Nothing at all - Cato & Clove escrita por catniplovegood


Capítulo 2
Capítulo 2 - CLOVE'S P.O.V.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, espero que estejam gostando da fic ! Ela vai ficar um pouco longa e vou tentar postar pelo menos um capítulo todos os dias ok ? Continuem de olho, beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478933/chapter/2

Ao final de longas sete aulas e um pequeno intervalo,fomos instruídos a voltar para nossos armários e esperar os pais no portão da escola. Era proibido crianças menores de 12 anos andarem desacompanhadas dos pais ou responsáveis pela seu sustento. Andei alguns corredores até chegar na porta do meu armário e juntei meus livros e cadernos dentro da mochila. Já estava preparada para seguir em frente quando uma figura se colocou entre mim e o corredor.

E com isso Cato sorriu pra mim. Sinceramente, eu realmente havia esquecido dele ao longo das aulas. Os professores dividam meninos e meninas em atividades diferentes então não passamos muito tempo juntos desde a palestra. Quase não lembrei da promessa de "melhores amigos". Provavelmente ele percebeu pela minha expressão meio vaga, então suspirou e falou novamente.
– Olha eu sei que foram malvados com você,mas ... eu não vou fazer isso.
– Eu sei - Não sei porque disse isso, eu não tinha como saber. Ele me encarou por um tempo até que meio impaciente ele disse :
– Eu ainda quero ser seu melhor amigo. Eu sou legal sabia ?
Comecei a rir e finalmente me senti melhor para dizer mais do que duas palavras.
– Tudo bem, mas não somos melhores amigos tá ? Eu digo quando pudermos ser.
– Você é quem manda !
Seguimos andando juntos até a porta onde começamos a discutir qual fora brincadeira mais divertida do dia. Não fizemos nada de muito sério hoje, pois era apenas uma introdução a escola. As professoras nos avisaram que só começariamos a ser testados depois da semana de adaptação.

– Mas é claro que a escalada foi a melhor parte do dia - Disse Cato, e me lembrei que ele nunca conseguia chegar até o topo da parede.
– Você nunca conseguia pegar o prêmio, como pode dizer isso ?
– Bem ... era divertido cair no colchão várias vezes.
Nós dois rimos e eu me sentia cada vez mais à vontade com a sua presença. Resolvi tentar convence-lo da minha brincadeira preferida.
– Sabe, eu preferia atirar as argolas. Acertei todos os aros e ganhei um prêmio.
– Percebi que você é muito boa, quem sabe podia me ensinar não é mesmo ?
apareceu por trás de mim e me deu um empurrão. Como era pequena e frágil logo cai de cara no chão. Pela segunda vez no dia. Certamente, os outros alunos deveriam pensar que eu era alguma retardada.

Falou a antipática da Nicole. Na mesma hora em que ela se preparava para fazer mais algum comentário maldoso quando Cato deu um empurrão que a fez cair de cara no chão, da mesma
forma que eu há alguns minutos atrás.
– Ei ! Não fala assim com a minha amiga tá legal ?
Ela parecia atordoada e simplesmente se levantou e deu as costas. Eu ainda estava no chão, desconcertada, enquanto Cato se abaixava para mais uma vez
juntar meu material.
– Clove,não pode deixar fazerem isso com você ! Lute !
– Eu não quero lutar, eu só quero sobreviver a mais uns dias nessa escola ... é sò isso - E comecei a chorar. Meu Deus, parece que a única coisa que eu fizera
naquele dia fora chorar. Cato me abraçou e eu me senti um pouco desconfortável.
– Ninguém vai te machucar enquanto eu estiver aqui, é uma promessa.
Nessa mesma hora, um dos pacificadores da porta se aproximou para avisar que meu pai estava na porta. Olhei para ele e pedi um minuto para me despedir de Cato.

