Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 36
Epílogo - O canalha e a antissocial


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde queridos leitores! *-*

Estou muito feliz, super, hiper! Gente, tinha acabado de postar quando vi que tinham 22 recomendações. Pensei ter visto errado, mas não. Alguém tinha realmente recomendado, o que me fez pular pela surpresa e felicidade. E tudo graças a Gio. Sei que alguns já leram essa parte, mas eu quero mesmo agradecer. Lindérrimas palavras, me emocionaram mesmo. E achei maravilhoso esse seu presente, que pode ter certeza de que irei re-ler com muita saudade. Como fez ontem resolvi dizer o quanto estava grata no epílogo.

Quero agradecer a Queen, Senhorita Foxface, Ney Gremory, HyAlyss, Gio, Paradise, France, giuliapavan, Nobody, Júlia Albrecht, Maíza Souza (no 34 também), Viih Malik, AkumaKun, Raene Melo, Caah More, unicorniolaranja, Sparkly Dark Angel, Lunista Crowler, LM Forever, Charlot, Helen, bru, Vanessa, hans, Cherry Valdez, Gabihramos02, uma leitora, Catnip, Small long hair, Sheila lima e gih por comentar no anterior. São muito importantes para mim, tanto dos novos quanto dos velhos. Um recorde! Super obrigada.

E muito obrigada a Gio por favoritar a fanfic. De verdade. Adorei demais quando vi.

E onde estão meus outros leitores lindos? Por favor, é o último capítulo. Sejam super bem vindos, e eu ficarei super feliz se aparecerem. Tanto os que já comentaram quanto os que estão por vir.

Termino com divinos 540 reviews, 171 acompanhamentos, 69 favoritos, 22 recomendações e muitos acessos! Gente, vocês são demaaaaaaais. Não tem noção do quanto me fazem felizes, e é por isso que me despeço com tristeza.

Espero que gostem, pois fiz para vocês.



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Epílogo

O canalha e a antissocial

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

(Caio Fernando Abreu)

Depois daquele dia em que tive a coragem de beijar um garoto no banheiro da escola, agora meu namorado, eu fui obrigada a comparecer em todos os seus jogos de basquete. E em cada cesta sua ele me olhava ou fazia algum gesto.

Era a final do campeonato dos colégios da cidade. Só que ao meu lado estava ninguém menos que minha sogra, do qual me mirava com uma careta mais feia do que a outra. Ela não tinha se acostumado, mesmo que já tenha passado três meses desde que eu e o seu filho engatamos um relacionamento.

– O que foi? – quando a minha paciência foi perdida em meio aos seus olhares.

– Sabe que eu não gosto muito de você, não é? – perguntou.

Pelo menos foi sincera.

– Sei. – sussurrei.

– Mas você faz o Henry feliz, e é isso que importa. E parece que tomou mais juízo depois que começou a namorá-la. – segredou.

– Obrigada senhora. – agradeci.

– O que meu filho mais quer é que nos tornamos amigas algum dia, então tentarei ser mais gentil contigo daqui para a frente. – continuou.

Meus olhos ficaram marejados nesse momento.

– Ele fala disso direto para mim. – resolvi contar.

– Então aceita a minha proposta? – questionou.

– Com certeza. – confirmei.

A mulher estendeu a mão em minha direção, da qual apertei sem hesitar. Dei um sorriso fraco em sua direção e limpei minhas lágrimas, tratando de prestar atenção na partida.

33 x 15 para o outro time.

Vi a cara de desanimo do Nagel, aqueles olhos azuis em tristeza, enquanto corria na tentativa de conseguir reverter o placar. Quando me fitou eu simplesmente abracei a sua mãe, em um ato de fazê-lo ficar mais motivado, e deu certo.

Entretanto rapidamente a soltei quando vi sua expressão. Chegou a me dar medo.

– Isso já foi demais. – comentou.

– Desculpa. – sem graça.

