Elder Tale – Bandeirantes do Ipiranga escrita por Daihyou


Capítulo 15
Capítulo 14 –.Veneno que Cura


Notas iniciais do capítulo

Depois de um hiatus silencioso, eu decidi tentar recriar a continuação da história.
Parece que estou com chance de conseguir desenhistas para a Fic.
Torçam por mim



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Rapidamente recobrei a consciência, notando que  estava perto do poço, mas sem as outras presenças me cercando. Todos já haviam seguido para onde seria a fortaleza da Medusa-Rainha. Segundo o evento, a entrada poderia estar no local onde mais se concentra o bioma do ambiente e, sendo o bioma da américa do sul, seria na mata mais densa da região.

Mas era uma pista falta. A maioria dos jogadores apenas vai para a versão prolongada da missão seguindo por essa lógica. Afinal, medusas se refugiam em poucos locais, e um deles são os confins dos esgotos da cidade.

—Vai continuar sonhando acordado? - E então a voz de Kurgar me tira do transe.

—Aff, vai torrar outro. – Devolvi, me levantando com ajuda dele. – Preciso voltar ao parque fantasma. Será noite e Lua cheia e preciso de uma “cura” maldita para essa maldição.

Kurgar, que me levantava, me soltou, de surpresa, quase me fazendo cair.

—EI!

—Não basta receber a maldição da medusa mais cedo, quer apostar em realmente ser um monstro para ter resistência a maldição dela? Você sabe que isso só vai prolongar o sofrimento. – Comentou Kurgar em um tom sério.

—E você vê outra arma que posso usar? A Medusa-Rainha sempre escolhe um jogador para permitir uma invasão solo, um x1 na caverna deia.  E eu sou o escolhido!

Kurgar apenas suspira. Ele não costuma impedir os outros de fazerem coisas estúpidas. E eu não seria exceção.

—Beleza, mas você não vai conseguir ir andando. – E ele tira dois apitos, assoprando ambos.

Em seguida, cavalos especiais, com selas élficas surgiram. Kurgar me ajudou a subir e eu tratei de subir e galopar, conforme eu me lembrava de como se fazer, e seguia até meu destino. E como era de se esperar, eu precisava de um “veneno” para tratar outro, indo a um local onde eu odiava jogar de noite: O sanatório. E depois de galopar alguns minutos, cheguei ao destino.

—Kurgar, procure Fan Chau Lan, não é um nome comum. – Dizia eu, nos detalhes óbvios. – Eu vou já me preparar para a Dungeon...sozinho. – Completei, já interrompendo o ato dele de sacar o machado.

Na mesma hora, Kurgar já me olha totalmente desconfiado.

—Isso aqui não é jogo. Você morre fácil com essa maldição e ela fica mesmo depois de ressuscitar.

Apenas dei de ombros um momento. Mas ponderei com calma por um segundo.

—Preciso fazer isso sozinho. Peça a Lan que fique na casa e peça a ela para informar a Azure pra entrar em contato comigo daqui a algumas horas... O que eu vou fazer aqui é uma solução muito grosseira e provavelmente vai me colocar no cartaz de procurado, mesmo eu tendo comprado alguns postos de guarda.

Kurgar apenas deu um sorriso cínico.

—Ainda continua a querer vestir o manto “apenas branco” depois de todos esses anos? Achei que preferiria Proteger e matar para manter a ordem.

Na mesma hora eu entendi a piada que ele fez, segurando a vontade de rir e sacando a minha espada de duas mãos.

—Na boa Kurgar, vai caçar BEM longe de mim depois que essa merda passar, na boa? Não são todos que conseguem saber minhas cores reais e eu agradeceria que não ficasse falando abertamente. E eu me refiro a quaisquer das três cores que você gosta de comentar.

Kurgar entendeu a mensagem e acenou, já dispensando um cavalo e galopando mais devagar, agora saindo dos arredores da dungeon, com o menu ligado e buscando o contato de Lan para falar com ela e já deixar preparado.

Com a distração dos jogadores indo até a pista falsa eu teria apenas algumas horas até poder prosseguir nessa ideia, que de longe, era uma das idiotas que eu já tive. E por isso mesmo, pode funcionar.

—Ok, lá vamos. – Dizia enquanto tentava caminhar firmemente.

O veneno da serpente começou a me deixar com a visão levemente turva. Ao notar que isso era consequência do meu HP, que estava perto de 20% e caindo, tratei de tomar uma poção forte que eu sempre levo. Normalmente, usar poções para tratar de maldições ou venenos, era como apenas recobrir de grama onde uma praga já passou: Nem sempre resolve e a dita “praga” pode voltar a comer a grama nova que cresceu ali. Isso se aplicava bem a maldição.

Por ser uma maldição de evento, ela começa a debilitar o alvo, que era atingido por ela quando é escolhido pela Medusa-Rainha. Neste caso, o jogador tem algumas alternativas: Se matar na frente dela, mata-la e cancelar a maldição, mas ganhar outra em troca, ou a pior de todas: matar todos as pessoas, aventureiros ou mesmo povo-da-terra, afim de reaver o trono selvagem para a Medusa-Rainha. Infelizmente, na minha experiência, eu descobri que tal evento é uma tragédia orquestrada, pois de acordo com o guia dessa quest e também a minha própria experiência, todas as escolhas davam a fins trágicos. Porém, como ela já escolheu alguém como eu, já me nomeando por Magnus.

“espera.... magnus.... Magnus....”

