This Shouldn't Be Happening... escrita por Catharina Lima


Capítulo 2
Up In The Air.




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Mandei um SMS marcando um encontro no outro dia.

"A gente precisa conversar, não vamos fingir que nada aconteceu. Me encontra no Açaí com Mel amanha, as 15h, por favor :)"

Passei a noite stalkeando Pedro. Como era possível ele ter quase tudo haver comigo? Por que logo ele tinha que me chamar atenção? Eu queria algo, mas ao mesmo tempo pensava nas consequências de um provável futuro relacionamento.

No outro dia...

– Bella? - ele chegou sem que eu tenha visto ele entrar.

– Oi Pedro, senta ai.

– Já pediu algo pra comer? - perguntou ele, se ajeitando na cadeira.

– Não. Estou sem fome e ainda com sono, não dormi bem - respondi.

– Ok. Vamos lá, fale o que tinha para falar, sou todo ouvidos.

– É sobre o beijo. Significou algo para você? - perguntei.

– Digamos que... sim - ele respondeu.

– Como?

– Ah, desde que eu cheguei no colégio você sempre foi atenciosa comigo, eu gostei do seu jeito sabe?

– É, mas isso poderia ser uma amizade, concorda? - perguntei.

– Sim, concordo.

– Mas... Porque me beijou?

– Impulso do momento.

– Entendo - conclui.

Pedimos um suco e saímos para passear na praia.

Ele era incrível, gostava da vida. Vivia da melhor forma, fazendo tudo o que queria sem medo. Eu admirava isso nele. Eu ficava fascinada ao olhar para ele e ver o cabelo comprido dele voando no ritmo da brisa.

– É, já deu minha hora. Prometi estar em casa ás 17h - falei.

– Tudo bem. Quer que eu te acompanhe até a parada do ônibus? - perguntou ele.

– Pode ser - sorri.

Meu ônibus chegou e ele me abraçou, deu um selinho e viu o quanto eu fiquei bolada apenas pelo meu olhar. Ele não deveria ter o feito.

Cheguei em casa e o Bruno estava me esperando. Tinha me esquecido totalmente da nossa noite do pijama. Bruno era o meu melhor amigo, o melhor de todos, um irmão praticamente. Era ele que estava comigo em todos os momentos, estando ao meu lado ou não.

Enquanto eu fazia brigadeiro, Bruno escolhia os filmes. Era o dia de comédia, mas eu estava afim de romance. Pedi a ele que escolhesse o "No Espaço Não Existem Sentimentos", um dos melhores filmes que já tinha assistido.

No nosso segundo filme, deitei no colo de Bruno e ele me fez cafuné. Queria acreditar que ele não estava fazendo de propósito, ele sabe que sempre durmo, mas era difícil.

– Sabe Isa, minha Isa. Ninguém te chama assim, só eu. Eu prefiro Isa do que Bella. Não suporto olhar pra você e imaginar uma vampira que brilha na luz do Sol. Você é tão linda, mesmo com essas cicatrizes em cima da sobrancelha que você odeia. Eu sempre estive ao seu lado, ouvi você dizer mil vezes que o seu príncipe tinha que ser primeiramente o seu melhor amigo. EU sou o seu melhor amigo e sempre gostei de você, pena que você nunca olhou para o lado - desabafou em leves sussurros, pensando que eu não estaria ouvindo.

MAS O QUE? O meu melhor amigo gostava de mim e eu nunca tinha percebido isso. Eu estava me sentindo um lixo por isso. Ele tinha razão.

– E... Eu nunca tinha... - fiquei sem palavras.

– Não precisa dizer nada. Eu já sei a resposta. Você vai dizer que nunca me imaginou como seu namorado e que nossa relação não seria a mesma caso passasse de amizade - disse ele, triste.

Parei para pensar novamente no que ele tinha dito. Era a coisa mais linda que alguém já tinha me dito. Eu precisava perguntar para a Hanna e a Lisa sobre o que eu deveria fazer, mas eu tinha certeza que elas apoiariam a minha decisão, até porque, um romance com um professor não pega nada bem.