Conseguiram empatar, mas logo estavam perdendo de novo. E eu tinha de fazer outra coisa, algo que o animasse de verdade. Por ele. Esqueci a minha vergonha e me levantei, ficando destacada no meio da arquibancada. O capuz tinha caído de minha cabeça, mas não me importava. Comecei a gritar seu nome e o incentivar.

No fim o nosso time ganhou, fazendo-me sentar só quando acabou. Os jogadores passaram a sair da quadra, e o Henry me chamou com os dois braços. O segui até o lado da onde ficavam os assentos, vendo-o me dar o melhor sorriso ao me ver.

E nem sequer tinha ido no vestiário ainda. Vendo-o com os cabelos colados na testa por conta do suor, sem falar dos pingos que escorriam pelo seu corpo.

– Vai ficar parada ou me dará os parabéns? – sussurrou perto de mim.

Só que nem sequer encostou em mim.

– Não precisa de mim para aumentar mais o seu ego, que já é bem grande. – revidei.

– Você me deu orgulho sabia? – confessou.

Meu rosto esquentou, deixando-me mais tímida do que estava.

– Por quê?

– Por ter deixado o constrangimento de lado para torcer por mim daquele jeito. E foi o que mais motivou, e não foi por ser gostosa. – e piscou em minha direção.

Isso me deu uma vontade imensa de esquecer que estava molhado e o beijar, sem se importar também com os outros.

– E qual o motivo de ter me chamado? – mudei de assunto rapidamente.

A minha sanidade agradece.

– Eu comprei um vestido para você ir à festa por termos vencido o campeonato. – sussurrou.

– E se tivessem perdido? Não deveria ter feito isso, poderia muito bem usar aquele outro. – revidei.

– Segundo lugar não é para mim. – a seriedade em sua face.

– Com exceção da natação não é? – tirei um sarro.

– Onde está aprendendo a ser tão maldosa assim? – fingiu estar magoado.

– Contigo Sr. Nagel. – declarei entre risos.

Ele deu uma gargalhada em resposta e me fitou, o brilho presente em seus lindos olhos. Chegou mais perto e posicionou a mão do meu lado, encostando-a na parede.

– Sabe no que estava pensando? – quebrei o silencio constrangedor.

– Em mim?

Que convencido!

– Não exatamente, mas em que poderia ter me dito por mensagem. Ficar contigo tão perto é um pouco desconfortante ainda, principalmente com tantas pessoas nos observando. – segredei.

Então pegou-me pela mão e me levou para trás do ginásio, todavia não se distanciou.

– Se eu soubesse que ia ficar tão viciada pelo celular nem teria dado. Eu gosto é de ficar perto de ti, fitar-te devagar, tocar-te quando quiser, sem precisar te procurar para isso. Já tão longe um do outro só poderei beijar o meu celular, e não a Amy. E muito menos ver a minha garota constrangida. – sussurrou perto do meu ouvido.

Aquela voz rouca e serena, fazendo-me desejar agarrar seus cabelos e tocar os seus lábios agora mesmo. Só que quando vi uma pessoa perto essa vontade sumiu.

– Melhor tomar banho que vou embora. – dei uma desculpa.

– Me deve uma declaração. – brincou.

Vi-o caminhar de costas, com os olhos atentos em mim. Simplesmente corri para a fora da escola quando novamente ansiei pôr o abraçar e não o soltar nem se me pedisse.

Acho que dos nós dois eu sou a mais dependente desse relacionamento.

Cheguei em casa praticamente cansada e fui para o meu quarto, sem ao menos cumprimentar os que estavam na sala. O Sinistro ainda se encontrava na minha escrivaninha. Mas eu ia mudar isso. Ia doá-lo ou dar para alguém daqui de perto.

Eu já tinha dezessete anos, e não era necessário ainda ter um urso. E também porque deveria deixar o passado de lado, principalmente tudo o que aconteceu com o meu pai. Não era a culpada, e também deveria viver, mesmo sem ele. Claro que ia estar sempre em meu coração e quando olhar para o céu em noites estreladas.