– Já estou indo, até amanhã !
– Até amanhã, eu vou esperar você na porta.
Eu sorri mais uma vez e me virei para sair de dentro do prédio. Felizmente meu pai não fez perguntas sobre o primeiro dia e qual minha impressão do lugar. Fomos caminhando em silêncio até passarmos pela Nóz e eu parei por um instante. Meus pais nunca haviam permitido que eu me aproximasse da montanha onde o prédio estava localizado e então finalmente perguntei :
– Papai, o que acontece na Nóz ?
Ele pensou por um tempo e me olhou com reprovação,como se eu não devesse ter perguntado nada.
– Coisas de adulto filha, coisas de adulto. Trabalho. É só isso.
Não muito convencida continuei a andar, espiando algumas vezes. Não sei porque mas sempre achei que alguma coisa muito legal acontecia ali pois tinha um formato engraçado. A resposta do meu pai me fez querer não pensar mais no assunto. Ao chegar em casa, minha mãe me esperava com um lanche na mesa e uma expressão animada. Ela era sempre assim, feliz, sorridente.
– E então meu doce, como foi na escola ? Fez muitos amigos ? Mostrou que você é uma campeã ? Como são as professoras ?

Tentei absorver uma pergunta de cada vez e fiz minha melhor expressão de felicidade. Não queria que ela soubesse que um grupo bastante grande de alunos
pensava que eu tinha algum tipo de retardo mental e que apenas uma pessoa em toda a escola tinha sido gentil comigo.
– Foi bom ... Eu atirei muitas argolas e escalei paredes. Fizemos também algumas corridas e uma professora contou uma história legal sobre um velhinho
que salvou uma população da fome e do desastre fundando um lugar mágico !
Minha mãe me olhava com uma expressão sonhadora, como se estivesse lembrando dos seus próprios tempos de escola.
– Ah então é assim que eles começam a falar da história de Panem para as crianças hoje em dia ? Que meigo !
História de Panem ? Como assim ? Esse era o lugar mágico habitado por pessoas eternamente felizes e que tinham um enorme sentimento de gratidão
pelo seu mestre ? Era meio difícil de acreditar. Na minha história não tinha um jogo assustador onde eu poderia ir e até mesmo ser morta.
– E os amigos ? Você não me falou muito deles ...
– Ah ... sabe. Tem o Cato. Ele é muito legal.
– Cato ? Você quer dizer o filho da Celina ?
Eu parei por alguns instantes e dei de ombros. Eu não tinha perguntado qual o nome dos pais deles e me surpreendi por perceber que minha mãe o conhecia.
– Pobre mulher ... O marido a deixou há muitos anos atrás sem dinheiro e fugiu. Não se sabe dele até hoje. Passou por maus momentos para conseguir criar
o filho. Me admira muito que não tenham morrido de fome. Por um momento imaginei se estávamos falando da mesma pessoa. Cato parecia tão alegre e bem.Não parecia o tipo de pessoa que havia sofrido tantos traumas. Mas, o que eu poderia saber ? Não sabíamos muito um do outro a não ser sobre nossas brincadeiras favoritas. Percebi que minha mãe me olhava com ar de preocupação.
– Querida, cuidado ao se envolver com esse tipo de ... bem ... esse tipo de gente. Não faz bem pra sua imagem.
Eu olhei sem entender direito o que ela queria dizer mas não disse nada. Eu não queria me afastar do Cato. Apenas queria continuar tentando construir pelo menos uma amizade que fosse.

Não demorou muito tempo para eu subir para o meu quarto e trocar de roupa. Já estava começando a escurecer e eu precisava fazer um dever da escola. Tomei um rápido banho e me sentei na escrivaninha do quarto. Tirei meus livros e cadernos da bolsa e me deparei com um pedaço de papel que não estava lá antes. Abri o papel que estava dobrado e encontro um desenho. Muito mal feito por sinal, pois as partes do corpo pareciam palitinhos de fosfóro. Uma menina sorria do lado de um garoto que parecia um super héroi. Havia uma mensagem embaixo do desenho :
" Olha só como se parece com a gente. Eu sempre tendo que te proteger heim ? Espero que você se esperte, ser super as vezes cansa. Com carinho, - C"
Comecei a dar altas gargalhadas que trouxeram minha mãe até a porta do quarto e perguntou :
– Está tudo bem ai querida ?

Eu fiz que sim com a cabeça e ela se afastou de novo. Continuei olhando para o desenho e comecei a pensar que Cato era muito bobo. Eu não precisava ser salva. Ou precisava ? De qualquer forma foi uma demonstração de carinho engraçada. Colei o desenho na parede do quarto e terminei o dever. Feito isso coloquei meu pijama e deitei a cabeça no travesseiro abraçada com um ursinho de pelúcia. Virei por uns instantes e comecei a cair no sono, e pensando que talvez os próximos dias de aula não fossem tão ruins assim.

FIM DO CAPÍTULO 2


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nothing at all - Cato & Clove" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.