Números Primos escrita por Gii


Capítulo 1
Capítulo 1 - O quê raios...?


Notas iniciais do capítulo

Hello, booooys and giirls!
Bem, sou a Nuvem Branca e vou estar por aqui essa semana toda postando essa Short Fic. Ela é a minha primeira Short, então, estou levemente nervosa. Vou postar um capitulo por dia, sempre as 12h, então... Aproveitem!
Uma boa leitura e obrigada.



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Eu me revirei na cama, sentindo uma leve dormência na parte direita do meu rosto, onde eu fiquei a noite toda apoiada. Minha mão esbarrou em algo macio no meio do processo e eu identifiquei o meu urso de pelúcia, mesmo sem abrir os olhos. Eu me estiquei para o envolver num abraço.

Na lentidão que só o sono consegue fazer, passei minha perna e meu braço ao redor do urso — que era gigante, quase do meu tamanho —, o apertando mais forte contra mim. Ele estava um pouco mais quente do que eu me lembrava e mais duro, mais ainda sim, era bom.

Quase que automaticamente, eu comecei a remexer meus dedos, acariciando o pelo macio e um tanto grossos, brincando de enrola-los as pontinhas nos meus dedos.

Eu estava nessa brincadeira já fazia um tempinho quando o urso resmungou, parecendo sentir cocegas, passando um braço pela minha cintura e enterrando o seu rosto no meu, de modo que nossos narizes se tocavam.

Eu sorri, ainda embalada no meu sono, enrolando mais minha perna no ursinho e o abraçando mais forte, sentindo sua respiração quente bater contra o meu rosto, de maneira gostosa.

Eu passei minha mão novamente pelo seu pelo, dessa vez deslizando a mão mais para baixo, fazendo o contorno de algo redondo. Eu passei a mão ali umas três vezes — fazendo o urso me abraçar mais forte — até eu notar uma coisa muito interessante: Ursos não respiram ou retribuem abraços.

Eu abri meus olhos imediatamente, dando de cara com uma cabeleira ruiva e sarda por todos os lados. Quando finalmente a minha ficha caiu, percebi que o que eu estava abraçada era Hugo e que o que eu estava passando a mão, era a bunda dele.

Como se uma descarga de energia tivesse passado pelo meu corpo todo, eu pulei para trás, tentando me afastar imediatamente do abraço do meu primo e querendo sair dali imediatamente, mas no meio do movimento bruto, Hugo resmungou e algo se mexeu ás minhas costas, também resmungando por causa da minha movimentação.

É nesses típicos momentos que você consegue lembrar de coisas importantes como de na noite anterior não ter dormindo na sua cama, na sua casa e sim, em um colchão na n’Toca, em frente da televisão nova da vovó Molly — que nós resolvemos estrear com uma maratona de filmes —, com meu irmão Albus e meus primos Rose e Hugo.

A televisão ainda estava ligada, deixando claro que adormecemos antes de terminar o filme.

Eu parei de me mexer, tentando sustentar meu corpo o mais distante possível do meu primo e fazendo o mínimo de movimentos. Hugo ainda tinha o braço ao redor da minha cintura e eu ainda tinha uma perna em volta dele e eu tinha medo do que pensariam se a Rose ou o Albus e até mesmo Hugo acordasse pensariam ao ver essa cena.

Respirei fundo três vezes, evitando imaginar o que o meu namorado, diria se me visse na atual situação e, lentamente, segurei o braço de Hugo que estava em cima de mim, puxando para longe. Após algum esforço, finalmente ele soltou e eu respirei um pouco mais aliviada.

Eu comecei a ir para trás lentamente, tirando minha perna e indo para longe de Hugo, já com pensamentos positivos de que tudo, no final, acabou bem, quando eu trombei em alguma coisa nas minhas costas, que resmungou de imediato.

Droga. Rose.

— Hamm Lily, para de se mexer... Vai mais para lá — murmurou ela, me empurrando com a sua bunda, querendo que eu volte para o lugar que eu estava antes.

Um detalhe significativo sobre a bunda da Rose: Ela é muito grande.

Com uma bundada daquelas, você não só volta para lugar de antes, como passa dele e vai parar lá na Coreia!

E quando eu digo Coreia, eu quero dizer em cima de Hugo, com o corpo colado nele o rosto á centímetros do meu.

Hugo resmungou novamente, torcendo o nariz como se estivesse coçando e acabou tocando o meu novamente. Então foi a vez dele de se aconchegar mais em mim, me abraçando mais pertinho e enterrando o nariz junto ao meu, esfregando-o na lateral do meu nariz, como se para coçar o seu.

Eu quase gritei ao perceber que esse movimento fazia nossos lábios se tocarem.