Peguei o bicho de pelúcia e o apertei, assustando-me ao ouvir um barulho. Berros e coisas se quebrando. Rapidamente abri a porta e fui para onde isso estava acontecendo. Vendo o meu padrasto e minha mãe brigando.

– Faz quatro meses que você não arranja um emprego. Isso não é falta de oportunidade, mas coisa de vagabundo. Eu não me casei contigo para ficar te sustentando como se fosse meu filho. – gritou.

– Ninguém me chamou ainda. – rebateu.

– Eu te ofereci um onde trabalho, mas nem aceitou. Não pode ficar escolhendo, porque até lá vão ter roupas para comprar, comida, contas de luz, telefone, água, esgoto e internet. Sem falar da escola... – ele a interrompeu.

– Chega! Você tá virando uma velha chata, que nem dormir comigo quer mais. – continuou.

– Sai daqui, não dá mais para ficar contigo. Pensa que não sei que me trai? E ainda fica falando mal da Amélia, mas no fundo sei como a olha. Como um tarado nojento. Agora quem não quer mais nada sou eu. – fez um barraco.

Expulsou sem nem ao menos ligar. Já eu me senti aliviada. Por exceção da Sophie, que estava estática no meio da sala. Ameaçando chorar a qualquer momento, mesmo com a cara de sono. Neste instante a campainha tocou, e sabia que era o meu presente.

Dei um sorriso ao ver aquela enorme caixa, e quando o peguei o bicho caiu de meu colo. Ficou todo estrebuchado, mas não voltei para buscar. Até porque estava muito curiosa para ver o que tinha dentro.

Méli, esqueceu o ursinho. – declarou a pequena.

E vendo-a com aquela pelúcia em suas mãos sabia para quem ia dar, principalmente agora que presenciou uma briga. Mas não uma qualquer, já que o desfecho foi a separação dos seus pais.

– Você quer ele para você? – balbuciei quando cheguei perto dela.

– Sim! – parecia se animar mais um pouco.

– Então é todo seu. – declarei.

– E qual é o nome dele? – berrou quando viu que ia me afastar.

– Sinistro. – respondi.

– Não, é um nome muito sombrio. Que tal... Pimpão? – questionou.

Nada original.

– Claro, agora pertence a você. E digo que é um ótimo nome. – finalizou.

Abri quando cheguei no quarto e vi aquela vestimenta. Não era longo, mas sim rodado. E ficava ainda mais com suportes embaixo do tecido do vestido. Era maravilhoso. Peguei o sapato que estava comigo, daquele dia da festa e o deixei ao lado dele.

Quando olhei novamente para a caixa percebi algo a mais. Era uma foto, a primeira que batemos depois que namoramos. Mesmo com um rosto cheio de cortes e machucado parecia feliz. E realmente estava.

Peguei-o com carinho e coloquei bem no meio, deixando as outras imagens ao redor dela. Henry tinha me dado um painel para coloca-las no nosso aniversário de um mês. E toda a vez que eu as olhava me sentia sortuda.

Coloquei até a cintura o vestido, já de sutiã, e o salto alto quando alguém abriu a porta, pensei ser a minha mãe. Mas quando rodearam os braços em minha cintura e passaram a mão em minha barriga com delicadeza sabia que era o Nagel. E muito mais quando levantou meu cabelo e beijou meu pescoço sem pressa.

– Gostou da surpresa? – começou.

Arrepiei-me, mas ainda assim fiquei irritada.

– Minha mãe está aqui, e a So também! – exclamei.

– Elas deixaram, e não se preocupe que eu tranquei a porta. – continuou.

– Assim vão desconfiar. – revidei.

– Melhor do que ter a certeza. – decretou.

Então me virou e eu o vi. Com um smoking maravilhoso, que colocou porque a mãe dele o obrigou, e aquele sorriso galanteador. Aproximei-me dele e me aninhei a ele ao enlaça-lo. Fiquei nas ponta dos pés e levei minha boca a sua.

