#Sarah

Ela estava extremamente, incondicionalmente, apaixonada por ele. Esse sentimento crescera ainda mais nas duas ultimas semanas, depois que ela voltou dos mortos. Jude havia arrumado umas trouxinhas e levado até o apartamento dela. Dali ele jurara sair apenas quando ela se sentisse segura novamente. Ele saia para trabalhar todo dia de manhã, mas a deixava na casa de Logan, até que chegasse a hora de ir para o restaurante, então ele pedia licença a Ellie e ia buscá-la para levá-la ao trabalho em segurança. Enfim, ele estava sendo um doce. Sua recuperação estava indo de vento em poupa graças a ele e sua persistencia de fazê-la sentir-se segura novamente. Sarah queria viver com ele para sempre.

Mas não era só isso. Algo também a estava deixando cismada. Ele ia trabalhar, em uma boate recém reformada, confabulava com os amigos sobre algo e, quando ela chegava perto, eles disfarçavam. Todo aquele mistério a estava deixando chateada. Odiava ser a ultima a saber das coisas, mas disfarçara bem seu incomodo.

Certo dia, ele havia, como andava fazendo sempre, ido buscá-la na casa de Logan para levá-la ao restaurante, só que, em vez de pegar a rua para lá, ele desviou em direção ao parque.

– Porque estamos indo para o parque? Eu estou atrasada, baby - ela pediu gentilmente, fazendo-o sorrir.

– Eu pedi folga para você. Tenho uma surpresa. Confie em mim - disse Jude.

Ela mais do que confiava nele, ela o amava, por isso, seguiu em direção ao parque sem perguntar mais absolutamente nada.

Chegando lá, todos os seus amigos estavam de pé diante de um palco improvisado. Ellie, Davis, seu irmão Logan, seus primos Lilly, Jamie e Lydia, Ben, até mesmo seu pai e sua mãe, Kevin e sua equipe de televisão. Aquilo estava a deixando louca. Não estava bonita o suficiente para aparecer na televisão.

Jude a guiou até aquele palco, um homem e uma mulher da equipe de Kevin colocou um microfone nele, depois nela e Kevin começou a falar diante de um câmera.

– Estamos aqui hoje para gravar uma declaração de amor em rede nacional - quando ele disse isso, as mãos dela começaram a tremer e Jude a segurou, tentando passar mais confiança e menos pânico - Esse será o declarante. Qual é seu nome, rapaz?

– Sou Jude Davis. Todos devem conhecer minha mãe, a antiga dona da Clothes over Bros - ele disse numa naturalidade, como se estar diante de uma câmera fosse um sonho realizado.

– E a homenageada se chama?

– Ah, sim... sou Sarah Evans - ela respondeu, lutando contra si mesma para não gaguejar diante de rede nacional, mas ela jurou mentalmente matar Jude mais tarde.

– E então, Jude? O que tinha a dizer para essa moça? - Kevin sorriu, se afastando.

– O que eu tinha a dizer? Bem, é simples... - seu coração pulou dentro do peito ao vê-lo se ajoelhar diante dela, pegar sua mão e beijá-la - Quando você foi tirada dos meus braços, mesmo depois de eu ter levado aquela surra, eu me recusava a pensar que nunca mais te veria e te beijaria, porque eu te amo demais para pensar em viver sem você, Sarah. Meu coração doia só de pensar em viver um dia sequer sem a certeza de que teria você ao meu lado novamente. Amar você é a melhor e a pior coisa da minha vida, porque você é a minha vida e, um minuto longe de você, eu já estou morto - ela já estava chorando, mesmo sem ouvir o que ela tinha certeza de que iria ouvir - Amor da minha vida, você me daria a honra de ser seu, só seu, para sempre? Se casaria com um barman que nao vive sem você?

– Jude, me responde uma coisa? Eu pareço louca para recusar? É claro que sim!

Ele se levantou do chão, a pegou no colo e a rodopiou no ar, depois beijou-a e a colocou no chão. Ben, que estava lá embaixo, subiu no palco com uma caixinha de aliança na mão.

– Aqui! Guardei com carinho - ele disse. Jude bagunçou o cabelo dele com as mãos e sorriu. Ele colocou o anel no dedo dela e beijou-o. Os dois se beijaram mais uma vez.

– E quando será o casório? - Kevin perguntou.

– Eu não sei, mas, com certeza, a Tree Hill inteira está convidada - Sarah respondeu. Jude a levou de volta para casa e a beijou na entrada do apartamento.

