A Nova Geração escrita por BlindBandit


Capítulo 6
Curando Velhas Feridas




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Maka estava com Ryan no colo, andando de um lado para o outro no quarto. O bebe estava com os olhos semicerrados, quase adormecendo quando o espelho tremeluziu e uma figura mascarada usando um traje preto apareceu na tela, falando em um tom muito alto.

– Aloooo Maka-Chan! – disse o Shinigami.

O bebe levantou a cabeça imediatamente, curioso pela voz no espelho. Maka voltou-se a ele.

– Shinigami-sama! – ela disse irritada - É necessário era gritaria? Ryan estava quase dormindo!

– Oh, perdão Maka-Chan. – ele disse. – Olá bebezinho.

Ryan colocou as mãos gordinhas no espelho.

– Você precisa trazê-los aqui quando voltar a dar aula, eu ainda não os conheço.

– Pode ter certeza, mas, porque a ligação inesperada? Aconteceu alguma coisa?

– Bom, na verdade sim....- começou o Shinigami, mas ele foi interrompido pelo pai de Maka empurrando-o para fora do espelho.

– MAKA QUERIDA- disse spirit – OLHE COMO MEU NETINHO ESTÁ LINDO! OLÁ RYAN!

– Papa, isso é serio, Shinigami estava tentando me fazer um comunicado. – disse Maka emburrada.

– É, eu estou tentando fazer um comunicado – disse o Shinigami, empurrando Spirit para fora da tela. – Voltando a onde paramos, há um pequeno levante das organizações da Aracnophobia, alguns de seus antigos “ participantes “ estão fazendo estragos nos vilarejos, eu poderia pedir para um grupo de estudantes, mas como você e Soul conhecem melhor o assunto.

– Mas, quem vai cuidar dos gêmeos se eu e Soul estivermos fora?

– Miau, eu cuido – disse A gata na janela.

– Blair! Você voltou!

– Sim – ela disse se transformando e sentando na cama. – Eu posso cuidar dos bebes, eu já fiz isso antes.

– EU POSSO AJUDAR- gritou o pai de Maka.

– Eu aprecio sua ajuda pai, mas eu prefiro não deixar você e a Blair aqui sozinhos com meus filhos... Quem sabe uma outra vez? E eu aposto que você tem muito a fazer ai com Shinigami-sama.

– Ok, então está decidido – disse o Shinigami – Mandarei Soul para ai com todas as instruções. – O espelho tremeluziu mais uma vez e o reflexo de Maka segurando Ryan voltou a aparecer.

– Blair, você tem certeza que dá conta? Eles não são fáceis.

– Absoluta. Não precisa se preocupar Maka – disse a gata tomando o bebe dos braços da mãe. – Eu posso tomar conta dessa gracinha.

Maka ensinou Blair tudo o que ela precisava fazer para ficar de olhos nos bebes durante algumas horas,e assim que ela terminou, Soul entrou pela porta.

– Ta pronta? – ele disse com aquele olhar cheio de energia que ele so tinha quando recebia uma missão. Soul odiava ficar parado por muito tempo.

– Sim. – respondeu ela.

– Otimo, te explico tudo no caminho – ele disse pegando ela pela mão e levando escada abaixo.

...

– Aqui estamos – disse Maka pulando da garupa da moto.

O vilarejo parecia deserto. Todas as janelas e portas das casas estavam fechadas e trancadas, e ninguém passava nas ruas.

– Onde foi parar todo mundo? – Soul se perguntou.

– eu gostaria de saber – disse Maka.

Uma porta se abriu esquerda e um garotinho com não mais de dez anos apareceu. Ele tinha os pés descalços, o cabelo negro bagunçado e o rosto sujo.

– Vocês são de Shibusen?

– Sim – respondeu Maka.

– Oh, graças a Deus – exclamou o garotinho. – Vocês precisam nos ajudar! Aqueles homens mascarados mataram meu pai!

– Nós vamos ajudar – disse Soul – Onde eles estão?

– No pé da colina – disse o garoto apontando.

– Obrigada – disse Maka.

Quando ela e Soul estavam se afastando eles ouviram o garotinho gritar – Boa Sorte! – e viram outros rostos assustados espiando pelas janelas e portas.

Maka e Soul se viram em frente ao grande prédio,mas antes que pudessem pensar em qualquer coisa, cerca de vinte homens usando mascaras apareceram. Todos eles tinham armas na mão. Facas, espadas e até pistolas.

