Foi numa segunda escrita por Jessie


Capítulo 9
Penúltimo


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu estava pensando em escrever mais, mas como não houve muitos comentários etc, vou deixar como estava a princípio. Obg a quem vem acompanhando, espero vê-los na próxima história! Lá em baixo, o gato do Matt rs. Boa leitura.



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Fiquei esperando por Matt na frente da casa da Thaís, e não muito tempo depois ele chegou. Despedi-me e fui até o carro. Abri a porta e entrei.

– Vamos, pirralha. – Disse sem olhar pra mim, mas com uma ponta de sorriso nos lábios.

Cruzei os braços e fechei a cara até chegarmos.

Assim que ele estacionou na frente de casa, saí do carro apressada e segui até a porta sem esperar por ele.

Já estava na sala, pronta pra subir as escadas quando o senti agarrando meu pulso.

Devia haver algum prazer estranho em fazê-lo, pois já era a segunda vez naquele dia.

– Me solta! – Gritei com raiva e surpresa ao mesmo tempo. Mas ele não o fez.

– Espera. – Pediu.

Algo na voz dele me fez permanecer parada.

Ele pousou o olhar em mim por algum tempo, pensativo.

Então riu de alguma piada interna, que só ele sabia.

Por fim, soltou meu braço.

– Qual é a graça? – Perguntei, esfregando o pulso.

– Nada não, pequena. – Ele disse segurando meu queixo, enquanto sorria encantadoramente. Estreitei os olhos, confusa e irritada. Virei sem mais comentários, e subi.

Entrei no meu quarto, fechei a porta atrás de mim e encostei-me a ela, com a respiração acelerada.

– O que diabos esse... – Estava falando comigo mesma quando passos no corredor me interromperam. Coloquei uma mão na boca por reflexo e encostei a orelha na porta para ouvir direito.

Sim, ela está aqui há alguns dias, uma voz feminina falava. Ai, eu espero que esse mês passe bem rápido. Não a suporto!

Lorena. De repente eu estava com muita vontade de ir até lá e dar uns tapa naquela loira oxigenada mimada, quando me lembrei do que o Matt havia me dito. Talvez ela tenha motivos.

Respirei fundo e abri a porta. Ela já estava bem próxima ao próprio quarto, que ficava apenas a alguns metros do meu, mas parou ao ouvir a porta se abrindo, então se virou.

– Depois falo com você amiga. – Sussurrou ao celular e desligou. – O que foi menina? – Indagou com uma mão na cintura.

Juntei toda a paciência que eu tinha e andei até ela.

– Tudo bem, eu já sei que você não gosta de mim. – Tentei falar calmamente. – Prometo que nem apareço mais na sua frente pelo resto do mês – Lorena não esboçava qualquer expressão. – Mas... Pelo amor mulher, isso vem desde os nossos, sei lá, oito anos! Você não acha que estamos muito velhas pra isso?

Ela abaixou o olhar.

– Eu cumpro o que acabei de prometer – Continuei – Se você me disser o motivo de tudo isso.

Lorena levantou a cabeça irritada.

– Não preciso te dar explicação! – Gritou, bufando.

Recuei um passo.

– Por que ficou nervosa? – Mordi o lábio. – Se não quer responder, tudo bem. Eu entendo. – Esclareci, dando a volta até o quarto.

– Claro perfeitinha. Pode ir. – Falou claramente sem paciência.

Parei de andar e me virei pra ela.

Aquilo tinha começado a ficar interessante.

– Espera. O quê? – Perguntei, arqueando uma sobrancelha.

– Sempre foi assim! – Ela gritou. – Sempre tirou notas perfeitas, sempre fez tudo direito, sempre era elogiada. Eu cansei de ouvir minha mãe falando “Lorena, por que você não é como a Jully?”, “Lorena, sua prima Jully não ficou em recuperação como você, por que não segue o exemplo dela?”. Isso me irritava muito.

Aproximei-me mais um pouco.

– Perfeita? Tudo direito? – Ri sem graça. – Que tolice, isso não é motivo pra odiar alguém! Ainda mais por tanto tempo, ainda mais uma pessoa da família Lorena.

Ela balançou a cabeça.

– Viu? Sempre quer fazer tudo do jeito certo. – Bufou.

Ri outra vez.

– Você está muito enganada. Eu também não gostava nenhum pouco de você, e sentia muita vontade de arrancar todo seu cabelo fora. – Cruzei os braços. – Você mais do que ninguém sabe que de perfeita eu não tenho nada. Aliás, a perfeita aqui sempre foi você.

– Eu... – Ela começou a soluçar. – Você não entende!

Arregalei os olhos.

– Tá chorando?! –Perguntei espantada. Eu nunca tinha visto aquilo antes.

Ela passou as costas das mãos pelos olhos e deixou-se cair, deslizando pela parede do corredor. Olhei pra ela por alguns segundos, incrédula.

– Olha, desculpa se eu... – Comecei a falar, mas ela me interrompeu.

– Me deixa em paz. – Gritou entre lágrimas. Tentei protestar, sem sucesso. – Por favor. – Pediu num fio de voz.

Suspirei e fiz sua vontade, deixando-a sozinha.

***

Matt Campbell

***


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Notas finais do capítulo

Matt é o irmão adotado de Lorena, o que pode explicar como ele não tem nada a ver com ela. É sério e meio irônico às vezes, mas tem seus momentos de brincadeira.