Esquecer você escrita por Mariii


Capítulo 17
Parte II - Férias? De novo?


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo... :(

Mas ainda teremos um Epílogo, um suspirinho a mais... hauhauaha

Como sempre, espero que gostem... :D



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Ele a abraçava, fazendo carinhos em seus cabelos. Estavam deitados no sofá da sala depois de ficarem na banheira até que suas peles enrugassem e a água esfriasse. Foi com resignação que ele aceitou se vestir novamente. E agora estavam ali, a sala iluminada apenas pela TV que estava com o som desligado. Tinha contado para ela tudo que aconteceu desde o momento em que ela partira, depois o dia em que soube da sua morte e sua investigação, passando pelos tempos difíceis com a ameaça de guerra, chegando na parte em que Mycroft tinha sido ferido, seu desabafo no hospital e a caixa que encontrara em sua sala.

Molly ouviu tudo com atenção. Não o interrompeu. Demonstrou com expressões e carinhos o que sentia em cada parte da história. Não gostava de ver Sherlock fragilizado. Queria cuidar dele, e não ter ajudado a causar tanta dor.

Depois que ele acabou de contar sua história ficaram em silêncio. Isso não os incomodava. Até porque não precisavam falar muito enquanto colocavam em dia todos os beijos não trocados dos últimos três anos.

Ficaram um longo tempo trocando carinhos no sofá. Sherlock nunca tinha se sentido assim, desligado do mundo exterior. E estranhamente sentia-se feliz com isso. Era como se a última peça do quebra-cabeça finalmente se encaixava. De repente percebeu que nem raiva de Mycroft sentia mais. Não que deixaria barato ele tê-lo feito de bobo, mas começava a pensar que se não tivesse sido assim, ele nunca teria ido atrás de Molly em Nova Iorque. Nunca teria dado valor a tudo que sentia por ela. E agora não estaria ali, abraçado a ela, sentindo que o seu mundo estava entre seus braços.

Será que ainda vou ter que agradecer a Mycroft?

Sherlock resmungou quando ela saiu de seus braços para ir até a cozinha preparar algo para eles comerem e a seguiu. Sentou-se na bancada observando enquanto ela trabalhava e por vezes, erguia os olhos para ele e sorria.

– Acho que você gostaria de saber de um detalhe que não contei no meu relato. – Molly viu Sherlock erguer a sobrancelha em sinal de curiosidade. – Eu dei um tapa no Mycroft quando ele me ofereceu dinheiro. O rosto dele ficou todo vermelho. – Molly riu, parecendo divertida com a lembrança, enquanto colocava um pedaço do que estava preparando na boca.

Sherlock a encarou abismado por alguns milésimos de segundos e então riu. Como uma criança. Não acreditava no que estava ouvindo. Molly, sua Molly, tinha batido no engomadinho Mycroft Holmes? Se tinha alguma dúvida de que podia passar a vida ao lado daquela mulher, agora não tinha mais nenhuma. Demorou para que ele parasse de rir e ela parecia ter gostado de sua reação. Compartilhavam a satisfação de se divertirem à custa de Mycroft.

Quando por fim se controlou, Sherlock lembrou-se de algo.

– Um minuto e já volto, Molly.

Ele correu escada acima, deixando Molly curiosa na cozinha. Quando ele voltou, parecia estar eufórico. Balançava um pedaço de papel na mão, esperando que isso explicasse tudo. Molly o encarou por alguns segundos, ainda confusa, então reconheceu. Era um cheque. Seu cheque. Então olhou para ele com uma expressão espantada.

– O que isso está fazendo aqui? Mycroft deveria... Ele não o compensou? – Sentia-se perplexa. Como esse cheque ainda estava ali? Molly nunca mais tinha acessado a conta, não sabia que o dinheiro ainda estava lá.

– Esse cheque estava no meio dos documentos que Mycroft me deixou sobre você.

Molly parecia não compreender.

– Mycroft me deixou o dobro desse valor. Eu usei metade para subornar o rapaz que me vigiava, e com a outra metade tentei comprar minha liberdade. Mas não deu muito certo. – Deu um sorriso irônico ao fim da frase, querendo completar com “como você pode perceber”.

– Então... – Sherlock começou a dizer e se aproximava dela. – Esse dinheiro ainda é seu... – Molly olhava enquanto ele se aproximava do fogão. – E nós podemos utilizá-lo para colocar três anos em dia... – Ela assistiu ele colocar fogo no pedaço de papel e esperar que ele se queimasse para jogar na pia.

Encarou-a com um sorriso feliz no rosto.

– Você está dizendo que nós vamos usar esse dinheiro para o que exatamente? – Enquanto ele parecia feliz, ela estava chocada.

Sherlock a encarou com incredulidade por ela ainda não ter percebido onde ele queria chegar. Aproximou-se dela, abraçando-a por trás.

– Esse dinheiro significa que nós tiraremos férias. – Ele sussurrou em seu ouvido. – Pagas pelo meu querido irmão. E você será minha, somente minha, por tempo indeterminado.

Molly virou-se assustada para ele. Abduziram Sherlock Holmes.

– Desde quando você gosta de férias?

Ele sorriu com a expressão de dúvida que ela ostentava e pousou um leve beijo em seus lábios enquanto a erguia e a sentava no balcão da cozinha.

– Desde que você mudou meu conceito sobre elas. – Sherlock começava a beijar o pescoço de Molly. Nunca tinha achado a cozinha de uma casa atraente, mas agora, pensando bem...

– Espere um pouco. – Ela ria enquanto o empurrava. - Não tente mudar o rumo da conversa. Para onde você está pensando em ir, Sr. Holmes?

Finalmente ele se afastou e olhou em seus olhos.

– Pensei em praias, talvez. Com esse dinheiro podemos conhecer todas as praias do mundo.

– Por que praias?

Os olhos dele adquiriram um brilho diferente que emocionaram Molly. O quão fundo eram os sentimentos dele? Ela institivamente levou a mão até a pequena cicatriz em seu rosto e a acariciou. Um segundo antes de ele falar, ela sabia qual era a resposta. E sentiu seu coração se encher de um amor que parecia maior do que ela poderia suportar. Sorriu abertamente quando o ouviu dizer aquilo que significava tanto para eles:

– Porque me traz boas lembranças.

Ela encostou sua cabeça na dele, enquanto o abraçava emocionada.

– Eu amo você. – Disse baixinho, quase não dando para ele escutá-la.

Percebeu quando o corpo dele tremeu, parecendo estar em um pequeno colapso. Talvez uma última barreira que caía. E então ouviu, quase como um murmúrio tímido.

– Eu amo você também, Molly Hooper.

Quando voltaram a se olhar, a cozinha já não era uma simples cozinha. E aquela bancada já não era só uma bancada.

Tudo virou palco do amor que sentiam. Nada mais importava. Eles estavam vivos e eram um do outro.


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Notas finais do capítulo

Mereço um comentariozinho? hauahauahau