Matando a falta que sentia desde que o vi entrar por aquela quadra.

Senti-o me levando até a cama, para depois deitar junto a mim nela. Sorriu em meio ao selo e invadiu sua língua para encontrar a minha. O gosto ainda era de hortelã, que misturado ao meu de menta dava uma ótima sensação.

Não queria me desgrudar, mas ele o fez antes de mim. Quando vi já estava fazendo uma trilha do meu pescoço até o meu colo. E foi desta maneira constrangedora que percebi que não tinha colocado o vestido.

– Vai amassar sua roupa. – gaguejei.

Ele não parou depois de rir um pouco. Dando beijos em minha barriga descoberta. Mordiscou a pele e tentou tirar a parte de baixo, mas eu o parei. Não queria isso aqui, agora, e no meu quarto.

– H-Henry, só depois do casamento. – inventei por estar nervosa.

E quente, praticamente queimando.

– Pensei que não tinham meninas que ainda exigiam isso. – gargalhou.

Encostou seu lábio no meu com calma, e em todas as vezes que fazia foram contatos rápidos. Quando pensava que ia se afastar me selava de novo. E de novo.

– Já escolheu o meu apelido? – declarou de repente.

Lembrei quando me perguntou ao ir na academia comigo.

– Decidi-me ontem. Será apenas o seu primeiro nome mesmo. Até porque aquelas estragaram colocando apelidos inimagináveis, toda a vez que pensava em um percebia que uma garota já tinha inventado. – respondi.

– Desculpa por não ser criativa. E é impressão minha ou está com ciúmes? – levantou uma das sobrancelhas. Mirando-me com um brilho malicioso e ao mesmo tempo maroto.

– Nem quero responder, até porque está mais do que na hora de irmos. – mudei de assunto.

Coloquei o vestido rapidamente após expulsá-lo. Maquiei-me e a Dona Helena fez o meu penteado. Que era uma trança como tiara e o coque desarrumado, que ficou bonito pelo meu cabelo ter crescido.

– Tenho de correr para aproveitar pelos tempos perdidos em sua infância e adolescência. – choramingou.

– Sei que será uma boa mãe daqui para a frente, como foi nesses meses. – tentei consolá-la.

Saiu depois disso, deixando-me sozinha para ligar para a Dona Diná. Já a minha meia-irmã foi depois com o Sinistro em suas mãos, parecendo feliz, assim como quando soube que eu estava namorando o que ela cismava em chamar de principe. Disquei o número e ouvi-a atender com uma voz sonolenta. Provavelmente tinha dormido enquanto via um programa de TV qualquer.

– Olá. – atendeu.

– Eu e ele quase... é... – ela me interrompeu.

– Transaram? Fizeram amor? – respondeu.

– Isso mesmo. – gaguejei.

– E por que não fez? – depois de rir do meu nervosismo.

– Fiquei com medo. Não sei como o olharei depois disso. – sussurrei.

– Se o Henry não te forçou é porque te ama e te respeita, e não vai ficar brabo por conta disso, apesar de ser bem experiente como diz. Se eu pudesse ia na festa contigo. Quando eu era novinha arrasava ao balançar o esqueleto. – mais animada impossível.

– Se a senhora pudesse com toda a certeza a leveria, até porque nunca ia deixar a minha mãe do coração de fora. E ele nunca disse que me ama. – confessei.

– Deixa de insegurança, essas palavras nunca foram o mais importante no relacionamento. Tenho certeza de que demonstrou de outra maneira. – contrariou-me.

Ela tinha razão.

– Obrigada. – agradeci após quase chorar.

– Agora tenho de ir, vou fazer um bolo. – declarou.

Só de lembrar dava água na boca.

– Guarda para mim. – gritei.

– Farei um no domingo para vocês dois. – finalizou antes de desligar.

