Lágrimas desciam teimosas em meu rosto, estava já fazia alguns minutos com o rosto voltado para a janela do carro, enquanto transitávamos, pelas ruas da minha não tão pequena cidade natal, Big Spring não era uma cidade tão pequena, era confortável, não tinha mais a a calma que costumava a ter, mesmo assim era a minha cidade, com boas recordações, algumas recordações amargas, mas isso não importava o que importava era que essa era a minha cidade.Logo limpei minhas lágrimas, e ouvi Olliver respirar pesadamente ao meu lado, dirigindo centrado no pequeno transito da cidade.

– Olliver?

–Sim?- Ele respondeu automaticamente ao ouvir a minha voz.

– Existe algo que eu preciso te contar.- Sua atenção passou do transito para meu rosto em questão de segundos.

– Contar o que ? - Ele perguntou curioso.

– Eu só vou contar quando você olhar para rua, eu não quero morrer hoje.- Na verdade estava incomodada com seu olhar, senti como se seus olhos me acusassem, então ele se voltou para a estrada.

–Pode falar agora.

– Algumas pessoas dessa cidade não gostam de mim.

– Sim isso é normal, não tem como todos gostarem de você.

– Mas eu fiz algumas coisas, e por isso me odeiam.

– O que você fez? - Pude sentir seus olhos sobre mim por alguns segundo.

– Ei tinha 9 anos, duas crianças morreram por minha causa, eu estava brincando com meu primo na piscina, ele n sabia nadar ele, se afogou, eu fiquei paralisada, na época falaram que eu fui cruel, mas foi sem querer.

– Está tudo bem, eu entendo.

– Não, minha vizinha também morreu, ela se jogou de um prédio de a=madrugada, nós saímos para beber quando tínhamos treze anos, as imagens das câmeras mostram que eu tentei ajuda-las, mas alguns moradores dizem que eu a empurrei, eu juro Olli, eu não fiz nada disso. - Disse de maneira fraga, enxugando as lágrimas que corriam soltas novamente, Olliver estacionou o carro e me olhou.

– Não precisa jurar nada eu acredito em você, se você disse que não fez, você não fez, respira se acalme, você vai fazer homenagens a sua mãe hoje e amanha verá seu pai.

– Eu vou ver meu pai?

– Isso vai te fazer feliz?- Ele perguntou olhando para frente, dando partida no carro novamente.

– Vai, eu estou louca de saudades de meu pai e dos meninos.- Eu respondi ainda chorando, Olliver não disse mais nada, seguiu em direção ao Hotel, um belo hotel, eu me lembrava de ter passado em frente a ele, algumas vezes, mas nunca entrei. estacionamos em frente ao Hotel, e logo Olliver abriu minha porta.

– Nossa ele é bonito.

– Nunca veio aqui?

– Não, nem todo mundo é rico igual você.- Falei ainda impressionada com o que via, após entregar as chaves ao manobrista, Olliver me conduziu para o interior do Hotel, muito bem decorado e totalmente harmonioso, não sabia que pudessem existir coisas desse tipo em Big Spring, esperei Olliver pegar as chaves, logo entramos no elevador, só nós dois, as portas se fecharam e percebi que Olliver estava inquieto.

– Olliver?

– Sim?

– O que aconteceu? - Ele logo passou as mãos pelos cabelos, e isso não era nada bom, significava que estava nervoso.

– Nada. -Repondeu tentando controlar o nervosismo, parei em sua frente.

– Nada Olli?

– Eu não vou te acompanhar no cemitério hoje.

– Porque não?

–Eu não posso, eu não tenho direito, isso é um momento muito intimo seu.

– Tenho certeza que pode, meu pai vai estra lá, eu não queria vê-lo depois de tento tempo, sem estar acompanhada.

– Um dos seguranças vai com você.

– Olliver, Como assim um dos seguranças vai comigo, eu não quero eles eu quero você.

– Desculpa, mas eu sinto que todos podem me tirar de você, eu não vou me acalmar até irmos embora, se você quiser ir embora.

– Olliver, meu pai não fará nada.

– E eu também não, pois vou ficar aqui no Hotel.

– Mas .-Logo sou interrompida.