– Viveremos aqui ao casarmos?

– Viveremos aonde você quiser, meu amor - ela respondeu. Sarah nunca havia se sentido dessa forma, apaixonada e especial para alguém. Ela nunca havia namorado sério, mas agora, ela estava noiva e não adiaria sua união com o amor de sua vida por nada.

– Podemos casar no fim do ano? - ela pegou na mão dele e o guiou até o quarto - Quer dizer, antes do natal e ano novo? Podemos nos casar em novembro, o que acha?

– Acho que te amo - ele respondeu.

Sarah o puxou pela nuca e o beijou. Ela sentiu suas mãos quentes invadindo sua regata preta e levantando-a, até deixar seus seios nús. Ele também tirou a camisa e os dois se beijaram. Ela o empurrou em direção a cama e montou em cima dele, acariciando seu corpo e o beijando, centimentro por centimetro, até chegar ao pescoço e dar uma leve mordida.

– Podemos deixar isso para a lua de mel? Eu sei que já fizemos, mas eu quero esperar um pouco agora. É loucura?

– Loucura é o que eu sinto por você - ele a capturou pela cintura e a jogou em direção a cama, tomando lugar em cima dela e invertendos os papéis, enchendo-a de beijos - Eu espero o que for, amor.

Ela havia desabotoado o short e jogado longe. Apenas vestida com uma calcinha, ela deitou-se no lado direito da cama e puxou o braço dela para envolvê-la. Ela colocou a mão dele sobre seu seio nú e sorriu com a boa vibração que aquilo a fazia sentir. Queria ficar daquele jeito para sempre, nos braços de seu amado.

– Assim você acaba comigo! Como quer que eu espere? - ele brincou, beijando a parte de trás da nuca dela a cada dez segundos.

Seus sentimentos por ela pareciam mais intensos e ela não queria que isso acabasse nunca mais. Ela virou seu corpo na direção dele.

– Hoje aqui, só nós dois, eu sinto que já sou sua, independente de fazermos sexo ou não antes do casamento. Eu quero amar você, quero casar com você - ela chegou seu corpo mais perto e começou a beijá-lo. A lingua dele trombando com a sua, a sensação de que o casamento estava longe demais para ela conseguir suportar ficar no mesmo ambiente que ele sem cair em tentação - Talvez não devamos esperar.

– Talvez esteja certa - ela se sentou na cama, passando sua calcinha pelas pernas, pelo calcanhar e, finalmente, pelos pés. Ela a rodou com o dedo indicador, brincando, fazendo-o sorrir, e a deixou cair perto do guarda roupa, alguns centimetros longe da cama - Tem certeza?

Ela montou novamente em cima dele, mordendo os lábios, passeando suas mãos do ombro até a cintura dele. Tocar aquele corpo a deixava com um prazer maior do que qualquer outro sentimento que um dia sentira. Maior do que o medo, de quando estava nas mãos daqueles homens e daquela mulher, que ela não reconhecera a voz até hoje.

– Eu quero você. Disso eu tenho certeza! - ela respondeu, jogando seu cabelo para trás e passando seu corpo nú por cima dele. Jude sorriu. Ele a jogou para baixo novamente e começou a se movimentar em cima dela. Sarah fechou os olhos, como fez da primeira vez. Ela começou a se lembrar daquele dia, da luz do luar os abençoando, dos gemidos que ambos soltavam, se misturando com o cantar dos grilos escondidos no verde do mato. Ela não havia percebido quando tinha começado a gemer, sentindo aquele desejo de mais, aquela vontade de que ele continuasse e nunca parasse. Ela o amava, como nunca amara ninguém em toda a sua vida.

#Jude

Sarah havia adormecido em cima de seu braço. Era a segunda vez que os dois faziam amor e, logo, eles fariam depois de casados. Ao lembrar do olhar assustado dela ao ver todo aquele circo armado no parque e ao vê-lo ajoelhar-se aos pés dela, ele sorriu. Por mais que ela tentasse, nunca adivinharia que aquilo seria um pedido de casamento.

Ela era tão linda que, até dormindo, ela encantava. A cada segundo, ela dava um leve suspiro, como se estivesse sonhando com um replay do ato de amor que eles fizeram a pouco. Vê-la gemer de prazer fazia com que seu próprio prazer estivesse completo. Era tudo o que ele queria, vê-la feliz e satisfeita. Ver aquele sorriso em seu rosto, aquele semblante de que nada poderia fazer sua vida ficar melhor do que estava agora. Eles estavam comemorando cedo demais. Quando o celular dele tocou, veio aquela sensação de que se ele atendesse, se arrependeria durante longos e longos anos, mas, aquele som havia ameaçado acordá-la e ele evitaria que isso acontecesse.

