– O que a gente tá fazendo aqui mesmo? – o loiro perguntou entediado.

– Esperando o Albus com a Rose, e eles já deveriam ter chegado. – a menina bateu o pé insistentemente no chão. – Acho que vou atrás deles. – Scorpius deu de ombros.

– Boa sorte. – a garota levantou devagar e caminhou a passos lentos até a porta. Quando a morena passou pela porta, o garoto deixou que sua mente se ocupasse pela garotinha com quem dividira a mesa na aula de poções, pensando em como seria legal ouvir certos elogios da parte dela, não que ele se importasse com a opinião dela, pensou, mas, afinal de contas, se ele fizesse um bom trabalho nas aulas de poções, talvez ela ficasse admirada ou talvez quisesse que ele sempre se sentasse ao seu lado. Foi com esse pensamento que ele atravessou a biblioteca atrás de algum livro de poções para iniciantes, afinal, seu pai era muito bom nessa matéria, talvez ele fosse também.

...

– ... Da pra acreditar? – a garota perguntou irritada e o moreno franziu os lábios.

– No que mesmo? - a ruiva bateu na própria cabeça, havia esquecido completamente que falar várias coisas de uma vez, sem interação ou pausas iria confundir a cabeça do garoto, mas, ao invés de ficar irritada, como ficaria com a maior parte das pessoas, respirou fundo para começar a falar de novo, dessa vez da maneira certa. – Tudo começou na aula de poções, eu estava sentada na minha, lendo meu livro quan...

– Rose? Al? O que vocês tão fazendo ai? – Lanna com a respiração cansada, como quem havia corrido. Albus virou a cabeça para o lado, sem entender. A morena bateu na própria cabeça, Albus não havia prestado sequer atenção. – Vocês deviam estar na biblioteca. – anunciou com o cenho franzido.

– Quê? – a ruiva encarou os dois com as sobrancelhas franzidas.

– Eu falei com o Al para vocês irem para lá quando terminassem o almoço. – suspirou. – mas, acho que ele não prestou atenção. - deu um tapa na própria cabeça.

– O que é que tem lá? – a ruiva perguntou curiosa.

– Algo que eu quero mostrar para vocês dois e ao Scorpius. – ela sorriu gentilmente, se sentia culpada pelo que acontecera mais cedo, Albus deu de ombro.

– Eu vou. – o moreno adorava a ideia de ter algum tipo de mistério. – Você vem? – perguntou direcionando-se para a ruiva que mordia o lábio e ponderava mentalmente.

– Acho que... – suspirou, dando-se por vencida. – Vamos lá.

(...)

Quando os garotos chegaram a biblioteca, encontraram Scorpius adormecido sobre um livro, o que fez Lanna ter uma ideia brilhante. Pediu para que os garotos fizessem silêncio e caminhou silenciosamente em direção ao garoto, abaixando-se ao lado dele – ficando na altura de sua orelha – e soprou. Então, Scorpius gritou, Lanna caiu de bunda no chão com o susto, Rose colocou as mãos sobre a boca para, frustradamente, esconder a gargalhada, Albus perguntou o que acontecera e os quatro foram expulsos da biblioteca.

– Primeiro dia de aula, e já estou me metendo em problemas. – a ruiva sussurrou enquanto batia na própria testa.

– Bem, juntamos uma Longbottom, uma Weasley, um Potter e um Malfoy. Era de se esperar. – Lanna disse enquanto ria histericamente junto com Scorpius.

– Alguém pode me explicar o que aconteceu? – o moreno parecia mais confuso do que o normal.

– Madame Clearwater nos expulsou da biblioteca. – Rose começou devagar, deixando que o garoto absorvesse a situação. – Porque eu gargalhei, a Lanna caiu e o Scorpius gritou. – pausou outra vez. – Porque a Lanna assoprou a orelha de Scorpius, entendeu? – o garoto balançou a cabeça acenando que entendia em parte. – O que você não entendeu?

– Por que a Lanna assoprou a orelha do Scorpius? – a ruiva suspirou antes de continuar.

– Porque ela quis assustar o Scorpius, e conseguiu. – pausou para que ele entendesse. – Scorpius gritou com o susto, e o seu grito assustou Lanna. – o garoto assentiu, afirmando que entendia. – Com o susto, Lanna caiu, e eu ri da queda dela, faz sentido agora? – o menino balançou a cabeça afirmativamente.

– Só não entendi por que eu fui expulso. – os três se entre olharam por alguns segundos antes de cair na gargalhada, enquanto Scorpius continuava sem entender. - O que foi? – perguntou com o cenho franzido.

– Você não fez nada. – Lanna começou.

– Só que foi expulso... – Scorpius continuou.

– Porque estava com a gente. – Rose terminou, fazendo todos voltarem a rir, incluindo o moreno, que bateu na própria cabeça.

– Que falta de sorte. – ele comentou entre as gargalhadas.