Foi então, que ao entrar no hospício, notei uma coisa. Apenas uma vez, na ultima vez que eu fiz essa quest , antes dela se tornar uma quest a ser feita apenas uma vez ao ano, lembrei que apenas uma Medusa me chamava por “magnus”....Não poderia ser.

—Grrrrr

Infelizmente, eu não tinha tempo para ponderar. Pois eu vim aqui no sanatório abandonado para justamente aproveitar de uma situação que acontece justamente nesse evento, e um monstro mais raro começa a ficar mais frequente em locais comuns, sendo até possível encontra-los no parque da cidade, por ter aumentado sua “chance de aparecimento”. E aqui, a chance dele que era média, chega a ser alta. Mas isso vem a outro problema, que irei narrar aqui. Pois da luta eu não poderei descrever o suficiente. Seja pela falta de luz e do que eu me lembro. Apenas lampejos me vem a mente.

—ARGH. Meu ombro! – Gritei ao sentir a mordida da fera.

E enquanto me digladiava com a fera, alguns detalhes óbvios ne vieram a mente. O plano poderia dar certo, pois adquirir a subclasse que eu vim buscar aqui podia me ajudar, pois diferente da subclasse vampiro, eu poderia andar na luz do sol sem problemas. O problema é que, assim como a subclasse Vampiro, que era incômoda de se livrar, o local mais próximo onde eu poderia me livrar dela seria na capital, onde ficava São Paulo capital.

Não perguntem pra mim, como enfrentando um monstro no escuro, eu consigo pensar em tanta coisa. É um dos meus clássicos defeitos, coisa que eu sei enquanto tentava não perder um braço, perna ou pedaço do corpo, enquanto enfrento o dito monstro.

—VEM! Anchor Howl! - Bradei

Enquanto continuava a luta, continuava a me xingar mentalmente por milhares de coisas.

Uma delas é lembrar de Sparks, que devia estar de gênero Masculino, mas parece que foi forçada a tomar uma poção de aparência.

Outra delas é por ter sido o último a fazer a Quest da Medusa-Rainha antes do apocalipse aqui na região e ter escolhido o final “contra os moradores” ao invés de matar a Medusa.

Outro detalhe que me xingo, foi por ter feito uma defesa precária na casa. Eu devia ter esperado uma invasão forte e não ter deixado Lan desprotegida daquele jeito.

—Gah! – E meus pensamento são interrompidos, no puro escuro, enquanto solto a espada e seguro as presas da fera. Consegui jogar para o lado, mas o ombro esta ferido ainda. Recuei pelos corredores, arrastando a espada. Como todo predador, ela me seguiu sem pensar.

Enquanto me recuperava, me xingava novamente, por ter feito esse plano idiota. Mesmo sendo alta a chance de vir o monstro que estou procurando, havia a chance de vir o “mini-boss” deles, por assim dizer. Mesmo não sendo um monstro que eu não tenha dificuldade, estar com o veneno de cobra enquanto luto com ele torna a  situação bem mais complicada.

E foi justamente o que eu encontrei agora, enquanto volto a enfrentar o monstro na dobra da esquina, dando um ferimento mortal no mesmo. Infelizmente, como resposta, tomei uma mordida feia no pescoço e ombro. Por ser um monstro de proporções maiores que a minha, a mordida levou quase todo o meu ombro esquerdo, o que fez minha arma cair no chão, porém apenas depois de eu ter quase cortado o monstro no meio.

Apenas me ergui de lá, busquei o loot do monstro, o que levou alguns minutos devido a escuridão e ao respawn que tinha naquele corredor, e saia de lá. Tomei mais algumas poções, seja pela necessidade de “tratar-me” do veneno, ou também pelo dano causado pelo combate. Eu sabia que se eu morresse agora, poderia dar um ciclo forte de mortes por envenenamento me aguardaria, até a maldição da Medusa cessar, quando o evento acabar.

—Senhor!

Pego de surpresa, notei que Lan ignorou o pedido de Kurgar , e veio até mim, com a expressão de pura preocupação, embora eu não esteja muito preocupado com a minha situação atual.

—AH, é você? – Comentei secamente. – Eu consegui amenizar o dano da maldição trocando de subclasse.

Lan levou as mãos aos lábios ao ver que subclasse eu estava agora. Graças ao nível de aprendiz que eu tinha, a subclasse nova estava no nível máximo, dando a chance de controlar o veneno... entre outras coisas.

—S-Senhor... porque resolveu se jogar outra maldição? Uma não é o suficiente?

—Eu estou usando um meio de usar um “veneno” pra cuidar de outro veneno. Devia ter um médico no nosso grupo. Assim ele concordaria comigo.

Fan Chau Lan apenas deu espaço para que eu saísse do Sanatório. Logo depois que eu saí, tinha notado que estava já ficando tarde, indo anoitecer dentro de poucas horas.

—Lan, chame o Azure, o Raika e o Kurgar. Vamos precisar de todos, caso o Plano A falhe.

Sentia uma brisa passar entre nós, notando que Lan estava confusa e apreensiva. Eu não a culpo, pois de fato, é uma situação bem complicada, vendo seu comandante ficando daquele jeito e não poder curar aquilo simplesmente como uma médium faria. Era um evento exclusivo daquela época, então apenas resolvendo o dito evento eu poderia me safar dele se eu terminar o evento rapidamente.

—Entendido Senhor... Mas me diga, se esta chamando todos para o Plano B, qual o plano A?

—O plano A é um dos mais simples. – Comentei ajustando o ombro, escondendo a cicatriz de marca prateada do ombro.

—O plano A é eu ir lá sozinho e matar a Medusa-Rainha que eu deixei escapar.


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