Jude roubou seus braços de volta. Ela quase acordou, mas continuou dormindo. Ele saiu do quarto e foi até a sala, atendendo.

– Alô! - sua voz era entediada.

Jude, aqui é a Lydia...– ele pensou em desligar em seguida, mas, pela sua voz, ou ela estava chorando ou ela estava completamente bebada - Você foi o único que atendeu meu telefonema. Você é o único que gosta de mim, não é?

– O que houve, Lydia? Você está bebada? - claramente, sim, estava.

Bebada? Quem, eu? Mas porque eu beberia? Só porque pediu aquela loira em casamento não significa que eu vou encher a cara. Não seja convencido.

– Mas foi você que... deixa para lá! Aonde você está, Lydia? Vou avisar ao seu irmão - perguntou. O tom dela estava deixando-o angustiado.

Deixa de ser idiota, Jude. Eu não vou dizer aonde estou... seu discurso foi lindo, sabia? Fiquei emocionada– ela deu uma fungada por trás do telefone. Provavelmente estava chorando de novo - Olha, vai acontecer uma coisa amanhã, e eu faço por você. Agora sei que é a loira que você ama e não a mim. Quero que me prometa uma coisa, está bem?

– Prometo o que? Está me assustando. Fala aonde está que eu te busco, está bem?

Deixa eu falar, Jude... Primeiro, você diz a Ellie que uma reviravolta vai acontecer na vida dela. Ela tem que se afastar do Logan. Em segundo, me prometa que, depois de amanhã, você vai ouvir as pessoas falarem coisas horriveis de mim, mas vai lembrar da garotinha que você brincava quando pequeno e que você beijou aos quinze anos. Apague tudo o que aquela garotinha fez depois disso. Só se lembre da minha bondade e inocencia, está bem? Promete?– seu tom era de despedida. Ele odiava aquele tom.

– Eu prometo! Lydia, não faça nenhuma besteira. Podemos voltar a ser aqueles dois meninos novamente. Aqueles grandes amigos de infancia. Lydia...

Eu nunca deixei de amar você. Engraçado essa coisa, não é? O amor? Para alguns, é uma benção, como você e Sarah. Para mim, foi uma maldição. Quando nos vermos novamente, prometo ser uma pessoa melhor. Diga a Davis que eu nunca fui aquilo que ele merece ter, por isso nunca alimentei suas esperanças.

Depois disso só um bip e um sentimento de amargura no peito. O dia perfeito havia se tornado terrivel, mas, mesmo depois de tudo o que ela fez, Jude esperava que ela encontrasse a felicidade em alguma esquina, nem que fosse ao lado de seu gemeo, mas, um amor de verdade, uma felicidade de verdade e não migalhas.

No dia seguinte, ele havia acordado e observava Sarah acordar lentamente. Ela havia desmaiado na cama, praticamente, sem perceber que ele só pegara no sono de madrugada.

– Bom dia, noiva! - ele brincou. Ela virou em sua direção e encheu o rosto dele de beijos.

– Bom dia, noivo! - respondeu, recebendo um beijo na boca.

O celular tocou e, depois do terceiro toque, ele atendeu, aflito.

Jude, aqui é a Lilly. Tenho uma novidade no caso da Sarah.

– Ah, é? - ele respirou aliviado. Pelo menos não foi um 'acharam um corpo'

Eu sinto dizer, mas, minha prima Lydia procurou o delegado Thomas e disse que sabe quem sequestrou a Sarah. Disse que foi a Jen, com a ajuda dela.

– Como? Jen e Lydia foram as mandantes do sequestro? - Sarah congelou ao lado dele.

Agora ele havia entendido. Lydia não estava se despedindo. Ela estava pedindo perdão por ter sequestrado Sarah.

Sim. Jen teve a ideia e ela a ajudou. Parece que Jen e Logan tem uns assuntos pendentes e ela quis ameaçá-lo, enquanto a Lydia... bem, você sabe porque.

– Porque ela é louca. Bem, obrigado por ligar, Lilly. Tenho que acalmar Sarah agora.

Certo. E, parabens pelo noivado!

Ele desligou o celular e abraçou a noiva. Lydia havia pedido para ele não odiá-la, mas, a única coisa que ele pensa é em torcer o pescoço dela.