele e o olhou.

– Acho que você não pode me ouvir, né? – ela deu um risinho – Mas se estiver... Ah. É tudo minha culpa. Eu não fui rápida demais. Eu não consegui desviar do feitiço. Eu tive a ideia de ir ao lago... Mas está tudo bem. Alguém está indo te buscar. Alguém vai lhe buscar, e você vai voltar logo. – ela pronunciou todas as palavras em um sussurro.

– Pois bem. Quem irá se arriscar a entrar na mente dele? – perguntou a professora de rosa.

– Eu irei. – falou a mãe de Draco, impassível e sem mudar a expressão minuto algum.

Daniel franziu as sobrancelhas e cerrou os dentes. Deu um grunhido inaudível, e foi logo contestando a mulher.

– Desculpe-me Sra. Malfoy. Mas eu acho que se há alguém que é capaz de convencer ao Draco a voltar, somos eu e Lawrence. Nós convivemos com ele todos os dias. Junto com Lawren, ele riu em dois meses mais do que riu e seis anos. Se há alguém que realmente faz Draco feliz, não sou eu, e nem você. É Lawren. E isso, qualquer burro é capaz de perceber.

A mulher arregalou os olhos indignados. Como assim eles estavam dizendo que seu filho se sentia mais feliz com uma amiga do que com a própria mãe?

– Devo concordar. – se pronunciou em defesa, Snape – Ele realmente manifestou muito mais felicidade e avanço em notas escolares assim que ela chegou. O que nos leva a crer, que ela é a pessoa certa? E então Potter? Você iria? – se dirigiu a ruiva, que olhou para o professor e depois para Draco, tirando uma mecha de cabelo loiro da frente dos olhos dele.

– Eu o botei ali. Sou eu quem devo tirá-lo. – disse decidida. A risada do ministro da magia fez o local.

– Não deixarei um menor de idade participar disso! – gritou.

– Pois bem ministro – falou uma voz abrindo a porta, assustando todos que conheciam o dono dela – Acho que a decisão se ela vai ou não participar disso, não cabe a você e sim ao responsável ou guardião dela. Ou seja, eu. – falou o homem sorrindo satisfeito.

Os alunos ali presentes olharam para o homem, com ligeira confusão no rosto. Principalmente Lawrence, que simplesmente franzira as sobrancelhas e fizera uma cara de indignação. O cara era maltrapilho, e tinha claramente sinais de cansaço e beira de velhice no rosto. Usava montanhas de roupa com um casaco esfarrapado por cima, e as calças estavam meio rasgadas. Os cabelos eram castanhos e ele tinha um bigode engraçado. Ele exibia também um sorriso no rosto.

– Remo! – exclamou Dumbledore animado – Você não poderia ter chegado a melhor hora! Pois bem: o guardião da Srta. Potter está aqui, e ele claramente a autoriza a ir. Algo contraditório?

– Precisamos identifica-lo primeiramente. – murmurou o ministro, irritado.

– Ah, não seja por isso! Desculpe a minha falta de delicadeza. Remo Lupin, prazer. Antes que diga algo ao ver meus documentos, sim, sou um lobisomem, e isso não é novidade para pessoa alguma aqui dentro.

– Você que acha. – se pronunciou Lawren – Quem, por Merlin, é esse cara? E melhor! Quem ele acha que é para pensar que é meu guardião? – e logo após a ruiva soltou uma risada – Sou órfã. Meus pais morreram. Não tenho guardiões, e nem responsáveis.

– Ah, ali está ela. Você realmente cresceu bastante desde que lhe levei para Boston. Ficou bonita, e já se tornou uma mulher! – ele deu uma risadinha, indo em direção a Lawren, que empunhou a varinha.

– Tem um velho tarado vindo atrás de mim e ninguém nessa porcaria de enfermaria vem me ajudar?! – gritou desesperada quando o homem parou a olhando de forma confusa.

– Não faça isso comigo garota... – murmurou Harry ao lado da irmã – Remo não é ninguém na qual você deve temer. Nem mesmo um velho tarado. Na verdade, ele foi o melhor – deu ênfase na palavra – Professor de DCAT que um dia nós pudemos ter. E para todos aqui dentro está bem claro que Remo é seu padrinho, por isso ele é seu guardião. – o homem já soltava uma risada.

– Como vai, Harry? – perguntou o homem – Sua irmã já estava na defensiva aqui. Pelo menos ela já tem uma noção de que deve empunhar a varinha quando um estranho se aproxima.

