Retaliação escrita por Gi Modolo
Notas iniciais do capítulo
Aqui está mais um capítulo! xD
– Não se esqueçam do trabalho sobre a 75ª edição dos Jogos Vorazes para a próxima aula – disse a Senhora S, nossa professora de Jogos Vorazes assim que bateu o sinal anunciando o final da aula.
Kirk, Marine Grae e eu saímos da sala e fomos em direção ao refeitório (naquela hora, vazio) para esperar Alois, irmão mais velho de Marine. Ele era um ano mais velho que a gente, por isso saía uns 15 minutos mais tarde. Alois e Marine são bisnetos de Sally Grae, uma das sobreviventes do bombardeio ao distrito 12. Eles moram com toda a família em uma casa perto do centro da cidade, para que possam tomar conta da loja de Sopas e alimentos Grae, que fica ao lado da padaria de papai. Conhecemo-nos desde sempre e considero Marine minha melhor amiga.
– Precisamos mesmo fazer esse trabalho? – reclamou Kirk quando sentamos nas cadeiras do refeitório – quero dizer, mamãe participou dessa edição.
Revirei os olhos.
– Se tivemos que fazer os trabalhos sobre todas as edições anteriores, porque não faremos um trabalho sobre essa edição? – indaguei – esqueceu que é O-BRI-GA-TÓ-RIO Mané?
– Ah fica quieta Primi!
Argh! Odeio quando me ele me chama de Primi! Dava vontade de soca-lo, só para ele entender que eu simplesmente odeio esse apelido idiota que ele deu pra mim.
Porém, sabia que não adiantaria em nada discutir com ele. Parece que o orgulho de Gale Hawthorne e Johanna Mason se juntou na hora de Kirk nascer, porque, ô menino orgulhoso! A única pessoa que consegue convencê-lo de alguma coisa é a “Santa Marine”
– Mas Kirk, Prim está certa. Acho que os professores não te dariam folga nem se você fosse filho da presidente Paylor.
– É verdade. – refletiu Kirk – Você tem toda razão Marine.
Olhei pasma para ele. Aposto que se ela falasse que azul era amarelo e que pão era carne, ele concordaria com ela sem pestanejar.
Naquele momento, chegaram Alois e sua namorada Idina Deinrir. Ela era considerada a garota mais bonita da escola, e com toda razão. Ela é naturalmente do distrito 04, assim como Finn e Annie. Seus pais se mudaram pra cá quando ela tinha 10 anos. Naquela mesma época, conheceu Alois e desde que puseram os olhos um no outro, se apaixonaram. E estão juntos desde então.
Eu ainda estava com a cara pasma, quando Idina perguntou:
– Que cara é essa Prim?
– Kirk
–Ah! Isso explica tudo! – disse Alois rindo
– Ei! – reclamou Kirk, o que fez eu, Alois e Idina rir ainda mais.
– Que tal irmos buscar as crianças? – sugeriu Marine e, pelo seu tom de voz, ela estava irritada. Mesmo não admitindo, dava pra ver claramente que Marine era apaixonada por Kirk. Ela detestava quando alguém zombava com a cara dele. Como alguém consegue gostar de um ser como o Kirk? Mas tinha que admitir que eles formavam um casal fofo.
– Boa ideia – disse Kirk pegando sua mochila e a mochila dela. Eles começaram a andar na frente (um do lado do outro – que fofo!) em direção à ala oeste, onde ficava a sala dos baixinhos. A única opção que tínhamos era segui-los.
– Porque você está levando as coisas dela? – perguntou Alois, fingindo ser o irmão ciumento que não era – ela tem mãos e força suficiente pra fazer isso.
– É... Bem...
– Porque ele é um cavalheiro – defendeu-o Marine
– Se ele é um cavalheiro, por que não leva minhas coisas? – rebati. Adorava irritar Kirk e Marine. Era tão lindo o jeito que defendiam um ao outro!
– Porque isso é trabalho pro Finnick – alegou Kirk.
– O que tem eu? – perguntou a voz aveludada e sedutora de Finnick Cresta Odair Júnior. Das duas uma: ou eu estava imaginando coisas, e com coisas eu quero dizer a voz melódica de Finnick, o que significava que eu estava ficando louca, ou ele estava em algum lugar ali do pátio. Apostei na segunda opção e virei-me. Lá estava ele, lindo como sempre é claro!