– Merda – disse Soul – Isso não é nada legal

– Soul – disse Maka.

– Entendi – ele disse, se transformando em uma foice.

Maka cortou três dos homens com um só golpe, dois deles se aproximavam por trás, com facas na mão, mas Maka virou sua foice cortando-lhes a cabeça. O homen com as pistolas apontou em direção a ela, mas ela abaixou e passou a foice nós pés do homen, derrubando-o e fanzendo ele acertar um de seus companheiros.

– Parece que os treinos com Kid tiveram resultado – disse Soul.

Maka os acertou, as vezes em grupo, as vezes individual, mas todos eles foram derrubados. Ela segurava a foice apoiada nos joelhos e respirava pesadamente, com gotas de suor saindo de sua testa. Ela estava cercada por almas vermelhas de seus oponentes. Soul se transformou e colocou a mão nas costas de Maka.

– Bom trabalho – ele disse, mas então foi arremessado para longe por um enorme monstro. Ele tinha mais de três metros de altura, coberto por pelos vermelhos e dois enormes chifres negros no topo da cabeça. Ele tinha enormes patas cheias de garras, e fazia um barulho horrendo.

– SOUL! – Gritou Maka quando de deu conta do que estava acontecendo. Ela correu até ele que estava estendido no chão, mas não antes do monstro acertar as unhas nas costas de Maka. – Soul! Você esta bem? – ela perguntou quando o alcançou.

– Acho que sim – ele disse se levantando. – Vamos terminar com isso – ele disse virando foice mais uma vez.

Maka acertou o grande animal várias vezes, mas ela conseguia apenas alguns arranhões nele.

– Maka pare, isso não está adiantando. Você sabe o que temos que fazer.

Maka assentiu, então os dois disseram ao mesmo tempo.

– Ressonância de Almas!

A forma de foice de Soul ficou ainda maior e Maka cortou o monstro no meio com um só golpe. A criatura se transformou em uma alma vermelha nada diferente das demais

– Ah, fazia tempo que eu não comia uma dessas – disse Soul quando comeu a ultima. – Vamos voltar para casa.

No caminho de volta, Maka sentiu uma ardência nas costas, onde o monstro havia cortado-a.

Quando Blair abriu a porta, ela carregava Kiyoko no colo.

– Oh, bem vindos! Esses bebes são muito fofos!

A garotinha estendeu os braços para o pai, enquanto Maka entrava apressada no apartamento.

– Maka? Você está bem? – Soul perguntou.

– Sim , eu só... Preciso de um banho. – ela respondeu batendo a porta atrás de si.

– Estranho – disse Soul.

Maka tirou a roupa, a blusa foi a parte difícil, onde ela estava grudada com o ferimento. Ela entrou debaixo do chuveiro, a água morna fazia seu machucado arder, e quando ela passou o sabão, lágrimas escorreram de seus olhos. Depois de sair do banho e se enrolar na toalha, Maka olhou o ferimento no espelho. Havia três cortes do tamanho de sua mão abaixo de seu ombro direito. Eles eram relativamente fundos e com certeza deixariam uma cicatriz.

Ela pegou algumas gazes e esparadrapos e fez um curativo.

– A missão foi mais difícil do que parece – Maka sussurrou para si mesma vai ser difícil esconder isso de Soul.

Ela saiu do banheiro e vestiu o pijama, e encontrou Soul sentado na sala de estar, dando papinha para Ryan enquanto Blair brincava com Kiyoko

– Maka, você está bem?

– Sim, eu só estou um pouco cansada – ela disse – tudo bem pra você se eu fosse me deitar agora? Você da conta das crianças?

– Sim, claro.

– Obrigada – ela disse virando as costas e entrando no quarto.

– Ei Soul, você não acha que a Maka está um pouco esquisita?

– Acho, mas eu já vou descobrir o que é.