– Espera aí! – gritou a ruiva – Eu pensei que estivesse todo mundo morto quando se trata do meu passado, e então vem um cara do nada e diz que é o meu padrinho! Vão para o inferno! – falou irritada.

– Eu queria que ela pudesse me receber de braços abertos, assim como você recebeu o Almofadinhas. Mas como meu desejo não poderá ser realizado vai ser na marra mesmo.

O Potter deu um sorrisinho, enquanto a ruiva se dirigia a Daniel e os outros.

– Tudo bem. Está tudo pronto? Podemos ir? – perguntou.

– Eu tenho que arrumar algumas coisas ainda Srta. Potter. Enquanto isso, você pode ir...

– Comigo. – falou o professor Snape – Eu tenho algumas coisas a falar para a minha aluna. Se o Lupin quiser vir comigo, então está tudo bem. – completou friamente.

– Ah! Seria magnífico. – ele disse, acenando brevemente para todos e saindo da sala sobre o olhar carrancudo de Snape e os rosnados quase inaudíveis de Lawren.

***

– Tudo bem. – falou Snape, meio incomodado com a presença do outro homem, na qual convidara só por educação – A gente...

– Temos mesmo que ficar com esse homem aqui do lado? – sussurrou Lawrence, olhando de canto para o homem, que soltou um risinho.

– Tudo bem, ela ainda não se acostumou com o fato de que tem um padrinho. – Remo se pronunciou – Poderemos falar sobre isso depois que você voltar, Lawren. Mas eu vejo que você não irá se concentrar comigo aqui, então eu vou sair. Teremos bastante tempo ainda. Enquanto isso, eu sugiro que fique viva. – ele deu um conselho – Mas isso não é a tarefa mais difícil para uma Potter.

– Não sou uma Potter. – a ruiva falou, chamando a atenção do homem que ia saindo.

– Como?

– Eu disse que não sou uma Potter. Pessoas que simplesmente maximizaram a existência do meu irmão e ignoraram a minha não são considerados meus pais. – ela respondeu impassível. O homem deu um risinho.

– Como eu disse: ainda teremos muito tempo para conversar.

O homem bateu a porta e saiu, deixando a menina e o professor sozinhos dentro da sala. Snape não comentou sobre o que a garota dissera, mas o fato de ela não se considerar uma Potter ajudou muito na percepção dele sobre ela. Ele não a via mais como Lawrence Potter. Somente... Lawrence sem sobrenome.

– Bom. Você entrará na mente de Draco, o que dificulta muito o trabalho dele. Lá, ele controla tudo. Desde o vento que sopra de manhã, até as ondas do mar. Ele tem tudo sobre controle, e você deve fazê-lo pensar que ele não tem. Você deve manipulá-lo para que ele queira voltar. Dizer a verdade somente piorará a situação. Meu único conselho é que leve algo que a recorde do motivo pela qual está aqui, antes que caía em um dos truques dele. Você sabe de que temperatura o Draco gosta?

– Amena. Nem tão frio e nem tão quente.

– Então sugiro que leve um vestido. Ah, e pegue isso – entregou a ela um frasco com um líquido azulado dentro – Se você se machucar lá, isso ajudará, uma vez que você ainda não tem as mágicas curativas na ponta dos dedos.

E menina assentiu e se levantou.

– Espere. Você deverá aprender a enfrentar seus medos lá dentro – ela franziu as sobrancelhas – Não é porque o mundo é de felicidade que as coisas serão felizes. Draco não tem muita noção do que a felicidade para você, então ele atacará justamente suas fraquezas, sem nem mesmo querer fazer isso. Ele mexerá no seu passado, e encontrará algo que fará você hesitar. Enfrente seus medos. Se não fizer isso, tudo terá sido em vão. A chave para destrancar a mente de Draco, é o passado. – ele disse sério.

– Tudo bem. – ela respondeu com a voz baixa, e se encaminhou até a porta, a abrindo – Algum conselho? – ela perguntou, querendo algum tipo de encorajamento. Mas não recebeu. Em vez disso, a boca de Snape pronunciou duas palavras.

– Não morra. – ela o olhou incrédula, e ele deu um sorrisinho de canto – Ainda temos uma detenção na segunda.


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Notas finais do capítulo

A detenção seria por terem saído no meio da noite.

Beijos!