– É que você tem que levar as coisas da Prim, já que é um cavalheiro – disse Kirk.
Mostrei-lhe o meu melhor olhar incrédulo, assustador e irritado a Kirk.
– Ah claro! – disse ele rindo e pegando minha mochila de minhas costas.
– Não precisa Finnick – disse sendo educada, uma coisa que Kirk certamente não era!
– Faço questão – disse sorrindo. Aquele sorriso perfeito e maravilhoso.
– Como vai Finn? – perguntou Idina segurando uma risada
– Melhor impossível Dina! E você Al, como vai?
– Ótimo e feliz, como sempre!
– E por que será? – disse com uma ironia engraçada – Marin?
– Perfeitamente bem – respondeu olhando para Kirk
– Então... Finn, meu amigo, o que faz aqui? – perguntou Kirk. Meu Deus que menino indelicado!
– É que certa mãe queria que eu me certificasse que seus dois filhos não se matassem a machadadas e a flechadas.
Tia Johanna tinha todo o direito de ter mandado Finnick. Hoje de manhã, a caminho da escola, Mel e Kirk começaram a discutir e, se não fosse tio Gale, teriam se matado.
– Ah tá! Mamãe acha que eu vou dar uma machadada na Mel. Mas porque você mencionou as flechas? Eu sei que eu sou bom e tal, mas, eu não sou a tia Katniss.
Oh-Oh. Ele mencionou mamãe. Isso significa que eu devo insultá-lo.
– Sua irmã é boa nos arcos cabeça-de-vento!
Ele revirou os olhos pra mim
– Aquele projeto de gente não me acertaria nem se eu estivesse a 30 cm de distancia.
–A deixa ouvir isso
– Pode falar. Eu me garanto
– Acho que se não os buscarmos agora – interrompeu Alois – Mel vai dar flechadas em todos nós.
Concordamos todos, com exceção de Kirk, e fomos até o portão da ala oeste para liberá-los.
– Nome e idade? – perguntou o pacificador daquela área. Apesar das nossas caras conhecidas, ele sempre fazia a mesma pergunta. Deve ser protocolo o algo do gênero.
– Melissa Hawthorne, 10 anos e Jack Mellark, 10 anos.
– Responsável?
– Finnick Cresta Odair Júnior, __ anos.
Por que todos no distrito 12 ficavam meio espantados, meio admirados quando ouviam os nossos sobrenomes? Isso era tão chato!
O pacificador repetiu as informações pelo interfone e, pouco tempo depois, apareceram duas crianças felizes e serelepes: Jack e Melissa.
– Por que demoraram tanto? – perguntou Jack
– Foi mal tampinha – disse puxando-o para um abraço – como foi à aula?
– Foi horrível! – exclamou Melissa
– Por quê? – quis saber Marine que, ao contrario de Kirk, se importava com a futura cunhada.
– Um professor estranho e chato começou a falar mal dos tributos vencedores. – começou Kirk
– Eu sei que a Enobaria não é fruta que se cheire, mas, falaram mal da minha mamãe e isso, senhores, eu não aceito de jeito nenhum!
Sabia exatamente de quem eles estavam falando. Eles estavam na sala do senhor C, na aula de Jogos Vorazes. Ele é a favor do antigo regime e defende a colheita e acha que os Jogos Vorazes nunca deveriam ser extintos, portanto despreza cada pessoa que lutou ao lado dos rebeldes e isso incluía as nossas famílias.
– Normal. Esse professor é meio maluco – disse Kirk
– Meio? – indagou Mel – Ele é totalmente maluco! Eu não sei como vocês o aguentaram! O Jack teve que me segurar para eu não bater nele!
Enquanto Kirk era todo orgulhoso, Melissa era toda geniosa.
– Vamos antes que você mate alguém – disse Finnick
– É vamos – disse Jack que pegou a mão de Mel e saíram correndo na frente
– Ei esperem! – gritou Kirk – Crianças...
Eles pararam e ficaram olhando para nós e fazendo sinais para que nos apressássemos.
– Como o amor é lindo – disse Idina olhando para Jack e Melissa quando saímos da escola.
Todos nós rimos e fomos andando até o centro da cidade.
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