– Afinal, o que era que você queria mostrar Lanna? – a morena levantou as sobrancelhas, lembrando do pergaminho.

– Oh certo... – ela olhou ao redor. – Venham comigo. – a garota sabia o lugar certo para fazer isso, o banheiro da murta-que-geme era perfeito, foi pra lá que os levou.

– O que estamos fazendo no banheiro feminino? – Scorpius perguntou com cenho franzido.

– Por que ninguém vem aqui... – começou Lanna.

– Ninguém vivo... – corrigiu Rose. – É o banheiro da murta-que-geme, onde será que ela está? – perguntou-se a garota, Scorpius assentiu e Lanna bufou, mais uma vez era corrigida por Rose Weasley. Ignorando a falta do fantasma, voltou a se pronunciar. – Então, o que é? – perguntou curiosa, Lanna retirou o pergaminho das vestes.

– Alguém está afim de aventura? – a garota abriu o pergaminho e deixou no chão para que os outros vissem.

"Você quer jogar um jogo?

( ) Sim( ) Não"

– Com certeza! – Albus falou animado, o que era de se esperar, sendo Albus quem era.

– NEM PENSAR! – exclamou a ruiva rapidamente. – Vocês estão malucos? Isso é loucura, vamos acabar nos metendo em alguma enrascada, não contem comigo. – cruzou os braços, fazendo Lanna revirar os olhos.

– Eu meio que concordo com a Rose, - o loiro levantou as mãos em rendição.

– Ah, não sejam covardes. – Albus falou com os braços cruzados.

– Nem todos nós somos grifinórios, não temos essa coragem infinita... – a ruiva franziu o cenho. – Lanna, por acaso, você pensou se deveria mesmo fazer isso? Pensou em tudo que pode dar errado? Ninguém nunca ouviu falar sobre nada disso. – Lanna levantou as sobrancelhas e sorriu torto.

– Claro que eu não pensei se deveria ou não fazer, você quer que eu desista? – ela negou com a cabeça. – Não sou uma desistente, e acho que vai ser legal. Estaremos nos ligando de alguma forma, trabalhar em equipe e estreitar laços. – a morena sorriu. – Afinal de contas, pode ser um jogo de patinhos e nós nem sabemos.

– Ou pode ser algo que nós mate. – a ruiva argumentou, fazendo o loiro engolir em seco.

– Tenho que concordar com a cenourinha outra vez. – a garota ficou da cor de seus cabelos, esse apelido era ridículo.

– Não me chame assim. – ralhou a ruiva e depois voltou a encarar o moreno. – Você quer morrer? – o garoto negou. – Ótimo, então, não vamos jogar.

– Ah, qual é Rose, e se for algo super legal? – Albus estava animado. – Todo mundo tem a sua história em Hogwarts, aqueles que não deixam sua marca ou seu legado, tem maravilhosas lembranças para se contar, essa é a nossa vez. – todos olharam para Albus assustados.

– Eu ainda acho que estamos mexendo com o desconhecido, não sabemos o que esperar. – ela encarou os pés, estava realmente curiosa para saber o que era. A maldição da Corvinal, curiosidade excessiva, pensou.

– Então, vamos descobrir! – o moreno falou e esticou a mão para ela.

– Tudo bem, tudo bem. – disse e segurou a mão do primo. O loiro sentiu suas bochechas ficarem vermelhas ao ver as mãos dos dois juntas, oh Merlin, o que estaria acontecendo? Porque não via Rose como via Lanna? Martirizou-se. – E você, vem? – perguntou a ruiva, o garoto estava muito confuso, mas seria a chance para impressioná-la, não é.

– Certo. Eu vou. – a morena não perdeu, já estava pegando a pena, quando uma pena mágica surgiu sobre o pergaminho, os quatro se encararam. – Tem certe... – a morena não deixou que ele completasse, não poderiam hesitar mais, segurou a pena com firmeza, e marcou.

“(X) Sim”

– E agora? – perguntou a ruiva, e então, mais frases começaram a aparecer.

“Escrevam seus nomes completos, casas e idade.”

Albus foi o primeiro, seguido de Lanna, seguida de Rose e por último, um relutante Scorpius.

“Albus Severus Potter – Grfinória – 11 anos.

Alice Lamonna Longbottom – Lufa-Lufa – 11 anos.

Rose Jane Weasley – Corvinal – 11 anos.

Scorpius Hyperion Malfoy – Sonserina – 11 anos.”

Após escreverem, os nomes brilharam cada vez mais forte, até que nenhum deles pudessem ver, todos recuaram e fecharam os olhos, mas aos poucos, a claridade foi voltando ao normal e no lugar de um pergaminho, haviam quatro, cada um com o nome de um dos garotos: Alice, Rose, Albus e Scorpius. Abaixo de seus nomes, havia algo escrito.

“Iniciação Completada! Bem-vindos a 1ª fase.”

*