Foi numa segunda escrita por Jessie


Capítulo 10
Último


Notas iniciais do capítulo

Resumi tudo o que eu queria que acontecesse, num só capítulo. Ufa. Enfim, essa história foi escrita quando eu tinha uns 15 anos, e eu até gosto dela. Mas tem algo melhor vindo aí, garanto! Espero que me acompanhem na próxima. Ah, e lá em baixo a gata da Jully, finalmente. Eu, particularmente, a acho muito linda *-* Bom, sem mais delongas... Boa leitura!



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Que estranho. Lorena finalmente havia me revelado seus tais motivos, e, sinceramente, não era nada do que eu imaginava. Pensei que fosse algo muito mais sério, sei lá.

Desci até a cozinha, ainda pensando no que acabara de acontecer. Eu realmente devia fazer algo a respeito.

Ponderava sobre minhas alternativas, quando ouvi passos atrás de mim.

– Jully... – Ouvi Lorena me chamar.

Espera... Lorena?!

– Jully! – Ela me alcançou.

Me virei para encará-la.

– Já pedi desculpa Lorena... Não se preocupe, não vou mais te perturbar. – Falei, dando meia volta.

– Não, espera! – Alcançou o meu braço. – Você tem razão... Pra variar. – Sorriu no canto da boca. – Eu que tenho que pedir desculpa. – Disse e abaixou o olhar.

Aquilo sim era quase um milagre. A Lorena, me pedindo desculpas! Não evitei um sorriso.

– Vamos deixar isso pra lá, tá bem? – Eu respondi dando dois tapinhas no braço dela, num sinal de trégua.

– Tá. – Ela sorriu, enxugando algumas lágrimas que restavam. Eu sorri de volta e comecei a andar em direção à geladeira, quando ela me chamou outra vez.

– Ah, meu irmão gosta de você sabia? – Ela disse com um sorriso maior ainda, e saiu pela porta.

Eu corei. Corri pro meu quarto e me joguei na cama. Só podia ser brincadeira.

***

Alguns dias se passaram e eu e Lorena nos aproximávamos cada vez mais. Aos poucos eu ia descobrindo que ela não era tão má assim.

Na aula, Caio continuava me olhando, mas não fazia nada. A não ser pelo dia em que me mandou mensagem, pedindo pra voltar. Depois de muita conversa com a Thaís eu sabia exatamente o que responder. Disse a ele que eu sabia que no fundo ele era um cara legal, mas que ele deveria deixar algumas coisas de lado pra que esse cara pudesse aparecer. Que ele tinha muito o que amadurecer, não por mim, mas por ele, que ele se sentiria bem melhor. Que não voltaríamos por que nossas chances já tinham sido usadas e haviam se esgotado, mas que desejava o melhor pra ele e que ele pensasse bem em tudo o que eu falei. Thaís estava orgulhosa de mim, assim como eu mesma. Senti-me ainda mais orgulhosa por saber que eu havia tentado ajudá-lo, e como ele não deixou que eu o ajudasse não havia mais nada que eu pudesse fazer.

Ah, e tinha o Matt. Lorena não tinha me falado mais nada sobre ele além daquilo, e ninguém sabia, mas aquilo rondava a minha cabeça desde o dia em que ela havia me falado. Eu também não o vi direito depois daquele dia. Até que num sábado ele resolveu aparecer.

– Você em casa, Matt? – Eu falei rindo. Estava sentada na beira da piscina lendo, mas o vi chegando. De repente ele estava sentado ao meu lado.

– Engraçadinha. – Ele falou, segurando meu rosto e o apertando levemente.

Mostrei a língua pra ele, com uma expressão divertida.

– Pequena... – A mão dele estava agora segurando meu queixo.

– O quê? – Eu me distrai tanto olhando para os olhos dele, que esqueci de reclamar pelo apelido indesejado.

Ele suspirou e soltou meu queixo.

– Ouvi que você e a Lorena são amigas agora. – Ele falou casualmente.

Eu sorri.

– É, quase isso.

– Meus parabéns. – Ele falou pousando uma mão sobre a minha perna.

– Pelo quê? – Perguntei.

– Pela coragem! Eu, no seu lugar, nunca teria falado com ela do jeito que você falou. – Ele riu.

Balancei a cabeça e sorri.

– Você me disse que ela tinha motivos. Não era mais simples me contar de uma vez os tais motivos? – Eu perguntei, desviando o olhar pra piscina.

– Eu sabia que você iria procurar saber.

Arqueei uma sobrancelha pra ele.

– Sabia?

Ele balançou a cabeça positivamente. Estava sério. Continuou apenas me olhando por alguns segundos.

Eu, completamente tímida, ia me levantar quando ele apertou minha perna com a mão que continuava lá. Não falou nada, só colocou a mão no meu pescoço e me beijou. Não durou muito, mas foi o suficiente pra me deixar arrepiada.

– Pensei que você não gostasse de mim. – Eu disse, confusa.

– Você não sabe de nada. – Ele soltou um risinho, se levantou e começou a andar.

– Espera! – Eu gritei e me levantei. Ele parou.

– Você não pode me beijar e simplesmente ir embora desse jeito. – Eu falei irritada, com os braços cruzados. Ele se virou, andou até onde eu estava e passou uma mão pela minha cintura.

– Tudo bem. – Ele sorriu e me beijou novamente. Dessa vez, um beijo mais demorado.

Quando finalmente me soltou, deu um passo pra trás e ficou me olhando. Eu não sabia o que dizer.

– E a menina no seu celular? – Eu arrisquei.

– Minha irmã. – Ele disse sem rodeios.

– O quê? Que irmã? – Perguntei desconfiada.

– Filha do meu pai.

– Filha do seu... pai. – Eu repeti. – Mas...

– Chega de perguntas. – Ele falou, se aproximando para outro beijo.

***

O mês terminou mais rápido do que eu imaginava. Meus pais voltaram da viagem e eu pude finalmente ir pra minha casa. Eu e Lorena tínhamos nos tornado amigas, quem diria... Aliás, ninguém diria, porque ninguém acreditou até que nos vissem juntas. Contei pra Thaís que estava namorando o Matt. Ela teve várias reações na hora: surpresa, espanto, um pouco de ciúmes dos dois, mas acima de tudo ela ficou feliz. O Matt era tudo o que eu não esperava e tudo o que eu precisava. Ah, quando ele disse que tinha uma irmã, “filha do pai”, eu ia perguntá-lo se ele tinha conhecido o pai dele e como isso tinha acontecido, quando ele me interrompeu. Mas tudo bem, mais tarde ele me contou a história em detalhes. O Caio, bem, ele continuou sendo o Caio. Acho que um dia ele toma jeito. Aquele mês, o que seria o mais terrível da minha vida, acabou sendo o mês em que eu mais cresci e amadureci. Ah, a Nena adorou a ideia de Matt e eu estarmos juntos! Ela disse que estava mais do que na hora. E estamos muito bem, obrigada. A gente briga de vez em quando, mas seria chato se isso não acontecesse. Sim, também discuto com a Lorena de vez em quando, porque apesar de tudo somos muito diferentes, mas estamos aprendendo a lidar com isso. E eu... Bom, toda noite eu agradeço por aquela segunda-feira tediosa e nublada ter acontecido na minha vida.

***

Jully Campbell


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Notas finais do capítulo

Jully: linda, fofa, meiga e apaixonada. Finalmente encontrou o amor em, quem diria, Matt.

Espero que tenham gostado! E, outra vez, acompanhem minha próxima fic. É muito hot hahah. Beijos, vejo vocês lá