Dei um suspiro e me olhei no espelho, vendo uma garota completamente diferente do que era há meses atrás. Totalmente o contrário daquela que andava de capuz e tentava se esconder de todos. Que nem em mil anos aceitaria ir a uma festa. Entrei na sala depois de um tempo e o meu namorado parecia estar de queixo caído.

– Além de ser um gato tenho bom gosto. – comentou.

Em vez de ser normal e dizer “está linda”, a pessoa vem com essa.

– Mãe, bate a foto logo, senão esse garoto vai ficar a noite inteira se elogiando. – um pouco desesperada.

Capaz dele ficar a manhã inteira fazendo isso.

Depois que saímos de casa o Nagel entrou comigo atrás, deixando que o taxista nos levasse. Ele queria ir de carro, mas não deixei por ainda não ter carteira. Entramos no corredor e estava enfeitado, com um tapete e alguns pilares pequenos enfeitados com flores.

Angel! – berrou.

Era aquela Úrsula, com um decote que ia até quase na metade da barriga. De um vermelho provocante, sem falar das vezes que seus seios quase apareciam quando pulava. Sem perceber já tinha o abraçado e esfregando aquela parte no corpo do Henry.

Quando não é aquela Megan e a Jully vem essa. Sorte que as outras ainda estavam naquela unidade. Soube que foi porque brigaram com umas garotas na hora do almoço.

Minha mão coçava para bater nela. Além do desconforto que sentia na minha barriga por ver que o meu namorado nada fazia enquanto sorria para aquela oferecida.

– Vou deixar o casal matar a saudade. – rosnei.

Nem esperei alguém falar e me virei, indo rapidamente em direção a festa. Como dizem que a bebida cura a dor de cotovelo, nada melhor do que ficar a noite inteira na companhia deles. Só que no meio do caminho alguém me pegou pelo braço com força e me empurrou para uma sala, que notei ser do zelador.

– O que foi aquilo Amélia? – esbravejou.

– Deveria estar lá com ela, já que pareceu estar gostando. – revidei.

E logo me beijou em desespero, mordiscando o local e tocando sua língua com a minha com brutalidade. E soltei-o por me sentir desconfortável, principalmente por estar praticamente esmagado entre ele e a parede.

– Está me devendo uma declaração não é? Então admite, diz a verdade logo. Até parece que quer me perder falando dessa maneira! – gritou perto de mim.

Droga! Lá vem minhas lágrimas querendo sair.

– Não precisa, está na cara. – com o folego quase acabando.

Essa sala é muito apertada.

– Não, eu quero saber. Por acaso quis que eu ficasse com a Úrsula? Saindo daquele jeito e nos deixando sozinhos? – contrariou.

– E o que você quis sorrindo daquele jeito para ela? – briguei.

– Te deixar com ciúmes, e acho que deu certo. – confessou.

Simplesmente o abracei e encostei minha cabeça em seu peito, sentindo seu perfume invadir o ambiente. E no meio daquele escuro nossas alianças reluziram. Aquela que recebi quando completamos dois meses.

– Ainda me deve uma declaração. – soou de repente.

– O que eu não faço por você não é? Até me deixar com ciúmes, com vontade de te bater, mas também te beijar quando me olha. E quando me dá aquele sorriso canalha e me abraça sem pedir. No hospital me disse que nunca ia me largar, mas acho que sou eu que nunca conseguir fazer isso. – confessei.

– Você me ouviu? – parecia assustado.

– Acho que te escuto até quando durmo, nos meus sonhos, mesmo sem querer. – declarei.

– Isso é sinal de que me ama coelhinha. – gargalhou.

A emoção escorreu pelo meu rosto.

– E é. Acho que aprendi a te amar antes mesmo de ter sentimentos. – segredei.

Um selo foi dado meu rosto, em uma tentativa de secar minhas lágrimas. Só que logo vinham mais.

– E eu te amei antes mesmo de deixar de ser cafajeste. – decretou.