Mais tarde, depois de colocar os gêmeos na cama, guardados por Blair, que dormia enrolada entre os berços, Soul entrou no quarto, e encontrou Maka dormindo virada de costas para a porta, encolhida de frio, sem nenhuma coberta e com a blusa um pouco levantada. Soul pegou a coberta e cobriu até o pescoço de Maka. Ele passou a mão em suas costas quando deitou ao lado da garota. Ele pode sentir um volume abaixo do ombro de Maka, então, ele cuidadosamente para não acorda-la tirou a coberta e abaixou a manga do pijama da garota. Ele encontrou um curativo manchado de sangue. Ele puxou um pedaço solto do esparadrapo e se deparou com três grandes cortes nas costas lisas da garota. “O monstro a acertou... por minha causa”

Soul cobriu de novo o machucado e depois a própria Maka, e encostou nos travesseiros incrédulo. “ Porque ela está escondendo isso de mim? “ ele se perguntou em pensamento.

– Soul – disse Maka em seu sono, e ele a observou. A garota virou na cama e suas sobrancelhas estavam semicerradas. – Soul... me desculpe... – ela dizia.

Soul virou-se para ela, tentando entender com o que ela estava sonhando.

– Me desculpe... por te deixar marcado – ela terminou de dizer.

– Marcado – ele repetiu, colocando a mão no peito, onde a cicatriz o atravessava. “ Entendi “ ele pensou “ Ela no fundo ainda se sente culpada por o que ocorreu tantos anos atrás, e ela não quer que eu sinta culpa por isso. Ela joga isso para baixo, todo dia. Um sentimento insignificante, ela é mais forte que isso, mas ela não é capaz de controlar em seus sonhos”

Soul decidiu conversar com Maka no dia seguinte. Então ele virou de lado e fechou os olhos. Mas seu sono veio turbulento. Tudo o que ele viu durante a noite foram lembranças de quando Crona o cortou com a espada, Maka ao seu lado na capa do hospital, segurando a sua mão enquanto ele se retorcia devido aos sonhos ruins causados pelo sangue negro. As lágrimas da garota pingando em sua mão.

Quando ele abriu os olhos o dia estava claro, e Maka estava sentada ao seu lado, com Kiyoko mamando em seu seio.

– Maka – ele disse.

– Oh, bom dia Soul – ela respondeu sorrindo.

“ Ela jogou aquele sentimento para baixo, como ela sempre faz com tudo o que lhe é infortuno. Ela simplesmente os ignora para não sofrer. Isso é ser forte para ela. “

– Maka, eu vi o ferimento nas suas costas. – ele disse.

Maka pode sentir as lágrimas queimando em seus olhos, mas ela disfarçou trocando a garota de seio.

– Oh aquilo? – ela disse sem olhar para Soul. – Não foi nada demais, só um arranhão.

– Maka, pare de fazer isso – disse Soul sentando-se na cama.

– Pare com o que?

– Pare de esconder tudo o que você sente e acha que não é bom pra você! Isso não é ser forte Maka, isso é ser covarde. Esconder os sentimentos ao invés de enfrenta-los é covardia, não corajem. Para ser corajosa você precisa assumir o sentimento, para depois deixa-lo ir por completo.

– É isso que eu faço – disse Maka tentando não vacilar a voz, olhando para a criança.

– Não Maka, eu sei porque você escondeu o ferimento, você não quer que eu me sinta culpado por deixar que você se ferisse por minha causa, assim como você ainda se sente por causa disso – ele disse apontando para o próprio peito e traçando a linha da cicatriz sobre a blusa.

Ela colocou a criança no chiqueirinho ao seu lado antes olhar para Soul. Seus olhos verdes pareciam lagos sem fim. Que agora trasbordavam pela face. Ela cerrou os punhos e se jogou contra o peito de Soul, com as lágrimas rolando soltas pela face. Soul envolveu-a com os braços enquanto a garota tremia.

– Me... me desculpe Soul – ela disse entre lágrimas – me desculpe por ser uma péssima artesã e deixar que te machucassem... se...se ao menos eu fosse mais cuidadosa...você não teria se machucado e nada disso teria acontecido... por favor me perdoe.

Soul passava a mão na cabeça da mulher, enquanto ele mesmo soltava suas próprias lágrimas.

– Só se você me desculpar por deixar aquele monstro de ferir, e por seu uma péssima arma.

– Parece então que estamos quites – ela disse levantando o rosto. – Somos um par de uma péssima artesã e uma péssima arma.

– Parece que sim – ele disse beijando-lhe a face. – Só espero que nossos filhos não tenham nos puxado.

Maka olhou para ele e soltou uma gargalhada. – Eu também espero.


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Notas finais do capítulo

eu gostei desse capitulo, por favor falem o que acharam!



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