Ok, ok, sem pânico Lily, a culpa não é sua, você não está traindo Zabine e isso não é um beijo! É apenas... Apenas...

Eu fiquei meio perdida nas pequenas sardas que Hugo tinha ao redor do nariz e perto dos olhos, que estava perto demais de mim. Tentei distanciar minha cabeça, mas Hugo resmungou novamente no seu sono, me puxando para mais perto ainda e grudando novamente nossos rostos.

Será que ele estava fazendo de propósito? Só podia estar de brincadeira comigo!

Dessa vez, eu parei com os lábios exatamente no canto de sua boca e o toque foi quase como um choque, que percorreu meu corpo todo e me fez estremecer.

Agora, ali, com os lábios grudados com o do meu primo, eu não conseguia mais parar de tremer. Sentia a minha mão — que ainda estava no ar, tentando não tocar Hugo — quase vibrava tamanha a minha tremedeira. Senti algo se movimentar perto da minha boca e percebi que Hugo agora tinha um leve sorriso no rosto. Por um segundo, um misero segundo, eu me perdi em algum lugar do seu sorriso, de suas sardas e do seu cheiro e fiz uma coisa que talvez eu me arrependesse para o resto de minha vida.

Foi automático! Não foi culpa minha! Eu juro!

Eu passei a língua rapidamente nos meus lábios, no intuito — e eu juro que só foi por isso — de molhar os meus lábios secos e por um milésimo de segundo, tocando Hugo com a pontinha da língua. Eu engoli em seco, tentando sair dali imediatamente.

Foi quando em um movimento brusco, Hugo acordou confuso, abrindo os olhos sonolentos para mim e quando eu dei um impulso para sair de perto e ficar de pé, sua mão se apertou mais forte em minha cintura e eu acabei caindo em cima dele.

E nossos lábios se chocaram.

Eu não respirava mais. Quando eu quase cai, tive que colocar uma perna de cada lado do seu corpo, circulando sua cintura de uma forma nada, nada, nada paternal. Eu podia sentir o corpo todo de Hugo grudado em mim... Eu estava em cima de Hugo! Meu Merlin!

Eu senti meu rosto esquentar de uma maneira que nunca esquentou tão forte antes.

Aquelas duas orbes verdes me encararam, espantadas, olhando fundo nos meus olhos e eu entrei em pânico. Tateei pelo colchão, tentando firmar meus braços, que tremiam mais do que vara verde e quando eu finalmente consegui fazer isso e me dei o empurrão para sair dali e me tirar dali, algo me prendeu.

Percebi que agora Hugo tinha as duas mãos em minha cintura e me segurava, impedindo qualquer movimento. Eu o encarei confusa.

Então, eu senti os lábios dele se moverem sob os meus — que formigavam intensamente — e ele fechou os olhos bem lentamente.

Meu coração, já disparado, pareceu querer galopar para fora do meu corpo enquanto eu sentia ele me beijar. Os braços dele deram a volta na minha cintura, me abraçando.

E... E... Quando eu vi, meus olhos começaram a se fechar sozinhos e eu retribui o seu beijo. EU ESTAVA CORRESPONDENDO!

Sem respirar, totalmente corada, com o coração aos pulos e tremendo mais do que se é possível, eu continuei a beija-lo. Eu podia sentir o coração dele batendo tão, se não mais, forte contra o seu peito e aquilo só me fez amolecer mais.

Quando o ar se extinguiu e nós tivemos que se separar, por alguns segundos, eu me permiti afogar na doçura que aqueles olhos verdes lindos me ofereciam e na forma perfeita em que o sorriso se formava em seus lábios.

Por um segundo, que me pareceu uma eternidade, eu me deixei ficar nos braços de Hugo. Meu cabelo fazendo uma cascata ao redor do seu rosto. Meu ruivo acobreado misturando com o ruivo alaranjado dele.

Foi quando eu lembrei de Jason. Meu namorado.

O QUE DIABOS EU ESTOU FAZENDO?

Tentei sair de cima de Hugo rápido demais e acabei pisando sem querer em sua perna, me desequilibrando e fazendo ele soltar um arquejo alto. Eu acabei caindo em cima de Rose, que pulou tão alto de susto que bateu o braço na cara de Alvo, acordando ele também — E provavelmente quebrando o seu nariz.

Eu levantei ás pressas, respirando rápido e com a cara mais vermelha que um tomate. Quando finalmente fiquei de pé, Rose estava sentada, olhando para todos os lados, assustada.

Alvo, ao seu lado, grunhia um "Argh" e tinha a mão sob o rosto.
Meus olhos, já arregalados, pousaram em Hugo que estava ainda confuso com o que eu havia feito.