Nunca tinha o ouvido falar essas três palavras, mas até aquele momento não me sentia incompleta, ele transmitia em forma de atos, olhares e expressões. Pegou-me pela mão e abriu a porta, vendo-o claramente no meio do corredor. E notei que também chorava, no entanto o sorriso não saia do seu rosto.

– Você fica ainda mais linda quando se permite ficar emocionada. – sussurrou perto de mim.

– Culpa sua. – declarei.

– Não Amy. Essa sempre foi você. E quer saber mais? – sussurrou.

– Pode falar.

– Você não tem um irmão, até porque não o vi em suas fotos do passado. Não tem pensamentos suicidas, sei por nunca falar sobre a morte e nem te ver com cortes espalhados pelo corpo. E seu pai morreu quando era uma criança, e de enfarte. Na verdade eram elas que sempre te batiam não é? – confessou.

– Eram sim, e agora que estão presas sei que uma delas ficavam me chamando de vadia no telefone. E eu no fundo sabia que você não era nada do que aparentava ser, mas... – respondi em nervosismo.

– Mas? – declarou.

Safado sempre foi. – confessei entre risos.

E então pegou-me pela mão e me empurrou novamente para dentro daquela sala apertada. Agora arriscando um passo de dança enquanto uma música tocava ao fundo. E estávamos só eu e ele. Ali. Naquele lugar que me tocou pela primeira vez.

– Por que me trouxe aqui novamente? – quis saber.

– Quero te beijar em todos os cantos desse colégio. Depois dessa festa só teremos essa oportunidade na formatura.

Sabia que esboçava um sorriso sacana.

Como tínhamos passado, por conta dos pontos a mais na média com aquele contrato, não iriamos ver esse local até nos formarmos oficialmente.

– Então temos que correr. – aceitei indiretamente.

Às vezes me odiava por não conseguir negar um desafio.

Em todos os ambientes ele fez o que prometeu. No banheiro quase quebramos o espelho quando me levava de um lado para o outro durante o beijo, fiquei prensada entre a árvore do pátio, deu-me um chupão em um ato de surpresa na parede da biblioteca, e quase me deitei nos bancos da cantina. Infelizmente as salas de aulas não estavam aberta. E sempre estávamos sozinhos nesses momentos.

Fomos no terraço com a ajuda do meu amigo segurança. Nas minhas escapadas durante o intervalo eu ia até onde ficava e dava um pedaço de bolo para ele. Quando o Henry descobriu ficou furioso, mas não por causa do ciúme, mas sim por ficar dando torta para o homem.

Por fim resolvemos ir para a festa. A Thalia estava lá com o Enzo, os dois apenas me deram um sorriso e não se aproximaram. Eu os perdoei a pouco tempo, e eu sabia que eles não vinham nos receber por saber que o Nagel e ela tinham ficado. Já o meu professor de biologia estava com a de literatura, e não resisti e dei um sorriso por ver os das minhas matérias favoritas juntos.

Vi a psicóloga dançar com o James. Que realmente tentava falar conosco, só que o Nagel nem sequer o recebia. Às vezes ficava com pena dele, até porque não teve culpa de se apaixonar pela Queen.

– Eu e o meu ex melhor amigo saímos ontem e fizemos as pazes depois que ele contou-me o ocorrido, que ela tinha mentido sobre ficar com ele se contasse algum segredo meu. – declarou.

– E por que não me falou sobre isso? – questionei.

– É que sei o quanto sofre lembrando do que aconteceu. – sussurrei.

– Não preciso mais ser tão protegida. E isso não me machuca tanto quanto antes, não mais. E acho bom ter algum amigo para conversar. – comentei.

– A antissocial da Amélia falando isso? – brincou.

– Não troque de assunto. E eu estou mudando. – quase explodi.

– Então prove que não é antissocial. Que não se importa com o que os outros vão pensar. – começou.

– Como? – quis saber enquanto engolia em seco.

– Que tal dançando comigo como na minha casa e na sala do zelador e me beijando? Até porque todos ainda acham que não estamos juntos, e pensam que as nossas alianças são para simbolizar a nossa amizade. – propôs.