– Não dessa vez, Bruno.

Bruno era lindo, inteligente, gostava de mim e era o meu melhor amigo, o que eu estava esperando? O príncipe da Varsóvia? Eu me senti no dever de dar uma chance a ele. As vezes temos que seguir nosso coração, mesmo que pareça loucura.

– Quer dizer que... Que você vai me dar uma chance? Você quer ser a minha namorada? - nunca tinha o visto tão feliz.

– Sim - sorri.

– Eu amo esse sorriso tímido que você dá.

Nos beijamos e na real, eu nunca tinha dado um beijo tão bom. Aquela noite foi a melhor.

Bruno estudava na mesma sala que eu, mas nunca sentávamos juntos, sabíamos que se o fizéssemos, iríamos ficar atrapalhando a aula. Mas na segunda feira isso mudou. Ele passou a sentar atrás de mim todos os dias.

Na quinta feira, Pedro não tirava os olhos de mim, eu sentia ele sugando a minha energia só com o olhar.

No intervalo da aula...

– Amiga, foi impressão minha ou o Pedro ficou com raiva ao te ver com o Bruno? - Hanna perguntou.

– Eu não sei, mas eu me senti mal com tantos olhares vindos dele - respondi.

Bruno chegou por trás e me abraçou, Hanna saiu e foi falar com as meninas.

– Amor, o que você tem? - ele perguntou.

Eu não tinha contado nada para ele sobre mim e Pedro. Apesar de ele ser o meu melhor amigo, eu não me sentia a vontade para falar daquilo com ele, eu sentia que ele iria olhar para mim de um jeito estranho.

– Só uma dorzinha de cabeça, mas já vai passar - respondi.

Ele me beijou.

Recebemos o comunicado de que o professor tinha faltado e fomos para casa.

[...]

Na quinta feira seguinte, Pedro havia faltado. E na outra, na outra e na outra. Procurei me informar e haviam dito que era problemas com a família. Tentei ligar para ele e só chamava. Sabia que se mandasse SMS ele iria ler, embora não respondesse.

"O que houve com você? Estou preocupada. Você não comparece às aulas, não atende ligação, eu quero te ver, preciso te ver. Temos que conversar. Açaí Com Mel hoje as 19h? Vá, por favor :/"

Por um momento me arrependi de ter enviado, mas eu precisava esclarecer algumas coisas. Falei com o Bruno, disse que ia visitar o professor e que era meu dever como aluna e amiga. Ele entendeu e nem discutiu. Vesti um short jeans e uma regatinha e fui.

– Pensei que você não iria vir - ele já estava me esperando.

– E não ia.

– O que aconteceu? - perguntei.

– Qual é a daquele garoto?

– Bruno? Ele é meu namorado - respondi.

– Há quanto tempo?

– Depois do nosso "fica", não se preocupe, eu jamais o trairia. Mas porque a pergunta? - perguntei confusa.

– Ok, não vou ficar enrolando. Eu estou gostando de você. Eu não paro 1 segundo sequer de pensar em você, e naquela quinta feira eu iria te falar isso, mas te vi com aquele garoto...

– ... - fiquei sem palavras.

– Eu ia te pedir uma chance, mas vocês parecem apaixonados - completou ele.

– Mesmo que eu estivesse solteira, eu não poderia.

– Porque?

– Como assim porque? - fui arrogante sem querer.

– Só por que sou seu professor?

– Também. Eu não estou preocupada comigo e sim com você. Aconteceria comigo no máximo algumas brigas por motivo de comentários desagradáveis nos corredores e algumas broncas do coordenador, mas com você não. Você além de ser demitido, poderia correr o risco de ser preso por pedofilia. Entende? - respondi.

– Entendo, mas ninguém precisa ficar sabendo.

– É impossível Pedro, eu sou de menor.

Ele se levantou com raiva, derrubou a cadeira e foi embora, todos direcionaram o olhar para mim.


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