— Oh meu Merlin, o que... Lily? O que está acontecendo? — Rose perguntou e eu entrei em pânico.

Olhei novamente para Rose, passando os olhos por Alvo e parei novamente em Hugo, que agora começava a ficar vermelho, como eu. Quando nossos olhos se encontraram, eu desviei imediatamente.

— E-Eu... Eu... — Gaguejei, andando de costas, querendo sair dali o mais rápido possível. Sem querer esbarrei na estante e ela bamboleou.
Minhas duas mãos cobriram a minha boca.

— Lily? Você está bem? — perguntou Rose, começando a se levantar, parecendo querer vir atrás de mim.

Eu olhei para a televisão que quase caiu, para Rose, para Hugo e por ultimo para Albus antes de gritar a coisa mais coerente que eu consegui pensar naquele instante:

— BANHEIRO! — E corri escadas á cima.

Eu encostei minhas costas na porta, cobrindo meu rosto com as mãos. Ainda em choque demais para entender como eu acabei beijando o meu primo. Meu. Primo.

Ahh. Meu. Merlin. Eu acabara de trair o meu namorado com o meu primo!!!! Acho que eu vou desmaiar.

XXX

— Lily, dá para você sair desse banheiro? Já faz uma hora que está aí dentro! — Gritou Dominique do outro lado da porta e eu suspirei. Já era a quinta vez que ela vinha bater na porta do banheiro querendo usá-lo.

Eu ainda não estava pronta para sair dali, ainda não tinha coragem suficiente para encarar Hugo e enfrentar aquela situação, mas eu sabia do que Dominique era capaz e que não hesitaria em arrobar a porta para me tirar daqui de dentro á força.

Eu respirei fundo. Sete vezes. Só então abri a porta.

— Graças a Merlin! O que você tanto faz aí dentro?

BLANGH!

Ela bateu a porta do banheiro, me deixando do lado de fora.

Para a minha alegria não havia ninguém nas escadas, nem no corredor. Eu respirei aliviada, andando devagar, pensando em um lugar para me esconder... O que era bem difícil, tendo em vista que quase todos os quartos estavam ocupados de primos e alguns tios que dormiram na noite passada aqui. Hoje era Natal. Todos os cantinhos da Toca estavam ocupados... Bem... Quase todos.

Eu subi as escadas na ponta dos pés, tentando não chamar a atenção de ninguém. Eram apenas dois andares á cima. Não tinha como esbarrar em alguém.

— Eu já vou descer então, Gina. — dizia o meu pai enquanto saia do quarto, exatamente no momento que eu estava passava em frente à sua porta — Ah, bom dia princesa! — Ele veio em minha direção, me dando um abraço apertado que quase me sufocou.

— Feliz natal, pai. — Eu fiquei vermelha.

— Feliz natal!! — Ele sorriu, se afastando pra me olhar. — Dormiu bem? Você parece um pouco abatida...

Eu arregalei os olhos, tentando esconder meu rosto entre meus cabelos.

— Claro, não é nada, pai — Eu olhei para as escadas na minha frente, desejando poder subi-las sem nenhuma explicação.

— Tudo bem então... Onde você estava indo? — Ele me olhou longamente, parecendo perceber alguma coisa em mim.

Um dos problemas de ser filha caçula de Harry Potter era isso. Você recebia muita atenção. Atenção até demais. Atenção em horas que você preferia que ele não percebesse.

— Eu... Eu estava indo, hun, atrás da Rose... — Eu gaguejei, sorrindo um pouco forçada e quase correndo em direção aos próximos degraus.

— Tudo bem... — ele disse ainda meio indeciso, mas logo eu o deixei para trás e ele não falou mais nada. Graças! Merlin finalmente colaborando comigo!

Finalmente cheguei na porta que eu queria e eu a abri quase com uma risada, de tão aliviada que fiquei de chegar ali. Sótão. Único morador: Um velho vampiro dorminhoco e enrugado. Aqui eu ficaria em paz. Encostei minhas costas na porta, respirando melhor.

Eu cocei meu nariz alguns segundos quando a poeira subiu, passando as mãos nos cabelos que grudaram com o suor na minha nuca.

Só depois que eu dei o primeiro passo para ir em direção á única janela do recinto foi que eu descobri que eu não estava sozinha. E que ele olhava para mim aquele tempo todo.

Eu pensei em dar meia volta e sair correndo. Ele sorriu divertido, passando a mão pelos cabelos ruivos alaranjados para tira-lo dos olhos.

— Ei, Lils — Sorriu Hugo, olhando dentro dos meus olhos e dando tapinha ao seu lado, pedindo para eu se sentar perto da janela.


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Notas finais do capítulo

Fico muito feliz por você ter lido!
Até amanhã! :D



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