– Então é por isso que aquelas ficam querendo botar as garras em você. – em um muxoxo.

– Mas só você pode. E então... vai provar ou não? – sussurrou.

– Henry, eu não... – fui cortada.

Como o Faustão que sempre foi.

– Vou te dar um gelado de torta de limão. – disse de repente.

– ...tenho como negar. Aposta é aposta.

Levei as mãos em seu cabelo e o empurrei de encontro aos meus lábios. Fiquei por um tempo e soltei.

– Quero um de verdade. – soou com a voz rouca.

Dei uma gargalhada baixa e toquei sua boca com a minha de novo. Puxei seu beiço inferior com calma, todavia logo o senti me apertar mais e invadir sua língua para encontrar a minha. Tocou a minha cintura e ao me soltar começou a se remexer, levando-me junto.

– Doeu me beijar aqui? – questionou.

– Quase. Mas não esqueci que me deve um sorvete. – comentei.

Voltou a me selar, para rapidamente continuar a me apalpar. E toda a vez que apertava a minha bunda dava um tapa em seu braço. Sabendo que ia render alguns roxos no local. Definitivamente éramos um casal entre tapas e beijos.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

A imagem não é minha, mas achei muito fofa para um final. E desculpem-me se tiver erros de português.

Algumas curiosidades sobre a história:
a) O Enzo não existia no começo, e nem pensei em colocá-lo.
b) A Thalia continuaria no grupo.
c) A Jully seria amiga da Amy, mas resolvi deixá-la má.
d) O Henry ou a Amy ficariam doente, todavia nem coloquei com o tempo.

Quero agradecer a Senhorita Foxface, White, Sparkly Dark Angel, hans, Rani, gih, Queen Bee, Carolccastro, Foxface, Giovana, Say something, brendafpaz, Le, Ney Gremory, Paradise, France, Vanessa, HyAlyss, Ann Profecy, Drama Queen, Nobody, Helen, Maíza Souza, Melanie Dixon Winchester, LuhLerman, Raene Melo, Delirium, mrs stilinski, Catnip, Like a Little Girl, Alessandra Reis, Sheila lima, Abelhinha, Mme Radioactif, Small long hair, Barbara, AkumaKun, Autumn, Lily LoveUU, Vengeance, Cris chan, likeavirgin, unicorniolaranja, Lunista Crowler, Júlia Albrecht, uma leitora, Ana Paula Rodrigues, Candy, Gio, Avery Ryan, Viih Malik, Gabihramos02, Charlot, LM Forever, IsabelNery, immutable, Cherry Valdez, bru, Caah More, Queen e giuliapavan por comentarem no processo da minha fanfic. E aos que virão também. Serão super bem vindas pela titia Apiolho aqui.

E as divas que recomendaram até agora:
Naty
Paradise
Ney Gremory
hans
Maíza Souza
Say something
France
Queen Bee
Melanie Dixon Winchester
Vanessa
Like a Little Girl
Autumn
Small long hair
Lily Love UU
Charlot
Senhorita Foxface
LM Forever
Helen
Catnip
Gabihramos02
Lunista Crowler
Gio

E aos que irão recomendar depois de finalizado também. E podem ter certeza que ficarei super feliz também. E aos que favoritaram, acompanharam e irão fazê-lo.

Eu ri muito com vocês, animei-me, me emocionei e aprendi muito com cada. Sem falar do quanto me motivaram. Sentirei muita a falta de vocês. Tentei adiar, escrever bastante para que não acabasse. E hoje, praticamente no tempo que os dois estão namorando, eu termino essa fanfic. Irei responder os comentários maravilhosos de vocês quando puder, mesmo com dor no coração.

Aos que disseram sobre uma nova fanfic, afirmo que tenho uma já. Chama-se Idiot Guy: http://fanfiction.com.br/historia/496277/Idiot_Guy/. Espero vê-los lá, e podem ter certeza que ficarei muito contente.

Beijos no coração seus lindos.