Retaliação escrita por Gi Modolo


Capítulo 2
01. Mais um dia comum


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo! xD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478232/chapter/2

– Não se esqueçam do trabalho sobre a 75ª edição dos Jogos Vorazes para a próxima aula – disse a Senhora S, nossa professora de Jogos Vorazes assim que bateu o sinal anunciando o final da aula.

Kirk, Marine Grae e eu saímos da sala e fomos em direção ao refeitório (naquela hora, vazio) para esperar Alois, irmão mais velho de Marine. Ele era um ano mais velho que a gente, por isso saía uns 15 minutos mais tarde. Alois e Marine são bisnetos de Sally Grae, uma das sobreviventes do bombardeio ao distrito 12. Eles moram com toda a família em uma casa perto do centro da cidade, para que possam tomar conta da loja de Sopas e alimentos Grae, que fica ao lado da padaria de papai. Conhecemo-nos desde sempre e considero Marine minha melhor amiga.

– Precisamos mesmo fazer esse trabalho? – reclamou Kirk quando sentamos nas cadeiras do refeitório – quero dizer, mamãe participou dessa edição.

Revirei os olhos.

– Se tivemos que fazer os trabalhos sobre todas as edições anteriores, porque não faremos um trabalho sobre essa edição? – indaguei – esqueceu que é O-BRI-GA-TÓ-RIO Mané?

– Ah fica quieta Primi!

Argh! Odeio quando me ele me chama de Primi! Dava vontade de soca-lo, só para ele entender que eu simplesmente odeio esse apelido idiota que ele deu pra mim.

Porém, sabia que não adiantaria em nada discutir com ele. Parece que o orgulho de Gale Hawthorne e Johanna Mason se juntou na hora de Kirk nascer, porque, ô menino orgulhoso! A única pessoa que consegue convencê-lo de alguma coisa é a “Santa Marine”

– Mas Kirk, Prim está certa. Acho que os professores não te dariam folga nem se você fosse filho da presidente Paylor.

– É verdade. – refletiu Kirk – Você tem toda razão Marine.

Olhei pasma para ele. Aposto que se ela falasse que azul era amarelo e que pão era carne, ele concordaria com ela sem pestanejar.

Naquele momento, chegaram Alois e sua namorada Idina Deinrir. Ela era considerada a garota mais bonita da escola, e com toda razão. Ela é naturalmente do distrito 04, assim como Finn e Annie. Seus pais se mudaram pra cá quando ela tinha 10 anos. Naquela mesma época, conheceu Alois e desde que puseram os olhos um no outro, se apaixonaram. E estão juntos desde então.

Eu ainda estava com a cara pasma, quando Idina perguntou:

– Que cara é essa Prim?

– Kirk

–Ah! Isso explica tudo! – disse Alois rindo

– Ei! – reclamou Kirk, o que fez eu, Alois e Idina rir ainda mais.

– Que tal irmos buscar as crianças? – sugeriu Marine e, pelo seu tom de voz, ela estava irritada. Mesmo não admitindo, dava pra ver claramente que Marine era apaixonada por Kirk. Ela detestava quando alguém zombava com a cara dele. Como alguém consegue gostar de um ser como o Kirk? Mas tinha que admitir que eles formavam um casal fofo.

– Boa ideia – disse Kirk pegando sua mochila e a mochila dela. Eles começaram a andar na frente (um do lado do outro – que fofo!) em direção à ala oeste, onde ficava a sala dos baixinhos. A única opção que tínhamos era segui-los.

– Porque você está levando as coisas dela? – perguntou Alois, fingindo ser o irmão ciumento que não era – ela tem mãos e força suficiente pra fazer isso.

– É... Bem...

– Porque ele é um cavalheiro – defendeu-o Marine

– Se ele é um cavalheiro, por que não leva minhas coisas? – rebati. Adorava irritar Kirk e Marine. Era tão lindo o jeito que defendiam um ao outro!

– Porque isso é trabalho pro Finnick – alegou Kirk.

– O que tem eu? – perguntou a voz aveludada e sedutora de Finnick Cresta Odair Júnior. Das duas uma: ou eu estava imaginando coisas, e com coisas eu quero dizer a voz melódica de Finnick, o que significava que eu estava ficando louca, ou ele estava em algum lugar ali do pátio. Apostei na segunda opção e virei-me. Lá estava ele, lindo como sempre é claro!

