Uma canção para Irene escrita por C W Elliot


Capítulo 1
You're So Dark - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Dedicado a Irene. Irene Adler.



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Esse texto, eu dedico a Irene. A música You're So Dark, eu dedico a Irene.

Talvez esse não seja seu nome real. Mas, para mim, você será sempre Irene. Chamem-na como quiserem, mas para mim, ela será sempre Irene. Não porque ela nasceu Irene, mas porque ela se fez Irene.

De pele branca feito aquela neblina fria e aconchegante de uma manhã de outono, as ondas de seu cabelo, mesmo que castanho, são mais traiçoeiras do que as azuis do mar. As maças do rosto, que fariam Adão desistir do paraíso só para poder se aproximar um pouco mais, a cinturinha fina de uma menina que qualquer braço gostaria de envolver, e o sorriso, o sorriso que varia de meigo e quente a um maníaco enlouquecedor. E os olhos, vivos, desafiadores de uma cigana oblíqua e dissimulada que me deixam totalmente submisso, mesmo sem encará-los. A voz e um jeito de experiência, um jeito de mulher, com a timidez de uma virgem. Eu posso sentir a beleza que há em Irene somente por suas palavras, toda a beleza que há em Irene, está em suas palavras. Palavras únicas de um alguém totalmente singular.

Você é tão sombria, mas tem iluminado os meus dias. Você é tão misteriosa, e tem essa obsessão com a morte, a morte aos 27 anos. Você tem seus corvos cruéis, é como um poema de Allan Poe. Que tem aquele sorriso travesso ao ouvir The Clash e Sex Pistols e que sabe apreciar música clássica. Um cisne negro, alheio as aparências.

Minha Lolita. Me segure, me excite, me beije, me mate. Seria uma honra tê-la em meus lábios, seria uma honra que tirasse a minha vida. Mas eu sei que eu não sou o seu tipo, eu não fujo das pessoas, talvez eu não seja o suficiente pra você. Mas quero sempre estar ao seu lado.

Mais uma esfinge que me joga na parede, e me obriga a decifrar seu enigma ou então serei devorado, não que seria ruim ser devorado por Irene, eu poderia suportar ser devorado. Não é possível decifrá-la por completo, ela é um completo mistério, que provavelmente irá nos enlouquecer. Não que seria ruim ser enlouquecido por Irene.

Como já dizia o grande detetive Holmes, ela é A Mulher. A única mulher que conseguiu enganar e vencer Sherlock, e ela fará o mesmo conosco, ela nos enganará e nos deixar em suas mãos, ela tem essa capacidade, de despir toda as nossas armas, e nos deixar completamente indefesos frente a ela, meras vítimas de suas palavras, terrivelmente encantadoras. Nem a beleza de Helena de Tróia ou a caixa de Pandora causaram tantos problemas quanto as palavras dela, principalmente para nós, relés mortais do sexo masculino.

O sangue escorrendo pelas páginas enquanto ela escreve, o gosto vermelho de suas palavras, tudo faz parte dela, tudo a torna Irene. Não adianta tentarmos desvendá-la, ela bate o pé e não nos conta muito, o que a torna muito mais interessante. Eu nunca vou entender os motivos de Irene, mas eu sempre vou admirá-los. Ela não é somente uma musa inspiradora, mas principalmente inspiradora.

Por falta de próprias palavras, usarei um pouco das de Humbert. I-re-ne. A língua quieta, depois dando um pequeno salto e passando pelos dentes, até se assentar novamente. Tenho apenas as palavras para brincar, enquanto ainda não posso admirá-la totalmente. Não tem uma natureza humana, mas de uma ninfa, uma mitológica criaturinha encantadora e diabólica. Uma ninfeta, no melhor sentido que essa palavra pode exprimir.

Me segure, me excite, me beije, me mate.

Me mate, me conte, me desmonte, me escreva.

Pela primeira vez, uma canção para Irene.

Pela primeira vez, imortalizada em minhas palavras, e em minha mente.

Irene.


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Notas finais do capítulo

De seu admirador nenhum um pouco secreto,
C.W. Elliot



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