– Mas nada Bella. - Ele afirma em um tom rígido, logo chegamos ao andar, e entramos no quarto.

Cansada de discutir, vou direto ao banheiro me arrumar, mesmo com toda aquela tenção eu iria ver minha mãe com o Olliver ou sem ele. Me demorei um pouco no banheiro, e já sai pronta, vendo Olliver encarar a cidade pela janela.

– Quero que o Hugo vá comigo, digo referindo-me ao segurança que estava comigo desde a primeira vez.

– Será o Hugo então, vou avisa-lo. - Ele diz pegando o celular e sai do quarto, sento-me na cama frustrada, não havia ninguém mais no mundo com o qual eu desejava partilhar esse momento com se não com Olliver, mas parecia que quanto mais ele queria se envolver menos ele se permitia, ponderei por alguns instantes e cheguei a conclusão de que isso ainda era fruto da culpa que sentia, ele não entendia que não tem como ele ser um assassino.

Mas então eu estremeci com um pensamento, e se ele for mesmo um assassino? E se no final de todas as nossas investigações for comprovado que tudo o que dizem é verdade? Ele continuaria se escondendo? Eu o Abandonaria? Ele se entregaria por mim? fui tirada da minha avalanche de perguntas, ao perceber Olliver parado em pé ao lado da cama, e perguntei, como foi que não o vi entrar.

– Desculpa, o que você falou? - me obriguei a perguntar quando vi sua expressão.

– O carro está pronto, vocês já podem ir, não se preocupe quando eu voltar estarei aqui. - Ele afirmou beijando meus cabelos.

– Mas eu queria que estivesse comigo. - Eu disse me colocando em pé, e sem esperara por uma resposta, sai do quarto, me dirigi até onde Hugo estava.

Entrei no carro, e vi as arvores dançarem no ritmo do vento, o carro deu a partida e fomos, respirava pesadamente, já com uma moeda em mãos, era costume meus sempre deixar uma moeda em seu tumulo. Cheguei e encontrei um cemitério vazio, Pedi para Hugo me esperar em uma distância aceitável, eu queri ter um tempo com ela, mesmo que ela não pudesse me ouvir, eu gostava de falar, me fazia sentir bem, sempre fez.

Andei em passos demorados em uma direção que eu já havia decorado, sentei-me em frente a grande pedra.

– Oi Mãe, Te trouxe uma moeda, mas essa é uma versão comemorativa, ela é muito bonita, você iria gostar de ver. - Eu disse depositando a moeda. - Mãe se você foi mesmo pro céu, você já deve saber que estou apaixonada por Olliver, o papai vai ficar louco se souber.

– Eu só não sei o que fazer mãe, e se ele for mesmo um assassino? - Pergunto já deixando minhas lágrimas caírem. - Mãe,se for verdade eu não posso deixa-lo. - Bufei me sentindo frustada. - sinto tanto sua falta, você iria gostar do Olliver, sabe ele é teimoso feito você era. - Continuei a conversar com ela, contei tudo que aconteceu, olhei em meu relógio e já tinham se passado duas horas desde que cheguei, levantei-me da grama limpando minha saia.

– Bella? - Ouvi uma voz muito família, logo virei o rosto pára encontra,a expressão surpresa do meu pai.

– Pai. - Gritei surpresa, correndo para seus abraço.

– Oque faz aqui? - Ele perguntou enquanto me segurava em seus braços, parti o abraço.

– Vim ver a mamãe.

– Você fugiu? - Ele perguntou esperançoso.

– Não, Olliver me trouxe.

– Olliver Storme? - Perguntou sério, assenti timidamente.

– Cadê aquele desgraçado?- Ele gritou descontrolado.

– Não veio, não sei porque está assim.

– Ele não veio, pelo menos ele teve essa decência.

– Pai eu pedi que ele viesse, mas ele não quis.

– É claro que ele não quis, foi ele quem a matou.- Tudo se passou tão rápido que logo meu pai me agarrava gritava feito um louco, me segurou pelos ombros.

– Filha fuja dele, fuja dele. - Lágrimas escorria de meus olhos olhei para o lado em busca de Hugo mas vi o reflexo de Olliver escondido, então eu gritei, com todas as minhas forças, estava com medo de meu pai eu precisava de Olliver.