– É que você tem que levar as coisas da Prim, já que é um cavalheiro – disse Kirk.

Mostrei-lhe o meu melhor olhar incrédulo, assustador e irritado a Kirk.

– Ah claro! – disse ele rindo e pegando minha mochila de minhas costas.

– Não precisa Finnick – disse sendo educada, uma coisa que Kirk certamente não era!

– Faço questão – disse sorrindo. Aquele sorriso perfeito e maravilhoso.

– Como vai Finn? – perguntou Idina segurando uma risada

– Melhor impossível Dina! E você Al, como vai?

– Ótimo e feliz, como sempre!

– E por que será? – disse com uma ironia engraçada – Marin?

– Perfeitamente bem – respondeu olhando para Kirk

– Então... Finn, meu amigo, o que faz aqui? – perguntou Kirk. Meu Deus que menino indelicado!

– É que certa mãe queria que eu me certificasse que seus dois filhos não se matassem a machadadas e a flechadas.

Tia Johanna tinha todo o direito de ter mandado Finnick. Hoje de manhã, a caminho da escola, Mel e Kirk começaram a discutir e, se não fosse tio Gale, teriam se matado.

– Ah tá! Mamãe acha que eu vou dar uma machadada na Mel. Mas porque você mencionou as flechas? Eu sei que eu sou bom e tal, mas, eu não sou a tia Katniss.

Oh-Oh. Ele mencionou mamãe. Isso significa que eu devo insultá-lo.

– Sua irmã é boa nos arcos cabeça-de-vento!

Ele revirou os olhos pra mim

– Aquele projeto de gente não me acertaria nem se eu estivesse a 30 cm de distancia.

–A deixa ouvir isso

– Pode falar. Eu me garanto

– Acho que se não os buscarmos agora – interrompeu Alois – Mel vai dar flechadas em todos nós.

Concordamos todos, com exceção de Kirk, e fomos até o portão da ala oeste para liberá-los.

– Nome e idade? – perguntou o pacificador daquela área. Apesar das nossas caras conhecidas, ele sempre fazia a mesma pergunta. Deve ser protocolo o algo do gênero.

– Melissa Hawthorne, 10 anos e Jack Mellark, 10 anos.

– Responsável?

– Finnick Cresta Odair Júnior, __ anos.

Por que todos no distrito 12 ficavam meio espantados, meio admirados quando ouviam os nossos sobrenomes? Isso era tão chato!

O pacificador repetiu as informações pelo interfone e, pouco tempo depois, apareceram duas crianças felizes e serelepes: Jack e Melissa.

– Por que demoraram tanto? – perguntou Jack

– Foi mal tampinha – disse puxando-o para um abraço – como foi à aula?

– Foi horrível! – exclamou Melissa

– Por quê? – quis saber Marine que, ao contrario de Kirk, se importava com a futura cunhada.

– Um professor estranho e chato começou a falar mal dos tributos vencedores. – começou Kirk

– Eu sei que a Enobaria não é fruta que se cheire, mas, falaram mal da minha mamãe e isso, senhores, eu não aceito de jeito nenhum!

Sabia exatamente de quem eles estavam falando. Eles estavam na sala do senhor C, na aula de Jogos Vorazes. Ele é a favor do antigo regime e defende a colheita e acha que os Jogos Vorazes nunca deveriam ser extintos, portanto despreza cada pessoa que lutou ao lado dos rebeldes e isso incluía as nossas famílias.

– Normal. Esse professor é meio maluco – disse Kirk

– Meio? – indagou Mel – Ele é totalmente maluco! Eu não sei como vocês o aguentaram! O Jack teve que me segurar para eu não bater nele!

Enquanto Kirk era todo orgulhoso, Melissa era toda geniosa.

– Vamos antes que você mate alguém – disse Finnick

– É vamos – disse Jack que pegou a mão de Mel e saíram correndo na frente

– Ei esperem! – gritou Kirk – Crianças...

Eles pararam e ficaram olhando para nós e fazendo sinais para que nos apressássemos.

– Como o amor é lindo – disse Idina olhando para Jack e Melissa quando saímos da escola.

Todos nós rimos e fomos andando até o centro da cidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem... o que acharam? Comentem ai pls!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Retaliação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.